No único quarto que a casa que elas moravam tinha disponível, o espaço era dividido pelas três, tendo cada uma a sua cama de solteiro e um único closet, onde elas guardavam as suas roupas, as quais não podiam ser em grande quantidade. De frente para a porta do quarto, tinha uma grande janela, a qual permitia uma visão para as paredes elevadas de uma escola. De modo que a paisagem não fique completamente cinza, na época em que essa escola foi construída, a prefeitura ordenou que fosse plantada uma árvore em suas proximidades. E essa árvore desde então foi crescendo e proporcionando uma vista que tranquiliza cada uma das meninas nos primeiros minutos do seu dia. A cama mais próxima a janela é a de Joana. A do meio é a de Mary Anne e a cama que fica mais perto da porta é onde Ana Bel descansa.
Quando finalmente chegou o dia de viajarem e começarem a curtir as suas férias, Mary Anne acordou antes de Joana e de Ana Bel, como sempre, e ao olhar para a janela viu alguns passarinhos de peito amarelo que voavam livre e alegremente próximo àquela árvore, para onde eles se destinavam todos os dias de manhã a fim de comer os seus pequenos frutos alaranjados. Os pássaros cantaram com tanta força, que emitiram um som mais alto do que o que eles costumavam fazer ao longo dos dias. E devido a esse som, Joana e Ana Bel despertaram. E ao se espreguiçarem, esticando todos os membros de seu corpo, elas ouviram de Mary Anne, que por sua vez, já estava de pé, dobrando as cobertas e guardando o seu travesseiro dentro do armário:
– Bom dia, meninas! Vamos levantar, tomar o nosso café da manhã, porque hoje começam as nossas férias!
As meninas, por sua vez, ainda estavam muito sonolentas, mas com o som da voz de Mary Anne que insistia em vê-las rapidamente na cozinha, elas tiveram que se levantar. Enquanto Joana e Mary Anne foram caminhando para a cozinha, Ana Bel foi caminhando para o banheiro a fim de tomar o seu banho, o qual era responsável por ela se sentir verdadeiramente acordada, pois ao se molhar com aquela água morna que escorria pelos seus cabelos e por todo o seu corpo, ela se sentia mais relaxada. Conforme Ana Bel foi deslizando o seu sabonete pela pele de cada parte do seu corpo, ela sentia o perfume de lavanda que emanava daqueles movimentos, invadindo as suas narinas. Depois de se ensaboar por completo, ela observou que o vidro do boxe estava ficando completamente embaçado. Diante disso, ela foi dominada pelo medo de que ela poderia estar prestes a gerar um problema relacionado à resistência do chuveiro, o que faria com que Mary Anne perdesse a sua tranquilidade e paciência de forma muito rápida. Para evitar qualquer problema, Ana Bel resolveu acelerar o tempo que ela passava embaixo daquela água deliciosa do chuveiro, e cerca de alguns minutos depois ela o fechou e se envolveu em sua toalha verde. Caminhando de volta ao quarto, ela abriu o closet, e ao se direcionar para o setor que guardava apenas as suas roupas, ela pegou uma peça de verão na cor azul que tinha alças, bem como um short jeans.
Enquanto isso na cozinha, Mary Anne se dedicou a preencher uma boa parte do recipiente com um pó de café, o qual era um dos mais fortes que ela encontrou no mercado. Por outro lado, Joana estava retirando algumas fatias de pão de dentro do pacote e o prato que armazenava o queijo de dentro da geladeira. Tais ações tinham o objetivo de adiantar todas as três, pois Ana Bel estava demorando a se vestir e chegar até a cozinha.
Ao sentir aquela fragrância deliciosa do café que vinha da cozinha e que alcançava a Ana Bel em seu quarto, ela pegou rapidamente o pente, e separando os seus cabelos com a ponta dos dedos, ela os alinhou e em seguida, misturou as cerdas do pente à textura consistente que ainda restava dentro do seu recipiente original do seu creme de pentear. Quando ela se sentiu pronta, percebeu que o seu estômago estava reclamando, de modo a lembrá-la de que ela ainda não tinha tomado o seu café da manhã. Para sanar este problema, ela desceu as escadas e foi caminhando até a cozinha, sendo guiada pelo cheiro de café fresco.
