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Será que agora tudo vai ficar bem ?

#Iris

Depois de mais uma dolorosa sessão de tortura com o Pablo eu acabei apagando. Estava sentindo muita dor no meu estomago e meus seios estavam inchados e doloridos. Pablo naquela tarde estava mais agressivo e impulsivo, eu implorei para ele ir mais devagar, pelo menos com um pouco mais de cuidado, um modo que eu sofresse menos, mais quanto mais eu pedia, mais perversidades ele fazia comigo. Eu nunca entendi esse ódio que ele sentia por mim e por que ele me tratou assim todos esses anos, a ultima coisa que me lembro, é das cordas nos meus pulsos e algo ruim e amargo descendo pela minha garganta, fiquei tonta e depois apaguei!

Estou tentando abrir os olhos a horas! Eles estão tão pesados que não consigo ver nada em minha frente. Abro lentamente meus olhos e vejo que meus braços estão presos, me balanço um pouco mais e não consigo me soltar, não estou no meu quarto e nem na minha cama, estou em um lugar estranho molhado, sujo e escuro. Meus pés não tocam o chão e estou completamente nua pendurada por uma barra de ferro. Me balanço sentindo algo subindo pela minha garganta e vomito puro liquido. Meus olhos lacrimejam e minha respiração falha por alguns minutos parecendo que estou sufocando, sinto que não estou sozinha no lugar, mais uma voz grave confirma minhas suspeitas!

_ Quem é você? _ Olho para todos os lados e não vejo ninguém, sua voz imponente e alta provoca um eco pela sala me trazendo muito medo, aperto os olhos e não vejo nada além de uma escuridão total

_ Meu... meu nome é Iris, Iris Muniz _ Respondi gaguejando e um silencio se fez novamente

_ Quantos anos você tem Iris?

_ Eu... eu tenho 19 anos, o que eu estou fazendo aqui? Onde estou?

_ Quem faz as perguntas aqui sou eu, você só responde para seu próprio bem entendeu? _ Assinto atordoada enquanto ouço seus passos se aproximando de mim

_ O que você é de Pablo Campos?

_ Não sou nada daquele desgraçado _ Respondi amargamente sentindo o bílis subir pela minha garganta outra vez

_ Então você não é esposa dele? _ Ele j**a o porta retrato nos meus pés e vejo o pior dia da minha vida refletido numa fotografia quebrada

_ Ele me forçou a me casar com ele, ele... ele destruiu minha vida _ falei com a voz embargada segurando o desespero que se apossou do meu corpo

_ O que você sabe sobre os negócios ilegais dele?

_ Que negócios? _ Perguntei confusa e o silencio se fez novamente e tudo ficou quieto. Senti um jato de água forte no meu corpo e aos poucos foi subindo para meu rosto, doía demais era como pequenas facas me cortando lentamente.

_ O que você sabe sobre os tráficos de mulheres que seu marido pratica? Sabe onde fica o lugar? Sabe alguma coisa disso? _ Eu não sabia onde era exatamente, ouvia dali ouvia daqui mais nunca era certo, ele sempre mudava os lugares das entregas

_ Eu acho que é dentro de um galpão, fica perto do aeroporto abandonado perto da estrada Street Only! _ Respondi fugindo da água que estava cada vez mais me machucando.

_ Você acha ou você tem certeza?

_ Eu não sei, eu o ouvi comentando uma vez com um amigo pelo telefone marcando para mais uma entrega, juro que é só isso que sei, para com isso por favor _ Respondi e ele aumentou mais ainda a água que batia no meu corpo abrindo as feridas cicatrizadas, gritei chorando sentindo a força da dor das feridas se abrindo de novo, estava doendo muito e eu preferi mil vezes estar no quarto acorrentada do que tá passando por isso.

_ Por favor, eu te imploro esta doendo muito, por favor, eu não sei de nada eu juro eu não sei de nada _ Gritei em prantos e a força da Aguá aumentou mais ainda, a dor ficou mais intensa, senti o ar faltar dos pulmões e acabei apagando...

*****

_ Ela ainda esta viva?

_ Ela ainda tem pulsação, então sim está viva

_ O que você vai fazer com ela?

_ Não sei, ela realmente parece não saber de nada

_ Você vai devolvê-la ao Pablo?

_ Eu não sei o que eu vou fazer porra, me da um minuto para pensar

_ Adam entrega logo ela, está vendo que isso não serve de nada? A garota já esta praticamente morta!

Era assim que eu me sentia, Morta! Minha visão estava embaçada e meu corpo ardia pelas feridas abertas pela força da água, agora mutilado e dolorido. As lagrima eram sempre presentes e meus soluços foram mais altos, eu queria estar com meus pais, na minha casa abraçada com meu urso ouvindo minha mãe cantar a musica dela favorita enquanto fazia a janta do papai, eu queria desesperadamente minha vida de volta!

_ Tirem ela dai _ Ordenou alguém e sem nenhuma gentileza, eu fui derrubada no chão gritando de dor pela pancada em minhas costas. A pouca claridade que havia naquele lugar me impedia de ver seus rostos, cobri meus seios com as mãos e me senti um lixo, um nada naquele momento, na verdade era isso que eu era, um nada!

