Cecília Forchhmmer
A muito tempo atrás eu ansiava com o dia que me tornaria líder, que sentaria na cadeira que um dia foi do meu pai e lideraria a famílie igual ou melhor que ele. Esse sempre foi meu sonho, nunca houve outro na minha vida, ainda criança ele já existia e eu nem mesmo entendia o que era ser líder, ou o que sofreria por ser líder e mulher. Na minha mente infantil meu desejo e ser filha do chefe já me tornaria líder, como era tola, mal sabia o que enfrentaria para ocupar um lugar de direito meu, as batalhas que teria que vencer.
No entanto, tomei conhecimento da minha luta por um lugar de direto meu cedo demais, no dia que meu pai supôs que deveria casar pelo bem famílie. Naquele momento compreendi que lutaria muito mais do imaginei, que o mundo machista da máfia era maior do que demostrava, eles jamais aceitariam uma mulher como superior era e é uma facada em seus preceitos malditos.
Anos se passaram que sou líder da famílie Forchhmmer, mas ainda hoje batalho para não sucumbir diante de quem deseja me ver fracassar. Se a famílie estiver bem eles se calam por não ter o que criticar, se a famílie começa a ruir a culpa e totalmente minha por não ser capaz de manter tudo em ordem, em outra palavras dizem que sou incapaz por ser mulher. Basta verem uma tempestade se aproximando que tudo que fiz é esquecido.
Sentada no escritório lendo os relatórios sobre o que vem ocorrendo na máfia, reflito como lidarei com o conselho se mais algo de errado acontecer antes que eu ache quem anda atacando a famílie nos últimos meses. Mas sei que nada que eu diga adiantará, esses ataques são oportunidades de me criticarem, tentarem inflamar meu pai para me tira da cadeira. Suspiro cansada, com essa movimentação toda mal consigo dormir, e só fechar os olhos que a mente se encher de preocupação com medo que algo aconteça a famílie, a quem amo. O corpo perde descanso, mas a mente não permite.
Toc, toc, toc
Barulhos de batidas na porta desviam minha atenção dos papéis, olho o relógio no pulso e percebo que e a hora do café da manhã, provavelmente deve ser alguma empregada vindo me lembrar que meu pai me aguarda à mesa. Até mesmo os empregados notaram que estou tendo insônia e vindo cada vez mais cedo para o escritório, antes mesmo deles acordarem, nem perde mais tempo indo me procurar no quarto quando e para falar que meu pai me espera para o café, ou qualquer outra coisa. Respiro fundo antes de falar:
— Sim?
— Seu pai a aguarda na mesa senhora.
— Tudo bem, já estou indo — aguardo seus passos se afastarem para longe da porta para deixar o escritório e ir de encontro a meu pai.
Eu por um breve tempo cheguei a pensar que a relação com meu pai estaria fardada ao fracasso, sua dúvida sobre sua própria filha não ser capaz de assumir tudo só assombrou mesmo não querendo nossa relação por semanas, mas ao notar que ele mais do que ninguém me apoiaria foi importante para a retomada da minha confiança nele. Meu pai foi meu tutor, meu amigo, me ensinou tudo bateu de frente com quem não aceitava eu ser a próxima chefe, ele mais do que nunca se tornou meu herói. O motivo de insistir no casamento tinha algo mais, mas nunca procurei saber e com o tempo deixei de pensar nisso.
— Bom dia! — beijo seu rosto antes de sentar na cadeira a sua direita.
— Bom dia filha, tudo bem?
— Dentro do possível.
Não adianta mentir, senhor Bernard saber identificar quando alguém e sincero. Dom Bernard Forchhmmer é um homem com façanhas perigosas. Os anos passam, no entanto sua inteligência aumentar cada vez mais o tornado um inimigo indesejado.
— Como anda a organização da festa?
Paro de me servi para olha-lo tão imponente sentado na cabeceira da mesa, notando como os anos lhe foram generoso. Meu pai como eu nunca teve interesse pelas festas da empresa, são sempre monótonas mesmo quando utilizadas para firmar acordos com outras máfias ou grupos criminosos, sua pergunta despreocupada me acende uma curiosidade mesclada com preocupação, se fosse sobre a investigação seria normal. Ele esconde algo...
— Bem... — me limito a dizer, buscando decifrar seu olhar curioso.
— Bom...
