ArtêmisAlguns dias depois...— Athos, essa droga não está funcionando! Não vai dar certo! — reclamo assim que ele atende o telefone.— Você precisa ter calma, Artêmis, a Kim precisa dessa chance. — Rolo os olhos quando ele me pede a calma que eu não tenho.— Você não entende, ela me afronta o tempo todo, demora para fazer os trabalhos que exigem uma certa pressa e você sabe muito bem que eu não tenho paciência para treinar um novato!— Artêmis, eu te peço trinta dias, pode ser?— Ah, meu saco! — rasgo um xingamento irritado.— Um mês, Artêmis e se não der certo, eu encontro outro função para ela, o que me diz?— Trinta dias, Athos Mazza e nenhum dia a mais! — bufo, encerrando a ligação sem esperar a sua resposta. — E agora, onde ela está? — resmungo a procurando além da porta de vidro transparente. — Onde você está, garota impertinente do caralho? — ralho baixinho e irritadiço, e resolvo sair a sua procura.O som de algumas risadas divertidas dentro da copa me deixa curioso e me diri
KimAssim que o carro estaciona em frente a mansão Mazza eu saio sem esperá-lo e caminho apressada para dentro da casa. No entanto, antes de conseguir pôr os meus pés no primeiro batente sinto a sua mão segurar na minha e os nossos olhos se encontram assim que viro a cabeça para o lado.— Podemos conversar no meu quarto? — Protelo o seu pedido, mas me pego aceitando e no mesmo instante ele me guia para o outro lado da sala, para dentro do elevador. No corredor, Artêmis abre a porta do seu quarto e me dá passagem. Insegura, adentro o cômodo, pois sei o quão instável esse homem é. — Sente-se, Kim. — Artêmis pede com um surpreendente tom baixo e eu me acomodo em uma poltrona perto de uma janela. Então ele se aproxima e para de frente para mim. — Eu tenho uma proposta para fazê-la e independente de aceitá-la ou não, eu não quero que me faça perguntas.Engulo em seco, mas concordo.— Eu já te disse que não procuro o amor, Kimberly. Que não quero amar outra pessoa, mas principalmente eu não
Artêmis— Que bom que veio, amigo! — falo um tanto exasperado assim que Andreas se acomoda do meu lado em um banco que fica atrás dos arbustos do jardim da minha casa.— Você parecia nervoso no telefone, o que aconteceu?— Eu fodi tudo, cara! — lamento levando uma mão atrás da minha cabeça.— Do que você está falando, Artêmis? — Respiro fundo.— Quando eu vi aquelas imagens do casamento da Corina perdi completamente a minha cabeça. Eu sempre soube que ela nunca mais voltaria para mim e até pensei já tinha me aceitado isso.— Mas? — Respiro fundo pensando em por onde começar a contar-lhe da minha burrada.— Tem uma garota.— Olha isso! E eu a conheço? — bufo audível.— Isso não importa agora, Andreas. O fato é que ela mexe muito comigo e preenche os meus pensamentos constantemente. Ela sabe como tirar a minha paz, rouba a minha estabilidade e isso é... muito assustador, cara! Eu tinha a evitado desde que entrou nessa casa e até tomei algumas atitudes drásticas para mantê-la longe de mi
Kim— Ok, vou te dar a pílula do dia seguinte agora, mas preciso que faça alguns exames antes de te passar o anticoncepcional, tudo bem? — A médica diz após ouvir atentamente o meu relato e faz um sinal para uma enfermeira que está em um canto da sala. Devo dizer que me sinto aliviada. Um bebê no meio desse caos realmente não seria a melhor coisa para acontecer nesse momento. — Agora preciso que vista essa bata, Kimberly, eu vou fazer um exame para ver se está tudo bem com você depois da sua primeira vez, ok?Por que falar sobre isso me deixa tão envergonhada? Até parece que as minhas partes íntimas ganharam mais destaque na minha vida nessas últimas horas. Bufo mentalmente.— Claro — digo timidamente e vou para atrás de um provador. Me livro das minhas roupas e visto uma bata como me pediu. Logo estou deitada em uma cama estreita e com as minhas pernas apoiadas em dois suportes de ferro, e encarando o teto com uma certa agonia.— Vejo que ele foi bem cuidadoso com você. — A doutora c
