KathyVerifiquei minha bolsa mais uma vez antes de entrar no carro, conferi se os remédios de Maddie estavam todos ali, pois sabia que era um pouco arriscado sair com ela por causa da imunidade baixa devido ao tratamento, porém, também não era justo que ela vivesse fechada dentro de casa, minha menina já era privada de tantas coisas e ela estava tão feliz por poder fazer algo normal. Olhei para trás e ela sorria enquanto olhava para o celular, Maddie estava tão feliz por tê-lo ganhado que acabou me fazendo desistir de falar poucas e boas para Jeff por ele tentar comprar a minha irmãzinha, se bem que ele já a conquistou muito antes disso. Seria mais fácil se ele não gostasse de crianças e fosse um grosso, mas nada do que ele fizesse mudaria minha decisão de me mantê-lo afastado.Mantive minha expressão fechada enquanto Jeff conversava sobre Ben 10, um desenho sobre um garoto que tinha um relógio que o transformava em heróis alienígenas. Assim como eu, Maddie não era muito chegada a pr
KathyAproveitei a deixa para responder algumas mensagens de Lissa que estava apavorada por ter dado de cara com Hector ao sair do seu prédio, ele praticamente a ameaçou para saber sobre mim e senti um frio da espinha. Hector não aceitou bem o meu não e isso me deixava um tanto assustada, enviei algumas mensagens para acalmar minha amiga e prometi que ligaria para ela assim que chegasse em casa. Tentaria não pensar sobre isso enquanto estivesse na companhia de Maddie e Jeff , chegaria em casa, ligaria para Lissa e tentaria entender o que realmente aconteceu. Fui até os quiosques para comprar uma garrafa com água, minha boca estava seca devido ao choque.Acabei pagando uma fortuna por uma mísera garrafa d’água, mas estava esperando se tratando do lugar em que eu estava.— Katherine! — Me assusto e me virei automaticamente para trás, dando de cara com Trevor com um sorriso no rosto.— Trevor, o... o que faz aqui? Digo... — Eu estava assustada. Depois de uma mensagem como a que recebi de
Jeff Kathy me olhou com uma cara de espanto. Aparentemente não esperava ouvir algo assim de mim. Não havia sequer me lembrando de Bervely nos últimos dias, a única mulher que estava ocupando a minha mente estava ali na minha frente. Eu me sentia um canalha por não tirar da minha cabeça o desejo que sinto por uma garota quinze anos mais nova que eu. Que permiti que entrasse na minha vida com o objetivo que eu já nem me importava qual era.Vê-la sorrir para Trevor no parque despertou um instinto assassino que não sabia que existia dentro de mim, ver o imbecil tocá-la foi pior que levar um soco, e tudo que eu queria era arrancar as mãos daquele maldito filho da puta. Não iria permitir que ele tocasse no que me pertencia. Nunca fui um homem possessivo ou ciumento. Bervely sempre foi uma figura pública e estava sempre rodeada de homens, porém isso nunca me incomodou. Com Kathy era completamente diferente e não conseguia entender o porquê. Ainda que no fundo do meu ser eu tivesse ideia do
JeffLogo que entrei no apartamento de Kathy, recebi uma ligação vinda da minha mãe me dando um ultimato para levar Kathy e sua família para um almoço em sua casa no dia seguinte, abri um sorriso enorme e confirmei nossa presença após falar rapidamente com Silvya sobre convite com minha mãe ainda na linha, finalizei a chamada ainda com o sorriso bobo no rosto. Eu queria me aproximar de Kathy e saber que meus pais gostaram dela e sua família me deixava aliviado.— Espero que Kathy não se importe de não a termos consultado — Silvya falou se sentando no sofá ao lado de Maddie.— Meus pais vão adorar recebê-las — falei, não escondendo a minha satisfação.Nesses quase dois meses que eu convivi com a família de Kathy, eu havia me apegado, gostava de estar com Silvya e Maddie, eram pessoas simples e verdadeiras, de uma leveza contagiante que não se importavam com status, diferente da família tóxica de Bervely. Eu não me preocupava em agir como o poderoso herdeiro da Sparting quando estava co
