Capítulo 8
Naquela semana, Marcos e Solene pouco se viram. Por duas vezes, conseguiram trocar alguns beijos apaixonados, antes que ele fosse para o trabalho. Num desses momentos, Solene percebeu que Fabíola os viu.
─Não tenho nada a ver com sua vida, muito menos com a do nosso patrão. Mas tome cuidado, Sol. Gosto de você. Não quero vê-la sofrer.
─Obrigada, dona Fabíola.
─Desde que a vi pela primeira vez, eu soube que algo assim poderia acontecer. Você é bonita e atraente, mas não esqueça que existe dona Manoela. Ela é a mulher real que vive no mundo dele, e eles tem uma história muito bonita.
Solene sentiu um baque no peito e olhou-a com os olhos espreitados. Por que nunca falaram sobre a história deles? Por que ela nunca perguntou sobre Manoela para ele?
─É mesmo? Pode me contar?
A velha senhora res
Capítulo 9 No sábado em seguida do meio-dia, Solene voltou ao trabalho, tinha um jantar para organizar e queria tudo impecável. Com alguns livros em mãos, ela passou a tarde cozinhando, e analisando decorações de mesa. Fabíola a olhava atentamente, e a ajudava ao lado de uma assistente. ─Não coloque o uniforme, ordem do doutor Marcos. - ela sorriu. Solene não deu importância. Já estava com tudo calculado em sua cabeça. Na hora de servir estava tudo tão certo que causou até suspiros. O jantar maravilhoso! Ela usando o mesmo uniforme preto para afrontá-lo. Afinal, ele não fez nada quando deveria. Marcos detestou, e de quebra, lhe lançou um olhar de pura indignação.
Capítulo 10 Marcos estava saindo quando recebeu uma visita inusitada. Sua mãe. Beatriz era uma mulher elegante, sofisticada e de “linhagem” como ela gostava de dizer. Aos sessenta anos, era bonita, corpo magro, cabelos grisalhos bem cuidados, rosto recauchutado, sem exageros, a ponto de passar por no máximo cinquenta anos. Era uma advogada ainda em exercício da profissão, fria, rude e competente. Tinha orgulho dos filhos, um médico trabalhando fora do país, e Marcos o juiz que ela sempre sonhou. Ela entrou sem esperar o convite. ─A que devo a honra, dona Beatriz? ─Sem ironias, meu querido. - ela o beijou de maneira formal e avançou pela casa como se procurasse alguma coisa.
Capítulo 11 ─Como? – perguntou ela chateada olhando para dona Fabíola que acabava de lhe contar algo bem desagradável. ─Luiza que cuida das funcionárias da limpeza no prédio onde fica a firma de doutor Marcos, disse que dona Manoela tem ido todos os dias por lá, e passa horas trabalhando ao lado dele.Solene respirou fundo. Como lutar contra essa afinidade profissional tão grande?Comentou com Matilde à noite, sentadas à mesa do bar tomando uma cerveja. ─O que eu faço, Tilda? Tomo um banho de loja? Curso direito? Grudo nele como um carrapato? Diabos! Nunca pensei que
Capítulo 12 Sentadas à mesa no barzinho, Matilde e Solene conversavam num tom confidente às duas horas da manhã, bebendo uma cerveja gelada. Solene chegara ali chorando muito, fora um custo acalmá-la. ─Sabe o que eu mais admiro em você? ─Você vive falando no meu cabelo.Elas riram. ─Na tua humildade. Faz seis meses que você está arrebentando com sua cozinha, e continua encontrando tempo para visitar as amigas e não as abandonar. ─Eu jamais abandonarei quem esteve comigo em qualquer situaçã
Capítulo 13Alguns nós, foram atados, outros desatados. ─Esse tempo todo... estive enganada? - Solene indagou olhando o vazio, depois de ouvir as explicações dos filhos. ─Ele...Bianca se levantou da cadeira, estavam à mesa do café, foi até a mãe e a abraçou. ─Nem tudo que parece é, né mãe? Você diz muito isso. - ela se afastou e encarou-a. ─Eu disse; que não havia muitos Marcos por aí, você achou um deles, não o deixe escapar de novo. ─Nunca mais! - ela sorriu feliz demais.&n
Capítulo 14 As mudanças começaram rapidamente. Como Solene teria que esperar o divórcio para casar-se com Marcos, decidiram morar juntos para uma adaptação em “família”. ─Que carinha é essa? - perguntou ele olhando-a com atenção. ─Estou preocupada... não sei se isso vai dar certo. ─Agora quem está preocupado sou eu! Quer desistir?Ela pulou para cima dele. Estavam na cama no quarto dele. ─Nunca! Mas estou com receio de que você não suporte a pressão, sabe? S&a
Capítulo 15 Depois de muitas conversações, Marcos conseguiu convencê-la a preparar tudo para o tal evento, na cozinha do apartamento dele. Ela recusou que ele pagasse o transtorno para livrá-la do compromisso assumido, então contratou mais funcionários que pudessem num tempo recorde, ajudá-la a refazer tudo de novo. E ela conseguiu, com a ajuda de todos, inclusive ele que colocou as mãos na massa, literalmente. Ela sobreviveu e se saiu muito bem, resgatando sua autoconfiança, e superando os prejuízos. Mais um tempo de trabalho e estaria com tudo de pé novamente. Mas a dúvida continuava,
Capítulo 16 Solene estava zonza com aquela movimentação dentro do apartamento. Lembrou das palavras de Marcos na noite anterior. ─Teremos proteção vinte e quatro horas por dia. Venho sofrendo ameaças já tem um tempo, e quero todos vocês em segurança máxima. Não façam perguntas. Não posso responder. Por hora é só isso que posso dizer.Bianca estava pálida, Vitor tenso e Michele com cara de choro. Dona Fabíola, assim como as outras empregadas, foram todas dispensadas por tempo, indeterminado. ─Vamos ter que nos virar com as coisas da casa. Cada um com suas responsabilidades. – disse Solene olhando para cada um dos filhos. ─Marcos também não me explicou o porquê de dispensar os empregados, mas ele sabe o