Tão sua | Jenna Morgan 👻— E se eu quiser fugir de novo? — pergunto, em um quase susurro.— Você não vai — ele responde, me encarando. — Porque agora você sabe o que existe entre a gente.Um arrepio percorre todo o meu corpo. Não sei se é medo… ou o maldito prazer de ser desejada de um jeito tão insano.Ele sorri e seus dedos começam a deslizar pela a minha coxa, subindo devagar até alcançar meu quadril.— E eu ainda não terminei com você — ele diz, com o sorriso torto que me desmonta. — Não até você entender que agora é minha.Ele me puxa de uma vez e me posiciona de quatro. Suas mãos me seguram com força, percebendo que meu corpo ainda está sensível dos orgasmos anteriores. Ele me mantém firme contra si, passando a mão do meu pescoço até minha bunda, soltando um assovio baixo quando a observa.— Você é tão gostosa, Jenna…Mordo os lábios, sentindo o tesão voltar com força. Não me incomoda estar de quatro diante dele. Na verdade, gosto. Gosto do jeito como ele me olha. Como se eu
Fim de Atos Antigos| Jenna Morgan 👻A luz da manhã entra pelas frestas da cortina e bate de leve no meu rosto. Abro os olhos devagar. Matteo ainda dorme ao meu lado, com os cabelos bagunçados e a respiração tranquila. Parece tão calmo… tão diferente de tudo o que ele mostra quando está acordado.Me estico com cuidado pra não acordá-lo e saio da cama. Meu corpo ainda dói em alguns lugares — marcas da noite anterior — mas é um tipo de dor boa. A minha pele arrepia só de lembrar.Piso no chão frio e vou direto pro banheiro. Fecho a porta com cuidado, abro o chuveiro e deixo a água quente cair sobre meu corpo. Respiro fundo. Preciso me apressar, hoje tenho que ir trabalhar. Apesar de tudo, a vida fora dessa bolha com Matteo ainda existe.Tomo banho sem pressa, mas também sem demorar demais. Pego a toalha, me enxugo e prendo o cabelo numa toalha menor. Quando volto pro quarto, ainda enrolada, pronta pra vestir meu sobretudo, paro no meio do caminho.Matteo está sentado na beira da cama,
Ex e atual?| Jenna Morgan 👻Eu ainda tô parada, tentando processar o que acabou de acontecer, quando escuto um miado conhecido vindo da entrada do set, coloco o café de lado e me viro pra encarar Matteo, que tá entrando com Dizie no colo — eu não sei como ele entra na minha casa, e nem entendo por que, exatamente, ele acha que tem esse direito de aparecer quando bem entende, mesmo quando eu não tô.Ele atravessa o espaço com uma calma irritante de quem ou não tem a menor ideia da confusão que acabou de acontecer aqui — ou tem, porque é o Matteo, e ele sempre sabe mais do que deveria. Com a calça preta, o moletom preto, o cabelo bagunçado do jeito que ele finge que não é de propósito... e o Dizie. O Dizie, aliás, parece perfeitamente confortável nos braços dele, como se aqueles braços fossem melhores do que os meus.Aparentemente, meu gato tem um péssimo senso de julgamento — e eu, sinceramente, tô indo pelo mesmo caminho, porque depois de transar com o Matteo e praticamente entrega
Dia de caos | Jenna Morgan 👻Ele ainda tá parado , no mesmo lugar, com os braços cruzados, o olhar meio perdido mas ainda assim focado em mim — como se ele tivesse esperando que eu dissesse alguma coisa, qualquer coisa. Eu suspiro, cansada, o dia inteiro foi um caos emocional, e tudo que eu queria era um banho, meu sofá e o Dizie deitado no meu colo como se o mundo não estivesse pegando fogo.Dou dois passos até o elevador, mas antes de entrar, me viro pra ele, sem esconder o cansaço.— Você vem ou não?Matteo hesita, mas então caminha até mim e entra no elevador. Ele encosta de leve na parede de aço e me encara, como se estivesse tentando encontrar a versão de mim que ele viu ontem à noite — e talvez até ele saiba que essa versão hoje parece mil quilômetros mais distante.— O que aconteceu ontem ainda me faz um estranho pra você mesmo?Eu encaro os números do elevador mudando, evito o olhar dele por alguns segundos.— Não é sobre ontem… — respiro fundo. — É sobre tudo. Eu venho m
