Olá, Leitores. Estou feliz por publicar essa história. Espero que gostem de ler sobre a história de amor de Pedro e Adrielle.
Pedro HernandezNunca entrei em casa tão rápido quanto agora. Bruno não me disse nada além de repetir a frase “Leia a carta e veja o pen-drive”. Essa busca por respostas, esses conflitos que me afogam repetidamente sob o oceano profundo, me causa uma enorme confusão. Minhas mãos tremem e não sei o que fazer para controlar. Meu coração está acelerado, cada pulsação é semelhante a um terremoto que parece abrir uma fenda e me engolir a qualquer instante. Sinto que estou fora do meu próprio corpo, como se não pudesse controlar meu cérebro. Que péssima hora para ele decidir fazer piadas comigo. O eco da batida da porta é alto, ressoando por todo o hall. Não me preocupo se assustei os empregados, tomo meu caminho em direção à biblioteca. Sei que Bruno deve estar bem atrás de mim. Rosita aparece na entrada da porta da cozinha, com um semblante assustado. Devo estar vermelho agora, meu corpo está concentrando todas as suas energias para conter a raiva que me devora. — Está tudo bem? — A voz
Adrielle HalePasso as mãos pelo rosto e tento disfarçar meu incomodo, enquanto retorno para a sala de espera. Abby continua carrancuda. Austin tem um videogame portátil nas mãos e movimenta os dedos com precisão. Victor está ocupado com o telefone nas mãos, quando me vê, o abaixa e deixa em seu colo. Posso ver que está lendo alguma reportagem. — Leonard foi embora? — Sim. Ele corrige a postura relaxada e me olha com atenção. Posso notar que há uma certa ansiedade em seu rosto, mas não consigo entender o motivo. — Podemos falar sobre a aparição repentina dele? Estou um pouco confuso. — Coça a parte de trás da cabeça como se realmente precisasse juntar as peças desse quebra-cabeças. Me sento na poltrona ao lado de Abby, enquanto toco suavemente seus ombros na tentativa de fazer com que relaxe. — Eu não sei se quero voltar a esse assunto, Victor. — Meus olhos estão focados em Abby, que se esquiva do meu toque. — Sete anos. — Memorizo esse numero. — Sete anos desde que ele desapare
Pedro Hernandez— Eu tentei esconder isso o máximo que pude. Tentei evitar Amanda, mas ela foi muito insistente com suas ameaças. Eu não conseguiria lidar com isso se ela dissesse a Sofia o que aconteceu. Eu amo a sua mãe, Pedro. E sei que o que eu fiz não tem perdão. Mas tive muito medo de que Sofia descobrisse tudo e me deixasse. Eu já sei que fui um pai ruim, e também não fui um bom marido. — Quando Max olhou para a câmera, foi quase como se ele encarasse meus olhos. Era possível notar seu sofrimento. Se é que ele realmente se sentia arrependido. — Amanda é uma mulher cruel. Ela me perseguiu durante meses exigindo que eu desse ao filho dela o mesmo tratamento que dei a você. Não tive outra opção a não ser fazer isso. Ela iria destruir meu casamento com Sofia. Criei Leonard escondido de todos, em uma casa em San Diego. Mas eu sabia que havia muitas coisas erradas com ele. Leo sempre se mostrou diferente das outras crianças e Amanda não fez nada para mudar isso. Quando ele afogou Hel
Adrielle HaleLeonard entrega a Abby a sacola e ela a abre, puxando uma caixa pequena de dentro. Ela me encara, como se buscasse uma explicação, mas apenas encolho os ombros e esboço um sorriso gentil. Seus olhos focam em Leo, que está ajoelhado em sua frente, esperando sua reação. — Você gostou, pequena? — Pergunta, em um tom suave. Abby não o responde, apenas acena levemente com a cabeça. Não acho que sua reação seja positiva. Me aproximo o suficiente para tocar seus joelhos, já que está sentada em uma das poltronas acolchoadas.— O que houve? Se não gostar, pode dizer ao tio Leo, ele não vai ficar chateado. — Toco o ombro do meu marido, para que concorde com o que estou dizendo. — Sua mãe está certa. — Concorda, falando em um tom tão suave e caloroso quanto poderia. — Se não gostou, mandarei trocar. Abby abaixa a cabeça e posso notar que há lagrimas escorrendo pelas bochechas rosadas. Chego mais perto, para acalmar a minha filha. Beijo sua cabeça e a aconchego em meu peito. —
