- Mas isso é um absurdo! - A mulher gritava na minha cara - Sabe quanto eu pago nesse colégio? Pago muito caro querida! Você uma professorinha de quinta, pensa que pode reprovar meu filho?? O que você ganha como professora, meu marido como empresário ganha em um dia.
- Senhora? Seu filho não tem condições de acompanhar a turma - Tentei não receber o espirito da barraqueira. - E fico feliz pelo seu marido, só prova o quanto professor nesse país é desvalorizado.Eu não estava aguentando mais...a ironia começou a despertar!Aquela mãe estava gritando comigo fazia bastante tempo e eu já não aguentava mais ter que explicar para ela que o filho teria que ser reprovado porque não tinha nenhuma condição de acompanhar os colegas de turma, o menino não sabia absolutamente nada.- Querida? Quanto você quer para aprovar meu filho? - Como é isso? Essa senhora estava louca - Fale mil, dois mil? Eu pago!Não, mas o que é isso? Ah agora o espírito vem...- Olha senhora,com todo respeito pegue seu dinheiro e enfia bem...no sei traseiro - Gritei revoltada.Era só o que me faltava! 5 anos como professora e eu nunca tinha visto ou ouvido tamanho absurdo. Uma mãe louca e revoltada porque eu simplesmente tinha reprovado o filho dela que não sabia nada. Era demais.- Olíviah! - Márcia minha diretora me gritou - Na minha sala agora!Pronto! Era tudo que a bruxa queria para pedir minha cabeça. A mulher fazia da minha vida um inferno e com certeza me ver discutindo com a mãe daquele aluno era um prato cheio para ela assinar minha demissão. Eu já estava sentindo que ia ralar do colégio São Joaquim.- É inaceitável o que aconteceu - eu disse, m*****a bruxa - Você perdeu a noção? Mandar a mãe de um aluno...eu não vou nem repetir. Pois bem Olíviah, pegue suas coisas e vá para casa.- Mas...eu estava com a razão - Ela sorriu se dando por vencida.- Sem mais querida! O colégio São Joaquim não precisa mais de você.Era um absurdo! Eu tinha acabado de perder meu emprego por causa de uma mãe que tentou me subornar. Eu trabalhava no colégio fazia anos, a escola era parte de mim. Eu passava mais tempo lá do que na minha própria casa, dedicava todo meu tempo aquela escola.- Ok ok! - Ah mais antes de eu ir embora Mácia ia me ouvir - Eu já não aguentava mais olhar para sua cara azeda, sua velha mau amada. Passar bem. Bruxa.Saí da sala da amostra do Satanás mais aliviada, depois de uma série de xingamentos. Mas também sem emprego. Não era possível, aquele era o colégio que eu mais gostava de dar aulas e de uma hora para outra tudo estava perdido.Depois de pegar todas as minhas coisas e me despedir de meus colegas de trabalho, peguei meu carro e dirigi sem rumo. Eu precisava colocar a cabeça para pensar um pouco.Por fim acabei parando na orla de Copacabana, para sentir a brisa do mar um pouco.Eu precisava desse tempo sozinha para pensar nas coisas ao meu redor . As horas foram passando e quando olhei no celular já era bem tarde. Logo em seguida o meu celular tocou.- Alô? - Atendi ao ver que era minha mãe - Calma mamãe...tá tudo bem...mãe...- Revirei os olhos - Eu só perdi na noção da hora.- Você tem noção do quanto eu fiquei preocupada? - Ela estava gritando do outro lado - Pensei que alguém tivesse te sequestrado! Ou que tivesse acontecido alguma coisa.- Mamãe? - Tentei acalma-La, em vão - Se fosse o Chris Evans ou o Henry Cavil me sequestrando você ia adorar e eu também..né?!- Olíviah, Não brinca!