Sorrir misterioso antes de desviar para assusto banais, atiçando ainda mais minha curiosidade. Senhor Bernard Forchhmmer está escondendo algo, ele pode tentar e conseguir ocultar isso de muitos, mas não da pessoa que ensinou os mesmo truques.
— Terminei! — levanto-me andando até meu progenitor — tenha um ótimo dia pai — beijo seu rosto pronta para deixar a sala de refeições.
— Você também Cecília.
Sorrio uma última vez antes de sair e retornar ao escritório, encontrando Peter e Maik esperando-me como previsto. Maik mais sério como sempre, no seu terno azul escuro, Peter por outro lado em roupas negras sorridente como de costume provocando o amigo. Tão diferentes algumas vezes, mas sempre tão iguais.
Maik e meu sub chefe, Peter meu capo lídere dos outros, no entanto, antes disso são meus melhores amigos, meus irmãos que nunca deixaram de me apoiaram junto com Katy.
— Bom dia — saúdo enquanto ocupo meu lugar na cadeira atrás da mesa, e de frente para eles.
— Bom dia — dizem juntos.
Sempre em dia de eventos nos reunimos os três para ajustar os últimos detalhes, em uma noite como hoje nada pode sair dos trilhos, o lado obscuro da famílie Forchhmmer precisa ser mantido oculto. Meu lado perfeccionista obriga a mim mesma analisar e ajustar tudo, confio em meus subordinados mais confio ainda mais em mim.
— Alguma alteração envolvendo a noite de hoje? — seguro uma caneta girando nos dedos.
— Hum... nada importante, só um fotógrafo que foi mudado de última hora.
Me ajeito melhor na cadeira, odeio imprevisto.
— Estranho... checaram sua ficha para contrata-lo e o motivo do outro não comparecer? Estão ciente que o alvo principal dos ataques e meu pai? Temos que nos certificar que ninguém ali tentará contra sua vida. Espero pelo bem de todos que quem estiver na festa terá passado por uma investigação minuciosa — relembro séria.
Em meio a ataques surpresos todo cuidado sobre espiões é pouco. Meu inferno teve origem há poucos meses quando meu pai sofreu um atentado e não conseguir descobrir os culpados, muitos menos impedir o próximo que foi um roubo de uma carga de armas que iria para o México. Pressão começou a surgir depois de algumas semanas quando não descobrir nada, quando que a cada passo que eu dava os responsáveis parecem esta dois a frente. Membros do conselho sofreram ameaças em suas casas, piorando a busca por pista, pelo culpado, por soluções.
— O fotógrafo e amigo do Peter, Damon. Bem confiável não acha?
— Não tenho certeza, nunca o conhecemos para ter uma opinião verdadeira.
— Culpa do Peter que o esconde de nós — Maik não perde a chance de provocar o amigo — diria que é ciúmes.
O grande sonho de Maik é conhecer o misterioso amigo do seu cunhado. Nunca entendi porquê de tanto mistério, mesmo eles sendo amigos á anos nunca o conhecemos. Eu pelo menos acho que sua recusa ao apresenta-lo e o manter a salvo do nosso lado perigoso, fora do lado obscuro da sua vida. Não seria a primeira vez que alguém faria isso, se você e mafioso e gosta de alguém se afastar é a forma de o proteger, muitos são aquele usariam pessoas próximas a si para o atingir. Entretanto, um jantar não mataria ninguém e me pouparia de ouvir Maik e suas teorias sobre o misterioso Damon.
— Isso não importa agora — corto antes que as provações levem a outro rumo.
— Todos foram e serão verificados antes de entrar na festa, minha própria equipe estará cuidando disso e circulando internamente. Equipe do Maik fará vigilância no lado externo do lugar.
— Tudo bem — largo a caneta para cruza as mãos encima da mesa — algum avanço? — olho diretamente para Maik que está pessoalmente na frente das investigações pelos atentados.
— Não avançamos quase nada, mas amanhã vou junto com Peter investigar um lugar, temos fortes esperança que iremos achar algo ou ao menos um rumo.
— Assim espero. Tem mais uma coisa, se certifique que os fotógrafos e repórteres não peguem nada fora do normal e tentem os reduzir ao máximo, eu os odeio.
No meio desse furacão o que menos preciso e lidar com a mídia. Vi muitos caírem por culpa de uma foto ou vídeo na internet, mafiosos estão entre eles.
