Os seus lábios são melhores do que imaginei. Poderia passar horas e horas provando desse sabor maravilhoso. Sinto ela empurrando-me, só que não me mexo; só quero aproveitar esse momento nosso enquanto ainda posso. Percebo ela cedendo ao beijo e aprofundo mais, só a solto quando ficamos sem fôlego. Olho os seus olhos fechados. Ela abre-os e fica me encarando em silêncio. Vejo um brilho diferente, que não demora muito e desaparece. Preparo-me para o ataque de raiva dela. Achei que iria levar pelo menos um tapa, mas ela apenas aperta os dentes e começa a falar entre eles. — O que você pensa que está fazendo? Você está louca de vir na minha casa a uma hora dessas e me beijar? Você só pode ter enlouquecido de vez — Ela pergunta, muito irada; os seus olhos chegam a mudar de tonalidade de tanta raiva. — Aproveitando só um pouco do que é meu por direito, e nem você, nem ninguém pode negar-me isso. O que é meu, só eu posso tomar — Eu digo, sendo debochado. É, eu realmente estou louco. Eu
Esse lobo só pode estar maluco, ele me rejeita, me humilha, depois vem com papo de que ainda sou dele. Só coisa nenhuma, eu não pertenço a ninguém e nunca vou pertencer. Eu quero é que ele fique bem distante de mim, isso sim. Aí que raiva! O que deu na cabeça dele para me beijar? Aí que ódio! Se eu pudesse arrancar a cabeça dele, eu arrancava. Que cara mais sem noção! E ainda se acha no direito de mandar eu manter distância de Tony, coitado, pois é, nunca que me afasto dele. — Fala sério, Helena, você gostou sim do beijo dele, mais do que quer confessar. Se ele não tivesse te segurando, tu até tinhas caído mole igual à gelatina — Diz Rania, mais alegre que o normal. Essa minha loba tem que criar amor-próprio, como pode se render tão fácil assim todo o tempo? — Não começa, Rania, não começa, pelo amor da Deusa Luna, ou eu te bloqueio durante uma semana. Só o que faltava! Não basta aquele lobo doido, agora vem minha loba com esse papo de que gostei. Vou manter distância daquele louco,
Ah, que dia lindo! Dá para perceber que hoje eu já acordei de bom humor apenas ao lembrar de Helena e do beijo que dei nela. Será que foi o primeiro dela? Achei-a tão inexperiente no beijo e, mesmo sendo tão inexperiente, foi o melhor beijo que já dei na vida toda. Aí vocês me perguntam: “Nossa, Theo, você já namorou muito?” Não, mas já dei alguns beijos e alguns amassos, nada a mais, justamente porque estou me guardando para a minha companheira. Sempre achei a união feita pela Deusa Luna sagrada, até ela me dar Helena como companheira e eu a rejeitá-la. Não posso negar que, após o beijo de ontem, eu fiquei meio balançado. Só que não posso me deixar levar por esses sentimentos ou até mesmo por esses desejos; tenho que me concentrar no meu plano. Ela tem que voltar para mim e, depois, eu lhe despedaço o coração. Será que ela está sentindo esse desejo também? Tenho que deixar isso para lá e levantar logo dessa cama para fazer aquilo que minha obrigação como alfa exige. Agora que meus pai
Viro-me e à minha frente tem um homem que não é daqui da nossa alcateia. Ele fica me olhando como se eu fosse alguém conhecida para ele, me encara e tenta chegar perto de mim. Rania rosna para ele e ele diz: — Nossa, lobinha, meu chefe vai ficar feliz da conta quando souber que eu te encontrei. — Ele diz, chegando perto e querendo colocar suas mãos em meus pelos, e eu rosno mais alto para ele, mostrando minhas presas. — Calma, lobinha, não vou te fazer nenhum mal, não. Só vou te levar para alguém que vai amar te fazer mal. Vem aqui, lobinha, vem. Estou me preparando para atacá-lo quando Theo pula, se colocando entre mim e ele. Só pode ser brincadeira! O que será que esse cara está fazendo aqui? Será que ele me seguiu? Agora tenho que fingir ser frágil, uma loba fraca, senão meu segredo já era. E só espero que esse lobo não abra a boca e fale demais, senão não irei me importar em arrancar a cabeça dele. Porque se tem alguém que não quero que saiba sobre mim, esse alguém é Theo, esse