- Ok! Já estou indo para casa ok?Eu vivia com meus pais e meus irmãos no Rio de Janeiro. Éramos a típica família carioca com uma pitada de loucura e algumas confusões no nosso dia - a dia.Mamãe era aquela mulher negra, dona de um belo corpo mesmo com seus 56 anos. Já meu pai era branco, alto e parecia muito com os galãs de Hollywood. Eu e meus irmãos nascemos com a mesma cor da nossa mãe. O que me diferenciava de Rebeca, minha irmã mais do meio era o cabelo que ela usava alisado e eu sempre usava enrolados. Já meu irmão Diego, o mais velho de todos, tinha os olhos esverdeados e era bem a cópia de papai, estilo galã.Segui até meu carro e dei partida. Eu tinha que chegar em casa e explicar a todos o que tinha acontecido, tinha que dizer que eu tinha perdido meu emprego por ser impulsiva e louca na maioria das vezes.Tudo estava tanquilo até que durante meu trajeto de volta para casa alguém bater na traseira do meu carro. Era só o que me faltava. Parecia sacanagem. O sinal estava fechado e mesmo assim o idiota atrás bateu no meu. Respirei fundo e saí do carro bufando pronta para tirar satisfação com aquele ser humano. Qualquer um que fosse dentro do veículo ia ouvir muito.Até se for o Obama ou a Beyoncé...vou arrasar com eles.Eu estava virada no Samurai...- Ôoo idiota - Bati no vidro que era fumê e me impediu de ver a cara do sujeito dentro do carro - Abre essa porra, olha o estrago no meu carro? - Gritei.Como uma pessoa com um Porsche pode simplesmente bater na traseira de um palio? Continuei batendo até que enfim a porta se abriu. Foi em fração de segundos. Minha boca ficou seca e minha pernas trêmulas, não era possível após tanto tempo aquele idiota estava ali diante de mim? Não, não! Pisquei os olhos tentando não acreditar, mas era real. Era Miguel Henrique, ali na minha frente.Jeus mas não estamos em outubro... e eu só vi bruxa e assombração hj...- Olha me descu...- Ele começou a falar e depois se assustou ao me ver - Olíviah, é você?- Era só o que me faltava?! O que eu foz de errado meu Deus! - Balancei a cabeça sem acreditar - Olha o que você fez no meu carro seu idiota?Tá de sacanagem né Deus? E eu achei que não ia ter mais zoeira no meu dia...me enganei.- Cego eu? - Ele ergueu a sobrancelha debochando - Você que parou a porcaria do carro maluca!- Ah quer dizer que parar o carro no sinal vermelho é errado? - Gritei - você não muda né idiota? Sempre achando quê ser certo é errado.- E você continua a mesma maluca surtada de sempre, quem em sã consciência para o carro essa hora no sinal vermelho? Ainda mais no Rio de Janeiro.- Uma pessoa normal - Eu continuava gritando e esbravejando de ódio - Não um idiota né Miguel Henrique?! Olha não vou ficar aqui discutindo não, tenho mais o que fazer do que ficar olhando para sua cara.- Continua a mesma barraqueira de sempre, não muda. - Senti aquele tom irônico na fala dele.O ódio me subiu. Na mesma hora eu me abaixei e peguei uma pedra e arremessei no vidro do carro de Henrique.Fiz questão de deixar minha marca no carro do idiota igual ele tinha feito no meu.Pronto..mexe com quem tá quieto..- Você se enganou Miguel, Eu não estou a mesma barraqueira de sempre - Sorri enquanto ele me olhava assustado - Estou bem pior! E acho bom você não aparecer no meu caminho de novo. Passar bem..Deixei aquele idiota parado me olhando com raiva e xingando até minha última geração. Deixei o vidro dele destruído para que em cada centavo que ele fosse pagar para consertar, ele se lembrasse de mim.Entrei no carro e dei partida, se eu ficasse mais um segundo ali era a cara dele que eu ia quebrar. E esfregar 10 anos de ódio daquele maldito goleiro no asfalto.Depois da noite turbulenta e ter o desprazer de reencontrar com Miguel Henrique, eu finalmente consegui chegar em casa, bem e sem mais nenhum incidente. Assim que entrei tratei de contar o ocorrido no colégio para minha família. De inicio todos me olharam assustados e com um certo medo. Minha mãe não cansava de repetir que eu era louca e sem juízo.Ah, para, quero novidades!- Como você faz uma coisa dessas? - ela me olhava assustada e gritando - Quando eu falei para você ser uma professora, pedi que sua inspiração fosse eu. E eu jamais faria uma coisa dessas. Ah, para, mamãe com certeza iria fazer pior...- Lógico que não mulher! - Mamãe olhou para meu pai com olhar de reprovação - Você iria fazer pior do que a Olíviah, eu teria que te buscar na cadeia.Mas eu deixei bem claro para minha mãe e para todos que eu era inocente e o quanto tinha sido libertador me livrar da minha ex diretora abusiva.- Mãe? Fica calma ok? - Tentei tranquiliza-la - Eu vou conseguir outro emprego. Tenho r
