Digamos também que a princípio, eu ter surtado uma vez não foi suficiente para que Rodrigo e nossos colegas achassem que as coisas tinham mudado, mas claro, eles ficaram mais prudentes um pouco, fazendo gracejos em público, pensando que assim nenhum de nós compraria encrenca.
Depois de ouvir a Mari resmungando, qualquer um de nós compraria encrenca, afinal, já fomos culpados por tantas que não fazia mais diferença. E possivelmente, se eles vissem que realmente nós não nos importávamos com essas ditas encrencas, se fosse pra fazer eles calarem a boca, talvez eles parassem mesmo. Afinal, isso só se estendeu por tanto tempo por um motivo. Éramos covardes. Ou pelo menos, pacifistas que achávamos que todo mundo seria assim se fossemos.
Só que, uma coisa é fato, nesse mundo, nem todas as pessoas sabem seguir o exe
- Então, graças ao Rick, não deu em nada, só uns pontinhos... Disse eu mostrando a mão com oito pontos quando estava contando para os outros sobre isso.- Mas porque tu não registrou uma queixa na polícia? Perguntou o Luís.- Não acho que isso vá ajudar em alguma coisa... O que a polícia quer com brigas de alunos do colegial? Eles têm coisas mais importantes pra fazer que ensinar crianças a se comportarem... Disse eu meio desapontado. Era verdade, ninguém poderia fazer nada.Isso que aconteceu não era necessariamente um problema, pertencia ao passado, o problema era que aquele garoto iria se irritar mais ainda com essa ocorrência. E por algum motivo estranho, ele me detestava mais que aos outros, e francamente, não me interessavam os seus motivos, eu só queria um pouco de paz, e fo
Mas, o que foi mais interessante, excluindo a mãe do Luís tentando escolher nossas roupas ou querendo ficar amiga da Mari, que por pouco não agiria com a velha do Luís como age agora com a Júlia, bom, foi realmente incrível que nós tenhamos conseguido em uma semana naquela garagem ensaiar um repertório pro show de talentos, e que o pai do Luís, apesar da cara amarrada de militar, parecia estar querendo fazer mais bagunça que a gente.Daquela vez, eu me lembro de que a coisa foi muito estranha. A Mari ficou com a bateria, o Jamal com a mixagem eletrônica, afinal ele gostava dessas coisas, então não tivemos problemas com regulagem de som ruim, como em todos os festivais da escola, o Rick tocava violoncelo, o que foi um problema, porque nós não sabíamos como regular o som daquilo de forma eletrônica direito... Francamente, eu pensei que eu era o mais antiquado ali
Vamos dizer assim... A minha mãe provavelmente não gostou da minha cara quando eu nasci. Ou talvez, talvez ela tenha ... ela realmente tem um gosto estranho mesmo. Bom, vamos deixar essa coisa de nome por enquanto...Eu sou um estudante até o momento, terminarei meu ensino médio e começarei uma universidade que não sei por que escolhi. Talvez pensar que não posso ficar um dia inteiro preso dentro de um escritório reduza aumente meus problemas, só que, eu aprendi a lidar com problemas, é isso que eu tenho que fazer. Apesar de que contabilidade é a coisa mais chata do mundo provavelmente eu serei outro tipo de doutor, e isso vai ser um tanto aventureiro pra um cara como eu... A minha mãe queria que eu fosse "doutor" e fizesse medicina. Eu não poderia me sentir mais desconfortável na vida que com uma profissão em que eu teria que lidar incessantemente com público.
