Era por isso... Que aquele cara era a face de titânio? O casaco preto comprido, o cabelo branco, uma espada que rebateu as balas, uma ficou presa no canto da sua máscara de metal, e ele a tirou normalmente, como um inseto do rosto, deixando a máscara como era, exceto por um amassado no canto.
Como ele tinha me seguido até ali?
- Como eu o segui até aqui? Perguntou ele em latim, com a voz abafada pelo metal, e eu entendi agora porque aquela voz parecia tão metalizada naquele cara de costas pra mim.
Os homens da mesa do canto eram da máfia, o tio do bar também, afinal, ele era parente da tia Fran, mas ele não parecia disposto a competir com aquele cara que apareceu.
Eu não entendi porque aquele cara estava de luvas. Não entendia também porque usava uma máscara tão assustadora. Lisa, com vazados retos para poder ver, respirar, e valar tenuemente, embora a parte d
Eu tinha conseguido chegar até onde o tio do bar indicou, e estava finalmente descansando um pouco depois de correr muito e brigar mais ainda.- Me trouxeste como refém? Para que o meu pelotão decida não matá-lo? Ela perguntou, enquanto eu via o que tinha na caixinha de primeiros socorros do quarto.- Não. Eu não sei por quê. Eu disse ignorando o fato de que ela, mesmo sem poder se mexer direito, estava tentando evitar que eu cuidasse dos ferimentos que eu tinha causado.- Como assim não sabes?- Não sei... Eu só não poderia deixar que ficasse lá com todos esses ferimentos. Provavelmente tu iria decidir que isso não é importante, cuidar mais desse cargo idiota em um departamento que não existe e se machucar mais me procurando. Então é mais fácil que n&
Ela não parecia nem um pouco feliz por ver a proteção que tinha contra o mundo longe dela.Aparentemente, assim como algumas pessoas criam barreiras de personalidade contra as pessoas e o mundo, o que mantinha a barreira dela era aquela máscara, era algo que dava confiança para a sua personalidade existir no meio daquilo que ela conhecia como vida.Não que isso fosse lá muito bom, afinal, vai lá se saber que tipo de tecnologias medievais eles tinham, mas aparentemente, foi o jeito dela de lidar com o mundo. No fim das contas, não posso dizer que sou muito diferente, afinal eu me escondi atrás da classe na hora da chamada na escola por muito tempo.- O que estás olhando? Ela perguntou como um raio, e eu percebi que tinha parado pra pensar olhando pro rosto dela, que ela tentava inutilmente esconder entre as mechas de cabelo e as mãos meio que sem saber o que fazer.- Como c
- Como assim o que estou fazendo? Eu pretendo dormir.- Aqui? Ela perguntou aparentemente assustada.- Sim, tu tá vendo alguma outra cama aqui nesse lugar?- Ma-ma-mas... Ela parecia não encontrar palavras pra dizer o que estava pensando em Latim e apelou para outro idioma que eu não entendi nadinha de nada.- Numero um, não entendi nada do que tu disse agora, número dois, se quiser usar travesseiros pra fazer uma parede, tudo bem, só me deixe dormir. Essa cama tem espaço de sobra pra três pessoas obesas, o que aparentemente não somos.Eu virei pro lado e dormi. Não que não tenha pensado em coisas antes disso, mas não muitas. Só que aparentemente aquela menina era estranha, e medrosa, sem aquele uniforme militar e aquela máscara de metal, que dei um jeito de fazer desaparecer na lixeira do restaurante do hotel quando desci pra mandar o recado pro tio do
