Depois da noite turbulenta e ter o desprazer de reencontrar com Miguel Henrique, eu finalmente consegui chegar em casa, bem e sem mais nenhum incidente. Assim que entrei tratei de contar o ocorrido no colégio para minha família. De inicio todos me olharam assustados e com um certo medo. Minha mãe não cansava de repetir que eu era louca e sem juízo.
Ah, para, quero novidades!- Como você faz uma coisa dessas? - ela me olhava assustada e gritando - Quando eu falei para você ser uma professora, pedi que sua inspiração fosse eu. E eu jamais faria uma coisa dessas. Ah, para, mamãe com certeza iria fazer pior...- Lógico que não mulher! - Mamãe olhou para meu pai com olhar de reprovação - Você iria fazer pior do que a Olíviah, eu teria que te buscar na cadeia.Mas eu deixei bem claro para minha mãe e para todos que eu era inocente e o quanto tinha sido libertador me livrar da minha ex diretora abusiva.- Mãe? Fica calma ok? - Tentei tranquiliza-la - Eu vou conseguir outro emprego. Tenho recomendações boas de outras escolas.- Assim espero Olíviah e espero que Deus coloque juízo na sua cabeça - Sorri, Marta era sempre dramática. Um pouco mais que eu.O encontro com Miguel tinha me feito ficar inquieta e pensativa.Eu tinha passado anos sem ter notícias e evitando qualquer coisa relacionado a ele como notícias em jonais esportivos. Reencontrar ele era como se o fantasma do passado tivesse vindo esfregar na minha cara que até mesmo meu ex namorado galinha tinha formado uma família e estava bem e eu com 28 anos estava solteira e desempregada. Não, não era normal eu me sentir assim mas naquele momento tive um momento de fraqueza, até porque ainda que tivesse sido um amor de adolescência, tinha me marcado muito.Cacete Olíviah! Você é feliz do seu jeito!!Fechei os olhos e comecei a fazer uma coisa que sempre dava certo, imaginei minha vida com meu ex, no caso Miguel Henrique, eu não precisei de muito esforço, comecei me me imaginar com a cabeça cheia de galhos e casada com um idiota. Pronto! Era assim que Giselle devia ser e tive a certeza que mesmo assim, sozinha, eu era mais feliz que minha ex amiga tinha sido.- Acorda Oly! - Rebeca me sacudiu - To meia hora aqui,o que houve? Você tá estranha!- Não!...é...bem! - Respirei fundo - É uma longa história.- sou toda ouvidos. Vamos, solta logo!- Se lembra do Miguel Henrique? - Ergui a Sobrancelha - Então..tive um desagradável encontro com ele hoje. E ele ainda estragou meu carro.- Oie? - Minha irmã me olhava assustada - Como assim?Contei tudo para minha irmã, ela era aquele tipo de pessoa que você podia está no fundo do poço e lá estava ela com uma solução. Mas se você fosse pesquisar sobre a vida dela, em qualquer setor, era uma loucura.Dizem que é assim mesmo, as pessoas com os melhores conselhos não conseguem resolver suas vidas.- Você ainda gosta dele? - Rebeca franziu o cenho - Para você ter ficado assim...tenho péssimas notícias. E nossa, faz tanto tempo.- Não! Não e não. É que fazia muito tempo que eu não sabia nada deles, eu simplesmente enterrei tudo sobre. Toda vez que começa uma notícia sobre eles eu viro a página ou troco de canal. além do mais ele é casado com a falsa amiga, lembra? - Levantei do sofá tensa - Eu só tenho vontade de dizer umas verdades para ele só isso, por ele ter sido tão safado. - Dei de ombros - Bom, vou dormir ok?Só me faltava essa...amar Miguel Henrique ainda! Aff! Impossível.Os dias foram passando e eu não me cansava de procurar uma ocupação. Eu queria ter um trabalho, ficar em casa contando as rachaduras do teto já estava me cansando.Até que meu telefone tocou. Era um número desconhecido e eu não costumava atender mas imaginei ser de alguma proposta de emprego.- Alô? - Falei- Alô? Poderia falar com Olíviah Cavalcante? - A mulher do outro lado disse.- Sim,é ela! Em que posso ser útil?