D.Christophe
Dizem que com os anos a sabedoria tende a aumentar, mas nunca realmente falam o preço que em sua maioria pagamos por ela. A dor tanto da saudade quanto da vingança e um ótimo professor para lhe ensinar, a paciência principalmente. Uma boa vingança requer tempo, esperar o momento certo, ele no entanto pode demorar anos para chegar e o meu finalmente chegou.
Contudo, na vingança existe preços altos a serem pagos, o amor pode ser o pior dele. Quando ser busca justiça pelas próprias mãos ter um sentimento por alguém pode ser um grande desafio, sua sensatez o obriga a abdicar do que sente para o seu bem como de quem ama, mas as vezes o sentimento vence ou você se cansa de senti saudade e não se importa mais com as possíveis consequências de manter alguém importante numa teia de segredos que você mesmo criou e que um erro levam a morte. Entretanto, o foco nunca deve ser pedido, principalmente quando deixa seu ponto fraco visível mesmo que seu inimigo não sabendo da sua própria existência.
Em minha vida aprendi a apreciar o escuro, a gosta dos braços frios da noite e da morte. Minto tão bem para o mundo que em momentos até eu mesmo acredito em minhas palavras, fato perigoso. Meu pai teria orgulho do homem que tornei-me, minha mãe odiaria.
— Soube que vai ser fotógrafo na festa — encaro o homem sentado a mesa comigo olhando-me sem expressão alguma, talvez aguarde minha reposta para expor sua opinião sobre.
Por momentos seu rosto sério, livre de expressões lembram o do meu pai.
— Sim — me limito a dizer levando a taça de vinho à boca.
— Acho que esse e o momento certo de se reencontrarem — abre um sorriso divertido — uma lástima o que aconteceu com o fotógrafo, mas sorte que tínhamos alguém tão bom para substitui-lo — limpa um canto da boca com o guardanapo, não por esta suja, mas para esconder o sorriso misterioso que supõe mais do que deixa transparecer.
Acompanho seu sorriso sabendo que ninguém menos que ele foi o responsável por mim substituir o fotógrafo na festa, tenho a certeza que agora nem só eu acho que esse e o momento certo para me aproximar novamente dela. Foram muitos anos longe, anos que poderiam ter traçado um futuro completamente diferente do de agora, mas que não sei com precisão qual. Sacrifício são necessários numa vingança é o meu maior foi ficar longe dela, mantendo-me no escuro para reaparecer para todos na hora certa. Quanto menos alguém sabe da sua existência melhor, principalmente quando esse alguém e seu inimigo.
— Prefiro não saber o que fez.
— Como quiser.
O tempo passa e a rápida visita do Dom da máfia alemã chegou ao fim. Sozinho pelo resto da tarde perdido em pensamentos, tive tempo mais do que suficiente para refletir sobre se o que estou fazendo e certo, no entanto não cheguei a lugar algum. Gostaria de ter chegado, de poder encontrar uma solução que não fosse colocar tantas pessoas em risco, que não custasse a vida de quem amo. Para no fim ao menos ter uma maior chance de viver.
— Você está lindo!
— Obrigado Maria!
Me afasto do espelho para me aproximar de Maria parada na entrada do quarto. Uma expressão preocupada no rosto que se pudesse retirava. Ocupa tão bem o papel de minha mãe que as vezes à chamo assim.
— Eu não gosto dela — olha nos meus olhos enquanto fala.
— Gostaria de saber essa sua implicância toda com ela.
— Ela será sua ruina, sua destruição menino. Deveria terminar seu objetivo antes de ir atrás dela.
Tenho uma imensa vontade de refazer sua frase e dizer que sou destruição. Um carma de família que todos os descendentes carregam.
— Não acredito nisso, e posso não viver depois de tudo para me aproximar dela — acaricio seu rosto antes de ir para sala encontrando Carlos em pé ao lado do sofá.
— Ela será! E você muito viverá — reforça sua fala, cruzando os braços séria. Ela odeia quando falo que vou morrer.
Ignoro sua fala pendurando a câmera fotográfica no pescoço, estando lá como um verdadeiro fotógrafo ou não devo manter as aparências.
— Katy virar aqui — aviso ao dois que não falam nada, só assistem eu deixar o apartamento com expressões fechada em silêncio.
Ansiedade e tudo que sinto, em poucas horas finalmente encontrarei ela depois de anos, minha doce Lili.
Cecília Forchhmmer
— Senhora? — o soldado fala receoso, visivelmente com medo que uma reação minha o posso ferir de algum jeito. No entanto, respiro fundo usando todo o auto controle que obtive ao longo dos anos para permanecer calma.
— Onde ocorre o ataque? não vi nenhuma motivação estranha ou barulho que o denuncia-se.
Kauã minimamente suspirou aliviado, reação imperceptível aos olhos de outros, menos aos meus treinados para isso, nem mesmo meus soldados estão imune a minha leitura corporal sobre si.
