Jeff Não sei exatamente por quanto tempo fiquei imóvel naquele corredor olhando para a porta do apartamento de Kathy. Me sentia um idiota depois de tudo que ela disse e saber que estava certa me causava um desconforto inexplicável.Eu não devia ter me aproximado tanto de Kathy e sua família. O envolvimento estava nos fazendo confundirmos as coisas e isso não era justo com ela e nem com a sua família. A maneira como eu a desejava não era correta e me sentia um crápula por isso, afinal, toda aquela mentira era para que eu pudesse reconquistar minha ex-mulher, não tinha o direito de confundir a cabeça de Kathy dessa forma.Deveria estar aliviado por ela decidir se afastar e nos encontrarmos apenas quando fosse necessário, mas o que eu sentia não era nada parecido com alívio.Encarava o meu reflexo no espelho do elevador esperando ansioso para chegar ao meu andar, já havia passado alguns dias desde a última vez que falei com Kathy na porta de seu apartamento. Decidi respeitar sua decisão
JeffProvavelmente ela não pensou nas consequências da sua atitude, como qualquer criança. E parando para pensar, eu estava agindo uma como uma ultimamente.Estava tão apreensivo quanto Maddie em tocar a campainha.— Vamos lá — apertei a campainha ainda tentando entender o porquê do meu coração estar tão acelerado.Após um minuto toquei novamente, talvez não tivessem ouvido na primeira vez.— Eu estou muito ferrada — Maddie disse baixinho enquanto me encarava roendo a unha.— Estamos baixinha — dei um sorriso e afaguei seus cabelos em busca de deixá-la mais tranquila.Ouvi alguns murmúrios vindo do outro lado da porta e senti um frio na barriga.— O que quer aqui Jeff ? — gritou.É claro que ela não iria abrir a porta.— Vá embora Jeff , viu que horas são? — gritou novamente, e pela entonação da sua voz, ela estava furiosa.— Kathy, abra, por favor!Essa garota era cabeça dura.— Não vou abrir, vá embora. O que quer tenha para dizer pode ser dito por uma mensagem ou ligação.— Baixinh
KathySempre gostei de romances, é um dos meus gêneros literários favoritos, adoro ver casais apaixonados passeando de mãos dadas e ficava admirando meus pais fazendo juras de amor a cada aniversário de casamento ou em um dia qualquer. Eu sempre acreditei no amor, eu amava o meu pai, amo minha mãe e amo Maddie, mas aquele amor, aquela paixão arrebatadora não era para mim. Sim, é patético uma escritora que escreve a droga um amor impossível entre ser das trevas e uma humana, tá, quase humana, nunca havia se apaixonado. Nunca senti aquele frio na barriga, aquele arrepio pelo corpo que te deixa acesa, o desejo fora comum por sentir o toque de um homem, as vezes pensava que tinha algo de errado comigo. Eu gostava do meu ex-namorado, até sentia alguns arrepios quando dávamos alguns amassos. Mas essa sensação incomoda e ao mesmo tempo deliciosa que sentia ao ter os lábios e os toques de Jeff em meu corpo, eu nunca tinha sentido antes. Cada vez que ele me tocava eu queria mais e mais a pont
KathyVerifiquei minha bolsa mais uma vez antes de entrar no carro, conferi se os remédios de Maddie estavam todos ali, pois sabia que era um pouco arriscado sair com ela por causa da imunidade baixa devido ao tratamento, porém, também não era justo que ela vivesse fechada dentro de casa, minha menina já era privada de tantas coisas e ela estava tão feliz por poder fazer algo normal. Olhei para trás e ela sorria enquanto olhava para o celular, Maddie estava tão feliz por tê-lo ganhado que acabou me fazendo desistir de falar poucas e boas para Jeff por ele tentar comprar a minha irmãzinha, se bem que ele já a conquistou muito antes disso. Seria mais fácil se ele não gostasse de crianças e fosse um grosso, mas nada do que ele fizesse mudaria minha decisão de me mantê-lo afastado.Mantive minha expressão fechada enquanto Jeff conversava sobre Ben 10, um desenho sobre um garoto que tinha um relógio que o transformava em heróis alienígenas. Assim como eu, Maddie não era muito chegada a pr