Quando ela chegou, Joana e Mary Anne já estavam sentadas próximas uma da outra, degustando as duas fatias de seu pão de forma com uma generosa fatia de queijo, fazendo com que Ana Bel se sentisse com água na boca e se sentasse junto delas a fim de fazer o mesmo. Depois que Ana Bel se serviu com um pouco de café, ela se sentou e ficou observando o líquido que fumegava. Conforme a fumaça se elevava, misturava-se àquela atmosfera que estava cheia da ansiedade de todas as três de viajarem imediatamente e de se livrarem dos compromissos de seu dia a dia.
Depois que Ana Bel verificou a distância desde a casa delas até a cidade de Pierce, ela teve a ideia de fazerem a viagem de carro, pois as duas cidades não eram tão distantes entre si. Ao planejar como seria feita essa viagem, ela comunicou as demais meninas os seus prós e contras e depois que elas entraram em consenso, elas combinaram entre si que o carro mais econômico e mais adequado para fazer esse trajeto seria o de Mary Anne, o qual era o único que tinha a possibilidade de se locomover utilizando o gás como combustível veicular. Mary Anne era uma mulher muito simpática e solícita, entretanto, tinha um pouco de ciúme das suas coisas, principalmente do seu carro. Contudo, ela aceitou que Ana Bel assumisse a direção de seu carro, pois como ela já tinha feito todo o planejamento, incluindo as rotas que elas deveriam seguir, Ana Bel era a única das mulheres que estava se se
Quando eles se aproximaram e pararam bem ao lado de Ana Bel, elas puderam perceber que o motorista era alto, de pele clara, de cabelo curto na cor castanha. E quando ele se apresentou, ele estendeu a mão para que ele pudesse cumprimentara todas e devido a esse gesto, elas puderam observar que ele tinha uma tatuagem, a qual era equivalente ao desenho de uma faca na mão esquerda. Depois de se cumprimentarem, elas tomaram conhecimento de que o seu nome era Thiago. O rapaz que estava sentado no banco do carona, ao lado de Thiago também era muito bonito, mas tinha o cabelo liso, loiro e um pouco longo, até a altura dos ombros. Seus olhos eram grandes, permitindo que elas vissem que a cor era verde, parecendo com a nuance de uma relva fresca. Quando os olhos de Ana Bel encontraram esse homem, ela reparou que ele tinha uma tatuagem com o desenho de um diamante no ombro. Em seguida, elas ouviram Thiago apresentar esse amigo, cujo nome era Daniel.Segundos
Quando elas começaram a identificar a paisagem, a qual era repleta de montanhas, com alguns pinheiros ao longe, elas se lembraram das fotos que viram enquanto pesquisavam a melhor acomodação na internet. E por isso passaram a se sentir ainda mais tranquilas, tanto que o seu semblante que antes era de medo, foi substituído por um semblante de paz.Seguindo confiante com o carro, elas se lembraram de que deveriam se dirigir até o endereço indicado no site de hotéis para que elas pudessem pegar a chave com o proprietário. Ao seguir por mais um tempo naquela estrada de chão, elas avistaram novamente aquele grupo de rapazes, mas eles estavam ao longe, no meio do mato, e parecia que eles estavam brigando com alguém, pois elas conseguiram escutar alguns gritos. Pensando que seria melhor que elas não fossem vistas por eles, resolveram acelerar o veículo, a fim de passar mais rápido por aquela &
Mary Anne estava muito cansada e necessitava de um banho mais do que nunca, por isso ela mesma se intitulou como a primeira a conferir o funcionamento daquele chuveiro. Sob as preces das demais mulheres devido a vontade de que aquele chuveiro estivesse funcionando perfeitamente de modo a liberar água morna, elas ficaram na sala com os ouvidos atentos ao que Mary Anne teria para falar do seu primeiro banho na casa nova.Como elas escutaram a amiga cantarolando embaixo do chuveiro, Ana Bel e Joana imaginaram que o chuveiro estivesse funcionando perfeitamente devido à alegria e à demora em sair do banho. Enquanto isso no banheiro, estava acontecendo tudo completamente diferente do que as meninas estavam imaginando, pois Mary Anne estava tentando driblar a torneira do chuveiro que não funcionava muito bem. Ou ela abria, esguichando água através de um forte jato, cuja direção era para todos os lados, molhando o banheiro todo.