Eu atendi a porta. Aquela menina ainda dormia, o que era bom considerando que ela ainda estava machucada. O hoteleiro me entregou algo em nome da Franchesca. A tia Fran não esquecia as dívidas, independente da distância ela conseguia resolver o que quer que fosse. E agora eu tinha pelo menos como ficar longe desse lugar, desaparecer em meio às pessoas e encontrar um meio de voltar pra casa sem ter que passar pelo visto do governo.- Acorde, nós vamos sair daqui agora. Eu disse quando ela parecia mais ou menos acordada.Isso demorou tempo suficiente pra que eu pudesse ir de táxi até a cidade vizinha para fazer pelo menos uma mala de viajante normal com duas mudas de roupa e um par de sapatos que já estava nos meus pés. Jeans nesse lugar parecia tão ruim quanto em qualquer outro, e aparentemente eles só tinham coisas “bonitas”, nada de coisas rasgadas e tênis velhos, afinal, ess
- Vamos lá, até a Mari, a minha amiga mais estranha, sabe fazer compras... – eu tentei ajudar, mas realmente, eu não sou a melhor pessoa do mundo pra mostrar o mundo pra alguém tão diferente, pelo menos eu tento – Escolha as roupas que quiser.- As roupas que eu quiser?- Sim, meninas geralmente compram pilhas e pilhas de roupas em lojas... E sapatos, e outras coisas fofinhas e bobas que eu não tenho a mínima ideia de pra que servem, mas que elas gostam...As pessoas pareciam achar estranho que conversássemos em algo diferente de italiano, e diferente de inglês, como aparentes turistas ali, mas o único idioma que era comum entre nós no momento era o Latim, então não tinha muito o que fazer. Aliás, nem mesmo eu sabia que eu tinha tanto vocabulário nesse idioma até me ver obrigado a u
Eu disse e abri a porta. Entrei, e estranhei que àquela hora da madrugada as luzes de casa estivessem acesas. Não sei o que aconteceu nos últimos tempos, mas eu sentia de novo os meus amigos, preocupados, todos eles, provavelmente era a proximidade. Eu estava a quase dois oceanos de distância antes.Vi que tinha alguém conversando com a minha mãe, e não estava a fim de dar explicações naquele momento, até porque seria complicado, então decidi fingir que tudo estava normal e rezar pra que funcionasse.Passei pela porta dando um “oi mãe” à distância, dei uns dois passos, olhei pro cara loiro de olhos cinzentos como os meus, e resmunguei algo sobre eu ter trazido visitas continuando.- Ei, mãe, veja se esse namorado não morre como o último, disse eu passando e falando alto pra cozinha, onde ela deveria estar, e ignorando o cara sentado no
Eu acordei. Seria somente mais um dia normal. Eu iria para as minhas aulas, rezaria para que meus professores não estivessem de mau humor, pegaria minhas notas, faria algumas provas, e logo o semestre terminaria. Foi o que eu pensei quando abri os olhos naquela manhã cinzenta.Resmunguei algo sobre o fato de que iria chover quando vi as nuvens no céu pela janela, olhei para o calendário, e percebi que eu estava dormindo esse tempo todo. Os dias não passaram, e as coisas não aconteceram. Olhei para mim mesmo, eu estava com as roupas da viagem do dia anterior.Mas, o calendário não me dizia isso. Eu não queria pensar nesse momento em quantas mesas de pôquer eu teria que ganhar pra agradar a Tia Fran depois do favor que ela me fez, se aquilo tudo não foi um péssimo sonho, e não queria pensar nas encrencas que me esperavam. Eu não en
- Não finja que entende algo desse tipo e que eu sou má só porque estou pensando na sobrevivência do nosso lar.- Mãe, eu não estou criando uma guerra contigo, não estou dizendo pra adotar a Ângela e nem nada assim, só que enquanto ela não se adaptar com a sociedade daqui e não souber falar um pouco do nosso idioma ela poderia ficar no quarto de hóspedes.Eu escutei um barulho vindo da escada. Olhei para lá e minha mãe também olhou. Eu podia ver lentamente o fato de que ela parecia ter entendido o que nós falávamos, embora eu não entenda como ela poderia entender, e logo depois, que quando ela se moveu, perdeu o pé na escada e caiu. E eu também via que pelo olhar da minha mãe, isso não era acidental.Eu consegui segurá-la à distância, e ela parecia mais assustada com a barreira azul royal lumi