- Ah sim! Olá Olíviah, Sou amiga da Márcia - Meu sorriso morreu na hora, amiga do Satanás?! - Bom, é que ela me indicou você como educadora e meu deu boas referências.Como assim Braasil?! E eu aqui achando que ia ser processada.A mulher que tinha me despedido tinha dias depois me indicado para uma vaga de emprego? Era coisa demais para conseguir digerir. Márcia deixava bem claro que não era minha fã, com certeza essas crianças que ela tinha me indicado para trabalhar deveriam ser super levadas e ela queria me vê sofrer.- Eu gostaria de marcar a entrevista para amanhã, tudo bem? - Eu estava pasma. É que eu tenho uma certa urgência em arrumar alguém.- Bom...é..sim! - Falei pegando a caneta - pode me passar o endereço?Depois de anotar tudo e desligar o telefone, eu ainda estava sem entender... a mesma que tinha assinado minha carta de demissão, tinha me indicado para um emprego?!. O que será que estava por vir?(...)No dia seguinte, levantei, tomei meu banho para enfim me arrumar para entrevista.Eu estava confiante de que tudo ia dar certo, se tem uma coisa que eu sempre levei em consideração era que temos que confiar em nós mesmos e pensamento positivo sempre.Peguei meu carro mesmo quebrado e dirigi até a Gávea, local onde ficava o meu mais novo suposto emprego.Nada de xingamentos para a futura patroa....Assim que eu encontrei a rua, não acreditei, o local só possuía mansões. Também não era para menos, eu estava na Zona Sul do Rio de Janeiro.Desci do carro e fui até o segurança da casa me informar.- Bom dia! - Sorri levantando meu óculos escuro - É aqui que mora a dona Helena? É que eu tenho uma entrevis...- Sim senhorita Olíviah - ele me cortou - A senhora Helena te aguarda. Pode subir!Depois de entrar na mansão, meu queixo caiu mais ainda. Era uma senhora casa.Logo no início tinha um imenso jardim bem cuidado por sinal, depois eu reparei na enorme piscina com os azulejos azuis escuros e uma cascata, no chão da piscina as siglas MH no chão.Aff, tudo agora vai se referir ao idiota?Uma área lounge que eu imaginei ser usada para festas e no centro do terreno a casa que para ter acesso tinha uma enorme escadaria com vários vasos de planta de cada lado.Assim que cheguei na sala, a casa por dentro era ainda mais bonita. A sala era em um tom de branco gelo com os móveis de mármore. Um enorme sofá preto dava um ar clássico ao ambiente.- Olá Olíviah, sou Helena, sente - se - A mulher apontou para o sofá. - Fique a vontade.- Prazer -Estiquei a mão para ela. Meio nervosa- Bom, a Márcia indicou você como educadora e como eu te disse quero que além disso você seja uma companhia para os meus netos. Uma ajuda na criação, eu soube que você tem jeito com criança e eles precisam muito... é uma situação complicada, eles perderam a mãe e meu filho...bom, o trabalho dele impede ele de estar o tempo todo com eles.Helena era a cara da mulher fina e rica. Seus cabelos loiros e sua pele alva e a blusa de seda cara mostravam isso. O tom de voz baixo e ao mesmo tempo desesperado denunciavam que ela via em mim uma solução para seus problemas.- Eu nunca trabalhei só com 2 crianças e ainda me parece mais complicado pela situação em questão..eles perderam a mãe e não é fácil se adaptar a isso.- Forcei um riso - e a falta do pai ajuda também... o pai é distante devido a morte da esposa?Eu já tinha lidado com todos os tipos de criança mas a situação desses gêmeos era bem mais complicada. Descobri que eles tinham perdido a mãe com apenas 08 anos de idade em um trágico acidente de carro e depois disso o pai passou a não ser mais carinhoso com os filhos. O que resultou na mudança de comportamento de ambos..Esse pai merece uma surra..de toalha molhada..- Por isso, eu peço sua ajuda ok? - Ela suplicava com o olhar - Olha, muitas desistem por medo mas eu sinto que você é a pessoa que vai ajudar meus netos.