Fico mais um tempo com meus amigos acertando alguns detalhes sobre a festa e resolvendo outros da máfia. Quando eles se despende passou da hora do almoço, mas nem tenho tempo de ir procurar comida, toques na porta anunciam a entrada de Jude com uma bandeja contendo minha refeição.
— Vi que sua reunião tinha acabado e trouxe seu almoço.
— Obrigada! — sorrio agradecida por seu gesto fraternal.
Jude foi minha babá quando criança, mas ainda hoje cuida de mim com gestos simples, como nunca me deixar ficar sem comer, me lembrar sempre que preciso me cuidar se não vou ficar sem forças para ser a imponente Cecília Forchhmmer. Jude e mais que uma babá, e como uma mãe para mim, ela ta dentro das poucas pessoas que demonstro sentimentos.
— Sempre cuidando de mim — afasto alguns papéis para posicionar a bandeja a minha frente.
— Dona Helene não tá, alguém tem que ficar de olho em você.
Não falo nada, apenas sorrio pela verdade, minha mãe me tem como uma princesa, sua princesa nem o fato de odiar tal comparação a faz mudar de opinião. Se fosse ela tinha interrompido a reunião com Peter e Maik para servir o almoço sem se importar com nada.
— Viu meu pai Jude?
Corto um pedaço de lasanha e levo a boca saboreando o sabor da magnífica comida de Jude. Como eu amo a comida de dela, nem minha avó cozinha tão bem.
— Ele informou que almoçaria fora — paro o garfo antes que chegue na boca para perguntar:
— Ele disse com quem?
— Nada além que era um amigo.
Paro de comer por um momento pensando quem pode ser, no entanto ninguém me vem a mente, meu pai só sair com os senhores Reinke e Bernstein, mas caso fosse eles ele não esconderia.
— Eu já vou indo menina Lili, depois mando alguém vim buscar a bandeja — rodea a mesa vindo plantar um beijo na minha bochecha.
— Tudo bem.
O clique da porta fechando-se e abertura para me fechar mais em pensamentos, nem dou mais atenção para comida a frente só penso para onde meu pai foi. Pego o celular na mesa e questiono a Peter se ele sabe de algo, se sabe da localização do meu vater, mas tudo que ele diz e que a equipe que está com ele e a sua pessoal, traduzindo, ele não sabe. Malditos homens fies!
Tento distrair a mente focando em papéis da empresa, nas novas produções de armas que serão vendidas a famílie italiana. Horas se passam, mas nada me faz tirar a sensação que meu pai esta escondendo alguma coisa.
— Senhor Forchhmmer eu vou descobrir seja lá o que esta escondendo — sussurro para o vazio da sala.
Fecho o notebook finalizando meu trabalho por agora, ainda tenho a festa de anunciação da nova linha de equipamentos de segurança para ir. Apesar de vendemos armas para máfias, gangues, nos também vendemos para entidades “limpas”, governos, e trabalhamos em fazer seguranças de algumas empresas, e somos os melhores no que fazemos. Uma mentira tão verdadeira disfarçando o lado sujo dos Forchhmmer.
Eu sempre gostei de ficar a frente de treinamentos, fazer o trabalho de campo, testa as armas, vistoriar pessoalmente se tudo esta indo bem, mas nunca de ir à festa e pousar de a Ceo perfeita para empresários, de ser vista como a filha da grande modelo Helene Forchhmmer e Bernard Forchhmmer dono de uma das maiores empresa de armas e tecnologia de segurança do mundo, e contribuir generosamente para uma faça.
A mão coça para prender o cabelo e ficar mais confortável, mas reconheço todo trabalho que Jude teve em escova-lo para descer em cascata no decote generoso do vestido nas minhas costa. Admiro de longe meu pai numa conversa com um grupo de homens, posso notar em sua expressão a mesma vontade que a minha de está a aqui. Os dedos sendo passado nos fios loiros com poucos cabelos brancos e um perfeito sinal de sua insatisfação, mas quase ninguém além de mim parece perceber isso. Se minha mãe estivesse em casa eu não precisaria está aqui agora fingindo sorrissos irritantes, faria majestosamente o papel de acompanhante do meu pai.
— Se me dão licença — sorrio cortês ao grupo de homens que a minutos falam sobre como o mercado de investimento se encontra cada dia mais difícil.
