Samuel vem correndo me abraçar, pego-o no colo e logo vejo minha mãe entrar correndo.— Desculpa filha, você sabe como é o Sa... o que está acontecendo aqui? — Minha mãe para na porta e o sorriso que ela estava se desmancha.Raquel se aproxima da minha mãe e dá um abraço, minha mãe fica petrificada, ela não retribui seu abraço.— Tia, que bom te ver aqui, vim com minha amiga organizar meu casamento com o homem da minha vida! Não vou apresentar, pois a senhora o conhece bem, não é mesmo?— Garota, que merda você tem na cabeça? O que pensa em ganhar fazendo isso com a minha filha? — Minha mãe fala com a voz alterada, Raquel da um passo para trás.— Mãe, por favor...— tento acalmar a situação.— Que tipo de amiga é você? Bem que a Drica tentou me alertar, você estava de olho nesse inútil.— minha mãe fala com indignação e raiva.— Senhora, eu posso explicar. — Zaian tenta se explicar, minha mãe está visivelmente alterada, não deixa ninguém falar.— Você, cala a boca, maldita hora que acei
Pablo fecha a cara, eu nunca vi essa expressão no seu rosto. Sua voz é baixa, mas dá para sentir o quanto ele está irritado.— O que lhe importa, Zaian? Que loucura é essa que você está insinuando? Você sabe que as coisas não funcionam assim. — Pablo fala encarando de frente o Zaian.— Você pode ser um juiz, que está mostrando usar da sua influência para tirar proveito dessa situação, mas esquece que eu também estudei direito e sei de lei, tanto quanto você! Então não me venha com esse papo de que pode tirar o Samuel dela! Foi você que abandonou a Olívia no dia do seu casamento, e qual foi a desculpa? Se for para levar a justiça, vamos ver quem sai ganhando nessa. Você causou danos a ela por anos, eu presenciei cada momento de desespero dela, segurei na mão dela quando a dor do parto a atingiu, e você, Zaian, onde estava? Ela nunca escondeu o Samuel, eu vi a Olívia olhar para a porta daquele apartamento todos os dias, na esperança de você voltar. Saiba que, quando a sua mãe ligava, ela
OliviaE assim passaram 4 meses, quase todos os dias Zaian vem ver o meu príncipe ou leva ele consigo. Fizemos um teste de DNA para que não haja dúvidas de nenhuma das partes, já que Raquel insistia em dizer que ele não era o pai. Com o resultado positivo, Zaian registrou o Samuel em seu nome.A louca da Raquel bate o pé dizendo que quer que eu faça o seu casamento, e para ser bem sincera, não vejo empecilho para não realizar isso. O único problema é que Zaian não desiste, fica insistindo para voltarmos, muitas vezes me controlando. Liga um milhão de vezes para saber onde estou, e confesso que isso está me incomodando. Algo em mim mudou, acredito que fiquei tantos anos dizendo que o amava, me culpando por tudo o que aconteceu, que agora não vejo mais nós dois juntos.Não sei o que sinto em relação a ele, mas sei que não é amor. Ficar perto dele já não me causa aquele friozinho na barriga como antes. Acho que estou magoada por ele simplesmente não ter lutado por nós. Sei dos seus medos
Pablo narrandoEstamos no carro a caminho da casa da Lívia. Ela coloca uma música e começa a cantar. Fico admirando-a. Há anos que sou apaixonado por Olívia, mas nunca falei nada. Tentei me envolver com algumas mulheres. Eu até curtia ficar com elas, chegava a sentir alguma coisa por elas, mas nunca o suficiente para amar. Quando fiquei com Vanessa, uma enfermeira da clínica, estava indo tudo bem, mas ela sabia que eu não estava 100% na relação. Surpreendi-me quando ela me disse que já sabia dos meus sentimentos por Olívia. Tentamos ficar mais um tempo, até que decidi que não dava para ficar nos enganando. Resolvemos nos separar, pois Vanessa tem o sonho de se casar e ter filhos, e comigo não seria possível.Mesmo ela sendo uma garota incrível, eu não iria me casar com alguém que não amo. Casamento é bem mais que cama e diversão. Você tem que estar 100% com a sua cabeça naquela pessoa. Não podia fazer isso com ela nem comigo, pois nós iríamos ser infelizes juntos. No fim, ela pediu pa
