Joaquim estava tomando seu chá, tranquilamente, haviam alguns ovos e bacon em um prato na sua frente, apesar que ele só deu uma pequena provada na comida. Bernardo logo chegou na cozinha bocejando e com os cabelos todos bagunçados, ele pegou um café para si e se sentou perto de Joaquim, Bernardo olhou para ele para finalmente poder dar um bom dia, mas acabou fazendo uma careta pela aparência de Joaquim.
Joaquim suspirou, sua aparência parecia horrível, ele iria pegar um pouco de maquiagem de Amélia emprestado, ele não iria simplesmente daquele jeito para o trabalho, o que seus chefes iriam pensar dele? não que Joaquim quisesse impressioná-los ou algo do tipo, mas aparência era importante. — O que diabos aconteceu com você? — pergunta Bernardo, e Joaquim revira os olhos. — sério, parece que um caminhão passou por cima de você e depois deu ré. — Nossa, valeu. — Você está doente? — Não, esse é simplesmente o resultado de uma noite sem dormir. — E porque você ficou acordado? — Eu não consegui dormir. — Sua insônia voltou? você não tem isso desde a época da faculdade. — Eu sei, geralmente como trabalho muito, acabo apagando de cansaço no fim do meu turno. — Não está sendo tão cansativo nessa clínica? — Ainda tenho muitos pacientes, eu realmente não entendo o que aconteceu. — E você vai trabalhar assim? — O que mais eu poderia fazer? — Pedir folga? — Por estar cansado? isso não é desculpa! Joaquim deixa o chá de lado e começa a beber muito café, Bernardo revira os olhos e já está pronto para entrar em uma discussão, quando alguém toca a campainha. — Deve ser Amélia. — Ela esqueceu a chave de novo? — Provavelmente. Bernardo vai atender a porta, mas não era Amélia. — Joaquim! — O que? — Olha só quem está aqui. Joaquim arregalou os olhos, por algum motivo achou que seus chefes estavam ali, mas na verdade estava enganado, era seus pais junto de seus padrinhos. — Meu Deus, eu não acredito! — diz Joaquim sorrindo. Sua mãe, Livia, é a primeira a lhe abraçar, seu pai Josh estava ao lado dela, e seus padrinhos Samuel e Rodrigo, falavam com Bernardo. — É bom ver você, querido. — fala Livia. — Eu também estou muito feliz em ver vocês, mas o que estão fazendo aqui? — pergunta Joaquim. — Queríamos saber como você estava, sabemos que seu término com Jonathan deixou você bastante triste. — fala Josh. — E não gostamos que você esteja morando tão longe, você é meu afilhado preferido. — fala Samuel. — Sou seu único afilhado. — fala Joaquim. — Como está sendo morar aqui? — pergunta Rodrigo. — Está perfeito. — fala Joaquim. Ele contou algumas legais que aconteceram quando se mudou, ele realmente amava a casa e seu novo emprego, Joaquim decidiu não comentar sobre os seus chefes, e por sorte Bernardo também não disse nada. — Nós temos outra surpresa. — fala Josh. — O que é? — pergunta Joaquim. — Vamos ficar um tempo por aqui. — diz Livia. — Sério? porque? — pergunta Joaquim. — Meu irmão, Roberto, está fazendo uma exposição de arte no museu daqui, eu vim para apoiá-lo. — diz Samuel. — Eu não podia deixar Samuel ir sozinho. — fala Rodrigo. — E quando soubemos que a exposição de Roberto ficava na mesma cidade que você morava, viemos todos juntos para lhe visitar. — fala Josh. — Isso é incrível! — diz Joaquim. Todos foram se sentar no sofá, Joaquim ofereceu chá e café para eles, apesar de estar cansado, ele ainda poderia perceber algumas coisas, como o fato que sua mãe e seu pai pareciam distantes um do outro, antes de Joaquim ir embora, os dois brigavam muito, parecia que eles brigavam por tudo, Samuel e Robrigo até ficaram sem saber o que fazer, Josh foi quem se apaixonou por sua mãe primeiro e conseguiu depois de muitos anos fazer ela sentir o mesmo, mas agora parecia que ele havia perdido o interesse por ela. Joaquim olhou as horas e percebeu que precisava começar a se arrumar para ir ao trabalho. — Tudo bem, Joaquim? — pergunta Rodrigo. — Sim, mas eu tenho que me arrumar, daqui a pouco preciso estar no trabalho. — fala Joaquim. — Meu enfermeiro, tenho tanto orgulho. — fala Livia. Joaquim subiu, e se arrumou rapidamente enquanto tentava