Minha Perdição
Minha Perdição
Por: Liza Limiar
O Mar é Azul

Atenção esse livro contem gatilho de cenas fortes de violência, linguagem imprópria para menores de 16 anos e tortura explícita leia por conta própria

#Iris

Eu não entendo como vim parar aqui, neste quarto frio e escuro, ou onde eu escolhi viver nesta vida sofrendo aqui deste jeito tão cruel e desumano. Depois que meus pais morreram misteriosamente em um acidente eu fiquei praticamente sozinha no mundo, sem ninguém! Eu era filha única e os únicos parentes que eu tinha moravam muito distante de mim e nem se quer eu os conhecia direito a não ser por fotografias antigas que as vezes minha mãe me amostrava e nem ela mesma dava importância para eles, ela sempre dizia em um tom distante e frio: "só devemos procurar quem procura pela gente Iris, amor implorado não deve ser dado" eu era muito pequena e por isso mesmo nunca questionei suas palavras ou seus motivos de nos afastar dos parentes. 

Ainda me lembro nitidamente como era minha vida antes. Lembro do meu quarto amplo, colorido fresco por causa da brisa que entrava no final da tarde, minhas pequenas coisas pendurada nas paredes, meus livros enfileirados por gêneros, minha mãe cantarolando tomando chá na sala de estar enquanto meu pai estava concentrado com seus óculos de tartaruga sentado na sua poltrona favorita lendo um livro qualquer sobre física quântica que para ele era bastante interessante. Lembro do meu pequeno cachorro chamado rock e como eu adorava correr pela grama molhada no final do dia apos uma chuva de verão. Eu era muito feliz, eu vivia uma vida perfeita e hoje eu só espero ansiosa o dia que meu coração vai parar de bater e eu finalmente poder descansar em paz! Sem dor, agonia e dias doloridos

Depois da morte dos meus pais, fiquei sobre a tutela de um homem chamado Pablo Campos! Na época, ele me parecia bom. Era um homem muito bonito, educado e aparentava ser uma pessoa muito boa e prometeu cuidar sempre de mim caso alguma coisa acontece aos meus pais. Ele era o melhor amigo do meu pai, sempre estava em nossa casa para ler o jornal e bater papo sobre politica. Sempre estava lá quando meu pai precisava dele, era extremamente incrível como ele sabia quando estávamos em apuros. Depois que a juíza deu minha guarda legitima a ele, foi ai que o meu verdadeiro inferno começou.

Eu tinha apenas 15 anos e Pablo me obrigou a fazer coisas horríveis! Assinei documentos dando a ele poderes plenos em tudo que estava no meu nome, fui obrigada a tirar todo dinheiro da conta dos meus pais e vendi terrenos que eram importantes para minha família . Mais o pior ainda estava por vim, minha vida realmente acabou quando ele me obrigou a me casar com ele e assim me violentou tirando minha virgindade e tudo de bom que eu acreditava ainda existir.

Noites e mais noites que ele chegava, eu era obrigada a fazer sua comida, passar sua roupa, me vesti como prostituta usando roupas provocantes e maquiagem pesada e satisfazer seus grotescos desejos. Ele me humilhava pedindo que eu fizesse absurdos para o seu prazer e quando eu recusava ele tirava um cinto grosso e pesado e me batia com toda força que ele encontrava!

Seu temperamento era forte e ele nunca foi carinhoso comigo. Depois de muito tempo eu ate tentei levar uma vida normal com ele, mais sempre era em vão, ele repetia dia e noite que nunca ia amar uma garota tonta imatura como eu, ele gritava que gostava de mulheres ousadas e fortes, e que eu estava longe de ser assim!

Ele tinha razão! Eu perdi o gosto de lutar pela minha vida, de sair deste lugar e de me livrar dele quando eu percebi que mesmo que um dia estivesse fora deste inferno, eu ficaria completamente sozinha, minha cabeça repetia que ruim sem ele, pior sem ele!

Resultado dessas violências geraram muitas sequelas em meu corpo. Tenho marcas horríveis nas minhas costas, cicatrizes nos meus pulsos pelas cordas que ele amarrava e sempre ando roxa devido aos fortes murros e t***s que ele me da por apenas diversão!

Uma vez a muito tempo atras eu tentei fugir dele correndo em direção a floresta que fica atras da propriedade dos meus pais, mais levei um tiro na perna tão doloroso que imaginei que eu nunca mais iria andar de novo. Ele ainda riu de mim, dizendo que havia errado o alvo e me lembro de que sangrei ate chegar a uma casa velha onde uma mulher esquisita e assombrosa me costurou com barbante e me deu uma bebida forte dizendo que de manha eu iria melhorar, mal ela sabia que minha dor não era física e que nada faria parar de doer aquilo que eu estava sentindo por dentro. Quando cheguei em casa fui espancada por tentar fugir e fui jogada em um porão escuro onde ele guarda um monte de coisas velhas, mesmo estando bêbada eu apaguei pela dor e agradeci por isso, assim diminuía meus momentos de lamentações . No dia seguinte quando notei minha boca quebrada e minha coxa colorida pelos hematomas, eu sabia que mais uma vez Pablo estava tirando algo de mim! ESPERANÇAS!

Com o tempo descobri que Pablo era um poderoso traficante de mulheres local e mantinha viva varias meninas acorrentadas como animais em um galpão escondido e as trocavas por armas e drogas para os homens mais poderosos de outros países.

Meu ódio por ele a cada dia só fazia aumentar, vejo um mundo grande lá fora e eu não conheço nada e nem ninguém. Estou sempre debilitada e sou proibida de chegar perto do portão, "ninguém deve saber da sua existência" é o que ele repete toda vez que sai pra algum lugar, eu sei que meus pedidos de socorros não são ouvidos pela propriedade ser afastada da cidade e não ter ninguém por perto como vizinhos para ouvir e me socorrer. A policia local daqui é subornada por ele e todo tipo de justiça aqui não existe, talvez a divina mais até essa parece que me esqueceu.

Já perdi as esperanças faz um bom tempo, hoje só tento agrada-lo para não ter meu rosto deformado ou algum osso quebrado como tantas outras vezes. Eu manco de uma perna devido ao tiro ter pegado no osso e danificado meu joelho. As vezes paro e penso que meu maior desejo era poder sair daqui e ter uma vida normal. 

Conhecer o mar seria meu maior sonho, eu nunca vi o mar de perto eu não sei como é e nem que cor tem. Sonho que esse pesadelo um dia acabe e eu possa voltar a sorrir sem sentir minha boca doer ou pedir permissão para sorrir, passar o dia inteiro em um parque ensolarado vendo os pássaros voarem e quem sabe um dia ser feliz outra vez!

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