Agradecer? Ela disse que nos agradece por rejeitá-los. Quem essa ômega fraca acha que é para nos agradecer? Ela deveria se rastejar e pedir; não, ela deveria suplicar para que eu a aceitasse de volta, para aceitá-la como minha companheira, minha Luna. — Quem vai ter que rastejar é você, seu tolo. Você viu como ela enfrentou aquela gama? Nossa companheira não tem nada de fraca; pelo contrário, sua atitude mostrou que ela vai ser uma loba forte e não se rebaixar a ninguém, dependendo da classe — diz meu lobo. — Cala a boca, Ryle, e pare de dizer que ela é nossa companheira. Eu já a excluí das nossas vidas e não irei aceitá-la mais. Veja se entende: rejeitei nosso vínculo, não tem mais nada a fazer, ok? — Tá! Chefão, vou sentar e esperar ansioso o momento em que você terá que se rastejar atrás dela, e eu vou assistir a tudo de camarote, a forma como ela vai te colocar no seu devido lugar. — Cala a boca, saco de pulga! Se não, vou acabar fazendo uma besteira. Estou sem paciência cont
Até que meu dia foi melhor do que pensei que seria. Após dar uma explicação para Ana sobre o "tal lobo que me rejeitou, que despedaçou minha alma em duas e que, por coincidência, é o Futuro Alfa da alcateia", Ana quase teve um ataque de raiva, dizendo que ele é um idiota por colocar classes acima da vontade da Deusa Luna. Ela disse que Jonathan iria se arrepender e voltar rastejando para mim, e que eu teria que ser muito dura em relação a ele. Tony comentou que ele jamais encontraria uma pessoa igual a mim e que quem saía perdendo com essa rejeição era ele. É por isso que amo meus amigos; eles sabem como elevar a minha autoestima. Eu me sinto amada quando estou com eles, sinto que não precisaria de mais nada, só de tê-los na minha vida. Fomos para a casa da Ana e nos divertimos muito na piscina. Tony falou para continuarmos com a farsa do namoro, pois só assim ninguém encheria o saco com perguntas sobre nossos parceiros e nem tentaria nos apressar para acasalar. Eu concordei, pois nã
Os seus lábios são melhores do que imaginei. Poderia passar horas e horas provando esse sabor maravilhoso. Sinto-a empurrando-me, só que não me mexo; só quero aproveitar esse momento nosso enquanto ainda posso. Percebo-a cedendo ao beijo e aprofundo mais, só a solto quando ficamos sem fôlego. Olho os seus olhos fechados. Ela abre-os e fica me encarando em silêncio. Vejo um brilho diferente, que não demora muito e desaparece. Preparo-me para o ataque de raiva dela. Achei que iria levar pelo menos um tapa, mas ela apenas aperta os dentes e começa a falar entre eles. — O que você pensa que está fazendo? Você está louco de vir à minha casa a uma hora dessas e me beijar? Você só pode ter enlouquecido de vez — ela pergunta, muito irada; os seus olhos chegam a mudar de tonalidade de tanta raiva. — Aproveitando só um pouco do que é meu por direito, e nem você nem ninguém pode negar isso. Só eu posso ter o que é meu. Eu digo isso em um tom de deboche. Realmente estou louco. Eu a rejeitei, ma
Esse lobo só pode estar maluco. Ele me rejeita, me humilha e depois vem com papo de que ainda sou dele. Não sou coisa nenhuma! Eu não pertenço a ninguém e nunca vou pertencer. O que eu quero é que ele fique bem distante de mim, isso sim. Aí, que raiva! O que deu na cabeça dele para me beijar? Aí, que ódio! Se eu pudesse arrancar a cabeça dele, eu arrancava. Que cara mais sem noção! E ainda se acha no direito de mandar que eu mantenha distância do Tony, coitado. Pois é, nunca que me afasto dele. — Fala sério, Helena, você gostou sim do beijo dele, mais do que quer confessar. Se ele não tivesse te segurado, você até teria caído mole igual a gelatina — diz Rania, mais alegre do que o normal. Essa minha loba tem que criar amor-próprio; como pode se render tão fácil assim o tempo todo? — Não começa, Rania, não começa, pelo amor da Deusa Luna, ou eu te bloqueio durante uma semana. Só o que faltava! Não basta aquele lobo doido; agora vem minha loba com esse papo de que gostei. Vou manter
Ah, que dia lindo! Dá para perceber que hoje eu já acordei de bom humor apenas ao lembrar de Helena e do beijo que dei nela. Será que foi o primeiro dela? Achei-a tão inexperiente ao beijar. E, mesmo ela não demonstrando experiência, foi o melhor beijo que já dei na vida toda. Aí vocês me perguntam: “Nossa, Theo, você já namorou muito?” Não, mas já dei alguns beijos e alguns amassos, nada a mais, justamente porque estou me guardando para a minha companheira. Sempre achei que aceitaria qualquer companheira que a Deusa Luna me desse, até ela me dar Helena, e eu a rejeitei. Não posso negar que, após o beijo de ontem, eu fiquei meio balançado. Só que não posso me deixar levar por esses sentimentos ou até mesmo por esses desejos; tenho que me concentrar no meu plano. Ela tem que voltar para mim e, depois, eu lhe despedaço o coração. Será que ela está sentindo esse desejo também? Tenho que deixar isso para lá e levantar logo dessa cama para fazer aquilo que a minha obrigação como alfa exige.
