9 Anos atrás
Cecília andava impaciente de um lado para o outro no escritório de seu pai, não sabendo o que fazer ou falar para convencê-lo de que não iria se casar independente do que fala-se. A ruiva tem uma personalidade tão forte quanto o pai e quando uma decisão é tomada nada ou alguém a fará mudar de ideia.
— Não papai, já falei que não irei me casar — esbraveja Cecília pela milésima vez em apenas algumas horas de conversa com seu progenitor. Os olhos azuis ou verdes dependendo da luz faísca de raiva.
— Mas minha filha é pelo futuro da nossa famílie — tenta seu pai argumentar mais uma vez — Você sabe que não tenho muito tempo no comando, e logo terei que passar a liderança, e talvez você só não será capaz de comandá-la.
Querendo ou não Cecília se sentiu magoada por seu pai não acreditar no seu potencial apenas por ser mulher, ele mais do ninguém sabe que ela sempre se preparou muito para o dia que iria ocupar seu lugar de direito como chefa da Máfia Alemã. Diante da posição de seu pai questionamento sobre quem a apoiaria começam a ronda sua mente, mesmo tentando para-los.
— Por que papai? Por ser mulher e isso? —pergunta Cecília tentando não mostra mágoa, a facilidade de máscara emoções sempre foi motivo de orgulho para si.
— Não, não é isso e você sabe, só acho que com o casamento você terá alguém que a ajude no comando... — mas antes que continue e interrompido.
— Não papai, ele não me ajudará você sabe disso. Ele irá querer comandar a máfia só, dificilmente me deixará ajudar e eu não quero isso — suspira tentando se acalmar, as estratégias que estão usando para lhe tirar a cadeira são tão clara quanto possível.
— Você não pode dizer isso, ainda nem se casou pra saber como será seu marido. E além do mais, jamais casaria você sabendo que não seria você mesma, que não participaria do comando da famílie... – mas uma vez Cecília corta sua fala, outro não teria essa coragem, mas se tratando de Cecília Forchhmmer nada a aterroriza.
— E não casará, porque eu não quero e tenho certeza que se fosse homem não estaríamos aqui discutindo sobre casamento e eu não se capaz de chefiar, se fosse ele... — interrompe sua fala antes que seja tarde demais e não pudesse voltar atrás em suas palavras, sabia que elas não machucariam só seu pai. Respirando fundo Cecília continua: — Me diz papai e você que quer que eu case ou seus amigos que acham que lugar de mulher e apenas cuidar da casa? E querem através do casamento me tirar meu lugar de direito, porque tenho certeza que isso e o objetivo daqueles filhos da puta.
— Não minha filha, você sabe que não é isso, eu sei que você é capaz. Mas nós conversamos e achamos melhor você tem um marido pra ajudá-la, você é nova ainda e um marido à ajudará, tente entender isso por favor — tenta seu pai mais uma vez. Entretanto, talvez se a verdade fosse revelada sua filha fosse mais maleável, mas optar por omitir resultou nessa situação embaraçosa. Maldito seja o sangue Negri!
Cecília olha pro seu pai sem acreditar no que o mesmo disse, ele mais do ninguém sempre a apoiou para ser a próxima no comando, mas agora a decepciona a vim com essa conversa da mesma não ser capaz de comandar a máfia e por isso quer que se case para dividir o cadeira. Só que ela sabe que esse história de casamento não foi ideia dele e sim "dos seus amigos" que acham que por ela ser mulher não tem capacidade de está a frente da famílie sem alguém do lado auxiliando, e querem através do casamento tirar aquele que é seu lugar de direito. Mas ela não vai aceitar isso, Cecília sempre foi forte e essa é apenas uma batalha que ela irá vencer, uma das muitas que ainda iram vim.
— Só me responde uma coisa papai, você acredita mesmo que eu não tenho capacidade de comandar a famílie por ser mulher? —questiona Cecília.
— Claro que não Cecília, eu sempre apoeie e acreditei em você mesma sendo mulher. Você sabe que para mim não importa, pois eu sei do que é capaz, vi sua luta diária contra o preconceito, para provar que é merecedora da cadeira da máfia alemã, e sempre tive orgulho de você por isso meu amor — fala olhando em seus olhos para demonstrar sua sinceridade, olhos tão parecidos com os seus.
Senhor Forchhmmer encara a filha se questionando se seria viável falar o motivo dessa conversa, mas encarando a determinação no seu olhar ver essa situação como um incentivo para a deixar mais forte. Contudo, ainda terá algo para resolver naquele dia, o outro lado dessa reunião que deveria está discutindo nessa sala, mas achou melhor aguardar a decisão de Cecília para se posicionar.
