A observo de canto de olho, ela rói a ponta da unha do indicador e sei que é uma mania que tem quando fica nervosa. Ela abre o pequeno portão e caminha até a porta, sem me esperar. Fecho o portão e caminho até ela que está terminando de destrancar a porta quando eu me aproximo.— Bem-vindo a minha casa — ela falou e acendeu a luz do ambiente que presumo que seja a sala — Quer algo para beber? — ela perguntou e eu apenas assenti.Ela se afasta de mim e eu aproveito para olhar pelo cômodo. Próximo da porta tem uma pequena lareira, estilo casa americana mesmo e em cima dela tem uma pequena prateleira com alguns portas retratos, antes de me aproximar já reconheço um deles. É uma foto nossa. Bem, quase isso. Foi tirada na época que estudávamos juntos, na noite em que saímos para comemorar o meu aniversário. Estamos nós quatro sentados ao redor da mesa, Arthur e Ísis de um lado da mesa, e eu e a Ceci do outro.Ísis está quase deitada no peito do Arthur, que tem as mãos ao redor dela e ambo
— Por que você trocou de curso? — perguntei, balançando os pés na água.Depois do beijo que ele me deu na sala, após dizer as palavras que fizeram meu coração quase explodir dentro do meu peito, decidimos vir para fora, aproveitar a bela noite e tomar um pouco de ar também.Theo está ao meu lado, com os pés também na água e segurando sua segunda dose de uísque. Ele dá de ombros e olha para a água, como se procurasse uma resposta certa para a minha pergunta.— Eu só precisava mudar… — ele respondeu, soltando uma grande lufada de ar — Estava demais para mim naquela época…Assenti em silêncio e bebi um gole do meu gim.Passei anos me fazendo aquela mesma pergunta. Me perguntando o porquê dele ter ido embora daquela forma. De ter me abandonado como se eu não fosse nada para ele, como se fosse algo meramente substituível.— Eu precisava ir embora, moranguinho — ele falou, como se lesse meus pensamentos e enxergasse todas as dúvidas em minha cabeça — Se eu ficasse poderia ter sido pior… Be
Quando aceitei vir para sua casa, não imaginei que iriamos acabar tendo uma discussão. Mas fui um tolo em pensar que ela esqueceria todo o nosso passado num passe de mágica, só porque voltei para a sua vida. Pensei realmente que a discussão seria pior, mas quando tudo estava virando um turbilhão de mágoa e desespero… Ela veio, e com sua calmaria abrandou o tsunami dentro de mim. E agora? Agora estou caminhando com ela em meus braços até a sala, em meio a beijos e carícias, tentava não tropeçar em meus próprios pés enquanto adentro a casa. No meio da sala tem um tapete grosso e aparenta ser fofo, então optei em deixá-la ali. Por mais que ainda estivéssemos em plena primavera, as noites estavam frias. Não o tipo de frio que faz a gente se embolar em casacos, mas o tipo de frio que arrepia nossa pele quando a brisa toca. — Se importa se eu ligar a lareira? — perguntei, acariciando sua bochecha com ternura. Ela respirou fundo e negou com a cabeça. Me levantei e caminhei até a larei
Cecília não tinha um orgasmo com muita facilidade e a rapidez com que o seu corpo foi arrebatado pelo seu prazer só me mostrava que, das duas uma; ou ela estava há muito tempo sem sexo, ou realmente sentiu a minha falta.E eu esperava que fosse as duas opções.Meu ego masculino não queria lidar com pensamentos de outro homem fazendo com ela as mesmas coisas que eu.Senti sua boceta se apertar novamente contra os meus dedos e sorri satisfeito em saber que ela está perto de ter outro orgasmo.— De novo… — foi a única coisa que ela conseguiu sussurrar antes de se tremer todinha novamente.Respirando com dificuldade e tendo espasmos deliciosos, é essa visão que tenho dela enquanto chupo toda a sua boceta, até acabar com a última gota do seu gozo.Ela ainda treme quando pressiono meu corpo contra o dela e tomo sua boca na minha, fazendo com que ela prove o gosto do próprio prazer e ela geme alto contra a minha boca, me beijando com tanta fome que sinto meu pau latejar contra a cueca.Sinto