- Ok! - Suspirei - Isso pode parecer loucura mas eu também sinto que eu tenho que fazer isso..eu aceito o emprego.Eu não sei o que tinha acontecido, não sei se era o desespero da mulher ou talvez fazer minha parte com aquelas crianças mas eu sabia bem que tinha feito o certo aceitando aquele emprego que tinha caído do céu.Eu estava tentando a todo custo me aproximar dos meus filhos, eu tentava dar presentes, levar para passeios e fazer a vontade deles mas estava cada vez mais difícil ter uma relação paternal com eles.Heitor era bem mais complicado do que Lavínia. Talvez ele tivesse puxado meu gênio difícil e também graças a bruxa da Olga o menino não me respeitava mais. Já Lavínia era mais doce e menos complicada de lidar, ela me lembrava muito a mãe.- Olá crianças, eu trouxe uma coisa para vocês - Mostrei o embrulho transparente - Para o Heitor um carrinho de controle remoto e uma Barbie para você Lavínia! Gostaram?- Pai? - Heitor me olhou com desprezo - Eu não sou mais criancinha ok? Carrinho de controle remoto? Aff!- Na sua idade eu adorava ganhar um desse! - franzi a testa - E você filha?- Olha, eu iria preferir ganhar um Iphone - Olhei assustado para minha filha! Como assim? - Mas ta bom papai, fiquei feliz que você pensou na gente.Eu tentava conversar, Perguntar sobre a escola, amiguinhos e
Eu estava super animada para o meu primeiro dia de trabalho. Seria uma experiência nova,tá eu era professora mas daquela vez eu iria me dedicar somente para 2 crianças e também seria um desafio novo e se tinha uma coisa que me deixava disposta eram desafios.A história das crianças me tocou muito,para eles ter perdido a mãe ainda novos deveria ser uma barra,eu imaginava a todo momento como o psicológico deles poderia estar.Para o meu primeiro dia de trabalho eu decidi colocar um vestido florido até os joelhos,soltinho e uma sandália rasteira. Os cabelos soltos.Após uma última conferida no espelho, desci as escadas com a minha bolsa e parei para tomar café com a minha familia.- Olíviah,assim que chegar no trabalho liga para mim,sabe que eu me preocupo né filha? - Mamãe pensava que eu tinha 10 e não 28 - Fico tão feliz que você esteja trabalhando.- Também fico mamãe - Bebi o meu café - Só espero que o meu chefe seja uma delícia de gostoso, chega de chefe mulher.- Aí sim,se ele for
Os primeiros dias na casa não foram tão complicados. Eu cheguei a pensar que seria pior,que seria como nos filmes em que as crianças amarram ou fazem da vida da pessoa um caos total. Pensei que eu não iria durar o primeiro dia.Eu não tinha conseguido me aproximar de Heitor,ele realmente era uma criança complicada de lidar porém a irmã Lavínia eu tinha conseguido uma aproximação. Ela era um doce e seu jeito e lembrava muito o de Giselle quando tinha a mesma idade. Calma,serena e doce.Só espero que ela não roube o namorado das amigas...Tá,era um pecado eu pensar isso até porque Giselle estava morta e Lavínia era apenas uma criança. Eu tinha que respeitar a memória de minha amiga mas não é porque ela tinha morrido que tinha virado santa né?!- Olíviah? - A menina me tirou dos meus pensamentos - É verdade que você conheceu a mamãe? Escutei a vovó comentando.- Sim! - Balancei a cabeça positivamente - Nós éramos amiga,conheci ela quando tinha sua idade.- Ah sim - Ela sorriu - Eu tenho
Assim que a Assistente Social saiu pela porta,eu tive 1 certeza,eu ia morrer ou apanhar feio de Olíviah. Mas eu não tinha opção e inacreditávelmente quando a mulher falou de noiva,casar ou formar família,eu olhei para o lado e vi Oly.Era ela ser minha noiva falsa ou eu estava 100% fodido e sem meus filhos que eu vinha fazendo bastante esforço para ter de volta.Não,eu não queria ter que contar com minha ex namorada para me ajudar e muito menos ela ia querer me ajudar nessa.- Meu filho! Que ótima ideia você teve - minha mãe sorria - Bom,vou deixar vocês conversando ok?! Esperei mamãe sair e nos deixar a sós,eu sabia que ela iria gritar ou arrasar com a minha vida de alguma maneira mas na frente da minha mãe seria vergonhoso.- Olha,primeiro me escu....- Senti minha cara arder depois do estalo do tapa - Sua maluca! O que foi isso?- Você é muito cara de pau né Miguel Henrique?! - Os olhos dela exalavam ódio - Você enlouqueceu? O que você tem na cabeça?- Olíviah?! Na boa,o que custa?
