Emilio não sabia como se sentir, parecia que estavam fazendo uma brincadeira de mau gosto com ele, mas a mulher do outro lado da mesa olhou para ele com uma seriedade assustadora.—Você realmente acha que sou inocente? —ele perguntou e ela suspirou.— Acho que não, é — ela se levantou e caminhou pela sala estreita que cercava os homens que estavam com ela — Há anos acompanho Luciano, sei como ele trabalha e o que faz, é não foi por acaso que logo após seu retorno à Transportes Imperio tudo isso aconteceu — então ele voltou à mesa e apoiou as mãos sobre ela para olhar Emilio nos olhos.» — Eu sei que você é inocente, mas as provas que o acusam são tantas e tão bem executadas que um juiz nunca acreditará em você. Você sabe quantos anos eles vão lhe dar, Sr. Olázaga? — Emilio balançou a cabeça — bom, nada menos que cinquenta — Emilio cerrou os punhos sobre a mesa.— E o que você quer que eu faça? — a mulher perguntou e ela jogou para o lado as tranças que chegavam quase até a cintura.—
Clarissa tentou esconder o nervosismo que a invadia, o homem a encarou por alguns segundos e então entrou no apartamento sem dizer mais nada e um homem, que tinha toda aparência de guarda—costas, entrou atrás dele.—Luciano, o que você está fazendo aqui? —Luis perguntou—lhe e o homem deu—lhe uma olhada superficial no apartamento.— Achei que se esse fosse o lugar para onde você trouxesse seus amantes teria mais... estilo, eu acho — Johan que permaneceu ao lado da mesa sentou—se relutantemente e o homem olhou para ele — Você pode me apresentar ao seu atraente par de hoje ? — disse ele a Luis e apertou suas mãos.— Ele é meu namorado, mas você já sabe disso — Luciano caminhou em direção a Clarissa e estendeu a mão para agarrar seu queixo, mas ela se afastou e caminhou em direção à mesa.—E essa preciosidade arriscada?— — Clarissa mordeu a língua.— Ela... Ela é amiga do meu namorado — Clarissa admirou a compostura com que Luis encarava a situação, se ele estava com medo ou nervoso não e
Tal como Xavier imaginara, o seu apartamento era uma mistura entre a ordem de Maxwell e a sua própria desordem.Eles mal haviam passado uma noite no apartamento de solteiro que ele tinha antes de se casar e a cozinha já estava em busca de louça suja, os móveis tinham lençóis e restos de pipoca espalhados por todo lado.Quando acordou naquela manhã de sábado, Maxwell estava tentando varrer a pipoca de debaixo do armário e Xavier olhou para ele.— O que faz? — ele perguntou e o garoto enxugou o suor da testa com a manga da mão.—Alguém tem que ser o adulto responsável aqui—, disse ele e Xavier riu. Ele caminhou para fazer café, não estava sozinho até tomar uma boa xícara de café pela manhã, e quando se olhou no espelho do micro—ondas percebeu como seus olhos estavam inchados.—Você chorou a noite toda? — o menino perguntou ao entrar na cozinha e Xavier pigarreou.— Claro que não, eu passava o tempo todo trabalhando, só isso — o garoto abriu uma gaveta de baixo e procurou alguma coisa, m
Clarissa ergueu as mãos em defesa, a tia se jogou em seus braços e a cobriu de beijos por todo o rosto, depois a empurrou e bateu em seu ombro.—Por que você não me ligou ou tentou me procurar? — ele a repreendeu — eu deveria ter chegado há dois dias.— Tia, me desculpe, eu estava com muitas coisas na cabeça e não lembrava — a mulher olhou para ela com uma ternura que a comoveu e depois lhe deu outro beijo na bochecha.— Não importa mais, minha vida, estou aqui — ele a abraçou e Johan assistiu toda a cena num fundo discreto — Como você está? Você está mais magro, está comendo bem? — Clarissa olhou para Johan pedindo ajuda, mas ele deu de ombros — você tem que me contar tudo.— Mas, me prometa que não vai me repreender — a mulher olhou para ela com seus olhinhos.— Não prometo nada.E tal como Clarissa imaginava, a tia quase afrouxou o cinto para lhe dar algumas pancadas quando lhe contou sobre Emanuel e o jornal, mas se absteve de dizer qualquer coisa sobre o pequeno problema em que o
