Vlad
— O Lucas me trouxe até aqui. — Fecho os olhos, puxando uma respiração alta.
— Filho da...
— Qual é o problema, Vladmir? Eu sou a sua noiva e estamos prestes a nos casar, meu amor. — O seu olhar curioso vai imediatamente para o topo da escadaria e eu olho na mesma direção, sentindo o meu coração se partir em mil pedaços agora.
— Anne?! — sussurro sofregamente quando a vejo resfolegar violentamente e no mesmo instante as lágrimas começam a molhar o seu rosto. — Anne, eu posso... — Tento dizer-lhe algo.
— Quem é essa mulher, Vladmir? — Iara irrompe impetuosa, porém, Anne desce as escadas correndo e sai como uma desesperada de dentro da casa.
— ANNE?! — grito o seu nome e corro atrás dela. Entretanto, bem na entrada encontro o Lucas e o fito furioso. — O que pe
Anne... Eu te amo, Anne Summer!O som da sua voz me faz abrir os olhos e percebo que estou em um quarto diferente agora. Aturdida, me sento no colchão e fito um copo de suco em cima de um pequeno móvel. Meu coração parece bater em vida nesse instante.Vlad?Céus, eu sabia, ele me ama! Sibilo mentalmente e esperançosa, bebo o suco para em seguida ir ao seu encontro. Sabia que ele não faria isso comigo. Sabia que jamais me machucaria dessa maneira. Não de propósito. Contudo, no final do corredor escuto o som de vozes alteradas e me pergunto quem estaria aqui?Somente você e eu, ele disse.— Eu sou a sua noiva e estamos prestes a nos casar, meu amor.Nesse instante o chão desaparece de debaixo dos meus pés. Não era um engano. Ele realmente quis me machucar e acabou me dar uma punhalada fatal no meu peito. Me amaldiçoo
Vlad... EU ODEIO VOCÊ, VLADMIR MAZZA E QUERO QUE VOCÊ MORRA! Ela não está errada em me odiar assim, a final, o que eu fiz é realmente odiável. No entanto, estou devastado, quebrado por dentro e o pior é que a culpa é toda minha.... Pare de chorar, Vlad. Você precisa ser melhor do que eles para conseguir o amor do seu pai.Eu ouvi isso a minha vida inteira. Aprendi a não chorar para parecer forte aos seus olhos. Me matei de estudar para mostrar-lhe sempre as melhores notas. Aceitei as suas escolhas sem nunca o contestar. Contudo, Vidal Mazza nunca me ofereceu nada em troca, nem mesmo as migalhas do seu amor que caía pelo chão. Nem um olhar carinhoso, um sorriso, nem mesmo um simples afago nos meus cabelos. Eu não reconheço o sentido do amor e não posso oferecer-lhe para a mulher que acredito amar, porque simplesmente não s
Anne Um tiro deveria apagar tudo que aconteceu comigo. D deveria me devolver a paz e minha confiança pessoal outra vez. Penso enquanto corro para longe da casa igual uma condenada, abandonando-o nas garras da morte. Entretanto, à medida que me afasto do casarão sinto que estou morrendo. É como se a minha vida tivesse ficado lá com ele e isso me apavora de alguma forma. Por que ele não me deixa ir? Por que simplesmente não me liberta? Paro de correr a poucos metros da praia, curvando-me para recuperar o meu fôlego, mas sem saber exatamente que rumo tomar. A verdade, é que estou presa em uma ilha e que não tenho para onde ir. — AAAAAAAAH! — grito em um misto de raiva e de frustração. Contudo, ao erguer os meus olhos na direção do mar o meu coração acelera forte dentro do meu peito ao perceber uma lancha parada em alto mar. Tenho vontade de gritar por socorro, pedir que eles me levem para a cidade mais próxima e finalmente me livrarei
Vlad A tempestade lá fora já acabou e o sol já começou a derramar os seus primeiros raios, que começam a invadir as janelas da sala de visitas. Respiro fundo tentando me situar e com um pouco de dificuldade me viro para o lado, encontrando-a adormecida bem ali, tão perto de mim e ao mesmo tempo inalcançável. Respiro fundo sentindo o meu peito protestar o meu ato. Ela voltou por mim. Penso abrindo um pequeno sorriso esperançoso e no ímpeto de sentir o seu calor junto ao meu me esforço para chegar mais perto dela. — Ah, droga! Resmungo com um gemido baixo e dolorido por conta do meu esforço, mas logo me sinto gratificado por estar tão perto dela outra vez. No ato, enfio o meu rosto cuidadosamente entre os seus cabelos para não a despertar e aspiro o seu cheiro bem debagar, porém profundamente. Logo sinto o meu coração bater em vida e o seu sangue que antes parecia congelado em minhas veias corre fazendo o corpo inteiro reagir a sua energia.
