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Conhecendo o Chefão

                                                                                             #Iris

Depois da Fuga frustrada e sem sucesso de ontem, eu resolvi que eu iria pedir que eles me liberassem em troca de alguma coisa que eu ainda tenha, casa, fazenda eu não sei, preciso sair daqui é isso o que me importa agora. Estou cada vez pior , agora minhas  feridas ardem mais ainda por causa de ontem e parece que meu joelho travou de novo me trazendo uma dor insuportável. Me levanto com muita dificuldade e vou para frente do espelho.

Pareço um zumbi ambulante, olheiras enormes, cortes profundos nas costelas, joelho enxado, pulsos feridos, tenho um pequeno corte na testa, lábios machucados e costas doendo. Tenho medo de me perguntar se ainda estou viva.

O vestido que eu estava vestida ontem esta no chão sujo de sangue e todo molhado. O lençol que eu me enrolei também não esta em bons estados, então resolvo procurar algo para vestir. Ando com muita dificuldade ate o guarda roupa e abro devagar observando o que tem dentro. Parece o guarda roupa de alguma menina da minha idade e tem até meu numero, pego um vestido folgado e uma pequena calcinha virando-a pelos avessos e me visto. 

Prendo meus cabelos e sento na cama mais uma vez desolada. Lá fora parece que o céu vai cair de tanta chuva, e o céu ainda está preto dando a impressão que ainda nem amanheceu. Eu não sei explicar o que eu senti ontem droga, por que eu não fui embora? por que eu não sai correndo me embrenhando pela mata que eu vi e estava tão perto de mim, mesmo com os animais ferozes eu conseguiria me salvar, eu daria um jeito, eu só precisava sair desta loucura de vida que me meteram. A porta se abre me assustando e um homem entra por ela, ele é parecido com o outro que já esteve aqui o tal do Fernando mais esse tem uma beleza inigualável! 

Seus olhos são de um verdes claros quase transparentes e ele tem um corpo bem mais forte e dividido. Seus cabelos são bem baixos e loiros formando um topete de pequenos fios bem em frente da sua cabeça, sobrancelhas bem grossas e um rosto quadrado combinando todo o resto, assim como o outro seu rosto também é liso e sem duvidas ele é lindo! Arrisco dizer que nem os príncipes das historias que a minha mãe lia para mim poderia se comparar a ele.

Ele entra mancando no quarto e presumo que não veio para me agradecer pelos curativos ou pela minha ajuda, ele fecha a porta e me olha serio que chego a sentir um arrepio intenso pelo corpo inteiro, tira a arma de dentro de suas calças e balança me amostrando que aqui quem tem o poder aqui é ele e coloca em cima da comoda

_ O que você fez ontem foi um grande burrada, você podia ter nos matado

_ Eu não pedi sua ajuda _ Falei nervosa enquanto ele me encarava e isso estava me incomodando profundamente, eu nunca fui olhada desta forma

_ Da próxima vez que tentar fugir, não exitarei em te colocar lá embaixo no porão, sem comer e sem beber nada, você aqui não é minha hospede e tem que saber qual é o seu lugar então faça um favor para nos dois e me poupe desse trabalho! _ Sua voz era amedrontadora e imponente ele disse serio cruzando os braços deixando seus músculos saltarem e estava bastante difícil me concentrar no que ele estava falando

_ Por que você me salvou?

_ Como eu disse antes você tem informações que me é muito importante

_ Que tipo de informações são essas?

_ Me ajude a pegar o Pablo, salvar minha irmã e podemos fazer um trato

_ O que você tem que eu queira! _ Ele entortou a boca e quase em um sorriso falou

_ Sua liberdade Iris, depois que você me ajudar a pegar o canalha eu te liberto _ A sensação de liberdade bateu dentro do meu peito o que me fez sorrir feito boba ele me olhava intrigado entortando a cabeça para o lado

_ Serio? Você vai me deixar ir embora daqui? _ Eu realmente não estava acreditando em suas palavras , eram boas demais para ser verdade

_ Sim, só você me ajudar e cooperar com tudo que eu disser e te dou sua liberdade. Esta de acordo então?

_ Sim claro, eu te ajudo no que eu poder, claro que sim _ Afirmei feliz e ele assentiu com um sorriso quase imperceptível bem no canto da boca mais mesmo assim eu vi.

_ Que bom que conseguimos nos entender! _ Ele me encara por alguns segundos e aquela conexão entre nos é estranha, meu braço se arrepia e eu quebro nosso olhar

_ Como está sua perna? Ainda doí? _ Ele coloca a perna para frente analisando-a 

_ Não se preocupe com isso, já estive pior acredite! Suas feridas ainda estão abertas então evite se movimentar muito, precisa estar inteira para sair daqui _ Sua voz agora esta mais calma e suave, ele me olha novamente e assenti saindo do quarto

Eu não sabia muita coisa da vida do Pablo, ele era uma pessoa diferente antes e hoje parece outra pessoa, inescrupulosa que me da enjoou só de pensar nele novamente. Meu lar morreu a parti do momento em que meus pais morreram, então eu estaria decidida a ir embora daqui para sempre, conhecer novas cidades, outros lugares fazer amizades, estudar, trabalhar, Deus como eu sonho no dia em que vou molhar meus pés nas ondas de um mar.