Ando pelo salão distribuído falsos sorrisos até finalmente encontrar quem realmente estou procurando, meus amigos em mais uma de suas infinitas discussões num canto isolado do salão. Sorrio divertida com o fato que mesmo tentando se esconder eles atraem os olhares das mulheres para si, até mesmo as casadas dão uma pequena olhada pro dois homens com expressões fechadas de olhar misterioso. Se soubessem que por trás desses rostos lindos e ternos italianos caros se encontram homens cruéis que não hesitam em matar, talvez seus encantamentos pelo loiro e moreno acabassem, no entanto ainda duvido disso.
— Boa noite chefinha — Peter cumprimenta na sua constante alegria irritante.— Boa noite — Maik por outro lado sempre e mais reservado, pelo menos em serviço.
— Só será boa quando finalmente acabar — falo parando ao lado dos dois.
Peter sorrir claramente se divertindo do meu humor, tão característico do loiro de olhos azuis.
— Ela sim está com um humor pior que o seu Maik.
— Cala a boca Peter! — Maik exclama. Os olhos tão negros quanto seu cabelo encarando sério o amigo.
— O que foi dessa vez?— Katy não veio porque disse que ia encontrar um amigo, e o meu querido cunhado tá com ciúmes.
Peter rapidamente entrega o amigo, eu por outro fico calada olhando o moreno e sua cara fechada sem saber o que falar. Kataryna mais conhecido por Katy e irmã de Peter, e namorada de Maik melhor amigo de Peter, fato que já levou a uma intensa briga entre os três.
— Não comecem por favor.
Repreendo antes mesmo que troca de farpas se inicia, tudo culpa da história do casal, história que já rendeu muito. Maik um dia chegou dizendo que estava apaixonado, que conheceu o amor de sua vida ( em uma missão, onde quase morreu observando a minha melhor atiradora) eu e Peter não acreditamos até o dia em que chegou com uma aliança na mão dizendo que estava namorando uma Kataryna. Um tempo depois, descobrimos que era a mesma Kataryna irmã de Peter, que simplesmente surtou e partiu pra cima de Maik falando que ele o tinha traído ficando com sua irmã. No final da briga todos fomos parar no hospital com Maik com um braço quebrado e Peter com um tiro no ombro dado pela própria irmã. Mas tenho que confessar foi uma das melhores noites da minha vida. Contudo, essa linda história de amor só rendeu para Peter mais motivos para alfinetar o amigo, e agora cunhado com incansáveis provocações.
Ficamos em silêncio apenas admirando a festa, perdidos em seus próprios pensamentos. A forma como cada homem fingi empolgação na conversa que está tendo com o outro e decadente, o jeito que as mulheres tentam se exibir ou demonstrar sua alta posição é fútil demais, roupas caras, dinheiro, prestigio nada disso compra o carácter que cada um aqui deveria ter. Na máfia podemos ter os sem carácter algum, mas esses são minoria, valorizamos o bom caráter, se não fosse por ele não seriamos o que somos. Nossa honra e nossa maior característica, nosso maior tesouro.
— Está tudo certo, sem imprevisto algum?
— Sim, antes de chegar aqui fui verificar o lado de fora do salão — Peter responder antes de pegar uma taça de champanhe de um garçom que passou ao seu lado — preferia algo mais forte.
— Não deveria nem estar bebendo, esta em serviço — pontuo.
— Minha chefe é uma boa mulher, certeza que ela não se importa com uma única taça — sorri provocativo para mim.
— Ótima Peter, Lúcifer sente orgulho da bondade dela — Maik ironiza.
— Se não calarem a boca viram o diabo mais cedo — ameaço, mas sorrio para duas mulheres que passam ao nosso lado — vou circular por aí, podem fazer o mesmo.
Me afasto dos dois andando calmamente sorrindo quando alguém me cumprimenta, mas não paro para conversar com ninguém no momento só quero achar uma saída para um lugar calmo onde possa respira, mesmo com pouco mais de uma hora na festa já e o suficiente para que eu deseje evaporar. Por segundos acabo distraindo-me com a melodia suave do violino acabando sem querer esbarrando nas costa de alguém.
— Me desculpe — digo instintivamente encarando as costa do homem com quem tombei.
Os segundos seguintes são um mistério para mim, se alguém me perguntar o que aconteceu durante esse tempo não saberia dizer, estava concentrada demais observando cada detalhe do desconhecido que como eu evidentemente encara quem esbarrou em si. Ele sem dúvidas é um dos homens mais bonito que já vi, ou o mais bonito. A blusa social negra abraça majestosamente seu peito deixando em evidência o corpo musculoso, os lábios carnudos exibem um sorriso malicioso de alguém confiante de sua aparência, os olhos tem uma cor rara de verde próxima do cinza, mas ainda assim vibrante, no entanto seus cabelos indefinidos entre o loiro e o preto ganham minha atenção, nunca entendi minha fascinação por mechas longas e as deles tenho total certeza que soltas do coque bagunçado batem abaixo do ombro, um homem que arrebata muitos corações por aí e molham calcinhas com um mero sorriso.