Viro-me e, à minha frente, está um homem que não é da nossa alcateia. Ele fica me olhando como se eu fosse alguém que ele conhecesse, me encara e tenta chegar perto de mim. Rania rosna, e ele diz: — Nossa, lobinha, meu chefe vai ficar muito feliz quando souber que eu te encontrei — diz ele, enquanto se aproxima e tenta colocar suas mãos em meus pelos. Eu rosno mais alto para ele, mostrando minhas presas. — Calma, lobinha, não vou te fazer nenhum mal, não. Só vou te levar para alguém que vai amar te fazer mal. Vem aqui, lobinha, vem. Estou me preparando para atacá-lo quando Theo pula, colocando-se entre mim e ele. Só pode ser brincadeira! O que será que esse cara está fazendo aqui? Será que ele me seguiu? Agora tenho que fingir ser frágil, uma loba fraca, senão meu segredo já era. E só espero que esse lobo não abra a boca e fale demais; senão, não irei me importar em arrancar a cabeça dele. Porque, se tem alguém que não quero que saiba sobre mim, esse alguém é Theo, esse macho metido
— Essa é a realidade: eu tenho namorado e o amo... Não deixo ela terminar de dizer que ama o tal namoradinho dela; trato logo de virá-la de frente para mim e a beijo, calando a besteira que ela ia falar. Ela tenta me afastar, empurrando meus ombros, mas não consegue nem me mover um centímetro. Essa luta dela, toda vez que eu a beijo, é vã. A puxo mais para perto de mim e ficamos quase fundindo um no outro, de tão perto que estamos. Coloco uma mão na sua cintura e a outra na sua nuca, tocando em seus cabelos e puxando sem força, só para ela saber que sou eu quem está no comando. Aprofundo mais o beijo e ela, mais uma vez, cede ao beijo. Queria poder passar a eternidade beijando-a, mas tenho que parar porque já estou sem fôlego. Quando me afasto dela, sinto minha bochecha arder por causa de um tapa que recebi dela, e o que me mostrou é que ela tem muita força! Fico sem reação. Após ela me bater, aproveita a minha distração e foge. O que me deixa encabulado é que, em vez de ficar com
Corro como se minha vida dependesse disso. Cheguei em casa em questão de segundos, só que é como se eu tivesse corrido uma hora ou até mais. Ao chegar, entro em casa, fecho a porta, vou até o sofá, me sento e só então respiro. Coloco as mãos em meus cabelos e tudo começa a passar pela minha cabeça. Meu coração falta saltar pela boca de tão rápido que estão as batidas. Como ele pode me beijar de novo? Como eu deixei ser beijada daquela forma? Acho que, se não tivéssemos dado espaço para respirar, teríamos atacado um ao outro lá mesmo. Por que aquele idiota tem que ter um beijo tão bom? Como posso ficar fascinada com um gesto tão pequeno? E, pensando no beijo, minha ficha cai. — Eu bati nele? — Pergunto-me, abismada com a minha coragem de ter agredido meu futuro Alfa e meu ex-companheiro. — Sim, eu realmente bati nele, e foi bem forte. Uso agora as palavras de um pensador, Jhunner Luz: “Nem sei se choro ou se sorrio... sei lá, está tudo estranho mesmo.” Tudo está estranho. No dia da mi