Eu estava tentando a todo custo me aproximar dos meus filhos, eu tentava dar presentes, levar para passeios e fazer a vontade deles mas estava cada vez mais difícil ter uma relação paternal com eles.Heitor era bem mais complicado do que Lavínia. Talvez ele tivesse puxado meu gênio difícil e também graças a bruxa da Olga o menino não me respeitava mais. Já Lavínia era mais doce e menos complicada de lidar, ela me lembrava muito a mãe.- Olá crianças, eu trouxe uma coisa para vocês - Mostrei o embrulho transparente - Para o Heitor um carrinho de controle remoto e uma Barbie para você Lavínia! Gostaram?- Pai? - Heitor me olhou com desprezo - Eu não sou mais criancinha ok? Carrinho de controle remoto? Aff!- Na sua idade eu adorava ganhar um desse! - franzi a testa - E você filha?- Olha, eu iria preferir ganhar um Iphone - Olhei assustado para minha filha! Como assim? - Mas ta bom papai, fiquei feliz que você pensou na gente.Eu tentava conversar, Perguntar sobre a escola, amiguinhos e
Eu estava super animada para o meu primeiro dia de trabalho. Seria uma experiência nova,tá eu era professora mas daquela vez eu iria me dedicar somente para 2 crianças e também seria um desafio novo e se tinha uma coisa que me deixava disposta eram desafios.A história das crianças me tocou muito,para eles ter perdido a mãe ainda novos deveria ser uma barra,eu imaginava a todo momento como o psicológico deles poderia estar.Para o meu primeiro dia de trabalho eu decidi colocar um vestido florido até os joelhos,soltinho e uma sandália rasteira. Os cabelos soltos.Após uma última conferida no espelho, desci as escadas com a minha bolsa e parei para tomar café com a minha familia.- Olíviah,assim que chegar no trabalho liga para mim,sabe que eu me preocupo né filha? - Mamãe pensava que eu tinha 10 e não 28 - Fico tão feliz que você esteja trabalhando.- Também fico mamãe - Bebi o meu café - Só espero que o meu chefe seja uma delícia de gostoso, chega de chefe mulher.- Aí sim,se ele for
Os primeiros dias na casa não foram tão complicados. Eu cheguei a pensar que seria pior,que seria como nos filmes em que as crianças amarram ou fazem da vida da pessoa um caos total. Pensei que eu não iria durar o primeiro dia.Eu não tinha conseguido me aproximar de Heitor,ele realmente era uma criança complicada de lidar porém a irmã Lavínia eu tinha conseguido uma aproximação. Ela era um doce e seu jeito e lembrava muito o de Giselle quando tinha a mesma idade. Calma,serena e doce.Só espero que ela não roube o namorado das amigas...Tá,era um pecado eu pensar isso até porque Giselle estava morta e Lavínia era apenas uma criança. Eu tinha que respeitar a memória de minha amiga mas não é porque ela tinha morrido que tinha virado santa né?!- Olíviah? - A menina me tirou dos meus pensamentos - É verdade que você conheceu a mamãe? Escutei a vovó comentando.- Sim! - Balancei a cabeça positivamente - Nós éramos amiga,conheci ela quando tinha sua idade.- Ah sim - Ela sorriu - Eu tenho
Assim que a Assistente Social saiu pela porta,eu tive 1 certeza,eu ia morrer ou apanhar feio de Olíviah. Mas eu não tinha opção e inacreditávelmente quando a mulher falou de noiva,casar ou formar família,eu olhei para o lado e vi Oly.Era ela ser minha noiva falsa ou eu estava 100% fodido e sem meus filhos que eu vinha fazendo bastante esforço para ter de volta.Não,eu não queria ter que contar com minha ex namorada para me ajudar e muito menos ela ia querer me ajudar nessa.- Meu filho! Que ótima ideia você teve - minha mãe sorria - Bom,vou deixar vocês conversando ok?! Esperei mamãe sair e nos deixar a sós,eu sabia que ela iria gritar ou arrasar com a minha vida de alguma maneira mas na frente da minha mãe seria vergonhoso.- Olha,primeiro me escu....- Senti minha cara arder depois do estalo do tapa - Sua maluca! O que foi isso?- Você é muito cara de pau né Miguel Henrique?! - Os olhos dela exalavam ódio - Você enlouqueceu? O que você tem na cabeça?- Olíviah?! Na boa,o que custa?