Porque eu demorei tanto tempo para perceber que eu sou uma pessoa abençoada por ter amigos como esses? Esse pensamento demorou tanto para aparecer por quê? Estávamos há alguns meses já no ensino médio, logo o primeiro ano se partiria, e todos iriamos passar algum tempo separados. Embora dessa vez, não fôssemos passar tanto tempo assim longe, não ao ponto de não nos reconhecermos, porque tínhamos duas semanas de praia juntos depois do ano novo, na casa de praia dos pais do Jamal.Bom, eu pelo menos me sinto feliz que lá podemos fazer quanto barulho quisermos tocando com a banda de garagem, e graças aos céus que a Mari sabe cozinhar, porque se dependêssemos da culinária suspeita da mãe do Jamal eu iria emagrecer um quilo por dia lá.Não que eu não saiba cozinhar, mas eu tenho uma preguiça colossal pra fazer esse tipo de coisa. Mu
Por fim nós tínhamos churrasco, cervejas e diversão. Por algum motivo estranho os pais do Jamal simplesmente não ligavam pro quanto nós beberíamos, não sei se eles entendiam a parte de “cerveja tem álcool”, mas isso não era comigo. Claro que antes nossos pais se preocupavam, mas como diferente de outros grupos nós sempre nos limitamos a não exagerar, porque afinal, encrencas nós já tínhamos o suficiente, então simplesmente não havia nenhum marcador de controle sobre nós.No terceiro dia de praia fomos ao centro da cidade. Eu realmente estava relutante em ir ao centro da cidade. Afinal era a mesma cidade das praias vizinhas, e em uma delas estava a minha querida mãe e seus apetrechos esquisitos em uma casa que parecia um cone. Eu até hoje me pergunto o que diabos aquela velha tem na cabeça.O Rick parecia sempre estar se
Então, de certa forma, parece a todos, que aquela pessoa, de cabelos longos e presos desajeitadamente com um palito, biquíni preto e bermuda jeans, numa sorveteria, sem nem mesmo estar vermelha do sol, mas como eu, estar branca, talvez pelo fato de que nós nos escondíamos do sol na mesma proporção, parece que somos no máximo irmãos...- Então, pensou que poderia se esconder de mim este ano... Ela começou chegando para a nossa mesa com seu sorvete, ficando ao meu lado e deixando pouco espaço para que eu respirasse ou pudesse me mexer.- Ei, estranha, quem é tu? Como sempre a Mari tinha que ser muito educada, eu pensava num suspiro.- Ah, querida, você deve ser a Marianna, vi seu nome nos trabalhos da escola do meu bebê, eu sou a mãe do...- Mãe! – eu interrompi, ela ignorava o fato que eu não gostava do meu nome – Tu tá se
Senti uma onda mais forte e me segurei nas laterais do colchão de ar. Olhei para o céu e não vi sinais de tempestade, não havia motivo pra me preocupar por enquanto. Olhei para os lados cuidando para não me mexer muito e perder o equilíbrio. Havia alguma coisa a mais ou menos um quilômetro de mim. Era uma sombra gigantesca. Não parecia um peixe, baleia, ou coisa do tipo, porque eles voltam para baixo da água geralmente. Era muito maior que um animal provavelmente. Pela forma, era uma embarcação. Só que, parecia uma embarcação um tanto antiquada, eu diria. Era um veleiro, mas era pesado demais para ser um veleiro, tinha uma pose de ser uma embarcação muito grande mesmo.Poderia ser só imaginação minha, eu me acalmei, olhei para os lados, e quando olhei para lá, realmente, aquela coisa estava ali. Não arrisquei a minha posiç&at
Todos os marinheiros que eu tinha visto estavam ali, e mais alguns. Provavelmente os que não estavam bebendo na festa anterior que eu interrompi acordaram. Pela posição do sol eu poderia estimar a hora, se ao menos eu soubesse onde estávamos.- Apareceram albatrozes hoje... Comentou o velho que era capitão saindo de perto de uma mulher muito bela e bem ornamentada, como no século XVIII eu acredito, e então se aproximou de mim.Pergunto-me o que albatrozes têm a ver com o fato de que eles estavam dispondo uma prancha para que alguém pulasse, e eu tinha o suave palpite de que era eu. A mulher disse algo, muito baixo, mas eu pude ouvir. Era como se somente eu tivesse ouvido, porque não parecia que alguém tivesse se voltado para ela quando eu ouvi isso.- O albatroz é um sinal de bom presságio para os marinheiros... Ah