KathyAproveitei a deixa para responder algumas mensagens de Lissa que estava apavorada por ter dado de cara com Hector ao sair do seu prédio, ele praticamente a ameaçou para saber sobre mim e senti um frio da espinha. Hector não aceitou bem o meu não e isso me deixava um tanto assustada, enviei algumas mensagens para acalmar minha amiga e prometi que ligaria para ela assim que chegasse em casa. Tentaria não pensar sobre isso enquanto estivesse na companhia de Maddie e Jeff , chegaria em casa, ligaria para Lissa e tentaria entender o que realmente aconteceu. Fui até os quiosques para comprar uma garrafa com água, minha boca estava seca devido ao choque.Acabei pagando uma fortuna por uma mísera garrafa d’água, mas estava esperando se tratando do lugar em que eu estava.— Katherine! — Me assusto e me virei automaticamente para trás, dando de cara com Trevor com um sorriso no rosto.— Trevor, o... o que faz aqui? Digo... — Eu estava assustada. Depois de uma mensagem como a que recebi de
Jeff Kathy me olhou com uma cara de espanto. Aparentemente não esperava ouvir algo assim de mim. Não havia sequer me lembrando de Bervely nos últimos dias, a única mulher que estava ocupando a minha mente estava ali na minha frente. Eu me sentia um canalha por não tirar da minha cabeça o desejo que sinto por uma garota quinze anos mais nova que eu. Que permiti que entrasse na minha vida com o objetivo que eu já nem me importava qual era.Vê-la sorrir para Trevor no parque despertou um instinto assassino que não sabia que existia dentro de mim, ver o imbecil tocá-la foi pior que levar um soco, e tudo que eu queria era arrancar as mãos daquele maldito filho da puta. Não iria permitir que ele tocasse no que me pertencia. Nunca fui um homem possessivo ou ciumento. Bervely sempre foi uma figura pública e estava sempre rodeada de homens, porém isso nunca me incomodou. Com Kathy era completamente diferente e não conseguia entender o porquê. Ainda que no fundo do meu ser eu tivesse ideia do
JeffLogo que entrei no apartamento de Kathy, recebi uma ligação vinda da minha mãe me dando um ultimato para levar Kathy e sua família para um almoço em sua casa no dia seguinte, abri um sorriso enorme e confirmei nossa presença após falar rapidamente com Silvya sobre convite com minha mãe ainda na linha, finalizei a chamada ainda com o sorriso bobo no rosto. Eu queria me aproximar de Kathy e saber que meus pais gostaram dela e sua família me deixava aliviado.— Espero que Kathy não se importe de não a termos consultado — Silvya falou se sentando no sofá ao lado de Maddie.— Meus pais vão adorar recebê-las — falei, não escondendo a minha satisfação.Nesses quase dois meses que eu convivi com a família de Kathy, eu havia me apegado, gostava de estar com Silvya e Maddie, eram pessoas simples e verdadeiras, de uma leveza contagiante que não se importavam com status, diferente da família tóxica de Bervely. Eu não me preocupava em agir como o poderoso herdeiro da Sparting quando estava co
JeffBati na porta anunciando a nossa chegada para o meu primo. Olhei para o lado e notei que Kathy estava um pouco tensa, percebi que toda vez que ela ficava nervosa, tinha o costume de girar o pulso direito, um gesto que talvez passasse despercebido por ela mesma.Ouvi a porta ser destravada e senti a mão de Kath tocar a minha, meu coração deu um salto como se eu nunca tivesse segurado a sua mão antes. E eu, um homem com mais de trinta anos, me sentia um adolescente toda vez que Kathy me tocava, não conseguia compreender o turbilhão de sentimentos que havia se apossado de mim na última semana, era como se não vê-la, sem ouvir seus trocadilhos e suas piadas que eu achava idiotas, fosse uma espécie de tortura por eu agir como um completo imbecil, usando-a como se fosse um simples objeto.Ouvi um pigarro e dei de cara com Rick com um sorriso no rosto.— Boa noite Rick — entrelacei os meus dedos aos de Kathy.— Ótima noite, entrem! Como vai Kath? Posso te chamar de Kathy, certo? — Seu to