Visita indesejada | Jenna Morgan 👻— Não é uma boa hora, Josh… — começo, sem precisar elevar o tom. — E, pra ser sincera, eu também não quero conversar com você. Então, por favor… não apareça mais aqui. Essa é a minha casa. E eu nem sei como você conseguiu subir, mesmo depois de eu ter conversado com o Mark sobre visitas sem autorização.Tento fechar a porta, empurrando com o corpo, mas ele enfia o pé bem no canto, travando a passagem.— Quem tá com você? — ele pergunta, baixando o buquê de rosas como se só agora lembrasse que o segurava. — É aquele pé rapado… metido a gótico?Reviro os olhos, engulo a raiva que sobe pelo meu peito como fogo.— Isso não é da sua conta, Joshua. Apenas… saia da porta da minha casa. — Tento fechar de novo, com mais força, mas ele responde com mais resistência ainda.Ele me empurra de leve para o lado — não com violência, mas com um atrevimento doentio — e entra.Me viro no mesmo instante, mas ele já está olhando ao redor, até seus olhos encontrarem Ma
Domínio| Jenna Morgan 👻O som da água caindo na pia é a única coisa que quebra o silêncio. Matteo está de pé encostado na bancada do banheiro, com a cabeça baixa, os punhos cerrados, e os olhos fixos no próprio reflexo como se estivesse tentando conversar consigo mesmo. Ou talvez conter o que quer muito mais do que apenas falar.Entro devagar, depois de pegar um pano úmido e o kit de primeiros socorros. Me aproximo, mas ele não se move. Nem um centímetro.— Matteo… — chamo baixo.Ele ergue o olhar. Há algo diferente nele agora. Algo que não estava antes. Os olhos não têm mais aquele brilho suave. Estão mais escuros, intensos, dominados por uma raiva crua que me arrepia inteira.— Se não fosse por você, meu amor… — ele começa — eu teria cortado a garganta dele.Congelo por um segundo. A frase bate em mim como um soco, mas é a forma como ele diz… como se estivesse apenas afirmando um fato inevitável. Como se não houvesse drama, apenas sinceridade.— Ele encostou em você — ele continu
O início de tudo | Jenna Morgan Eu ainda me lembro do momento exato em que me apaixonei por filmes de terror. Eu era pequena demais para entender, mal sabia falar direito. Mas quando assisti O Exorcista e vi Regan, com os olhos vidrados, a pele doente e a voz demoníaca, girando a cabeça em um ângulo impossível, eu não chorei, não corri para os braços da minha mãe. Eu apenas assisti. Cada detalhe, cada segundo e não me arrependo de nada. Minha mãe odiava filmes de terror e sempre dizia que não eram coisa pra mim, mas no fim, sempre cedia à minha teimosia. No começo, tentava tampar meus olhos nas cenas mais pesadas, mas logo desistia, porque eu sempre dava um jeito de assistir. No fundo, ela não segurava minha mão pra me proteger… era porque ela tinha medo. Já meu pai, dormia o filme inteiro e depois fingia que tinha assistido, soltando comentários sem sentido. Eu nunca corrigi, nunca disse nada, só ficava concordando, e rindo. Mas a nossa vida não tem cortes dramáticos nem avis
Alguém está observando? | Jenna Morgan Não consigo dormir. Não mesmo. O problema nunca foi o medo — não o medo dos filmes, pelo menos. Cresci assistindo a tudo que era considerado "pesado demais para uma criança" e acabei transformando isso em profissão. Sei diferenciar ficção da realidade. Sei que monstros são feitos de maquiagem e efeitos especiais. Sei que o sangue cenográfico é só xarope de milho com corante. Mas isso aqui? Isso não tem maquiagem e nem a porra de um roteiro. É real. Reviro os olhos e me sento na cama, soltando um suspiro longo. O quarto está iluminado apenas pelo o abajur ao lado da minha cama. Olho para o teto, contando as pequenas rachaduras invisíveis na pintura, esperando que o sono venha. Mas não vem. Desisto. Jogo as cobertas para o lado e caminho descalça até a cozinha. O chão frio arrepia minha pele, mas não me importo. Abro a geladeira e pego a garrafa de leite, despejando um pouco na panela para aquecer. Se o leite quente não funcionar,