"Laura"
Corria pela rua escura sem saber para onde ir, sai de casa pela janela, meu padrasto estava atrás de mim totalmente bêbado, sei o que ele quer por isso fugi, peguei o dinheiro que minha mãe tem escondido no colchão já a alguns dias. As primeiras roupas que achei coloquei na mochila, fugi sem saber para onde ir ou se eles viriam atrás de mim.
Agora estou na rua, com fome, sem saber nem onde estou e nem o que fazer, suspiro cansada, paro na calçada me sentando no chão e olhando meus pés, tenho que decidir para onde ir. Não sei o que fazer mas com certeza não voltarei pra aquela casa, nem que eu tenha que morar na rua e passar fome por um tempo.
Levantei decidida eu já tenho dezessete anos posso muito bem morar sozinha, viver minha vida longe desse inferno. Vou andando até o ponto de ônibus e me sento, antes de sair não peguei nem o mapa da cidade, conheço algumas pensões e irmandades que ouvi das minhas colegas da escola.
Quando o ônibus aponta na esquina desisto de paga-lo, ir andando me poupara dinheiro, tenho para ir embora dessa cidade, mas primeiro vou achar um local para ganhar mais dinheiro. Está na hora de reconstruir minha vida e sai desse buraco. Hora de crescer, de me tornar uma mulher, respiro fundo e ando mais rápido.
Andei por mais de uma hora até chegar na pensão mais próxima que conheço, está cada vez mais frio, bati na porta esperando. Logo escutei o barulho de chaves e a porta se abriu, uma senhorinha sorri pra mim seu olhos pequenos e bochechas redondas.
-Boa noite, a senhora tem um quarto? -pergunto enquanto tento me aquecer com os braços.
-Entre minha filha, está muito frio aqui fora. -ela me puxa para dentro e sinto o cheiro de chá e biscoitos. -Sorte sua que um dos quartos ficou vago hoje mais cedo.
Vou seguindo ela pelo corredor da grande casa, chegamos em uma cozinha, vejo várias pessoas sentadas em uma mesa comendo e conversando, algumas de pijama outras arrumadas em roupas de sair, mulheres e homens.
-Sinta-se a vontade, aqui nós nos tratamos como família. -diz me fazendo sentar na cadeira e me estendendo um prato com comida, mesmo com vergonha dos olhares sobre mim, começo a comer devagar.
Me sinto estranha sob os olhares compreensivos e ate mesmo de pena, afinal hoje é uma data comemorativa, um dia parra se passar com a família. Começo a sentir os olhos marejados e continuo a comer de cabeça baixa, sinto uma mão em meu ombro, levando a cabeça limpando as lágrimas com as costas das mãos, vendo uma mulher magra com rosto abatido e sorriso fraco.
-Diga qual seu nome criança? -olho para ela que me serve um como de suco e se senta ao meu lado, os outros já se dispersaram.
-Laura Drummer, quanto custa a noite no quarto? -questiono, não sei se meu dinheiro é suficiente, meu corpo pede por descanso, preciso tomar um banho e dormir.
-Oh sim, o quarto é compartilhado, espero que não se importe. -confirmo com a cabeça, não irei ficar muito tempo aqui. -Uma noite é vinte. -logo quero ir para outra cidade e viver bem longe desse meu passado estranho.
-Não há problema algum, quero descansar. -digo e ela sorri ternamente, depois me entrega uma xícara com um líquido que deduzo ser chá. Pego e a mesma aquece meus dedos, suspiro por tudo que passei para chegar ate onde estou agora, meu corpo relaxa só por minhas mãos estarem mais aquecidas.
-Beba, vai te ajudar a aquecer o corpo... -antes que ela termine de falar uma moça loira e de olhos azuis aparece, ela é linda, não deve ser mais alta que eu, mas tem uma beleza exorbitante.
-Dona Judith vim lavar as louças. -diz e amarra os cabelos em um coque frouxo. Fico observando sua postura, o jeito de lavar os pratos e talheres, tudo parece ser feito no automático. A senhorinha que estava sentada em uma cadeira perto da porta ergue o olhar de seu tricô e diz:
-Diga boa noite para Laura, não seja mau educada Olivia. -sorrio negando com a cabeça. -Ela irá ficar com a cama no seu quarto com sua mãe, espero que cuida da criança Hannah e Olivia.
-Tudo bem dona Judith, estou com pensamento longe, desculpe. -responde Olívia com um sorriso sem vida, vazio. -Olá, boa noite. Eu me chamo Olivia Sentyl, acho que seremos colegas de quarto.
Ela diz me olhando nos olhos e estendendo a mão para mim, coloco a xícara na mesa me levantando para pegar sua mão, sorrio pegando sua mão cheia de calos, nos encaramos e é como se estivesse me olhando no espelho do que sou agora.
-Laura Drummer, muito prazer. -acho que a muito tempo não converso normalmente, mas essa noite esta sendo boa, finalmente estou me sentindo livre para fazer o que sempre quis, interagindo com pessoas, comendo coisas diferentes. Espero que daqui pra frente seja ainda melhor.
