Então, com a ajuda do meu precioso Jack eu abri a porta. A sala estava vazia e nenhuma das flores que eu trouxe do dia que David tinha me surpreendido estavam aqui, não tinha resquício algum do medo que eu senti naquele dia.
Coloquei minha bolsa no armário e tirei meu celular antes de passar o cadeado, algumas mensagem cobriam a tela mas as ignorei colocando o aparelho dentro do bolso. Eu não queria saber de nada além dos prontuários e dos meus pacientes hoje.
Jack me ajudou a me inteirar do que estava acontecendo na ala, haviam alguns pacientes novos e outros tinham sido transferidos para a enfermaria. Elai era um dos pacientes que permanecia na ala e mesmo sendo ruim que ele ainda estivesse lá, me trouxe um pouco de alivio, eu não estava completamente sozinha com pacientes novos.
— Ah, que ótimo. — Sra. Jones resmungou passando de frene a minha sala.
Ela não preciso
Ele puxou as abas do papelão e a cada segundo que passava entre ele olhar o conteúdo e fixar os olhos ali, sentia meu corpo desfalecer lentamente. Ben respirou fundo e travou o maxilar olhando para o conteúdo, eu demorei para tomar coragem e quando tomei, Ben puxou um bilhete de dentro da caixa.Eu aproveitei para olhar o que estava embaixo e não tinha nada além de um pacote da mesma bala fina e comprida que Mike adorava comer enquanto fazia a ronda comigo pelo hospital. Olhei para Ben e mesmo o conteúdo não sendo nada escandalosamente bizarro, eu sabia que não era coisa boa.— Filho da puta. — Ele falou alto. — Pirralho filha da puta.Peguei o bilhete que Ben olhava com tanto ódio e havia apenas algumas palavras." Quatro..."Era apenas um número, mas de alguma forma parecia fazer sequência com as mensagens que eu tinha recebido dias atrás
— É realmente isso o que quer? — Eu não respondi e David sorriu com o canto dos lábios. — Quantas vezes pensou em mim na cama dele, Sarah? Ele sabe que seu corpo só responde verdadeiramente a mim? — Eu ofeguei sentindo a parede chegar as minhas costas e David fechar a distância entre nós. — Consegue me contar quantas vezes a sua boca salivou lembrando de um beijo meu? Você sabe que não pode fugir disso e mesmo que demore dias, você vai voltar para mim.— Você é louco, David. — Eu sussurrei perdendo o ar quando o corpo dele me segurou contra a parede. — Não...— Acho que você se esqueceu de uma coisa que eu disse a você antes de sair com aquele moleque, mas não se preocupe, sabe que eu faço questão de repetir para você. Todas as vezes que você deixar tocarem em você vou precisar tirar cad
— Você me manipulou... — Gemi quando ele forçou aquele ponto interno que ele adorava tocar. — Me enganou e me perseguiu... E, céus...David não disse nada, mas me segurou em seu colo sem deixar a nossa conexão se desfazer, sem se separar de mim. Eu estava destruída, meus muros haviam caído outra vez e tudo o que eu queria era que ele fosse normal, que ele não me perseguisse dessa forma.— Meu bem... — Ele chamou e eu hesitei em olhar para ele, em me perder novamente naqueles olhos que me consumiam desde que nos conhecemos. — Por favor, olhe para mim.Eu olhei.Não existiam sombras e nem mentiras, era um cinza claro como o céu após uma longa e pesada tempestade, quando estava prestes mostrar aquele azul límpido. Eu não queria ceder, não era a minha intenção me deixar cair nos braços dele outra vez. No ent