Ele é a minha pessoa favorita no mundo.Acho que no fundo ele sempre foi.Dormir nos braços dele, é de longe a realização das minhas fantasias, durante esses 10 anos em que passamos longe um do outro.Sempre pensei em como seria ter o Theo de volta para a minha vida, em como eu me comportaria… O que eu pensaria e se ainda teria amor entre nós.Dentre todas essas coisas, a única certeza que tenho é que; sempre houve amor. Nunca deixamos de nos amar, nenhum segundo sequer. Só focamos nossa mente em coisas diferentes.Ele se casou, numa tentativa de me esquecer. Tentativa logicamente, frustrada.E eu foquei minha atenção na carreira e no meu filho — não necessariamente nessa ordem. Mas nunca deixei de pensar nele, nenhum dia sequer.E pela forma que ele fez amor comigo ontem, só me deu ainda mais certeza de que ele também não deixou de pensar em mim.O sexo entre nós dois sempre foi esplendido, maravilhoso… Não tenho nenhuma palavra que possa descrever com perfeição o quão bom somos ent
Ela é mestre em me provocar.Juro que minha vontade era de deitar aquele corpo maravilhoso, na bancada da cozinha e fodê-la até que esquecesse o próprio nome.Mas me contive, porque sabia que a qualquer momento o ex dela poderia aparecer e respeito o fato dela não querer contar sobre nós agora. Afinal, é recente demais, não sabemos ao certo onde isso dará, por mais que eu queira gritar aos quatro cantos o quanto amo essa mulher, vou me esforçar para me conter.— Doutor Theo? — a voz da enfermeira Sara me desperta de meus pensamentos.— Hum? — respondi, focando a atenção na pequena figura parada próximo a minha porta — Sim, Sara?Me esforço para prestar atenção nela, por mais que meus pensamentos queiram vagar na confusão em que minha mente está. Preciso trabalhar.— Chegaram os resultados do paciente Ricci, posso avisar a mãe dele? — ela perguntou e só então reparei que está com alguns papéis nas mãos.Ricci?Estou quase concordando com ela, quando minha ficha cai. Murilo!Me levanto
Alguns minutos depois do Theo ir embora, o Noah apareceu, como um relógio.— Já vai! — respondo assim que ouço a campainha tocar.Desço as escadas enquanto termino de abotoar a camisa preta que escolhi para ir trabalhar.— Bom dia — falo, ainda segurando a maçaneta da porta.Noah está recostado no batente dela. A camisa social azul royal impecavelmente passada faz par com a calça social de mesma cor. Ele está focado terminando de fazer o nó na gravata — ou pelo menos tentando.— Deixa que eu te ajudo — me ofereço e pego as pontas da gravata sem esperar uma resposta dele.Ele bufa, me fazendo soltar uma risada baixa.— Qual é a graça? — pergunta, tombando a cabeça de lado.— Nada de mais — falo, negando com a cabeça — É só que é engraçado sua confusão em dar um nó na gravata quando você se veste tão impecavelmente bem.Ele abre a boca, fingindo ficar ofendido, mas sei que está se divertindo. O sorriso de canto em seus lábios, não nega.— Me senti magoado agora — fala, arqueando uma sob
Volto para o consultório em cima da hora da minha próxima consulta, o que no fundo é bom para mim. Servirá de ocupação e evitar que meu cérebro derreta pensando nos milhares de motivos que levou a Ceci estar tão calada hoje. No começo pensei que poderia ser por conta dos exames, mas, felizmente (ou não) a conheço bem o suficiente para saber que não era esse o motivo.Havia algo a mais a preocupando. Diversas vezes a peguei com o olhar vago, mordendo a ponta dos lábios ou cutucando os dedos. O que quer que seja, é grave o bastante ao ponto de assustá-la.Por mais que a preocupação esteja me corroendo por dentro, me esforcei para não pressioná-la. Quando — e si — ela precisasse de mim, me contaria.O paciente chegou, me fazendo deixar, momentaneamente, os pensamentos de lado.A consulta acaba rápido, é somente algo de rotina, então em menos de meia hora, a mãe e a criança já estão caminhando para fora do meu consultório.Resolvo usar o restante do meu horário para terminar de preenche