— Então me diz, você acredita em mim? – pergunta encarando os olhos tão indecifrável como os seus — Acha que sou capaz independente de ser mulher, que serei uma ótima líder?
— Claro que sim filha! — responde sem hesitar.
— Então você me apoiará, e esquecerá essa história de casamento? — olha pro mesmo que apenas confirmar sem falar nada — ótimo, sabia que acreditava em mim pai é fico muito feliz por isso. Obrigado! Te amo... – abraça o mesmo sussurrando as últimas palavras em seu ouvido.
— Agora chegou a hora de provar para todos esses idiotas preconceituosos da merda que independe de ser mulher eu sou sim capaz de liderar, independente se tem ou não um homem do meu lado, sou forte é sempre serei, e não preciso de um homem nenhum para isso — dizendo isso saiu do escritório deixando para trás um homem orgulhoso pela filha forte que tem, torcendo que toda sua garra seja suficiente para enfrentar a vida e os segredos que futuramente serão revelados.
Ali Cecília começou sua batalha contra o preconceito tendo como seu maior aliado e exemplo, seu pai . Naquele momento percebeu que sua guerra estava apenas começando, mas iria provar para aqueles que duvidavam de sua capacidade, que independente de ser mulher se tornaria líder daquilo que sempre se preparou e lutou, tomaria seu lugar de destaque na cadeira da máfia alemã e seria uma líder como aquela máfia jamais teve.
Cecília Forchhmmer A muito tempo atrás eu ansiava com o dia que me tornaria líder, que sentaria na cadeira que um dia foi do meu pai e lideraria a famílie igual ou melhor que ele. Esse sempre foi meu sonho, nunca houve outro na minha vida, ainda criança ele já existia e eu nem mesmo entendia o que era ser líder, ou o que sofreria por ser líder e mulher. Na minha mente infantil meu desejo e ser filha do chefe já me tornaria líder, como era tola, mal sabia o que enfrentaria para ocupar um lugar de direito meu, as batalhas que teria que vencer. No entanto, tomei conhecimento da minha luta por um lugar de direto meu cedo demais, no dia que meu pai supôs que deveria casar pelo bem famílie. Naquele momento compreendi que lutaria muito mais do imaginei, que o mundo machista da máfia era maior do que demostrava, eles jamais aceitariam uma mulher como superior era e é uma facada em seus preceitos malditos.  
D.Christophe Dizem que com os anos a sabedoria tende a aumentar, mas nunca realmente falam o preço que em sua maioria pagamos por ela. A dor tanto da saudade quanto da vingança e um ótimo professor para lhe ensinar, a paciência principalmente. Uma boa vingança requer tempo, esperar o momento certo, ele no entanto pode demorar anos para chegar e o meu finalmente chegou. Contudo, na vingança existe preços altos a serem pagos, o amor pode ser o pior dele. Quando ser busca justiça pelas próprias mãos ter um sentimento por alguém pode ser um grande desafio, sua sensatez o obriga a abdicar do que sente para o seu bem como de quem ama, mas as vezes o sentimento vence ou você se cansa de senti saudade e não se importa mais com as possíveis consequências de manter alguém importante numa teia de segredos que você mesmo criou e que um erro levam a morte. Entretanto, o foco nunca deve ser pedido, principalmente quando d
Cecília Forchhmmer Muitos tem a falsa ilusão que os líderes correm quando ver o fogo cruzado, que sua função se limita a sentar em uma poltrona de frente para sua mesa de madeira de lei e mandar e demandar, sujando as mãos em ocasiões especiais protegidos por uma montanha de soldados. Isso em muitas vezes é verdade, mas a família Forchhmmer nunca gostou de tal coisa, está em ação sempre e o que mais gostamos. Preferimos morrer lutando por nossa famílie que do que ver ela ser destruída sem fazer nada. Aos longos dos anos que estou na cadeira da famílie já enfrentei diversos atentados por inúmeros motivos, acho até mesmo que deveria estar acostumada, mas não estou, e sempre imprevisível o que acontecerá, nunca sei se perderei alguém ou quem se machucará, são tantas possibilidades que penso às vezes como seria ter uma vida longe de tudo isso, mas não consigo imagina-me em outra que não seja essa, a máfia é quem sou e jamais escolheri