Meu telefone voltou a tocar e eu sorri vendo a mensagem."Gosta de sorvete, Cinderela? Vou pedir para quando você voltar"Eu suspirei, Ben estava sendo um raio de sol no meio de toda essa tempestade."Chocolate com menta e não esqueça a cobertura."— Respondi."Somos o que comemos, mulher gostosa"Eu gargalhei sozinha na rua, pelo jeito, Ben aprovava meu gosto por sorvete de menta.Voltei a olhar em direção ao parque e por alguns momentos senti inveja, todos pareciam tão bem e longe de tantos problemas. Apenas se divertiam e não se importavam com nada além disso.— Isso me lembra do dia que você finalmente me deu uma chance. — Eu suspirei, já estava começando a me acostumar com as aparições de David quando eu menos esperava.— Quando você mostrou que era uma pessoa normal. &mdash
— Sabe, me enoja o fato de que ele preferiu você a mim. — Eu respirei fundo, não era o melhor dia para ela dizer esse tipo de coisa e não estávamos no campus, onde ela tinha uma colher de chá por causa da segurança. — E mesmo assim, com ele caindo aos seus pés... você preferiu dar para outro. Tirou David de mim e agora o mantém numa maldita coleira enquanto fode com outro, acha certo isso?Olhei inconformada para a loura do meu lado, Jess segurava nos lábios um sorriso seco e amarelo. Como ela poderia saber de tanta coisa? E eu duvidava que David tivesse sequer se dignado a dar qualquer tipo de informação para ela.— De que merda você está falando?Ela riu com escárnio antes de se aproximar de mim e segurar as minhas bochechas com os dedos finos e apertar as unhas contra a minha pele.— Estou falando do sexo que você fez durant
A risada seca ecoou ao meu redor e então entendi que a escuridão que eu via era um maldito de um capuz preto, tentei esticar o meu corpo e a dor voltou a rasgar as minhas costas. Eu não podia me mexer e com a quantidade de dor que eu estava sentindo, deveria ter fraturado alguns ossos antes de ser jogada nesse chão frio.— Tira você, não tenho mais nada a fazer aqui. Você descumpriu a porra do combinado Michael, qual é o seu problema? — Um estalo oco soou e em seguida um gemido expôs Jess. — Você é um merda.— Vá se foder, vadia. — Ele riu enquanto o barulho irritante dos saltos batiam no concreto. — É, parece que somos só nós dois, ruiva. — Ele suspirou com um leve divertimento na voz enquanto seus passos se aproximavam de mim.. — Não é incrível? Era para ser assim, apenas nós dois desde o come&cce
— Ah, caralho. — Ele chiou voltando com o que pedi. — Onde ele está.Olhei para ele e movi a lâmina sentindo a ponta tocar nas costas da bala.— Eu teria ido direto para lá se eu soubesse. — Grunhi antes de trocar a lâmina pelos meus dedos, Benjamin jogou um dos panos da cozinha e eu o enfiei na boca para conseguir aguentar a maldita dor enquanto afundava os dedos para puxar a bala. — Pegue meu telefone no carro e ligue para a secretaria da faculdade, peça o número de Jessica Wilson, ela estava com Mike quando Sarah foi jogada como um pedaço de carne dentro de uma Van.— Eles não vão me passar informações pessoais dos alunos.— Dê a porra de um jeito! — Gritei puxando finalmente o projétil de dentro de mim. — Inferno!— Merda! — Ele xingou ao sair.Eu havia me esquecido que ele era um advogado e
Ergui o quadril e encaixei a mão embaixo do cóccix fazendo pressão na junção dos ossos, então forcei de uma vez. O estalo me fez ficar tonta, a dor tinha me entorpecido. Puxei devagar o aparelho e olhei a tela, mensagens de Ben e diversas ligações de David. Meu olhos lacrimejaram e eu simplesmente apertei o botão para retornar, o telefone tocou apenas uma vez antes de uma voz desesperada atender.— Sarah! — Eu chorei em vez de pedir ajuda, o som da voz de David do outro lado da linha me fez perder o ar. — Sarah! Meu amor, responda!Eu busquei fôlego para conseguir responder, mas era difícil sabendo que ele estava bem.— David... — Sussurrei cansada.— Estou indo, querida.Meu aparelho voou longe e o estalo fez meu corpo convulsionar, eu não tinha mais fôlego para gritar e minha consciência se desfez em pedaços antes de con