⭐🌟⭐
Sebastian
Meu pai praticamente me intimou a casar, se não ele passa tudo pro nome do meu irmão que ficou apavorado assim como eu.
Não sei o que fazer, as únicas mulheres que conheço são as prostitutas que trabalham para a máfia, mas duvido muito que tenha alguma que preste para um casamento arranjado.
Suspiro, o que eu faço agora?
Eu nem consigo pensar, pego meu carro e saio andando pelas ruas pouco movimentadas, isso sempre me ajuda a relaxar, aumentar a velocidade, ver as luzes passando como um flash.
Mas nada disso me faz ter alguma ideia de como seguir minha vida, como lidar com esses problemas que surgem a cada momento.
Volto pra casa cansado e com raiva de todos os acontecimentos dos últimos meses, tantas coisas para lidar.
Assim que entro vou direto ao quarto de Lian, ele dorme tranquilamente no berço, tão pequeno, frágil, delicado, tem apenas seis meses, ainda nem caiu a fixa de que eu sou pai, engravidei uma prostituta e assim que ela deu a luz sumiu no mundo, claro assim que lhe paguei uma certa quantia.
Em pensar que eu quase fiz ela tirar o bebê, meu filho primogênito, quase fiz uma besteira enorme, mas agora olhando esse ser tão pequeno que pode quebrar a qualquer momento me sinto o melhor homem do mundo.
Caio no chão de joelhos, já não tenho forças quase matei meu menino, mas está na hora de mudar um pouco, pelo meu filho e por mim, tenho que mudar.
Hora de mudar por ele, de achar uma esposa, eu não tenho a vida toda já estou com 25 anos, esta mais que na hora mesmo de me amarrar com alguém, procurar meu grande amor se é que isso existe mesmo.
Sai do quarto dele em direção ao meu, tenho muitas coisas para pensar mas é melhor fazer isso amanhã, quando eu estivesse menos estressado e sóbrio. Por mais difícil que minha vida esteja, por tudo que já passei, irei apenas tentar seguir adiante e ser feliz, ser pai, crescer.
⭐🌟⭐
"Um ano depois do Capítulo 1" .................SebastianUm ano desde que meu pai me intimou a casar e aqui estou eu de casamento marcado a alguns dias, a mais o menos um ano atrás encontrei Olívia Sentyl, modelo linda, loira, de curvas estruturais, lábios macios e o sorriso mais lindo que já vi, acho que instantaneamente me apaixonei por ela, nos conhecemos melhor e pronto.Acho que realmente estou apaixonado por ela. Ela não sabe dos meus negócios ilícitos, e não pretendo contar, vamos nos casar daqui a 8 meses. Sou o homem mais feliz do mundo no momento, acho que nunca fui mais feliz desde o nascimento de Lian.Estou indo a uma das empresas lícitas que lavam dinheiro pra máfia italiana Invict, deixei Lian com Olívia num hotel já que tivemos que viajar pra Roma, mas ela não sabe que tenho casa aqui, mas assim que nos casarmos cont
"Um ano depois do Capítulo 1"“Laura”Acordei as seis em ponto cansada mas tenho que me levantar, olho para as paredes cheias de mofo e sujeira, suspiro, pelo menos agora as coisas estão mais calmas em minha vida.Faz um ano que sai daquele lugar que chamava de lar, agora estudo e trabalho para garantir meu sustento, quando fugi daquela casa não sabia para onde ir, nem o que fazer para arrumar minha vida. Então fui até a pensão e aluguei um quarto, conheci Olivia e a mãe dela, dividimos o quarto enquanto ajuntávamos dinheiro para comprar essa casa, faz menos de seis meses que moramos aqui.Levanto e vou ao banheiro fazer minhas higienes, saio do banheiro e procuro meu uniforme do trabalho, um belo dia a uns meses atrás estava andando atrás de emprego pela quinta vez, resolvi passar pelas lojas do shopping quando vi um folheto numa vitrine de uma loja chique, onde dizia "Precisa-se de auxiliares de limpeza. Não é necessá
"Laura Drummer"Entrei no carro de estranhos, vestida com meu uniforme horrível, onde tem vários homens bonitos, não melhor dizendo, lindos. Me sinto muito feia perto dessa gente, suspiro cansada e abatida.-Então quando você os viu? -o homem que me garantiu que eu não perderei meu emprego pergunta com uma cara de dúvida. Não quero ter que conversar, mas não tenho como fugir das muitas perguntas.- Bem, estava limpando o balcão ao lado esquerdo, escutei passos e achei que fosse algum cliente, quando me virei vi eles, é estranho ter homens em uma loja de produtos para mulheres, observei por uns segundos e vi um deles tirando a arma do casaco, não pensei muito bem e corri até o outro balcão e pulei por cima dele empurrando a menina que estava lá, para debaixo dele. -digo como tinha feito e o que aconteceu na minha visão no momento. -Depois ela deu dois tiros e creio eu que um deles acertou já tinha sangue no chão e em alguns cacos de vidro, esperamos por mai