Eu só podia está tendo um pesadelo ou vivendo em um filme de terror. Como assim? Como assim eu iria me casar com Miguel Henrique? Ele era o homem que eu mais odiava na face da terra.Sim ,ok poderia até ser por uma boa causa, mas se eu não tivesse que lembrar que ele era um safado traidor toda vez que olhasse na cara dele seria bem mais fácil.- Irmã,Olha,pensa nas crianças ok? - Fazia horas que a Rebeca estava tentando me convencer - Já deve ser ruim viver sem a mãe e sem o pai vai ser pior ainda.- Olha Beck. Eu adoro aquelas crianças sabe?! Principalmente a Lavínia que eu converso mais - Eu respirei fundo - Mas não posso me casar com aquele idiota assim do nada,eu odeio ele. Argh.- Tô começando a achar que é ao contrário...- Olhei com raiva para ela - Não me olha assim...é..só alguns meses. Oly,deixa de ser boba,aproveita essa situação e faz ele sofrer. Sei lá tira dinheiro dele,viagens ou faz ele se arrepender se ser um traidor.- Rebeca? - Balancei a cabeça em negação - Tirar di
Olga me olhava com sangue nos olhos. Enquanto todo mundo que estava naquela sala sorria. Aliviado.Tá,eu não sei o que tinha me dado e talvez eu tivesse enlouquecido (Mais uma vez) Mas eu acabei entrando na loucura de fingir ser a noiva/futura esposa de Miguel H. Eu não ia deixar Olga se dá bem facilmente.- Amor..acabei de chegar do salão de festas e tá tudo ok! - Abracei Miguel - Bebê, estou tão feliz!Ahá se minha mãe me visse agora,ela ia ver que sou boa em mentir....- Que palhaçada é essa? - Olga perguntou nervosa.- Palhaçada? - Henrique sorriu vitorioso me segurando pela cintura.Ele estava se aproveitando...safado...!!- Ma..mas..você era amiga da minha filha! - Ela gritou - Quer manchar a imagem dela? Traidores!- Que eu saiba,aqui - Helena apontou para nós - São 2 pessoas que se amam e irão se casar. E meu filho tem o direito de seguir com a vida dele.- Até porquê meu amor pelo Miguel já é de anos...- Sorri erguendo a Sobrancelha - Apenas estamos reacendendo a paixão de an
Para o jantar com Miguel eu decidi colocar um vestido longo azul,sandálias de salto cor prata e uma maquiagem leve. Nada muito chamativo, realçando somente os olhos.Eu estava no meu quarto terminando de me arrumar quando ouvi a voz dele ecoar pela sala.A voz rouca de Miguel Henrique era inconfundível eu identificaria aquela voz a quilômetros de distância isso eu não podia negar. Era a mistura perfeita com a aparência dele,a barba,o corpo atlético e os olhos.Como Deus foi generoso com esse homem.....- Filha,você está linda! - Papai sorriu ao entrar no meu quarto - Será que posso trocar uma palavrinha com você?- Claro papai! - Sorri.- Olha,eu sou totalmente contra isso tudo,você sabe né?! - Eu sei pai..mas é por uma boa causa! - Tentei argumentar - Olha são as crianças....e- Olíviah,tem que haver outro jeito! Filha,esse homem é famoso,rico e influente. Ele pode resolver tudo sem precisar você casar com ele.Meu pai era totalmente contra a ideia de eu me casar com MH para poder a