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Capítulo 3 - O amor tudo suporta

Minha doce Mia

Capítulo 3 - O amor tudo suporta

James Carter

Para a chegada de Mia, tudo precisava estar perfeito. Espalhei pela casa algumas fotos que tínhamos juntos, sem Dylan, e acomodei as coisas dela no meu quarto que, agora, seria o nosso quarto. Porém, tratei de me mudar temporariamente para um dos quartos de hóspedes, pois eu sei que ela ainda não se sentirá à vontade com a ideia de dormir junto com um estranho.

Ficar com Mia ontem e escutá-la só fez crescer em mim a ideia de que teremos um caminho difícil pela frente, no entanto, eu a amo demais para desistir. Seguirei em frente com tudo para garantir que ficaremos juntos. Eu não tirei Dylan do nosso caminho à toa.

Mia é a mulher da minha vida, a minha escolha e eu vou honrá-la até o meu último suspiro.

— Jay? Filho, quando conhecerei a sua noiva, meu anjo? — Louise, a governanta que me criou, aparece na sala com uma bandeja de café da manhã em mãos. — Vi que não comeu o que eu deixei ontem para você. — Coloca sobre o meu colo depois que eu deixo o notebook de lado.

— Ela recebe alta hoje, Lou... — Sorrio para a doce senhora. — Sempre cuidando de mim, hm? — Mordo um pedaço da maçã e a vejo sentar-se ao meu lado.

— Estou aqui para cuidar de você já que você não se cuida... Sabe, ainda estou tentando processar que terei um neto. — Seu sorriso é lindo, sei que ela tem muito mais carinho por mim do que meus pais já tiveram um dia.

— Ou neta. — A corrijo.

— Foi para Nova York, voltou noivo e com um filho a caminho. Quando cresceu tanto?

Antes de ir para Nova York eu era apenas um jovem com o coração mais frio que um cubo de gelo, por isso Louise fala isso, nem eu acreditava que poderia apaixonar-me por alguém como me apaixonei por Mia. Eu era apenas um jovem rico que só pensava em surfar e curtir a vida em festas gastando o dinheiro dos meus pais.

O amor me pegou de surpresa. 

Jamais me imaginei ao lado de alguém, jamais me imaginei com uma família e agora, depois de saber que a mulher que eu amo está grávida, eu só consigo pensar no quão felizes seremos juntos. A ideia de ter uma família com Mia é a mais perfeita. Eu não poderia estar mais feliz. 

Mia me transformou desde o seu primeiro sorriso para mim. 

— Lou... Você já se sentiu como se estivesse vivendo um sonho? — Pergunto ao cortar as panquecas para comer.

— Eu sempre soube que você seria um ótimo marido e pai, Jay... — Acaricia meu rosto e sorri.

— Eu amo Mia mais que a mim. Tê-la aqui comigo é tudo o que eu sempre sonhei, sabe? E agora com o nosso filho, eu sinto que finalmente poderei ser o que meus pais não foram para mim.

— Estou louca para conhecer esse anjo de quem você tanto me fala.

Louise é a pessoa mais importante da minha vida. Na ausência dos meus pais, foi ela quem me criou, deu amor e me ensinou tudo o que pode se considerar bom e honesto. Minha Mama Louise já estava aposentada, mas não hesitou em voltar quando eu liguei dizendo que precisava dela mais do que nunca.

Parte meu coração mentir para Lou, mas eu preciso. Se ela soubesse da verdade, deixaria de me amar.

Ninguém nunca vai entender que o que eu fiz foi por amor.

— Ela não se lembra de nada, vai ser bem difícil...

— Mas o amor tudo suporta, filho. Juntos vocês vão conseguir. — Louise se levanta. — Vou ao mercado fazer as compras. Volto daqui a pouco, ok? Nessa sua geladeira não tem quase nada, quem me salvou foi a padaria! — Exclama enquanto ri e sai de casa colocando sua bolsa embaixo do braço.

Louise se vai sem olhar para trás e me deixa com suas palavras ecoando na minha mente.

‘’O amor tudo suporta.’’

Meu amor por Mia pode suportar tudo. Ele será forte por nós dois e paciente o suficiente até o dia em que Mia se apaixonar por mim. Serei incansável em reconquistá-la e sei que, no final, me sentirei o homem mais realizado do mundo por finalmente ter o amor da mulher por quem eu sempre fui apaixonado.

Lembro-me até hoje da primeira vez que eu a vi. Tão linda, calma e centrada. Sentada em um banco do Central Park com seu caderno de desenho em mãos. Era primavera e Mia estava encantada demais com uma Cerejeira à sua frente, a mulher não deixava o lápis nem por um segundo parado. Estava tão concentrada que nem reparou no homem que a encarava fixamente no banco à sua frente.

Mia cursava Belas Artes na Academia de Arte de Nova York. Eu cursava direito não muito longe dali, então, depois de encontrá-la pela primeira vez no Central Park, decidi caminhar por lá por mais vezes. Nos tornamos amigos, e a cada dia que passava, eu me encantava ainda mais por ela. Bom, até eu descobrir que ela e Dylan se conheciam e que eles já estavam saindo. Aquilo foi o fim para mim. Então, por anos, tive que ver a mulher da minha vida, sendo a mulher da vida do meu melhor amigo.

Dylan foi um espinho na minha carne por anos. Se não fosse por ele, certamente Mia já estaria casada comigo.

Os pais de Mia sempre odiaram o relacionamento dos dois. Diziam que o grafiteiro não era homem o suficiente para amar a filha deles. Nessa parte eu tinha que concordar, porém, me senti mal quando a vi chorar por ter sido expulsa de casa.

Deveria ser um crime fazer Mia chorar. Eu prometi a mim mesmo que jamais deixaria alguém fazê-la chorar novamente. Planejei de tudo para fazê-la sorrir. Até aceitei ajudá-los a se casarem. Dylan não tinha família, então não faz falta para ninguém. Mia, já que estava brigada com a família por causa de Dylan, não tinha mais com o que se preocupar. Eu só tornei as coisas melhores. Dylan não era nada mais que um quebra-molas no meu caminho.

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