"Sebastian Wolker "Depois da morte de Olívia fiquei sem reação, ainda não acredito que isso aconteceu, estou sentado no banco do carro a alguns minutos enquanto espero Diogo voltar.Ele cismou que pode ter alguma pista no quarto que pode nos levar até o assassino ou pelo menos nos dar uma luz do que pode ter ocorrido naquele quarto.Enquanto isso meu filho dorme no banco de trás, meus pensamentos estão no que fazer agora, pego o celular e então lembro o que o desgraçado disse na ligação -" ...mas então o que você faria se descobrisse que sua amada não passa de uma vadia traidora..."- aquela frase não sai da minha cabeça.Será que Olívia é uma traidora ou infiltrada? Meu deus eu estou ficando louco e nem mesmo avisei meu pai sobre o que aconteceu e já estou formando teorias do que pode ter acontecido com ela.Fiz a senha no celular, quando a tela desbloqueia vejo a foto de Olivia e é meu peito dói, disco o contato do meu pai, no automá
"Laura"Passei muito tempo brincando com Lian e ele é surpreendentemente inteligente para idade que tem. Depois de um tempo vejo Maick se aproximando de nós, com um sorriso de lado.-Oi, se dando bem com o pequeno? -diz sentando-se no chão ao meu lado.-Digamos que prefiro ficar aqui do que no meio de pessoas que não conheço, só estou aqui porque aquele senhor disse que queria ouvir de mim o que houve. -olho de cabo de rabo para a sala cheia de pessoas conversando.Fui sincera já que é a verdade, eu nem mesmo devia estar aqui no meio de todas essas pessoas, não faço ideia de quem são, nem o que estão fazendo aqui, foi tudo por um acaso que vim parar aqui.Talvez eu deva ir embora, além do mais aqueles caras armados que vimos mais cedo antes de vir até essa mansão me deram calafrios.Mas esta na cara que isso é uma furada, essas coisas me fazem lembrar do último ano que fiquei fugindo de uma lado para o outro com Olivia e sua mãe.-Se q
"Laura"Escuto o despertador tocar freneticamente, rosno por ter que levantar, mau havia dormido. Pego o despertador fazendo-o parar, coloco os pés para fora da cama e levando vagarosamente. Não dormi direito porque fiquei até tarde colocando os deveres escolares em dia, geralmente Olivia me ajuda, mas ontem fiz sozinha.Que falta você me faz Olívia, espero que volte logo pra casa, quero contar tudo que aconteceu desde quando você saiu de casa mês passado. Agora estou quase desperta, só falta tomar um bom banho e comer algo.Vou até o banheiro para tomar banho e me arrumar para o serviço, tomara que hoje fique tudo tranquilo, depois do que aconteceu na outra loja eles ainda não abriram mas hoje iram abrir.Faço minhas higienes enquanto penso em como não chegar atrasada ao serviço, já que o dinheiro que tenho usei ontem e meu salário so está previsto para daqui a dois dias.Sai do banheiro, começo a procurar uma roupa, já colocando o uniforme na
"Sebastian" A reunião acabou com meu pai agradecendo a presença de todos, além de avisar que estaria procurando por respostas e se alguém se intrometesse nos assuntos dos Wolker’s estariam também se colocando na linha de frente do inimigo.Fiquei olhando todos saindo e pensado nos fatos ditos durante a reunião, alguns dos nosso investigadores, procuraram tudo sobre a vida de Olívia antes de me conhecer, casa, amigos, família, serviços.Em pensar que namorei com ela durante um ano e pouco sabia de sua vida longe de mim, sou mesmo um idiota por não procurar por isso antes.Descobri que sua carreira de modelo estava apenas no começo, um ano e alguns meses de serviço, as fotos foram somente para minha empresa de joias, descobri que ela morava em Molrens à uns cinco anos, tinha uma vida normal antes de me conhecer, trabalhava de garçonete até um dos meus fotógrafos encontrá-la por acaso na lanchonete onde trabalhava.Morava em uma casa que comprou
"Laura"Quando estou indo embora passo na lanchonete do shopping pegando minha marmita com John, ele sempre guarda pra mim mesmo quando eu vou embora antes do almoço, uma das poucas pessoas que fiz amizade nesse lugar, ele é simpático e me faz rir muito nos intervalos de almoço.Hoje foi bem rápido o que fiz nas lojas, a conversa com Srta. Jinger foi interessante, gostei dela ouvir o que eu disse tão atentamente.Ando de volta pra casa, dessa vez sem correria, vendo o céu claro, coisa pouco normal na cidade, Molrens é uma cidade bem desenvolvida, localizada longe da capital do país, no caso Roma, é uma cidade bem peculiar, as vezes faz muito sol, outras vezes chove muito, não dá pra entender bem a meteorologia do lugar, mas é uma cidade agradável.Com esses pensamentos segui sorridente pra casa, sei que assim que chegar lá vou poder desfrutar de meu almoço, minha primeira refeição do dia e última também.Assim que virei a última rua antes de casa, já qu