Anne
Ainda me lembro do dia que ele saiu de casa me dizendo que jamais me deixaria. Estou me separando da sua mãe, filha, mas eu jamais te deixarei. Ele disse. E depois daquele dia, eu esperei incansavelmente por ele, porém, o meu pai nunca mais voltou. Me senti só, desamparada e abandonada, e me prometi jamais me sentir assim outra vez. Desde então éramos apenas a minha mãe e eu. Entretanto, isso não me impediu de sonhar com o futuro. Por muitas vezes me fiz de esperta e experiente até, para nunca entregar o meu coração para qualquer homem. O Vlad me mostrou o seu valor em poucos dias. Ele me fez sentir especial e me ofereceu o seu mundo de sonhos. E só por isso, ele ganhou o meu coração.
Eu serei feliz finalmente.
— Pronto, acabei!
O maquiador fala me fazendo abrir os olhos e consequentemente encontro o teto branco de um quarto de um hotel de luxo.
Anne— Acorde, meu amor. Acabamos de chegar! — Sinto o seu beijo suave no meu rosto e desperto, abrindo uma brecha preguiçosa de olhos.— Eu adormeci — falo o óbvio, me sentando em um colchão de casal e percebo que estou dentro de um quarto com paredes cor de tabaco, e alguns detalhes bege. As luzes amareladas no roda-teto deixam o ambiente extremamente calmo e elegante, além dos abajures com um designer moderno e uma poltrona acolchoada em um canto próximo de uma janela redonda. Noto o seu fraque, o colete e a gravata estão arrumados em cima de um móvel e me pergunto se ele dormiu. E se sim, onde ele dormiu? Me pergunto já que o outro lado da espaçosa cama está intocado. — Como eu cheguei aqui?— Você estava cansada e adormeceu nos meus braços. Eu tomei a liberdade de acomodá-la na cama.— Eu não sabia que ti
Anne— Eu disse que faria esse momento especial para você, minha bela. — Ele sibila a sua promessa e eu volto a delirar completamente enlouquecida quando ele se inclina, beijando e mordiscando o meu clítoris.— Vlad! — Um som mais alto passa pela minha garganta, e um fogo veemente me envolve, me consome, me fazendo perder qualquer pensamento coerente. A sua língua me invade e eu me agarro aos lençóis com força em busca da minha redenção.— O que você quer, Anne? — Ele inquire quando já estou prestes a explodir.— Me faça sua mulher.Vlad sorri.É um sorriso completamente diferente do que já me oferecera antes. Portanto, ele se afasta um pouco e eu o assisto se livrar das suas roupas, para logo em seguida voltar para a cama e enfiar-se no meio das minhas pernas.— Não tire os seus olhos d
Vlad— O que está você fazendo?! — Ela pergunta um tanto desesperada quando puxo a porta, fechando-a com chave logo em seguida. Contudo, esse seu desespero de alguma forma está me matando por dentro.Isso não devia doer tanto assim.— ABRE ESSA PORTA, VLADMIR! — Os seus gritas assemelham-se a várias lâminas afiadas perfurando os meus pulmões sem dó e de repente fica difícil de respirar.Que está acontecendo comigo?Por que estou sendo atingido tão violentamente dessa maneira? Desesperado pelo ar que não vem, os meus olhos começam a queimar e logo sinto as lágrimas se derramarem impiedosamente.— Não faça isso comigo! Vladmir, por favor me diga que isso não passa de uma brincadeira de mal gosto?Pare!Pare de falar!Pare de gr
Vlad— O Lucas me trouxe até aqui. — Fecho os olhos, puxando uma respiração alta.— Filho da...— Qual é o problema, Vladmir? Eu sou a sua noiva e estamos prestes a nos casar, meu amor. — O seu olhar curioso vai imediatamente para o topo da escadaria e eu olho na mesma direção, sentindo o meu coração se partir em mil pedaços agora.— Anne?! — sussurro sofregamente quando a vejo resfolegar violentamente e no mesmo instante as lágrimas começam a molhar o seu rosto. — Anne, eu posso... — Tento dizer-lhe algo.— Quem é essa mulher, Vladmir? — Iara irrompe impetuosa, porém, Anne desce as escadas correndo e sai como uma desesperada de dentro da casa.— ANNE?! — grito o seu nome e corro atrás dela. Entretanto, bem na entrada encontro o Lucas e o fito furioso. — O que pe
