Clarissa acordou assustada, o ataque que ela teve havia retornado várias vezes durante a noite e ela acordou suando e tremendo, teve até impulso de fazer Emanuel acordar para dormir com ela, mas resistiu à vontade, não conseguiu , Maxwell estava em casa e ela sabia como se comportar.A manhã chegou olhando para o teto, com os olhos vermelhos e grandes olheiras, e ele não teve escolha a não ser acordar cedo e preparar tudo para levar o filho à prestigiada escola que seu pai pagou, quando se lembrou.Ao entrar no quarto do menor, encontrou—o preso entre os lençóis e sob a luz de uma lanterna.Clarissa puxou o cobertor e o menino gritou, estava lendo o livro que Emanuel lhe deu.—Pensei que você fosse o homem na janela—, disse ele e depois riu.Clarissa se virou para olhar pela janela, a luz já permitia que ela visse a árvore que estava na frente dos quartos, estava cada vez mais seca e ela lembrou de chamar os bombeiros para socorrê—la.vai ajudar para cortá—lo.—Você sonhou com ele de n
Pelo menos uma semana se passou desde que Maxwell gritou com ele, e então ele voltou a ser o mesmo garoto de sempre.No meio da semana Clarissa foi chamada para a escola, o menino voltou a tratar mal o professor de história e quando Clarissa chegou o levaram para a sala do diretor.—De novo—, disse a mulher assim que entrou no escritório. Maxwell estava sentado em uma cadeira em frente à carteira e a professora estava parada no canto e olhava para ela com ressentimento.—O que ele fez agora? — perguntou ela à diretora e a mulher ergueu o queixo em direção à professora.—Ele disse que eu era irresponsável e ignorante—, disse o professor e o menino levantou a cabeça.—Não foi assim! — disse o menino levantando a voz e a professora ergueu o dedo e ele caiu, gesto que incomodou Clarissa.A professora era uma mulher mais velha, com cabelos tingidos de roxo e os óculos escorregando constantemente da ponta do nariz.—Então, como foi? — ela perguntou — exatamente — a professora respirou.— Es
Quando Emilio entrou em casa naquela tarde notou que tudo estava particularmente degradado.—Querida, estou aqui—, brincou ele, mas ninguém respondeu.Clarissa estava na cozinha e o livro que ela dera a Maxwell estava sobre a mesa em frente ao armário. Tudo estava em silêncio.—Aconteceu alguma coisa—, disse ele assim que entrou na cozinha, não era uma pergunta.Clarissa continuou lavando a louça sem se virar para olhar para ele e Emilio caminhou até ela, e quando ele pousou as mãos em seus ombros Clarissa soltou o fôlego.Emilio a virou, seus olhos estavam inchados e vermelhos e ela desviou o olhar dele, mas ele agarrou seu queixo para que ela pudesse olhar para ele.—Diga—me—, ele comentou com ternura e ela cruzou os braços.—Eles expulsaram Max da escola—, ele disse a ele, sua voz estava rouca, —mais como eles dissolveram as matrículas, então eu o levei para ver se conseguia acessar uma escola especializada para ele, mas maldito Xavier é do estrato seis, então eu não' não sei.— pod
Emilio estava começando a ficar farto, o chão continuava sujo e empoeirado e toda vez que ele terminava de esfregar alguém entrava, deixando o chão inteiro coberto de pisoteadas.Sua chefe, a administradora, revelou—se uma garota simpática que constantemente sugeria que se ele quisesse deixar de ser pobre, abrisse um daqueles aplicativos onde compartilhavam conteúdo erótico, o que seria bom para ele e também para sua namorada. , e Emilio limitou—se a brincar dizendo que seria incapaz de cobrar, faria de graça, mas aquele dia estava sendo especialmente difícil.Ele não treinava há pelo menos um mês e embora sentisse que sua massa muscular permanecia como sempre, foi difícil para ele descarregar todas as caixas do caminhão que havia chegado com o dono da loja de brinquedos e depois levá—las todas até o armazém.Ele estava grato porque a identidade que Luis falsificou para ele com o nome de Emanuel era boa o suficiente para que todos acreditassem.Naquela sexta—feira eu estava suado e co