Conforme os quilômetros da estrada avançavam, ela ficava ainda mais longe da casa que ela tinha alugado junto com as suas amigas. Com o tempo, ela foi percebendo que a estrada estava muito esburacada, fazendo-a se sentir confusa, pois mais cedo ela não tinha percebido tantos incômodos ao passar por ali, pois a estrada não estava daquele jeito. E devido à dificuldade na obtenção da claridade, pois os seus faróis não estavam clareando de forma tão satisfatória por eles já estarem com as lâmpadas enfraquecidas, ela começou a ficar nervosa. Pensando em parar o carro para ligar para Ana Bel ou para a Joana, a lembrança de que aquela era uma região que não tinha qualquer sinal de aparelho de celular, voltou como um monstro em sua mente, fazendo com que ela ficasse ainda mais trêmula, pois ela percebeu que poderia estar perdida e sem conseguir falar com as suas a
Thiago já estava muito nervoso, assim como os outros rapazes, que por sua vez, estavam sedentos para se vingar de Mary Anne, devido ao soco que ela tinha dado em seu rosto há algumas horas antes. Ele tocou a maçaneta da porta do carro, envolvendo-a com os seus dedos, enquanto batia com a outra mão no vidro, pressionando Mary Anne para que ela abrisse a porta e descesse do carro. Mas devido ao terror que ela estava sentindo, ela não conseguia fazer nada a não ser chorar e gritar:– Por favor, me deixem em paz!Como resposta a esse grito de Mary Anne, Thiago soltou a maçaneta e se virou de costas para o carro, deixando a sua vítima ainda mais apreensiva com o que ele poderia fazer em seguida.Mary Anne parou de gritar por alguns segundos, mas de repente Thiago se virou novamente e com um golpe quebrou o vidro da porta do motorista, de forma que os estilhaços pontiagudos voaram para todos os lados
Enquanto isso na estrada, Mary Anne continuava vivendo aquele pesadelo no meio da imensa escuridão e dependendo da sorte de ser vista na estrada, caso ela conseguisse se arrastar até lá.Conforme ela apoiava a sua mão sobre os matos, os insetos que ali estavam subiam pelos seus punhos e seguiam caminhando pelos seus braços. Algumas formigas maiores por se sentirem ameaçadas, davam picadas na pele de Mary Anne, as quais faziam doer, inchar no mesmo instante. Entretanto, como ela já estava tendo muito mais motivos para sentir dor, ela não se importava com as picadas de insetos. Ela só tinha um único objetivo em sua mente, o qual era ser resgatada por alguma equipe de polícia ou de saúde.Por um momento de pura sorte, Mary Anne escutou um som de pessoas conversando na estrada. Tentando driblar as suas dores para ouvir e tentar reconhecer as vozes, felizmente ela percebeu de que não
Conforme as horas passavam, Ana Bel e Joana ficavam cada vez mais preocupadas, principalmente quando Ana Bel perguntou:– E se Mary Anne encontrou novamente com aqueles rapazes encrenqueiros? Existe esse risco?Joana passou pensativa e por alguns segundos ficou calada, mas logo quebrou o silêncio, respondendo:– Não acredito que isso possa ter acontecido, até porque eles foram embora. E nós nem sabemos se eles moram aqui na cidade ou se estavam apenas de passagem.Tomada pela preocupação, pois já era madrugada, Ana Bel disse: – Vou procurar Mary Anne. Nós não podemos ficar paradas, de braços cruzados dentro de casa, imaginando que algo de ruim possa ter acontecido com a nossa amiga.– Você que está muito preocupada, evite pensar pelo lado negativo.– E se ela se perdeu? E se aconteceu alguma coisa de ruim com ela? Eu vou agor