Anne... Eu te amo, Anne Summer!O som da sua voz me faz abrir os olhos e percebo que estou em um quarto diferente agora. Aturdida, me sento no colchão e fito um copo de suco em cima de um pequeno móvel. Meu coração parece bater em vida nesse instante.Vlad?Céus, eu sabia, ele me ama! Sibilo mentalmente e esperançosa, bebo o suco para em seguida ir ao seu encontro. Sabia que ele não faria isso comigo. Sabia que jamais me machucaria dessa maneira. Não de propósito. Contudo, no final do corredor escuto o som de vozes alteradas e me pergunto quem estaria aqui?Somente você e eu, ele disse.— Eu sou a sua noiva e estamos prestes a nos casar, meu amor.Nesse instante o chão desaparece de debaixo dos meus pés. Não era um engano. Ele realmente quis me machucar e acabou me dar uma punhalada fatal no meu peito. Me amaldiçoo
Vlad... EU ODEIO VOCÊ, VLADMIR MAZZA E QUERO QUE VOCÊ MORRA! Ela não está errada em me odiar assim, a final, o que eu fiz é realmente odiável. No entanto, estou devastado, quebrado por dentro e o pior é que a culpa é toda minha.... Pare de chorar, Vlad. Você precisa ser melhor do que eles para conseguir o amor do seu pai.Eu ouvi isso a minha vida inteira. Aprendi a não chorar para parecer forte aos seus olhos. Me matei de estudar para mostrar-lhe sempre as melhores notas. Aceitei as suas escolhas sem nunca o contestar. Contudo, Vidal Mazza nunca me ofereceu nada em troca, nem mesmo as migalhas do seu amor que caía pelo chão. Nem um olhar carinhoso, um sorriso, nem mesmo um simples afago nos meus cabelos. Eu não reconheço o sentido do amor e não posso oferecer-lhe para a mulher que acredito amar, porque simplesmente não s
Anne Um tiro deveria apagar tudo que aconteceu comigo. D deveria me devolver a paz e minha confiança pessoal outra vez. Penso enquanto corro para longe da casa igual uma condenada, abandonando-o nas garras da morte. Entretanto, à medida que me afasto do casarão sinto que estou morrendo. É como se a minha vida tivesse ficado lá com ele e isso me apavora de alguma forma. Por que ele não me deixa ir? Por que simplesmente não me liberta? Paro de correr a poucos metros da praia, curvando-me para recuperar o meu fôlego, mas sem saber exatamente que rumo tomar. A verdade, é que estou presa em uma ilha e que não tenho para onde ir. — AAAAAAAAH! — grito em um misto de raiva e de frustração. Contudo, ao erguer os meus olhos na direção do mar o meu coração acelera forte dentro do meu peito ao perceber uma lancha parada em alto mar. Tenho vontade de gritar por socorro, pedir que eles me levem para a cidade mais próxima e finalmente me livrarei
Vlad A tempestade lá fora já acabou e o sol já começou a derramar os seus primeiros raios, que começam a invadir as janelas da sala de visitas. Respiro fundo tentando me situar e com um pouco de dificuldade me viro para o lado, encontrando-a adormecida bem ali, tão perto de mim e ao mesmo tempo inalcançável. Respiro fundo sentindo o meu peito protestar o meu ato. Ela voltou por mim. Penso abrindo um pequeno sorriso esperançoso e no ímpeto de sentir o seu calor junto ao meu me esforço para chegar mais perto dela. — Ah, droga! Resmungo com um gemido baixo e dolorido por conta do meu esforço, mas logo me sinto gratificado por estar tão perto dela outra vez. No ato, enfio o meu rosto cuidadosamente entre os seus cabelos para não a despertar e aspiro o seu cheiro bem debagar, porém profundamente. Logo sinto o meu coração bater em vida e o seu sangue que antes parecia congelado em minhas veias corre fazendo o corpo inteiro reagir a sua energia.