JeffBati na porta anunciando a nossa chegada para o meu primo. Olhei para o lado e notei que Kathy estava um pouco tensa, percebi que toda vez que ela ficava nervosa, tinha o costume de girar o pulso direito, um gesto que talvez passasse despercebido por ela mesma.Ouvi a porta ser destravada e senti a mão de Kath tocar a minha, meu coração deu um salto como se eu nunca tivesse segurado a sua mão antes. E eu, um homem com mais de trinta anos, me sentia um adolescente toda vez que Kathy me tocava, não conseguia compreender o turbilhão de sentimentos que havia se apossado de mim na última semana, era como se não vê-la, sem ouvir seus trocadilhos e suas piadas que eu achava idiotas, fosse uma espécie de tortura por eu agir como um completo imbecil, usando-a como se fosse um simples objeto.Ouvi um pigarro e dei de cara com Rick com um sorriso no rosto.— Boa noite Rick — entrelacei os meus dedos aos de Kathy.— Ótima noite, entrem! Como vai Kath? Posso te chamar de Kathy, certo? — Seu to
KathyPor mais que estivesse um pouco confusa com o que Rick acabou de dizer, a minha dedução foi mais rápida. Jeff inventou aquele jantar de última hora. O que eu realmente não conseguia entender era o motivo que o tinha levado a fazer aquilo. Foi um jantar muito agradável, Rick e Alice eram pessoas maravilhosas, pareciam realmente gostar da minha presença e me sentia péssima por estar mentindo para eles.Jeff não perdeu a oportunidade de me tocar durante o jantar, perdi a conta de todas as vezes ele beijou meus lábios naquela noite. Algo nele parecia diferente, certamente era só a minha mente me pregando peças e me fazendo ver coisas inexistentes.Respirei fundo e soltei a mão de Jeff , ela estava gelada, provavelmente por ter sua mentira descoberta.Apertei o passo assim que ouvi o barulho do seu carro ser destravado, abri a porta rapidamente e entrei sem olhar na sua direção. Ele entrou no carro e não disse uma palavra sequer, sua expressão fechada não passou despercebida. Sua cot
JeffEstava feliz por ter falado sobre como me sentia para Kathy e estava ainda mais feliz por ver aquele brilho reluzente em seus olhos, ela era linda e agora seria minha de verdade. Eu estava agindo como adolescente apaixonado, mas a leveza que ela transmitia me deixava assim.Isso não impedia de querer matar o maldito que fez de um momento que deveria ser especial para Kathy, algo traumatizante. Tentava conter a minha raiva enquanto fazia carinho no joelho de Kathy e dirigia. Imaginar qualquer outro homem tocando a minha Kathy me fazia sentir uma vontade súbita de cometer um assassinato, e ainda mais um filho da puta que sequer a tocou como merecia. Eu a faria esquecer tudo que viveu com esse moleque e fazê-la se sentir especial como realmente era.Só eu sabia o quanto a desejava e quanto queria ter terminado o que havíamos começado, porém, ela teria mais que uma rapidinha. Eu deixei de ser um homem romântico a um bom tempo, talvez esse tivesse sido o motivo pelo qual meu casamento
KathyFechei a porta depois de inúmeras tentativas de me desgrudar de Jeff . Meu corpo formigava de excitação. Nós estávamos juntos e éramos reais. Sorri, ainda recostada na porta como se fosse uma adolescente depois do seu primeiro beijo. Eu estava flutuando.Tinha medo de dormir e acordar e tudo ser um sonho. A forma como tudo havia acontecido era surreal. Eu jamais esperaria ouvir aquelas palavras vindas de Jeff por mais que eu as quisesse escutar.— Ele gosta de mim e quer que eu seja sua namorada de verdade — falei baixinho tentando conter a euforia.Eu me apaixonei por Jeff de uma forma que desconhecia. Ele teve o meu coração desde o dia que me defendeu na boate quando ninguém o fez, eu tentei esconder de mim mesma cada resquício desse sentimento para não me quebrar. Tinha medo de tudo que ele me fazia sentir e meu coração doía das as vezes que me lembrava o porquê dele ter se aproximado de mim. Agora nada disso importava. Ele gostava de mim, talvez não do jeito que eu gostava