Não consigo pensar direito, minha mente ta uma bagunça.
Vê-la, me deixou uma bagunça.
— Inferno! — sussurro, não querendo chamar a atenção das pessoas ao meu redor.
Por que diabos ela tinha que retornar?
Eu sei que isso é errado, não moralmente falando. Não estamos fazendo nada de errado, de fato. Mas, é errado para mim.Para os meus sentimentos e a minha mente. É errado porque assim eu nunca vou conseguir esquecê-la.É errado, porque esse dia ficará martelando em minha mente por anos.Mas por que, mesmo sendo errado, não consigo tirar minhas m&
Acordo numa cama vazia. Já sabia que isso iria acontecer.Então por que, mesmo assim, ainda estou surpresa com isso? A ausência dele me dói o peito e se não fosse pelo cheiro que ele deixou no travesseiro, poderia facilmente dizer que tudo não passou de um sonho bem vivido.Pego o travesseiro que ele usou e abraço, inalando profundamente o seu cheiro e sinto meus
Nove anos depois— Murilo! — Grito do quarto. — Vai logo menino, senão você vai se atrasar! — falo, enquanto termino de arrumar minha bolsa.Tenho que estar na emissora dentro de 40 minutos e tirando que o caminho até lá leva quase o dobro disso, eu realmente estou terrivelmente atrasada. Pelo menos eu sou a gerente do local.— J&aac
Não é possível. Só pode ser uma miragem.Cecília está parada bem na minha frente. Depois de nove anos, desde a última vez que nos vimos, ela está aqui. E acompanhada de um belo garoto, que me olha confuso. — Mãe? — o garoto chama pela mãe que permanece muda. — Você está bem? Ele olha de mim para a mãe, tentand
Agradeço o fato de não ter nenhum outro paciente marcado e no momento em que ela sai da minha sala, eu arrumo minhas coisas e vou embora.Preciso de ar, é muito para assimilar e não consigo respirar com tudo isso na minha mente.Tiro o jaleco e enfio dentro da mochila enquanto caminho até a saída do hospital. Os funcionários passam por mim e se despedem, me deixando um boa noite e um até amanhã, mas a única coisa que eu consigo fazer é acenar de volta. Vou sufocar, estou sentindo que vou morrer asfixiada.Preciso de ar.Preciso sair daqui.Olho ao redor, as paredes brancas do hospital me sufocam e acho que a enfermeira vê meu completo estado de pânico, pois ela olha para mim sem parar e se não estivesse retirando sangue do Murilo nesse exato momento, sei que já teria vindo até mim. Agarro seus cabelos medianos e os puxos, ele solta um pequeno gemido, que é engolido pelos meus lábios. Ele desliza as mãos pela bainha da minha camisa e a puxa do cós da calça, deslizando seus dedos pelas minhas costas. Sinto meu corpo retesar e minha consciência voltar, rompo nosso beijo e balanço a cabeça, veemente. — Eu não posso... — Respiro fundo, tentando recuperar o ar. — Nós não podemos. Sinto novamente as lagrimas embaçarem minha visão. — Me desculpa. — Coloco as mãos no rosto, tentando esconder a bagunça em que eu estou. Sorte que ele não pode ver a bagunça que está meu coração. — Você ainda o ama, não é? — por mais calma que sua voz esteja, eu vejo a dor entre cada palavra que ele diz. Não respondo, prefiro não dizer nada, apenas me levanto do seu colo e passo para o meu banco, calada. É o bastante para ele, não preciso dizer nada. Noah sabe que o Theo sempre permaneceu entre nós, como um terceiro elemento em nosso relacionamento. Ele aperta os punhos e bCapítulo Sessenta e Quatro — Cecília Prado
Capítulo Sessenta e Cinco — Cecília Prado
— Não é justo. — falo contra o celular. Ele respira fundo e fica em silêncio por alguns segundos. — O que não é justo, moranguinho? — ele sussurra. Deus! Ouvi-lo sussurrar meu apelido acaba com o resto de controle que eu tenho. Ele ainda tem poder sobre mim e sabe bem disso. — Você me ligar e se declarar nove anos depois, como se nada tivesse acontecido entre nós. — choramingo, erguendo o braço, frustrada. — Como se não tivesse seguido sua vida, casado com outra pessoa e me esquecido. — a última parte da frase quase não sai. E torço para que ele não tenha escutado. — Eu nunca te esqueci. — ele fala, confirmando que ouviu cada palavra que eu disse. — E olha que tentei para caralho! — Ele solta uma risada ríspida. — Você não faz a maldita ideia de como eu quis te esquecer. Ouvir isso me machuca, da pior forma possível. Ele não queria pensar em mim. Enquanto eu me prendia nas nossas lembranças, ele tentava a todo custo esquecê-las. Um soluço escapa de meus lábios e eu t