Anne Ele é tão teimoso quanto uma mula! Resmungo mentalmente enquanto o observo cortar a lenha do lado de fora. Contudo, Vladmir Mazza não é tão diferente dos seus irmãos. Athos e Artêmis tem tamanha teimosia e a arrogância, e o poderio parece fazer parte do DNA desses homens. No entanto, eu vi a sua fragilidade e ela é bem dolorosa. O pouco que ouvi escapar dos seus lábios durante os muitos delírios de febre deu para entender um pouco dessa sua rivalidade com os seus irmãos. Mas, quem é o verdadeiro culpado nessa história toda? O que de fato o levou a ter tantos ressentimentos dos seus irmãos? Não tenho certeza dessas respostas ainda. Só sei que os gêmeos não deveriam pagar por algo que eles nunca fizeram parte. Lembrar das súplicas de Vladimir Mazza durante os seus sonhos mais agoniantes me deixou suspensa. Ela implorava pela atenção e o carinho dos seus pais, mas o que isso quer dizer realmente? Vlad não foi amado, ou desejado por eles? Céus, isso é
Vlad — Mas o que eu fiz de errado agora? — resmungo saindo do quarto para ir atrás dela. Contudo, ao chegar na varanda encontro uma Anne que nunca vira antes. Ela parece ilhada dentro de si mesma. O seu olhar confuso me diz que além de mim, ela também não sabe o que aconteceu e isso me parece bem confuso. Sem saber exatamente como agir, procuro chegar mais perto dela, mas a minha vontade agora é tocá-la, atrai-la para os meus braços e de cuidar dela. No entanto, apenas paro do seu lado e olho para horizonte, levando as minhas mãos afoitas para atrás do meu corpo. Por alguns segundos ninguém diz nada até ela começar a falar. — Eu tive flash. — Um flash? E o que você viu? — Nada. Estava... tudo... escuro. — Dessa vez procuro os seus olhos, mas os seus continuam fixos no nada. — Mas tinha um grito. — Franzo o ceno. — Era... de medo, muito medo. — Sem saber o que dizer, puxo uma respiração. O escuro e o medo. Eu sei bem como é isso e ess
Vlad — Um celular. — Anne ralha ironicamente, enquanto sorri sarcástica para mim. Os seus olhos antes sorridentes e brilhantes agora me acusam como se eu fosse o pior criminoso na face da terra e eu suspiro, pensando em algo para dizer-lhe. Mas o que eu devo dizer, que eu menti outra vez? Que escondi o fato de que poderíamos ter deixado essa ilha desde o começo de toda essa bagunça? — Sabia que eu estava quase acreditando nesse Vlad todo atencioso? — Mas esse sou eu de verdade! — replico. — Anne eu... — Você mentiu para mim esse tempo todo, Vladmir Mazza! — Ela praticamente grita essa acusação. — Não. — Seu sorriso sarcástico se alarga. — Você mentiu para mim desde o começo de tudo. Desde que esbarrou em mim naquele maldito café — Anne, por favor me escute... — Como eu sou burra, não é? Você deve ter pensado, que garota ingênua, como é fácil enganá-la e tirar dela o quiser. Quer dizer, eu me deixei enganar por dua
Anne— Aqui está, senhor Vladmir. — Um funcionário do hotel diz largando as malas em um canto de parede. Entretanto, estou ocupada observando o confortável, porém, luxuoso apartamento, que tem boa parte das suas paredes de vidros, onde podemos observar toda a cidade.Respiro fundo e mesmo sem dizer-lhe nada, decido ir conhecer um pouco mais da casa que ficarei por trinta dias.Trinta dias. Às vezes me pergunto onde está o meu juízo.— Onde fica o outro quarto? — inquiro após andar por cada pedaço desse lugar.— Não temos outro quarto. — Vladmir responde com naturalidade.— Como assim, não tem outro quarto?— Não tem, Anne — bufo audivelmente.— Vladmir, eu deixei bem claro...— Que não dividiremos o mesmo quarto e nem uma cama. Eu me lembro de cada exigência sua, minha esposa. — Cruzo os braços na defensiva quando ele me olha nos olhos.— E então, como vai ser isso? — Ele dá de ombros.— Vamos dividir esse quarto.— Vlad...— Mas você pode ficar com a cama se quiser.— Oh! E, onde voc