— Na parte de trás do salão tem uma estufa, quase tão grande quanto esse salão. E do dono do condomínio, usada para festa privativas ou especiais, a construção possui três entradas, uma delas dá de fundo para a rua foi por onde os invasores entraram, a outra a frontal e ligada ao um corredor que dá direto para as portas desse salão, e tem a lateral que dá no jardim — faz um gesto mínimo de cabeça apontando para a porta à suas costas — a porta que leva ao salão esta sendo protegida tanto pelo lado de dentro quanto de fora, a lateral tem um grupo de três soldados fazendo a vigia impossibilitado que o ataque saía da estufa e seja visto por curiosos. Tudo se encontra controlado, seu pai já foi retirado para um local seguro escolhido por ele mesmo, senhor Maik e Peter coordenam a contenção com maestria, mas seguir ordens do senhor Reinke para alerta-la caso a senhora queira uma emoção.
Sorrio olhando para o salão cheio da mais alta sociedade de Berlim, todos inertes em seus mundos sem a mínima consciência que afastado dali ocorre um ataque sangrento, com um motivo desconhecido a mim, mas não imaginativo. Poder, seja quem for que ataque a famílie deseja poder e destrui-la, no entanto os motivos não sei, apenas que o alvo central para esses planos iniciarem de vez começa com a morte do meu pai, o Dom da máfia alemã.— Não saía do salão, fique de olho em algum movimento estranho e alguém suspeito — ordeno calmante — diga para Alysson avisar a todos que procurarem por mim e por meu pai que tivemos que partir por um mal estar meu, mas que qualquer assunto importante podem nós procurar na empresa caso ela não posso resolver.
Aliso meu cabelo com os dedos, olhando disfarçado procurando o homem com quem conversei em poucos minutos, mas minha busca foi em vão não conseguir o achar em meio á tantas pessoas. Infelizmente. Volto a atenção para o soldado que aguarda minhas próximas orientações.
— Deixe a equipe de limpeza à posto pronta para limparem a sujeira, e avise meu pai que o quero longe da ação, que fique segure onde está — espero sua confirmação para sorrateiramente sair do salão e ir de encontro à festa que eu amo participar.
Paro no lado de fora olhando para o soldado que vigia a porta, que rapidamente me indica o caminho que devo seguir. O corredor da esquerda, o contrário da porta frontal da estufa.
— Que à noite seja finalmente animada... — sussurro para o silêncio do vazio corredor.
Cecília Forchhmmer Muitos tem a falsa ilusão que os líderes correm quando ver o fogo cruzado, que sua função se limita a sentar em uma poltrona de frente para sua mesa de madeira de lei e mandar e demandar, sujando as mãos em ocasiões especiais protegidos por uma montanha de soldados. Isso em muitas vezes é verdade, mas a família Forchhmmer nunca gostou de tal coisa, está em ação sempre e o que mais gostamos. Preferimos morrer lutando por nossa famílie que do que ver ela ser destruída sem fazer nada. Aos longos dos anos que estou na cadeira da famílie já enfrentei diversos atentados por inúmeros motivos, acho até mesmo que deveria estar acostumada, mas não estou, e sempre imprevisível o que acontecerá, nunca sei se perderei alguém ou quem se machucará, são tantas possibilidades que penso às vezes como seria ter uma vida longe de tudo isso, mas não consigo imagina-me em outra que não seja essa, a máfia é quem sou e jamais escolheri
Cecília Forchhmmer Olho para os lados, tentado identificar onde me encontro, não obtendo resultado de primeira. Mas aos poucos memórias da noite passada retornam. Logo depois que o filho de uma dama vulgo Damon saiu, Peter me mostrou onde ficaria me mandando ficar a vontade como se fosse possível estando no quarto de um ser como aquele. Ninguém jamais ousou falar comigo como ele, e todos que ousaram se arrependeram ou estão mortos. Não admito que falem o que devo fazer ou receber ordens, não mais. O que sofri por negar ordens, não aceitar decisões criou em mim um escudo que hoje detém quem tenta fazer o mesmo. Senti vontade de gritar e espernear com o dono da casa, mas em respeito aos meus amigos me mantive calada engolindo tudo o que gostaria de dizer, no entanto, em outra oportunidade devolverei tudo para saber com quem esta lidando. Com os anos fui cansado de me manter calad
Cecília Forchhmmer Nem nos meus momentos menos otimistas imaginei que nas últimas vinte e quatro horas minha vida daria uma reviravolta tão grande, que toda a estabilidade que construir nos últimos anos, ruinaria totalmente de uma vez em uma reunião de míseras duas horas. Com vinte e um anos anos assumi a cadeira da famílie, cedo para os padrões da máfia, mas foi necessário por segredos internos da minha família. No entanto, mesmo que assumisse hoje com vinte e seis anos não mudaria em nada todo o preconceito que sofro, infelizmente as máfias ainda possuem preceitos arcaicos demais, e ontem isso mais uma vez ficou evidente. Durante a reunião mais uma vez colocaram em dúvida minha capacidade de liderar por ser mulher, questionaram se eu não devia passar minha cadeira a um “líder de verdade”. Como previsto os filhos de uma puta aproveitaram os ú