OlíviaPassei um dia perfeito com Pablo até a tal da Josy aparecer. Ela olhava para ele como se estivesse prestes a pular no seu colo. Fiquei com ódio disso. Ciúmes? Talvez.Chegamos em casa e ouço vozes alteradas. Escuto Zaian reclamando que eu não estava na minha casa. Seguro na mão do Pablo e subimos as escadas em direção à sala. Entro e minha mãe está prestes a pegar a vassoura e dar na cabeça dele.— Ela é mãe, não pode ficar até essa hora na rua.— Ele fala gritando com a minha mãe. Isso me sobe um ódio.— Você acredita mesmo nisso? — Falo entrando e encostando no sofá.— Você não está na sua casa para ficar gritando desse jeito.— Olívia! — Zaian me olha assustado, vem querendo me abraçar. Eu o paro com a mão. Faz tempo que ele tenta se aproximar, me abraçar, segurar nas minhas mãos. Esses dias até tentou forçar um beijo. Sou bem grandinha e sei me defender.No dia da balada, eu estava confusa. Fiquei em choque e acabei fazendo burrada de deixar ele me beijar e me levar para a ca
Raquel narrandoComo sabem, sou Raquel. Tenho 26 anos e fui adotada assim que nasci. Cresci no meio da alta sociedade, com muito luxo. Meus pais adotivos são muito ricos, então nunca me esforcei muito para ter as coisas. Bom, até conhecer Olívia.Com 18 anos, decidi encontrar meus pais biológicos. Foram longos 8 meses de investigação até encontrar um nome: Samuel Santiago. Sim, esse é o nome do pai de Olívia e Samantha. Descobri que fui um caso de uma noite. Minha mãe era uma mulher casada, porém, seu marido não podia lhe dar filhos, mas ela não sabia disso.Samuel era jovem naquele tempo, solteiro e muito bem colocado no mundo imobiliário. Ele não sabia que minha mãe era casada, pois ela nunca foi vista com seu marido até então. Joelma engravidou e disse que o filho era do seu marido, onde ele falou que não poderia ser, pois ele não podia ter filhos. Dizem que no mesmo dia ele foi embora. Minha mãe não sabia o telefone, nem mesmo o nome do meu pai biológico.Com 19 anos, fui atrás de
OlíviaHoje, ao ver Zaian levando o meu filho, fiquei com uma sensação estranha. Meu peito está apertado. Toda vez que penso no Samuel, seus pesadelos estão constantes. Meu menino já não é mais o mesmo.— Calma, Livy, eu fiz algo sem a sua autorização. Espero que me perdoe. — Pablo fala um pouco envergonhado.— O que?— Quando ele chegar, você vai ver...— Ainda bem que o Samuel vai ficar só até o almoço. Estou com um mau pressentimento. Eu quero o meu pequeno.— Quer ir buscar? Vamos, eu te levo. — Pablo fala pegando as chaves do carro.— Para com isso. Pode ser coisa da sua cabeça. Dizem que as mães não confiam em ninguém para cuidar dos seus filhos, a não ser elas mesmas. — Guilherme fala se jogando no sofá da recepção.— Eu ainda acho que o certo é buscar ele. Não confio nessa Raquel. Ela nunca me desceu. E saber que o pequeno está lá, não acho uma boa ideia. — Fernanda se aproxima e coloca a mão no meu ombro. — Siga o seu coração.— Eu estou com a Fernanda. Acho que ela não é uma
OlíviaDepois de todo aquele desespero, finalmente ter meu filho nos meus braços, foi como ter um grande peso tirado das minhas costas. Aquela sensação estranha que estava me consumindo também se dissipou assim que o vi entrar.Terminei de atender os clientes e fiquei surpresa quando eles concordaram em sair conosco. Decidimos levar o Samuel para tomar sorvete e, no começo, ele fez sua típica careta ao provar, mas ao nos ver saboreando o sorvete, ele acabou tomando tudo e até repetiu.Até consegui esquecer um pouco da preocupação que estava sentindo. Porém, notei que Pablo estava um pouco estranho. Ele nunca mexia no celular quando estávamos juntos, nem quando estava falando com alguém. Ele olhava para a tela com uma expressão brava ao mesmo tempo triste. Não quis perguntar na frente do Samuel ou dos nossos convidados, mas fiquei observando seu comportamento. Ele fazia carinho no rosto do meu filho e dizia que ninguém iria machucá-lo.Chegamos em casa, dei um banho no Samuel e ficamos