Cinquenta e Três

Com mais uma noite dançando naquela boate, os passos passaram a ser fáceis, além dos sorrisos falsos que dava a algumas mulheres e retornava para seu lugar como se nada tivesse acontecendo. Ouvir gritos, gemidos, os exageros e pedidos para que tirasse a máscara, ou ao menos a cueca, mas esse não era seu lance. Do camarim ao palco, e do palco ao camarim. Era rotineiro, engraçado, e divertido.

Toda vez que a música ou uma coreografia qualquer iniciava, tinha um homem a menos, afinal, eles se vendiam a mais pura sedução, o dinheiro em quantidades absurdas para duas horas com uma mulher. Todo mundo fazia o que queria, e ambos saiam ganhando.

Mas sendo sincero, esse também não era seu lance.

Era bom demais para qualquer mulher daquela boate.

No fim, ele acabava voltando sozinho para o camarim e agradecia aos céus, se trocava e ia embora sem falar com ninguém. A saída pelos fundos era seu caminho mais secreto, subia na moto e voava para casa.

Embora a corrida durasse mais de trinta minutos,
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