Pedro HernandezAinda estou um tanto perdido com as localizações dessa cidade. Eu costumava conhecê-la com a palma da minha mão, mas agora mal sei chegar no hospital. Vaguei pela cidade por alguns minutos até finalmente ceder ao GPS e pedir para que me guiasse. Por algum motivo, acabei esquecendo que o hospital não é tão longe da minha casa, apenas três milhas de distância. Ele não era tão perto assim antes. Mas não vou bagunçar ainda mais a minha mente. Bruno está parado na frente do hospital, assim que estaciono meu carro. Deve imaginar que me perdi com as ruas. Desligo o motor e desço. Caminho em direção a ele, que me olha levemente confuso. Pressiono os lábios, sendo forçado a admitir que me perdi pela cidade. — Fiquei perdido nas ruas. Ele ri, levemente divertido por isso, como se já imaginasse. — Foi o que pensei. Venha, vamos entrar. Aceno, em concordância. Bruno e eu adentramos o hospital. Me sinto melhor ali dentro, Los Angeles ainda está quente. Por sorte, decidi vestir
Pedro Hernandez — Como é possível que Max tenha feito isso? Eu sei que ele não gostava da Adrielle, mas tirar você do país? — Victor passa as mãos pela cabeça, enquanto tenta raciocinar sobre o que acabei de dizer. Estou há um dia em Los Angeles. Um dia. E tudo já está se tornando caótico. Mal consigo prestar atenção no que Victor diz, estou focado na garota sentada perto da minha mãe, me encarando, tentando entender o que está havendo. — Ele fez tudo para me separar dela. — Eu o respondo, me virando em sua direção. — Max me manteve naquele país, isolado de todos, sem nada, apenas o suficiente para sobreviver. Ele não me visitou uma única vez desde que fui para lá, apenas garantia que eu estivesse vivo. Alugou uma casa em Madri, bem menor do que a nossa casa, fornecia comida, pouco conforto. Ele me deu o que fosse necessário para viver, mas nada além disso. — Meu tom não é capaz de demonstrar o sofrimento que passei, ele é apenas calmo, como quem se acostumou a viver em ruínas d
Pedro Hernandez— Sabe, isso explica como ficou tão velho e enrugado. Parece um maracujá feio. — Victor comenta, enquanto suas mãos tocam meu rosto, como se me analisasse. Sei que está tentando aliviar o clima. Eu esboço tédio. Lyla balança a cabeça, desacreditada pelas palavras do marido. — Victor. — Ela o repreende com um tom calmo. — Amor, é sério. Veja, tem rugas aqui, rugas ali. Precisa se cuidar, meu irmão. — Ele diz, com suas mãos ainda apertando minhas bochechas. — O corte de cabelo e barba já deram uma diferença no seu visual acabado, mas ainda precisa engordar um pouco. Você está tão magro, Max realmente maltratou você. Mas não se preocupe, vamos sair para jantar juntos e eu pago o que você quiser. — Ele pisca, com um sorriso incentivador. Valeu, Victor, mas não quero fazer isso agora. Eu toco suas mãos e as afasto do meu rosto. Massageio a parte onde ele estava tocando, já estava me incomodando. — Passei sete anos em depressão, Victor, é claro que tenho uma aparência r
Pedro HernandezAbigail e minha mãe vieram no Escalade. Bruno dirigiu e preciso me lembrar de pedir para encontrar um novo motorista, tanto para minha mãe quanto para mim. Mas sempre gostei de dirigir. Decidi não forçar uma proximidade com a minha filha, quero dar um passo de cada vez e preciso que Adrielle compreenda e aceite isso. Não sei se ela me impedirá de conhecer a nossa filha, mas não tem esse direito. — Abuelita, podemos comer pizza? — Ouço Abigail dizer, assim que entro em casa. Sua voz suave ecoa pela casa com o pedido. Penso que devem estar na sala de estar e quando me aproximo da entrada do comodo, elas estão ali. Bruno não as acompanha, talvez esteja ocupado. Me lembro de que acabei surtando e deixando a biblioteca uma bagunça. Espero que tenham limpado. — Sim, é claro. — Minha mãe afirma, com um tom suave. Sempre pensei que ela seria o tipo de avó que mimaria os netos e parece que isso está acontecendo. Me aproximo com cautela e me sento em um dos sofás a sua fren