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4° Capítulo

Cecília Forchhmmer 

       Olho para os lados, tentado identificar onde me encontro, não obtendo resultado de primeira. Mas aos poucos memórias da noite passada retornam. Logo depois que o filho de uma dama vulgo Damon saiu, Peter me mostrou onde ficaria me mandando ficar a vontade como se fosse possível estando no quarto de um ser como aquele. Ninguém jamais ousou falar comigo como ele, e todos que ousaram se arrependeram ou estão mortos.

   

      Não admito que falem o que devo fazer ou receber ordens, não mais. O que sofri por negar ordens, não aceitar decisões criou em mim um escudo que hoje detém quem tenta fazer o mesmo. Senti vontade de gritar e espernear com o dono da casa, mas em respeito aos meus amigos me mantive calada engolindo tudo o que gostaria de dizer, no entanto, em outra oportunidade devolverei tudo para saber com quem esta lidando. Com os anos fui cansado de me manter calada, de tentar ser alguém que não sou.

     

      Hoje não deixo ninguém me reprimir, e nem outra mulher se puder. Somos e podemos ser o que quisemos, esse o incentivo que uso para jamais sucumbir.

    Com a claridade que entra através da janela que vai do chão ao teto ao lado da cama, analiso finalmente o quarto em que dormir. Noite passada a mente cheia e a raiva consumindo meu corpo impediram que pudesse o fazer. Contudo, acredito que não teria tido o mesmo deslumbre que estou tendo a luz da manhã, o quarto é simplesmente lindo! Tendo uma peculiaridade do banheiro ser praticamente feito em vidro transparente, só uma parte sua e feita em vidro escuro para combinar com os móveis em seu interior todos escuro, e da ao mínimo um pouco de privacidade em que fizer suas necessidades. A luz solar que entra no quarto dá um brilho diferente em suas paredes, e acredito que se alguém estiver tomando banho ainda seria alcançando por seus raios. O resto do quarto e todo em cores escuras, poucos móveis são brancos.

— Pelo menos tem bom gosto — resmungo enquanto deixo a cama com lençóis pretos.

      Tomo um banho rápido despertando de uma vez. E para minha felicidade entre as roupas de Damon achei uma sacola com roupas novas femininas, até mesmo íntimas. Não me importei se daria de presente para alguém, as peguei para vesti. Vestido rodado florido não e meu estilo, mas infelizmente foi o que me restou.

    Em passos calmos entrei na sala de refeições, pronta para chamar meu pai para partimos. No entanto, bastaram seus olhos azuis encararem os meus e seu gesto pedindo que senta-se do seu lado para tomar café da manhã soube que só sairemos após ele.

— Bom dia minha filha, dormiu bem? Não me dei o trabalho de fingir que sim, muito menos ser delicada em minha reposta:

— Não!

     Meu tom ácido foi suficiente para meu pai abrir um sorriso, mas felizmente se manteve calado não prologando uma conversa que aumentaria meu mau-humor.

     Prefiro não tomar nada além de um café, diferente de meu pai e amigos que encheram seus pratos de comida aproveitando de tudo um pouco o que está disposto a mesa. Parece até que estão zombando de mim e minha pressa de partir.

— Não comerá nada mesmo Cecília? — Katy pergunta preocupada.

— Não estou com fome, apenas desejando ir para casa — respondo sua pergunta, mas encaro meu pai que sorrir por trás da sua xícara de café.

— Não tenha pressa filha, prometo que quando terminamos de comer iremos embora.

      Reviro os olhos, mãos espalmadas na mesa que fecho ao ouvir passos e vozes se aproximando. Damon! Respiro fundo mantendo minha calma ilusória. E mantenho o foco em minha xícara vazio, não dando o gosto de me ver encarando seu corpo suando em roupas de exercício, ou decifrar os desenhos de tatuagem no braço esquerdo.

— Bom dia! — saúda a todos, demorando seus olhos em mim, sorrindo provocativo. Fecho mais a expressão ato que faz ampliar seu sorriso — todos dormiram bem?

      Todos menos eu confirmo. Damon me olhar interrogativo, mas não faço menção de falar alguma coisa.

    Katy e Peter pintaram uma de Damon que julgo não ser real, de homem educado, atencioso, bom e respeitador, mas até agora não vi nada disso em suas ações. Até mesmo a imagem sua que tive na festa está se tornando destorcida, sua beleza me deslumbrou e atração que senti cegou algo em mim. E incompreensível o mistério que fizeram para esconder esse homem, não perderiam nada o apresentando em um jantar logo teriam me poupando de senti um desejo por sua pessoa.