O advogado era um homem baixo e muito gordinho, mas, segundo o que Johan lhe contara, seu primo era um bom advogado. Ele tinha cabelos loiros como o mais novo e suas bochechas estavam muito vermelhas de tanto enxugar o suor da pele com um lenço.— Um juiz sempre se inclinará mais para o lado da mãe — disse ele a Emanuel e a ela naquela manhã de sábado — sabemos que o senhor Xavier está muito bem financeiramente, por isso temos que provar o que o torna inapto para ficar com a criança. fatos do processo — Clarissa bufou, milhares de opções vieram à mente.— Para começar — disse Emanuel — o facto de querer obrigar Max a estudar numa escola da qual tinha sido expulso apenas por manter um estatuto — escreveu o advogado.—Ele leva ele nos finais de semana para deixá—lo sozinho em casa com os funcionários e na segunda—feira manda para a escola com o motorista—, disse Clarissa.Eles passaram meia hora explicando por que Xavier não estava em condições de ficar com o menino, enquanto Johan, que
Clarissa havia comido tanta pizza que estava prestes a estourar, o último pedaço de sua fatia havia sido comido por Emanuel que parecia que ele nunca tinha comido uma pizza na vida, até Johan havia comido duas fatias e a barriga de Max estava tão cheio que estava tonto de sono.—Não sei se isso funciona—, comentou Clarissa depois de um tempo de conversa. Emanuel acenou com a cabeça.— A última vez que você olhou o homem na janela você estava sozinho, talvez você tenha adormecido — o homem disse a ela — Clarissa quis negar, mas ela tinha dúvidas, talvez ele tivesse adormecido — esta noite somos três, vamos apenas fique atento até aparecer.—E se não aparecer? — Maxwell perguntou e Emanuel acariciou seus cabelos — tem noites que ele não aparece.—Desde que cheguei você faltou alguma noite? — ele perguntou e o garoto negou — bom, veremos isso hoje então.— Talvez seja um espírito — comentou Johan sem desviar os olhos do celular — isso explica o porquêClareza Ele não consegue ver — Claris
Clarissa ficou ali com o coração na mão, ela leu a mensagem algumas vezes e duas gotas vermelhas caíram dela e rolaram pela janela, parecia sangue. Johan entrou carregando Maxwell que estava chorando e Clarissa acordou do choque que estava, correu até o filho e o pegou nos braços. —Não quero que ele machuque o Emanuel—, disse o menino a ela e Clarissa olhou pela janela, as luzes dos postes revelaram Emanuel correndo pela rua, sem camisa e de calça de dormir, com o taco na mão. —Ele não vai machucá-lo, eu prometo—, disse ele ao menino e o abraçou com força, —Eu prometo—, mas foi mais um apelo do que qualquer outra coisa. —Vou chamar a polícia—, disse Johan e resmungou. Clarissa saiu de casa, seguida por Johan que estava com um guarda-chuva e Maxwell nos braços. Ficaram no meio da rua sem saber muito bem o que fazer, esperando a volta de Emanuel, mas o homem não voltou. —Você acha que ele pegou? — Johan perguntou e Clarissa não respondeu. —Da última vez ele bateu nela—, comentou
Johan era melhor na cura do que Clarissa, então ele ficou encarregado de verificar e curar a maçã do rosto machucada de Emanuel, e apesar da insistência da loira para que ele fosse ao hospital, Emanuel recusou.—É só um arranhão—, disse ele e Johan terminou de limpar o ferimento com álcool, fazendo—o pular.— Você vai ficar com uma cicatriz, não muito grande, mas vai ficar — Emanuel se olhou no espelho que tinha na mão e Clarissa viu como ele se olhou por um momento, como se estivesse passando por um momento difícil reconhecendo o homem à sua frente.— Não importa — ele murmurou — cicatrizes são histórias — então piscou para Johan — além disso me deixa mais sexy — o loiro deixou toda a sujeira dentro da lata de lixo e lavou as mãos.— Isso só faz você parecer mais briguento — então ele deu um beijo forte na bochecha e outro na cabeça de Clarissa em Maxwell que tentava não adormecer na cadeira em que estava — Vou embora, antes que eles pensem outro plano: suicida — saiu da cozinha.— E