— Não foi nada — fala quando termina sua observação sobre mim, e só quando noto a câmera fotográfica pendurada em seu pescoço. Penso em perguntar se não a danifiquei, mas desisto por ser tolice demais.
Ficamos em silêncio um olhando para o outro sem saber o que dizer, faço menção de me desculpar mais uma vez e sair, mas sua fala me impede.
— Me chamo Christophe — se apresenta estendendo a mão.
— Cecília — faço um gesto de aperta sua mão, mas somos interrompido por um soldado.
— Desculpe interrompe-la senhora, mas preciso falar com você.
— Claro, se me dá licença Christophe — sorrio dispedindo-me — nos esbarramos por aí, foi um prazer conhece-lo.
Acompanho o soldado até estamos em um canto mais isolado da festa, perto da porta de acesso ao jardim particular do salão. Lançando-me um olhar preocupado ele fala aquilo que temia desde o começo da festa.
— Senhora, estamos sendo atacados.
D.Christophe Dizem que com os anos a sabedoria tende a aumentar, mas nunca realmente falam o preço que em sua maioria pagamos por ela. A dor tanto da saudade quanto da vingança e um ótimo professor para lhe ensinar, a paciência principalmente. Uma boa vingança requer tempo, esperar o momento certo, ele no entanto pode demorar anos para chegar e o meu finalmente chegou. Contudo, na vingança existe preços altos a serem pagos, o amor pode ser o pior dele. Quando ser busca justiça pelas próprias mãos ter um sentimento por alguém pode ser um grande desafio, sua sensatez o obriga a abdicar do que sente para o seu bem como de quem ama, mas as vezes o sentimento vence ou você se cansa de senti saudade e não se importa mais com as possíveis consequências de manter alguém importante numa teia de segredos que você mesmo criou e que um erro levam a morte. Entretanto, o foco nunca deve ser pedido, principalmente quando d
Cecília Forchhmmer Muitos tem a falsa ilusão que os líderes correm quando ver o fogo cruzado, que sua função se limita a sentar em uma poltrona de frente para sua mesa de madeira de lei e mandar e demandar, sujando as mãos em ocasiões especiais protegidos por uma montanha de soldados. Isso em muitas vezes é verdade, mas a família Forchhmmer nunca gostou de tal coisa, está em ação sempre e o que mais gostamos. Preferimos morrer lutando por nossa famílie que do que ver ela ser destruída sem fazer nada. Aos longos dos anos que estou na cadeira da famílie já enfrentei diversos atentados por inúmeros motivos, acho até mesmo que deveria estar acostumada, mas não estou, e sempre imprevisível o que acontecerá, nunca sei se perderei alguém ou quem se machucará, são tantas possibilidades que penso às vezes como seria ter uma vida longe de tudo isso, mas não consigo imagina-me em outra que não seja essa, a máfia é quem sou e jamais escolheri
Cecília Forchhmmer Olho para os lados, tentado identificar onde me encontro, não obtendo resultado de primeira. Mas aos poucos memórias da noite passada retornam. Logo depois que o filho de uma dama vulgo Damon saiu, Peter me mostrou onde ficaria me mandando ficar a vontade como se fosse possível estando no quarto de um ser como aquele. Ninguém jamais ousou falar comigo como ele, e todos que ousaram se arrependeram ou estão mortos. Não admito que falem o que devo fazer ou receber ordens, não mais. O que sofri por negar ordens, não aceitar decisões criou em mim um escudo que hoje detém quem tenta fazer o mesmo. Senti vontade de gritar e espernear com o dono da casa, mas em respeito aos meus amigos me mantive calada engolindo tudo o que gostaria de dizer, no entanto, em outra oportunidade devolverei tudo para saber com quem esta lidando. Com os anos fui cansado de me manter calad