Clarissa ficou ali com a mão no ombro de Xavier sem saber muito bem o que dizer, o homem parecia chocado e meditativo e não disse uma palavra no caminho até o andar onde ficava o apartamento.Quando chegaram à porta, ele a abriu e enfiou a cabeça para dentro.— Maxi — disse ele — Você tem visita — Clarissa entrou atrás dele e quando a criança apareceu seus joelhos tremeram.Ela caiu de joelhos no chão com os braços abertos e quando Maxwell se agarrou ao corpo dela ele a abraçou com força e ela o beijou.Ele beijou seus cabelos, bochechas e a ponta do nariz, parecia saudável e feliz e isso a fez chorar.—Mamãe—, ele disse, —papai me disse que o homem na janela não vai voltar.— Ela assentiu e enxugou as lágrimas com as costas da mão.— Sim, minha vida, foi só um sonho ruim e não vai voltar — o menino beijou—a na testa e depois abriu os olhos ao ver a tia.— Tia! — ele gritou e correu para os braços da mulher que o pegou no colo e ele se agarrou como um macaquinho.— Eles querem café? —
Clarissa passou a manhã inteira com o filho, e não o largou em nenhum momento, nem na hora do almoço nem quando sentaram na sala para conversar.Xavier parecia visivelmente mais pensativo do que o normal, mas dentro dele havia uma estranha felicidade que a fazia se sentir confortável e feliz, e ela esperava que isso fosse o suficiente para o homem finalmente encontrar a liberdade que buscou durante toda a vida.Quando ela se despediu de Maxwell, o menino inevitavelmente perguntou por Emanuel e ela o beijou na testa.— Mais tarde ele virá te visitar — ele disse e lhe deu um último abraço.Quando as duas mulheres voltavam para a casa de Clarissa, ela recebeu um telefonema do advogado, primo de Johan, que parecia agitado e muito animado.— Conseguimos — disse ele eufórico — o jornal vai ter que te pagar uma boa quantia em dinheiro por compartilhar suas informações — Clarissa sorriu, parecia que estava começando a ser um bom dia — e bom, o Dr. Omaira está disposto chegar a um acordo com v
Emilio não conseguia entender como Johan conseguiu convencê—lo disso, talvez fosse parte da persuasão do loiro e parte do desespero que ele tinha, mas o argumento mais sólido que o menino lhe deu foi um claro: —Você não pode fazer isso. isso, Luis é como seu irmão e muito menos Clarissa, dos envolvidos eu sou o que você menos se importa.—Aquela discussão deixou uma sensação estranha em seu peito, é claro que ele amava Luis e daria a vida por Clarissa, mas o incomodava que Johan pensasse que não tinha o menor apreço por ele.Emilio era um homem bastante emotivo e, embora não se apegasse com relativa facilidade, conseguia simpatizar com as pessoas eempatia com ele, com aquele humor direto e o contínuo alto nível de desconfiança que o loiro possuía, mas não ousava lhe dizer nada, todos pareciam estranhamente apressados naquela manhã.— Exatamente do que você precisa? —Johan perguntou a ele.Estavam no armazém da loja de brinquedos onde instalaram uma cama para Emilio com quatro tijolos
Johan se sentiu vigiado, era um sentimento que o acompanhava desde que Luis havia hackeado seu celular e depois com os homens de Luciano que o seguiam por toda parte, então naquela tarde ele ficou sentado um pouco no banco de um parque até verificar se havia ninguém o seguindo, ou assim ele esperava.Luis o havia seguido uma vez sem que ele percebesse e ele não era um assassino experiente, então isso o preocupava.Ele desceu a rua e quando chegou na casa da ex bateu algumas vezes na porta, e quando o rosto moreno do homem apareceu, seus olhos embranqueceram.— Outra vez? — disse ele, mas Johan o ignorou, pulou em cima dele e o beijou na boca, fechando a porta com o pé com uma batida forte.—Sinto muito—, ele se desculpou, enxugando os lábios, —se alguém me seguir, vai pensar que você é meu amante e é por isso que estou indo. Seu irmão está em casa?— — Jhon riu alto.— Ele não consegue subir escadas há cerca de um ano, então sim, lá está ele — mas quando Johan tentou passar o homem mai