Emma Assim que nos separamos ao fim da melodia, eu notei Henry parado me observando a certa distância. Ele não dançou com ninguém? Eu planejava seguir até ele, mas Georgie me interceptou no meio do caminho. — Você estava mesmo dançando com o Sr Kinghley? — Ela sussurrou. — Infelizmente. — Eu suspirei, observando ele se aproximar da jovem de antes. — Você se saiu bem, está atraindo atenção — Ela me provocou. — Eu não quero atrair atenção — Eu gemi. — O Sr Dashwood já a convidou para dançar? — Georgie instigou. — Não — Eu suspirei, pensando se deveria ou não contar à Georgie sobre nossos beijos, desistindo da ideia em seguida. Ninguém poderia sequer sonhar sobre isso. — O Sr Kinghley foi mais rápido. — Você acha que ele irá te convidar? — Ela sorriu. — Eu não sei... Eu me calei ao notar um rapaz ruivo se aproximar, vindo diretamente até nós. — Srtª Crawford. — Ele a cumprimentou — É um prazer revê-la. — Sr McGregor — Georgie sorriu abertamente enquanto o jovem lançava um ol
Emma Por mais que Henry afirme que minha essência não mudou, não é dessa forma que eu vejo. Esse baile foi a prova disso, eu me diverti! Eu me diverti quando não deveria, esse pandeiro era uma parte de mim que eu estava ignorando há muito tempo, sufocando-a dia a dia. Eu o movimentei suavemente, ouvindo o som que ele produzia. Eu senti falta disso, realmente senti. Respirando fundo eu fechei os olhos, deixando minha mente vagar para a música que minha mãe sempre cantava para mim. Não era uma música cigana, mas eu adorava o ritmo e até meu pai aprendeu a tocá-la para que pudéssemos dançar. — I hear your voice on the wind. And I hear you call out my name Eu comecei a entoar em um tom que que assemelhava a um sussurro, se eu me concentrasse o suficiente, ouviria a melodia e a voz de minha mãe me acalentar. — Listen, my child!' you say to me, I am the Voice of your history, Be not afraid — come follow me, Answer my call and I'll set you free.' Eu passei a me mover conforme meu ritmo
HenryEmma me deixou ali na biblioteca desnorteado, eu não conseguia pensar em nada além dela, nada mais existia em minha mente. Mas ela teve razão em se afastar daquela maneira, o que eu estava prestes a fazer era inaceitável.Eu respirei fundo seguindo até meu quarto, eu preciso me casar com ela. Preciso me casar com ela o quanto antes, está mais do que claro que o meu plano de um noivado longo é inviável para ambos.Eu tirei minha bota começando a me despir, tentando extinguir a excitação que tomou conta de meu corpo, mas a todo momento minha mente vagava até Emma, ela estava a poucos metros de distância, eu poderia ir até ela com facilidade, ninguém saberia.Ninguém saberia.Não! O que estou pensando? Eu não poderia fazer isso com Emma. Ela é a mulher mais incrível, forte e dedicada que eu conheço. Não posso me desgraça-la com ela dessa maneira.Por outro lado, eu quero fazê-la minha esposa! Está claro que não estou me divertindo com ela! Eu me casaria com ela amanhã se fosse pos
Henry Eu acordei me sentindo um pouco desnorteado poucas horas depois, o quarto estava escuro pois as velas tinham se apagado e as cortinas estavam fechadas. Eu me sentei na cama, sentindo um pouco de frio por não estar vestido antes de observar Emma adormecida ao meu lado. Emma! Não, não, não... O que eu fiz!? Emma se movimentou na cama, virando o rosto que exibia uma expressão tranquila em minha direção. Como eu pude fazer isso a ela!? Os detalhes da noite anterior começaram a me atingir enquanto eu a observava ali ao meu lado, deitada de bruços com parte da pele de suas costas exposta. Eu deveria ter esperado, nós iríamos nos casar, eu precisava ter esperado! Era minha obrigação! O que aconteceria à sua frágil reputação caso alguém descobrisse o que aconteceu aqui na última noite? Emma já tem tido tantos problemas para se ajustar. Eu estraguei tudo! Eu me dei conta que algum empregado apareceria a qualquer momento, ela precisa sair daqui, ninguém pode saber que ela passo