espantar totalmente seu sono, não queria trabalhar parecendo um zumbi. — Estou indo! — fala Joaquim. — Que tal quando você sair do trabalho, a gente comer fora? — pergunta Josh. — Parece uma boa ideia, só espero que eu não esteja tão cansado quando acabar meu turno. — fala Joaquim. — Se você ficar cansado, não tem problema, podemos comer por aqui mesmo. — fala Samuel. — A gente entende que seu trabalho é cansativo, não se esforce. — diz Rodrigo. Joaquim sorriu, e se despediu brevemente deles, então pegou seu carro e foi para o trabalho, mas o ruivo se questionou se deveria ter ouvido Bernardo, e realmente tirado uma folga, ele se sentia exausto, fazia muito tempo que não tinha insônia, e agora simplesmente não sabia mais lidar com isso. Ele chegou ao trabalho, e mesmo quando deu um sorriso para Suzana, ela imediatamente percebeu algo de errado. — Você está bem? está doente, Joaquim? — Eu estou bem. — Você parece muito cansado. — Eu não dormi, tive insônia, e realmente não estou mais acostumado com isso. — Você já teve isso antes? — Sim, mas quando comecei a trabalhar, o cansaço era tanto que eu apagava, mas eu realmente não sei o que aconteceu. — A gente tem muitos pacientes, mas realmente não se compara com os grandes hospitais. — O trabalho não está me deixando cansado suficiente para dormir. — Eu acho que você deveria descansar, não pode trabalhar assim. — Eu já disse, estou bem. — O que está acontecendo aqui? — pergunta Thomas. — Joaquim! — diz Thiago olhando preocupado para o ruivo. — o que aconteceu? — Insônia. — fala Joaquim. — Você realmente não parece nada bem. — diz Thomas. Joaquim explica novamente sobre sua insônia, e que o trabalho não estava deixando ele tão cansado. — Minha amiga Paula tinha muita insônia na adolescência, e ela disse que a meditação ajudou muito ela. — fala Thiago. — Acho que prefiro trabalhar até desmaiar. — fala Joaquim. — Você não vai fazer isso! — falou Thomas, e Joaquim se arrepiou, definitivamente Thomas estava usando sua voz de Dom. — isso não é saudável. — Mas... — fala Joaquim — Vamos ter uma longa conversa sobre cuidar de si mesmo, Joaquim! — fala Thiago. Joaquim apenas suspirou, enquanto Suzana observava tudo com um pequeno sorriso.As meditações até que ajudaram bastante, Joaquim ainda tinha insônia de vez em quando, mas já estava bem mais difícil de acontecer, Thomas e Thiago foram um bom apoio, mas os dois também ficaram bem protetores com ele, e o ruivo não sabia dizer se gostava daquilo ou não, mas Joaquim tentava não pensar muito nisso, ele atendia diversos pacientes e parecia que cada vez mais ele viu algo novo e diferente, mas Joaquim já estava começando a se acostumar com tudo isso. ele realmente não se importou quando um dia entrou em sua clínica, e viu um Sub sendo castigo com palmadas pelo seu Dom, até falou que tinha uma boa pomada para aquilo.Joaquim sentia que sua nova vida estava finalmente no lugar.— Boa tarde, Joaquim. — diz Thiago.— Boa tarde.— O que está fazendo aqui?— Não tem pacientes para eu atender agora, então estou só esperando, vi na agenda que temos que atender alguém as duas horas.— Então vou aproveitar que você está livre para falar de um assunto importante.— Está tudo bem?—
Os meses foram se passando, e Joaquim não sabia o que fazer, ele não devia se envolver com seus chefes, porque se não desse certo então tudo iria ficar ruim para seu lado, mas conforme o tempo passava, o ruivo se perguntou se Thiago e Thomas sentiam algo por ele, a proteção consigo ficou ainda maior e isso estava dando esperança para Joaquim, mas não sabia dizer se estava vendo aquilo de forma errada.Até que um dia, ele foi atender mais um paciente, um homem forte e com uma voz realmente sensual, agora Joaquim não iria tirar conclusões precipitadas, mesmo com todas aquelas características de Dom, ele poderia ser um Sub.— Prazer em lhe conhecer, meu nome é Joaquim, serei seu enfermeiro.— Meu nome é Lucas.— Veio apenas para um exame de rotina?— Sim, eu realmente me preocupo muito com minha saúde.— Tudo bem.Joaquim começou verificando a respiração de Lucas, ele ficou em silêncio, observando com aqueles lindos olhos azuis.— Me diga, Joaquim, você já tem um?O enfermeiro olhou de m