— Essa é a realidade: eu tenho namorado e o am... Não deixo ela terminar de dizer que ama o tal namoradinho dela; trato logo de virá-la de frente para mim e a beijo, calando a besteira que ela ia falar. Ela tenta me afastar, empurrando meus ombros, mas não consegue nem me mover um centímetro. Essa luta dela toda vez que eu beijo é vã. A puxo mais para perto de mim e ficamos quase fundindo um no outro de tão perto que estamos. Coloco uma mão na sua cintura e a outra eu coloco na sua nuca, tocando em seus cabelos e puxando sem força, só para ela saber que eu sou quem está no comando. Aprofundo mais o beijo e ela, mais uma vez, cede ao beijo. Queria poder passar a eternidade beijando-a, mas tenho que parar porque já estou sem fôlego. Quando me afasto dela, sinto minha bochecha arder de um tapa que recebo dela, e que o omegazinha que tem força! Fico sem reação. Após ela me bater, ela aproveita a minha distração e foge. O que me deixa encabulado é que, em vez de ficar com raiva pelo que
Corro como se minha vida dependesse disso. Cheguei em casa em questão de segundos, só que é como se eu tivesse corrido uma hora ou até mais. Ao chegar, entro em casa, fecho a porta, vou até o sofá, me sento e só então respiro. Coloco as mãos em meus cabelos e tudo começa a passar pela minha cabeça. Meu coração falta saltar pela boca de tão rápido que estão as batidas. Como ele pode me beijar de novo? Como eu deixei ser beijada daquela forma? Acho que, se não tivéssemos dado espaço para respirar, teríamos atacado um ao outro lá mesmo. Por que aquele idiota tem que ter um beijo tão bom? Como posso ficar fascinada com um gesto tão pequeno? E, pensando no beijo, minha ficha cai. — Eu bati nele? — Pergunto-me, abismada com a minha coragem de ter batido no meu futuro Alfa e meu ex-companheiro. — Sim, eu realmente bati nele, e foi bem forte. Uso agora as palavras de um pensador, Jhunner Luz: “Nem sei se choro ou se sorrio... sei lá, está tudo estranho mesmo”. Tudo está estranho. No dia da m
Após aquele dia na floresta, não vi mais Helena. Isso já faz uma semana. Já fui a todos os lugares onde sei que ela é acostumada a frequentar com seus amigos e nada. A única que vejo é Ana, futura companheira de Henry, e às vezes ela está acompanhada de Antony, o tal namoradinho de Helena. Mas nada dela. Uma semana sem vê-la já está até me preocupando. Tenho medo de algo ter acontecido com ela, pois ela sumiu logo após ver aquele homem na floresta. Onde será que aquela garota se meteu? Da alcateia, eu sei que ela não saiu, pois nenhum dos meus soldados a viu. Meu mau humor está à flor da pele. Sem notícias daquela garota, além de não saber nada dela, tenho que suportar a Vanessa enfiada aqui na minha casa, enchendo o meu saco. Sério, parece que essa menina foi feita e enviada para testar a minha infinita paciência, que, com o sumiço de Helena, está quase no limite. Já conversei com Valentina e disse que não quero mais ver Vanessa por aqui, achando que a casa também é dela. Falei que,
Estou vivendo no paraíso: uma semana trancada em casa, uma semana sem ver ninguém, sem ser incomodada, somente eu e minhas séries. Termino uma e já começo outra. O ruim de só ficar em casa é que a comida acaba mais rápido do que o previsto. Mamãe deixou comida para um mês e eu já devorei tudo em menos de duas semanas. Creio que já aumentei uns cinco quilos só nesses dias. Não tem coisa melhor do que acordar, comer, assistir e dormir de novo. E no outro dia, tudo começa novamente. Creio que já estou na minha quarta série do tanto que estou assistindo rápido. Tem delas que assisto só em um dia, e nesse dia eu durmo tarde e no outro acordo mais tarde ainda. Ana e Tony me mandam mensagens diariamente perguntando como estou, como está a viagem, e eu sempre respondo que está bem melhor impossível. Odeio ter que mentir para eles, mas não quero colocá-los em perigo. Se algo acontecer e eu estiver só, posso me defender bem, mas se estiver com mais alguém, aí teria que me preocupar com eles. P