Não sei se tenho permissão para descer até lá embaixo então permaneço no quarto ate que alguém me assusta batendo na porta. Uma mulher loira aparece segurando uma bandeja com comida, meus olhos brilham e minha barriga ronca desesperadamente, ela logo sorri.

_ Vejo que terei que fechar essas feridas de novo mocinha _ Sorri sem graça se aproximando de mim _ Que indelicadeza minha, meu nome é Mary Johnson, eu que te ajudei a tomar banho e costurei suas feridas, fiz o meu melhor acredite! _ Eu tinha vontade de abraça-la bem forte para agradece-la, mais preferi ficar calada e apenas sorri assentindo _ Eu trouxe sua comida _ Colocou a bandeja em cima da cama e eu olhei com muito desejo, salada verde com tomate, arroz, pedaços pequenos de frango com batatinhas e vagem. Não pude deixar de lembrar da minha mãe que adorava cozinhar e passava a maioria do seu tempo inventado pratos deliciosos.

Peguei o garfo e comecei a comer lentamente, minha fome falou bem mais alto e o gosto era simplesmente maravilhoso, eu estava realmente com muita fome, meu estomago parecia ter um enorme buraco ela me observava calmamente

_ Você me lembra Alice, minha filha _ Disse com a voz embargada e puxou uma corrente que havia no seu pescoço, era um medalhão em forma de coração, ela abriu e me amostrou três crianças juntas

_ Esse é o Adam meu mais velho que aposto que você já conheceu, meu Fernando o do meio e minha caçula Alice _ Sorriu alisando a foto de papel grudada no objeto.

_ Eu sinto muito pela sua filha, também perdi meus pais e sinto muita falta deles! _ Falei baixo lembrando de tudo e engoli o choro que havia se formado.

_ Sinto muito pela sua perda minha filha minha Alice vai estar aqui breve e finalmente vou poder respirar melhor _ Rapidamente ela pegou minha mão e apertou, senti o calor dos seus dedos na minha pele e nunca mais tinha sentido essa sensação de carinho e cuidado, estava me sentindo estranha outra vez

_ Desculpa eu estar desabafando esses assuntos com você, aqui tem poucas pessoas que se possam confiar

Olhei para ela e senti um nó na garganta, ela não me conhecia, como sabia que podia confiar em mim?

_ Se quiser, pode tomar banho e descer para ver o lugar, aqui é bonito e não se preocupe com o meu filho deixe o Adam comigo! _ Falou sorridente pegando a bandeja e saiu cantarolando feliz.

Adam! 

Então esse era o nome do chefão deste lugar! Olho pela janela e vejo alguns homens reunidos conversando o Fernando que esta no meio deles e ele tem um sorriso muito lindo, alegre, feliz, diferente do senhor carranca que minutos atras me ameaçou. Fico observando eles por um bom tempo, minhas costas agora doem muito e minhas costelas ainda estão inflamadas, me levanto e com muito custo entro no banheiro abrindo o chuveiro e a água cai bem fraca e quente na minha pele, conto de um ate cinco e entro de vez me arrependendo na mesma hora. O contato da água faz com que eu grite de dor, parece facas me cortando e ferindo mais ainda minha pele, ouço a porta abrir bruscamente e alguém correr pesadamente para o banheiro onde eu estou e quando eu me viro encontro um par de olhos verdes me encarando perplexos. Se eu não tivesse tão assustada juraria que ele deu aquele mesmo sorriso, só que agora era diferente eu me virei de costas com vergonha por estar nua e senti seus olhos queimando contra mim

_ Da pra você não assustar ninguém com seus gritos garota? 

_ Da pra você sair daqui?

_ Podia ser mais agradecida sabia disso?

_Obrigada, agora pode sair daqui por favor? _ Pedi vermelha de vergonha a ele e então ele sumiu de vista, depois ouvi a porta bater e sinto meu rosto esquentar

Saio do chuveiro me enxugando com muito cuidado, afinal não tinha uma parte do meu corpo que não estivesse machucada, pego outro vestido e resolvo deitar um pouco para descansar, deito de bruços e na mesma hora acabo apagando.

Acordo e já é de noite, um barulho forte me chama atenção, me levanto devagar e olho pela janela a imagem de Pablo em cima do carro apontando sua arma para alguém faz meu corpo inteiro tremer descontroladamente. As lagrimas escorrem dos meus olhos e neste mesmo momento me abaixo me encolhendo ignorando qualquer dor externa que eu esteja sentindo, a dor que ele me causou é interna e é irreparável, não quero voltar para aquela casa, não quero passar por toda aquela merda de novo, abafo os gritos com as mão e espero para ver meu qual será meu destino.

Que Deus me ajude...

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