Cecília Forchhmmer Nem nos meus momentos menos otimistas imaginei que nas últimas vinte e quatro horas minha vida daria uma reviravolta tão grande, que toda a estabilidade que construir nos últimos anos, ruinaria totalmente de uma vez em uma reunião de míseras duas horas. Com vinte e um anos anos assumi a cadeira da famílie, cedo para os padrões da máfia, mas foi necessário por segredos internos da minha família. No entanto, mesmo que assumisse hoje com vinte e seis anos não mudaria em nada todo o preconceito que sofro, infelizmente as máfias ainda possuem preceitos arcaicos demais, e ontem isso mais uma vez ficou evidente. Durante a reunião mais uma vez colocaram em dúvida minha capacidade de liderar por ser mulher, questionaram se eu não devia passar minha cadeira a um “líder de verdade”. Como previsto os filhos de uma puta aproveitaram os ú
Cecília Forchhmmer Durante todo o percurso até a sala minha mente criou inúmeros cenários, nem um deles confortantes sobre o estado de saúde de minha mãe. Tenho medo que todo o estresse que vem passando ultimamente venha a prejudicar de alguma forma, se for o caso irei me culpar veemente. Paro na entrada da sala de estar e vejo meu pai entregando um copo de água a minha mãe que aceitou sem resistência, tomando um gole. Por medo de coisas assim que meu pai e eu a queríamos longe da Alemanha, por um tempo descansando a mente e o corpo de tudo que vem vivendo nos últimos tempos. Sei que me ver encurralada, sofrendo pressão e críticas a machuca, minha mãe sempre odiou o que passo, mesmo eu reafirmando diariamente que está tudo bem, que sou forte e nada disso me afeta, mas sei que ela jamais compra tais frases. No entanto, senhora Helene é teimosa e voltou no momento que soube do ataque, sem se importa com
Damon Negri Ao longo dos anos fui acumulando escolhas, tomando decisões que me fizeram ter a estabilidade que possuo hoje. Os sacrifícios que fiz foram dolorosos, mas necessários, com 18 anos abandonei meu país para vim para Munique cidade natal da minha mãe. Deixar a Itália foi difícil, no entanto, algo necessário para um recomeço longe de tudo que me lembrava a ele, e me fortalecer para enfrentar o futuro sombrio que me aguardava. Abandonei um destino selado, que me preparei desde a infância para ter. Mas sem meu maior apoio não fazia sentido, meu pai, meu porto seguro. Nem todos os anos fizeram a dor da saudade que sinto diminuir, mas aumentar a cada dia um pouco mais. Lembrar do meu pai traz a torna suas lições, conselhos e segredos perigosos para além da minha própria compressão e segurança. A vida que vivo é uma ilusão, onde acredito que ela é perfeit
Cecília Forchhmmer A felicidade me toma por minha mãe, sei o quanto sofreu, por nunca ter tido a oportunidade de ser mãe mais uma vez, e agora esse milagre acontecer aos seus quarenta e dois anos, e motivo de imensa alegria. No entanto, esse fato não aplaca meu descontentamento por Damon ter que residir em minha casa por vários meses, nada que ele faça, nem mesmo sua ligação com meus pais, ser amigo de Peter e Katy diminuir minha desconfiança por sua pessoa, e desgosto. Damon tem algo que me intriga, e facilmente me tira do sério e tal fato me faz gostar menos ainda de sua pessoa. Não negarei que por minutos tentei reverter o convite que meu pai o fez, mas nem meus infinitos argumentos o fez infelizmente mudar de ideia, nem minha ideia de escolher outro médico. No entanto, desistência nunca foi o meu forte, e se por simples argumentações não posso expulsa-lo de minha casa buscarei motivos para tal fato, se n
Cecília Forchhmmer Klaus como tantos cresceu comigo, mas diferente de Peter e Maik que foram sempre meus amigos nossa relação jamais chegou ao um nível tão elevado. O considero um amigo por mais de uma vez me ajudar, e me apoiar em alguns momentos e expor uma solução quando o conselho me impões casamento para assumir a cadeira da famílie, contudo nossa relação nunca evoluiu, nossa amizade nunca saiu do companheirismo de bons conhecidos que cresceram juntos e se respeitam. Por diversos vezes tentei ter com ele a mesma cumplicidade com meus três amigos, no entanto, o sempre senti uma barreira entre nós dois.— Isso sim é uma novidade que ninguém me falou — se acomoda na cadeira.— É recente, muito — sorrio disfarçando — e você, quais as novidades que me traz? Talvez o fato que Klaus passe tanto fora de Berlim contribui para que não sejamos próximos. A família Fries e uma