_ Verifique se o galpão do aeroporto está realmente habitado e mate todos que estiverem por lá, não quero testemunhas, salve as garotas e procure por Alice _ O rapaz que me soutou saiu batendo a porta com força me deixando lá sozinha com mais alguém que eu não sabia direito quem era, mais pelas ordens que ele dava parecia algum tipo de chefe ou líder

Me encolhi no chão gelado sentindo frio, fome, dor, raiva, ódio, nojo de mim mesma e vergonha

_ Você tem duas opções Iris: Fica aqui e me ajuda a matar o Pablo, ou volta pra sua casa e morre pelas mãos do seu marido você que escolhe _ Sorri sem humor nenhum tentando me levantar.

_ Tenho uma terceira opção, você pega essa sua arma e atira na minha cabeça, me fazendo um grande favor, não tenho ninguém para sentir minha falta então não se preocupe vai estar me fazendo um grande favor _ Ele riu irônico.

_ E por que você acha que eu faria isso?

_ Não quero voltar para o inferno de novo e de um jeito ou de outro você vai acabar me matar então por que não agora? _ Levantei a cabeça e meu olho esquerdo nem abria direito de enxado que estava.

Ouvi ele engatilhando a arma e vi o cano dourado encostando na minha testa. Respirei fundo e fechei os olhos vendo a imagem dos meus pais rindo felizes em uma dia ensolarado!

_ Você me serve viva garota, o único cadáver que eu quero manchando meu chão é do Pablo! _ Disse guardando a arma, então senti uma pancada forte na cabeça e acabei apagando de novo!

***

_ Céus o que fizeram com essa menina Adam? Ela parece morta, olhe só para seu corpo, ela tem feridas que vão demorar meses para curar, olhe seu estado.

_ Dê um banho quente nela, dê algo para ela comer e cuidem de seus ferimentos, vou negociar ela com Pablo em troca da Alice.

_ Sabe que não concordo com isso meu filho, ela também é humana Adam

_ Você nunca concorda com nada minha mãe, só faz o que eu estou pedindo por favor!

Eu me sentia fraca e incapaz de fazer qualquer movimento, minha boca estava seca e eu sentia uma enorme vontade de fazer xixi, cada centímetro do meu corpo doía.

Alguém me levantou e com todo cuidado me deu banho bem devagar e lavaram meus cabelos, senti quando me costuraram e colocaram algumas bandagens nos lugares abertos. Minha visão estava embaçada demais para saber quem era que me vestiu e me deitou em algo macio, de tão cansada que eu estava acabei apagando de novo!

Acordei e parecia ser de noite, tinha uma janela pequena e olhei para grandes arvores balançando de leve pela brisa que passava entre as grandes arvores verdes. Parecia uma enorme fazenda, tinha uma cerca de madeira e alguns cavalos grandes e bonitos parados comendo a grama molhada. A lua estava grande, redonda e eu nem lembrava a ultima vez que eu a tinha visto. Tentei me sentar e era horrível a sensação de impotência que eu sentia, toquei minhas costelas e meu corpo parecia ter sido atropelado por grandes elefantes. Olhei em volta e eu estava em um quarto, não era muito grande, mais tinha um charme todo especial.

Me ajeitei na cama e observei como era aquele lugar: Uma cômoda preta com varias fotos de família em cima, uma mesa de madeira no canto com papeis e outras coisas que de longe eu não identifiquei, algumas caixas fechadas e um grande guarda roupa preto sofisticado. As cortinas eram brancas com dourado e as paredes eram salmão, a cama que eu estava deitada era bem confortável com um colchão que eu presumo ser de luxo e bem caro, notei que as bandagens da minha costela estavam sangrando e tentei resolver sozinha quando a porta se abri e um homem alto entra com uma bandeja em suas mãos. 

Seus cabelos eram grandes e castanhos quase chegando aos seus ombros largos e seus olhos eram claros, pareciam verdes, azuis sei lá. Seu rosto era liso e tinha uma sobrancelha fina mais bem desenhada, ele era forte e bem grande, estava sem camisa e sorria amigável em minha direção

_ Eu trouxe seu jantar _ Disse gentil se sentando ao meu lado. Eu me encolhi de medo, cobri meu corpo com os lenções puxando cada vez mais para mim, quando ele ia me tocar eu gritei

_ Calma eu não vou te fazer nenhum mal _ Disse com calma levantando as mãos mostrando que não iria mais me tocar, eu estava tremendo de medo, meu corpo estava apavorado

_ Meu nome é Fernando Johnson e você esta na minha casa. Te encontramos presa na casa do Pablo e te trouxemos para cá, não precisa ter medo de ninguém, não vamos te machucar

_ Mais do que fizeram? _ Minha voz saiu grossa abafada pelos lenções e eu o fitei

_ Olha, eu peço desculpas pelo Adam, ele tem um jeito diferente de tratar as pessoas, mais aposto que você esta com fome, e minha mãe fez uma deliciosa canja de galinha com legumes especialmente para você! Ela é muito famosa por ser a mais gostosa da região e não é todos os dias que ela faz então aproveite. Coma e descanse, confie em mim, ninguém aqui te fara mal _ Dizendo isso ele se levantou e saiu do quarto sorrindo torto.

"Ei garotinha não tenha medo, confie em mim eu jamais lê farei mal algum, a parte de hoje o Tio Pablo cuidará de você para sempre"

As lagrimas que escorriam pelo meu rosto me fez lembrar que confiar em alguém, transformou minha vida em um doloroso e interminável inferno, eu não queria ficar aqui eu precisava fugir e seria ainda está noite!

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