Eu só podia está tendo um pesadelo ou vivendo em um filme de terror. Como assim? Como assim eu iria me casar com Miguel Henrique? Ele era o homem que eu mais odiava na face da terra.Sim ,ok poderia até ser por uma boa causa, mas se eu não tivesse que lembrar que ele era um safado traidor toda vez que olhasse na cara dele seria bem mais fácil.- Irmã,Olha,pensa nas crianças ok? - Fazia horas que a Rebeca estava tentando me convencer - Já deve ser ruim viver sem a mãe e sem o pai vai ser pior ainda.- Olha Beck. Eu adoro aquelas crianças sabe?! Principalmente a Lavínia que eu converso mais - Eu respirei fundo - Mas não posso me casar com aquele idiota assim do nada,eu odeio ele. Argh.- Tô começando a achar que é ao contrário...- Olhei com raiva para ela - Não me olha assim...é..só alguns meses. Oly,deixa de ser boba,aproveita essa situação e faz ele sofrer. Sei lá tira dinheiro dele,viagens ou faz ele se arrepender se ser um traidor.- Rebeca? - Balancei a cabeça em negação - Tirar di
Olga me olhava com sangue nos olhos. Enquanto todo mundo que estava naquela sala sorria. Aliviado.Tá,eu não sei o que tinha me dado e talvez eu tivesse enlouquecido (Mais uma vez) Mas eu acabei entrando na loucura de fingir ser a noiva/futura esposa de Miguel H. Eu não ia deixar Olga se dá bem facilmente.- Amor..acabei de chegar do salão de festas e tá tudo ok! - Abracei Miguel - Bebê, estou tão feliz!Ahá se minha mãe me visse agora,ela ia ver que sou boa em mentir....- Que palhaçada é essa? - Olga perguntou nervosa.- Palhaçada? - Henrique sorriu vitorioso me segurando pela cintura.Ele estava se aproveitando...safado...!!- Ma..mas..você era amiga da minha filha! - Ela gritou - Quer manchar a imagem dela? Traidores!- Que eu saiba,aqui - Helena apontou para nós - São 2 pessoas que se amam e irão se casar. E meu filho tem o direito de seguir com a vida dele.- Até porquê meu amor pelo Miguel já é de anos...- Sorri erguendo a Sobrancelha - Apenas estamos reacendendo a paixão de an
Para o jantar com Miguel eu decidi colocar um vestido longo azul,sandálias de salto cor prata e uma maquiagem leve. Nada muito chamativo, realçando somente os olhos.Eu estava no meu quarto terminando de me arrumar quando ouvi a voz dele ecoar pela sala.A voz rouca de Miguel Henrique era inconfundível eu identificaria aquela voz a quilômetros de distância isso eu não podia negar. Era a mistura perfeita com a aparência dele,a barba,o corpo atlético e os olhos.Como Deus foi generoso com esse homem.....- Filha,você está linda! - Papai sorriu ao entrar no meu quarto - Será que posso trocar uma palavrinha com você?- Claro papai! - Sorri.- Olha,eu sou totalmente contra isso tudo,você sabe né?! - Eu sei pai..mas é por uma boa causa! - Tentei argumentar - Olha são as crianças....e- Olíviah,tem que haver outro jeito! Filha,esse homem é famoso,rico e influente. Ele pode resolver tudo sem precisar você casar com ele.Meu pai era totalmente contra a ideia de eu me casar com MH para poder a
O jantar até que estava correndo bem...até Mayra aparecer. De algum modo a presença dela não deixou Olíviah satisfeita,O jeito que ela se comportou me fez pensar por um momento que ela estava com ciumes. Se não fosse pelo ódio dela por mim...Mayra e eu éramos amantes quando eu ainda era casado com Giselle,Eu conheci Mayra através de Daniel,meu amigo e companheiro de time. Eles são irmãos.Depois da morte de Giselle,Mayra foi morar fora do Brasil e nossa relação acabou.Depois de toda confusão com Mayra eu pensei que a noite tinha acabado...só que não!O beijo,Finalmente eu tinha matado a vontade que eu vinha tendo depois de ter reencontrado Olíviah,A melhor coisa que eu tinha feito aquela noite foi beijar Olíviah. Era sempre assim,Quando a gente se beijava,ela me deixava louco e com vontade de mais.Depois do beijo voltamos para o carro. E novamente o silêncio se instalou entre nós. A chuva tinha dado uma trégua mas as ruas estavam alagadas e eu tive dificuldades para chegar em casa.