— Não vi Peter, ele já foi? — puxa uma cadeira sentando do meu lado. O senhor que entrou consigo no cômodo e que descobri se chamar Carlos, me olha duvidoso provavelmente esperando que recue deixando meu lugar.

— Partiu com medo do senhor Forchhmmer, e por não suportar que serei o responsável por lhe dá um... — Maik começa a explicação, mas para buscando o termo que gostaria de dizer — um corretivo — sorrir ansioso.

     Conheço Maik ao ponto de saber que está amando ficar responsável por punir Peter, e sei que isso e meu pai querendo dá uma lição muito bem dada em meu amigo.

    Damon franze a testa, confusão explícita em seu rosto. Provavelmente não sabe o covarde de amigo que tem, que foge quando ver a porta do inferno abrir.

— Senhor em poucos minutos os seguranças estarão prontos para o acompanhar até o hospital. Bom dia a todos! — Carlos pronuncia pela primeira vez desde que entrou, em um gesto de cabeça Damon confirma e o senhor saí da sala.

— Ainda trabalha no hospital Damon? — a pergunta do meu pai me faz encara-lo.

    Como ele sabe onde Damon trabalha? Analiso senhor Forchhmmer tentando desvendar sua expressão. Conheço todos os seus amigos, até ele manteve Damon em anônimo? Por quê?

— Sim, duas vezes na semana nos outros dias estou na clínica que montei com Miguel. Mas viajarei de volta para minha casa, ficarei dois meses fora.

— Vai? — Katy questiona surpresa — pensei que estaria aqui me auxiliando — o encara triste.

— Vou, mas enquanto isso deixarei alguém de confiança cuidando de você.

Olho para Maik que foca na namorada a olhando estranho, faço o mesmo que ele confusa com a situação diferente do meu pai que parece estar se divertindo.

— Que amigo Katy — resmungo baixinho, mas acredito que Damon escutou:

— O que disse?

— Nada de interessante — sorrio com escárnio.

— Discordo, não levante a questão da minha lealdade em relação a minha amizade com Katy se não sabe que estamos falando, por favor. Arqueio uma sobrancelha, a raiva tomando conta do meu interior.

— Não levantei questão alguma, em momento algum citei seu nome — levanto da cadeira para o olhar melhor.

— Não precisava ficou bem claro de quem fa…

    Damon já estava em pé de frente para mim, mas o som do grito de Katy nos chamando de infantil e reclamando das perguntas incessantes de Maik sobre o que Damon e ela estavam falando a fez perder a calma e o controle da língua, caso contrário não teria gritando a próxima frase:

— ELE IA ME ACOMPANHAR NA MINHA GRAVIDEZ NÃO SE PODE NEM GUARDAR O SEGREDO PARA FALAR EM UM MOMENTO MELHOR.

   

     Os fatos as seguir foram confusos, Maik desmaiando caindo com o rosto no bolo que comia, Peter adentrando o cômodo sorrindo com o celular gravando o momento e as gargalhadas altas do meu pai que não lembro quando tempo fazia que não as ouvia.

— Nem mesmo falei que o filho não era dele e ele já desmaiou — Peter fala balançando a cabeça — homem fraco, imagina se for menina e ela vim o apresentar seu primeiro namorado.

— Cala a boca Peter! — Katy repreende indo socorrer o irmão.

— Só disse verdades — fala guardando o celular no bolso e voltando sua atenção para meu pai — senhor Forchhmmer a culpa do que ocorreu ontem foi em decorrência a ordens vindas de sua filha, a treinou tão bem que ela impõe tanto medo como você nos obrigando a fazer besteira como a que fiz. A culpe, não a mim.

— Não interessa! — falo séria, desacreditada com sua cara de pau de pôr a culpa em mim — o que veio fazer aqui Peter?

— Bom dia chefinha — sorrir receoso — vim busca-los para los leva para casa, você tem uma reunião com o conselho em uma hora e sua mãe desembarca de suas férias em Roma em menos de três.

    As palavras do Peter foram suficiente para que não só eu, mas meu pai ficar em alerta. Minha mãe estava fora de Berlim para não correr riscos, e agora no meio do furacão decide retornar.

     Não perdi tempo em retornar para a mansão, menos ainda em ir direto para a sala de reunião e adentrar a mesma encarando os chefes das dez maiores famílias da máfia.

— Que a reunião comece.

“Que o inferno comece" penso encarando cada um de seus rosto, sérios. 

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