EmmaEu fiz o que Henry pediu e consegui chegar ao meu quarto sem chamar atenção de ninguém, apesar do coração disparado. Ele estava assim desde que Henry me acordou, eu tinha certeza que ele havia me usado e estava me expulsando de vez de sua vida, mas após sua breve explicação eu me tranquilizei um pouco, na medida do possível.Eu limpei todo aquele sangue com cuidado, me vestindo em seguida. Uma sensação de culpa começou a me consumir, como eu poderei encarar todas as pessoas sabendo o que eu fiz? Como será minha conversa com Henry? O que ele está pensando sobre tudo isso?Espero que ele tenha falado a verdade quando disse me amar, porque eu certamente fui sincera. Eu estava ponderando se deveria ou não sair do quarto quando uma batida na porta me sobressaltou. Quem poderia ser? Henry? Eu não creio que a conversa aconteceria no meu quarto. Ele pediu para alguém me chamar? Segui temerosa até a porta, encontrando Katherine Dashwood parada ali, segurando o que parecia ser alguns len
Emma Nós saímos da casa, caminhando pelos jardins até chegar a um lugar isolado aos fundos da propriedade, ao verificar que estávamos realmente sozinhas, ela se sentou em um banco, me incitando a fazer o mesmo. Eu aguardei que ela se pronunciasse, sentindo uma certa ansiedade tomar conta de mim. — Srtª Ferguson, nós precisamos.. — Eu sinto muito — Eu a interrompi. — Espere eu dizer o que eu quero antes de se desculpar, Emma — Ela conteve um sorriso. — Sim senhora. — Eu mordi meu lábio. — Você já deve ter percebido que Henry me contou tudo. — Ela respirou fundo — O que vocês fizeram foi muito grave e irresponsável! — Sim eu sei... — Vocês poderiam ter perdido tudo, Srtª Ferguson — Ela continuou me arrancando uma risada nervosa. Perdido tudo? Como se eu tivesse muito a perder. — Falei algo engraçado? — Eu não tenho nada mais a perder Srª Dashwood — Eu desviei o olhar — Eu não tenho família, não tenho fortuna, e isso é o menor dano à minha reputação caso descubram de onde eu vi
Emma Eu dei alguns passos vacilantes para trás. Ele estava morto, o que está acontecendo!? — Emma — Ele segurou meus braços me avaliando — É mesmo você! — Não... Você está morto! — Eu exclamei, tentando me soltar. — Não estou. Eu consegui fugir — Ele ofegou — Eu não fui o único. — O que? — Eu repeti piscando atordoada — Outros sobreviveram? — O que aconteceu com você? — Ele me avaliou ainda me segurando — Nós te seguimos desde Melrose. Lash te viu entrando em uma carruagem, mas nós demoramos para descobrir aonde você foi parar. Eu não consegui responder. Continuei o encarando confusa e sem acreditar. Lash também estava vivo? Quantos sobreviveram? — Por que você está vestida dessa forma? — Ele fez uma careta. — Eu vivo aqui agora — Eu recuperei minha voz — Dois senhores me ajudaram a escapar e me abrigaram. — Te abrigaram? — Ele rosnou — Você está vivendo entre os gadjikanes¹? — Eu estou viva — Eu retruquei. — Ótimo, então você pode vir comigo — Ele respondeu em um tom pe
Henry Eu estava tentando me concentrar na carta que estava respondendo enquanto aguardava o Sr Martin, um dos fazendeiros da região que tinha agendado uma reunião comigo, mas minha mente estava sempre voltando à Emma. Eu devia ter insistido em acompanhá-la, mesmo que tivesse que levar Christopher e Kitty conosco.Eu desisti do que estava fazendo e passei a andar de um lado para o outro em minha sala. Por que estou tão incomodado com isso? Emma tem razão, Dyrham Park não fica longe, ela já deve estar com Georgiana nesse momento.Talvez eu devesse ir até lá, apenas para garantir que está tudo bem. O Sr Martin chegou para nossa reunião, me obrigando a tirar Emma de meus pensamentos e passar a dedicar minha atenção ao homem à minha frente. Eu me esforcei ao máximo para ouvir seus planos de expansão de sua fazenda, mas não conseguia me concentrar.Assim que ele sair daqui, eu irei até Dyrham Park, não a deixarei retornar sozinha para Casterly Park. Não entendo o que está acontecendo, mas