Cecília Forchhmmer Durante todo o percurso até a sala minha mente criou inúmeros cenários, nem um deles confortantes sobre o estado de saúde de minha mãe. Tenho medo que todo o estresse que vem passando ultimamente venha a prejudicar de alguma forma, se for o caso irei me culpar veemente. Paro na entrada da sala de estar e vejo meu pai entregando um copo de água a minha mãe que aceitou sem resistência, tomando um gole. Por medo de coisas assim que meu pai e eu a queríamos longe da Alemanha, por um tempo descansando a mente e o corpo de tudo que vem vivendo nos últimos tempos. Sei que me ver encurralada, sofrendo pressão e críticas a machuca, minha mãe sempre odiou o que passo, mesmo eu reafirmando diariamente que está tudo bem, que sou forte e nada disso me afeta, mas sei que ela jamais compra tais frases. No entanto, senhora Helene é teimosa e voltou no momento que soube do ataque, sem se importa com
Damon Negri Ao longo dos anos fui acumulando escolhas, tomando decisões que me fizeram ter a estabilidade que possuo hoje. Os sacrifícios que fiz foram dolorosos, mas necessários, com 18 anos abandonei meu país para vim para Munique cidade natal da minha mãe. Deixar a Itália foi difícil, no entanto, algo necessário para um recomeço longe de tudo que me lembrava a ele, e me fortalecer para enfrentar o futuro sombrio que me aguardava. Abandonei um destino selado, que me preparei desde a infância para ter. Mas sem meu maior apoio não fazia sentido, meu pai, meu porto seguro. Nem todos os anos fizeram a dor da saudade que sinto diminuir, mas aumentar a cada dia um pouco mais. Lembrar do meu pai traz a torna suas lições, conselhos e segredos perigosos para além da minha própria compressão e segurança. A vida que vivo é uma ilusão, onde acredito que ela é perfeit
Cecília Forchhmmer A felicidade me toma por minha mãe, sei o quanto sofreu, por nunca ter tido a oportunidade de ser mãe mais uma vez, e agora esse milagre acontecer aos seus quarenta e dois anos, e motivo de imensa alegria. No entanto, esse fato não aplaca meu descontentamento por Damon ter que residir em minha casa por vários meses, nada que ele faça, nem mesmo sua ligação com meus pais, ser amigo de Peter e Katy diminuir minha desconfiança por sua pessoa, e desgosto. Damon tem algo que me intriga, e facilmente me tira do sério e tal fato me faz gostar menos ainda de sua pessoa. Não negarei que por minutos tentei reverter o convite que meu pai o fez, mas nem meus infinitos argumentos o fez infelizmente mudar de ideia, nem minha ideia de escolher outro médico. No entanto, desistência nunca foi o meu forte, e se por simples argumentações não posso expulsa-lo de minha casa buscarei motivos para tal fato, se n
Cecília Forchhmmer Klaus como tantos cresceu comigo, mas diferente de Peter e Maik que foram sempre meus amigos nossa relação jamais chegou ao um nível tão elevado. O considero um amigo por mais de uma vez me ajudar, e me apoiar em alguns momentos e expor uma solução quando o conselho me impões casamento para assumir a cadeira da famílie, contudo nossa relação nunca evoluiu, nossa amizade nunca saiu do companheirismo de bons conhecidos que cresceram juntos e se respeitam. Por diversos vezes tentei ter com ele a mesma cumplicidade com meus três amigos, no entanto, o sempre senti uma barreira entre nós dois.— Isso sim é uma novidade que ninguém me falou — se acomoda na cadeira.— É recente, muito — sorrio disfarçando — e você, quais as novidades que me traz? Talvez o fato que Klaus passe tanto fora de Berlim contribui para que não sejamos próximos. A família Fries e uma
Cecília Forchhmmer Ao longo dos anos testei minha paciência de inúmeras formas, e muitos também testaram, mas nunca ninguém teve tanto êxito em acabar com ela como Damon. Nossa conversa foi turbulenta mesclada de acusações da minha parte e negativas da sua me fazendo chegar em lugar algum, apenas no fim da minha paciência. Confrontei meu pai sobre Damon, no entanto, como uma cobra traiçoeira soube fugir de todas as minhas perguntas com alegações rasas, sem real profundidade. A justificativa que Damon e só um homem inteligente e que poderia ajudar não enganar nem o mais tolo na máfia, muito menos a mim. Um homem com uma mente brilhante conhecedor de estratégia e tanto sobre máfia não é imune ao meu mundo, tem que ter algo que os ligue, ainda só não descobrir o que é.— Cecília? — minha mãe me chama despertando-me de pensamentos — aconteceu alguma coisa?— Não! — empu