Cecília Forchhmmer Olho para os lados, tentado identificar onde me encontro, não obtendo resultado de primeira. Mas aos poucos memórias da noite passada retornam. Logo depois que o filho de uma dama vulgo Damon saiu, Peter me mostrou onde ficaria me mandando ficar a vontade como se fosse possível estando no quarto de um ser como aquele. Ninguém jamais ousou falar comigo como ele, e todos que ousaram se arrependeram ou estão mortos. Não admito que falem o que devo fazer ou receber ordens, não mais. O que sofri por negar ordens, não aceitar decisões criou em mim um escudo que hoje detém quem tenta fazer o mesmo. Senti vontade de gritar e espernear com o dono da casa, mas em respeito aos meus amigos me mantive calada engolindo tudo o que gostaria de dizer, no entanto, em outra oportunidade devolverei tudo para saber com quem esta lidando. Com os anos fui cansado de me manter calad
Cecília Forchhmmer Nem nos meus momentos menos otimistas imaginei que nas últimas vinte e quatro horas minha vida daria uma reviravolta tão grande, que toda a estabilidade que construir nos últimos anos, ruinaria totalmente de uma vez em uma reunião de míseras duas horas. Com vinte e um anos anos assumi a cadeira da famílie, cedo para os padrões da máfia, mas foi necessário por segredos internos da minha família. No entanto, mesmo que assumisse hoje com vinte e seis anos não mudaria em nada todo o preconceito que sofro, infelizmente as máfias ainda possuem preceitos arcaicos demais, e ontem isso mais uma vez ficou evidente. Durante a reunião mais uma vez colocaram em dúvida minha capacidade de liderar por ser mulher, questionaram se eu não devia passar minha cadeira a um “líder de verdade”. Como previsto os filhos de uma puta aproveitaram os ú
Cecília Forchhmmer Durante todo o percurso até a sala minha mente criou inúmeros cenários, nem um deles confortantes sobre o estado de saúde de minha mãe. Tenho medo que todo o estresse que vem passando ultimamente venha a prejudicar de alguma forma, se for o caso irei me culpar veemente. Paro na entrada da sala de estar e vejo meu pai entregando um copo de água a minha mãe que aceitou sem resistência, tomando um gole. Por medo de coisas assim que meu pai e eu a queríamos longe da Alemanha, por um tempo descansando a mente e o corpo de tudo que vem vivendo nos últimos tempos. Sei que me ver encurralada, sofrendo pressão e críticas a machuca, minha mãe sempre odiou o que passo, mesmo eu reafirmando diariamente que está tudo bem, que sou forte e nada disso me afeta, mas sei que ela jamais compra tais frases. No entanto, senhora Helene é teimosa e voltou no momento que soube do ataque, sem se importa com
Damon Negri Ao longo dos anos fui acumulando escolhas, tomando decisões que me fizeram ter a estabilidade que possuo hoje. Os sacrifícios que fiz foram dolorosos, mas necessários, com 18 anos abandonei meu país para vim para Munique cidade natal da minha mãe. Deixar a Itália foi difícil, no entanto, algo necessário para um recomeço longe de tudo que me lembrava a ele, e me fortalecer para enfrentar o futuro sombrio que me aguardava. Abandonei um destino selado, que me preparei desde a infância para ter. Mas sem meu maior apoio não fazia sentido, meu pai, meu porto seguro. Nem todos os anos fizeram a dor da saudade que sinto diminuir, mas aumentar a cada dia um pouco mais. Lembrar do meu pai traz a torna suas lições, conselhos e segredos perigosos para além da minha própria compressão e segurança. A vida que vivo é uma ilusão, onde acredito que ela é perfeit
Cecília Forchhmmer A felicidade me toma por minha mãe, sei o quanto sofreu, por nunca ter tido a oportunidade de ser mãe mais uma vez, e agora esse milagre acontecer aos seus quarenta e dois anos, e motivo de imensa alegria. No entanto, esse fato não aplaca meu descontentamento por Damon ter que residir em minha casa por vários meses, nada que ele faça, nem mesmo sua ligação com meus pais, ser amigo de Peter e Katy diminuir minha desconfiança por sua pessoa, e desgosto. Damon tem algo que me intriga, e facilmente me tira do sério e tal fato me faz gostar menos ainda de sua pessoa. Não negarei que por minutos tentei reverter o convite que meu pai o fez, mas nem meus infinitos argumentos o fez infelizmente mudar de ideia, nem minha ideia de escolher outro médico. No entanto, desistência nunca foi o meu forte, e se por simples argumentações não posso expulsa-lo de minha casa buscarei motivos para tal fato, se n