Kim... Você vem?... Eu não posso.... Mas você me prometeu!... É que estamos preparando uma surpresa de boas-vindas para a minha irmã e para o Athos.... O Athos Mazza está voltando da lua de mel?Sorrio.... Sim. Aliás, você é um dos funcionários na Law e Order. Deveria vir participar.... Não, eu odeio essas confraternizações de empresas! ... Que bobagem, Vlad!... Marcamos para amanhã então?Bufo audível.... Tudo bem, amanhã então.Encerro a nossa conversa no chat e ao erguer os meus olhos encontro o meu chefe me encarando duramente. Resolvo ignorá-lo e vou ajudar alguns colegas com organização de algumas mesas para recebê-los com surpresa. Não demora e a ansiedade de vê-los parece me consumir por dentro.— Eles estão subindo. — Barbara anuncia contendo o seu êxtase de alegria e todos fazemos silêncio na expectativa de ouvir o Tim do elevador. Meu coração dispara de felicidade quando o meu cunhado surge no meu campo de visão de mãos dadas com a minha irmã e eles são recebidos
Artêmis.— Quem é? — Desperto quando Athos pergunta parando bem do meu lado.— Um idiota que não larga mais do pé dela — resmungo irritadiço enquanto o assisto dar mais um amasso na garota e fecho as mãos em punho louco para esmurrar algo.— De onde ele veio?— É o novo contratado do setor de RH.— Que história é essa? Não soube de nenhum funcionário novo na empresa. — Franzo a testa e o olho.— A Barbara me informou que Vladmir havia sido contratado recentemente. — Agora ele franze o cenho.— Vladmir? Vladmirde que?— Eu não faço ideia.— Que belo sócio você é! — Ele retruca pegando o telefone e faz uma ligação. — Atila, preciso saber se a Law e Order fez alguma contratação nesse último mês? Entendi. Procure saber sobre um tal de Vladimir. Eu não tenho o sobrenome dele. Ok, obrigado!— O que foi? — Procuro saber.— Ninguém é contratado na minha empresa sem passar por mim antes e você deveria saber disso.— Ah, então agora eu sou o culpado? — retruco igual menino malcriado. Mas a verd
Kim— Você já veio aqui antes? — Ele pergunta assim que saímos do elevador. Ele não faz ideia do quanto conheço essa casa.— Sim.— Então vai perceber algo diferente por aqui.— Hum — resmungo com desdém sem lhe dar muita atenção.— No final do corredor. — Artêmis avisa e vamos até lá em silêncio. — Você pode abrir a porta para mim por favor?— Claro. — Levo a mão ao trinco e o giro devagar, abrindo a porta lentamente. Contudo, o meu reflexo no espelho me faz engolir em seco e eu procuro os seus olhos.— O que é isso? — Em resposta ele sorri desdenhoso para mim.— Entra e descobre. — Respiro fundo e como me pediu, e meio receosa adentro o cômodo. Meus olhos percorrem ávidos pelas paredes espelhadas e à medida que caminho por ele, deslizo as pontas dos meus dedos pelas barras fixas em uma das paredes. Imediatamente Engulo um nó que começa a se formar na minha garganta e após analisar esse espaço vazio em silêncio por algum tempo, olho para trás. Artêmis continua parado na entrada da am
KimMinutos depois, estou posicionada na barra de ferro e Artêmis solta uma melodia sinfônica que imediatamente me preenche, se enraíza nas minhas veias, corre pelo meu sangue e faz o meu coração bombear mais forte. Um paço lento e gracioso seguido de uma precisão e logo me vejo ocupando todo aquele espaço com os meus saltos e giros, sobe e desce, inclinações e elevações.Estou viva outra vez! Estou brilhando como uma pequena estrela que acabara de nascer no céu escuro e sem estrelas, e quando a música se acaba estou prostrada no solo lustroso e extremamente ofegante. As palmas de Artêmis me fazem sorrir e erguer o meu corpo com calma.Ele gostou! Penso me sentindo especial dessa vez.— Simplesmente linda! — Ele sibila se aproximando. Só então eu me mexo, ajeitando a minha postura para recebê-lo. — Eu filmei, espero que não se importe.O que há de errado com ele? Por que está sendo tão bonzinho comigo depois de tudo que fiz?— Eu não me importo. — O seu sorriso largo demais aos pouco