Foi uma mudança cansativa, eram tantas caixas, Joaquim nem havia percebido que tinha tantas coisas e até descartou algumas coisas que não gostava ou então deu para seu irmão. Ir para São Paulo até que foi tranquilo, ele agora iria morar com seus dois primos que já moravam por lá há alguns anos, Bernardo e Amélia ajudaram ele com a mudança, a casa era perfeita para três pessoas morarem, Joaquim havia se apaixonado pelo seu quarto, era tão grande e aconchegante.Quando todas as caixas acabaram e cada coisa foi para seu devido lugar, Joaquim caiu no sofá cansado, nem eram cinco horas da tarde ainda, mas ele só queria se jogar em sua cama e dormir bastante.— Deixa de ser molenga, Joaquim. — diz Amélia, se sentando no chão enquanto comia um saco de salgadinhos de queijo.— Além de estar cansado da viagem, tive que lidar com a mudança. — disse Joaquim.— Pelo menos nós ajudamos você, provavelmente se você fizesse tudo sozinho, nem iria terminar de guardar todas as caixas. — fala Bernado.J
Joaquim esperava ouvir qualquer coisa, mas nunca esperava uma resposta como essa, então aquela clínica pequena e pouco conhecida era para atender pessoas que praticam BDSM? Joaquim não poderia julgar as pessoas que faziam aquilo, não era da conta dele, e se as pessoas gostavam daquilo então estava tudo bem, se Joaquim conseguisse o trabalho ele jamais iria tratar mal seus pacientes.O ruivo percebeu que ficou tempo demais pensando e em silêncio, e os gêmeos olhavam para ele de maneira um pouco séria, provavelmente pensando que Joaquim estava pensando mal daquele lugar e das pessoas que frequentavam ali, o ruivo não quis passar uma impressão ruim, apenas havia ficado surpreso com tudo aquilo.— Desculpe, eu só fiquei um pouco em choque, eu juro que não estou julgando ninguém, eu sou um enfermeiro e ajudo os pacientes, não importa o que eles façam. — diz Joaquim.Thomas e Thiago se olham um pouco.— O que você sabe sobre BDSM? — pergunta Thomas.— Sinceramente, não muito, só tenho realm
Joaquim acordou bastante animado e ansioso, seria seu primeiro dia de trabalho e ele precisava causar uma boa primeira impressão, o ruivo rapidamente foi ao banheiro para se preparar, não demorou muito. Joaquim ainda não tinha seu uniforme do hospital, mas como ele já passou por esse tipo de situação, ele tinha um uniforme de enfermeiro que poderia usar por enquanto, eram aqueles "pijamas" de enfermeiros, mas em um tom lilás, além de muito bonito e estiloso, também era bem profissional, então não teria problema.Joaquim então foi para a cozinha, seus primos já estavam acordados e o café da manhã estava na mesa, o ruivo se aproximou e se sentou ao lado deles.— Ai está nosso enfermeiro bonitão. — fala Amélia.— Você está ótimo, cara. — Diz Bernardo.— Obrigado, estou muito ansioso. — fala Joaquim.— Você não precisa se preocupar com isso, você é um ótimo enfermeiro. — fala Amélia.— É verdade, você é realmente muito bom, mas não se afunde no trabalho, você já passou mal com isso. — fal
Joaquim estacionou seu carro e então entrou na clínica, ainda estava bem vazio por ser meio cedo, Amélia precisou sair rapidamente por causa de um cliente, Bernardo também saiu mais cedo por causa de uma reunião com os pais de seus alunos, Joaquim então saiu de casa também mas nem havia percebido que esqueceu de tomar o café da manhã. Suzana tirou os olhos dos papéis que assinava para olhar para ele, geralmente os funcionários não deveriam chegar nesse horário, o ruivo só deu um sorriso para ela e então foi para a sala de descanso, ele realmente precisava comer alguma coisa, tinha que ter energia, ele iria começar a atender pacientes hoje.Joaquim encontrou café quente e rosquinhas frescas.— Olá, Joaquim... — diz Thiago.O ruivo se segurou para não se engasgar, não imaginava que seus chefes estariam ali logo cedo, mas estava tão distraído que nem percebeu o carro deles no estacionamento.— Bom dia. — fala Joaquim.— Você está bem? — pergunta Thomas.— Sim, é que esqueci de comer café