Início / Romance / Meu pequeno e grande segredo / 4. MORTALMENTE FERIDA ll
4. MORTALMENTE FERIDA ll

Sofia sentiu-se afundar em um poço escuro de desolação. Ela não tinha mais forças para lutar ou seguir em frente. Ela havia perdido tudo. Só queria desaparecer para sempre desse mundo cruel que a maltratava desde o dia em que nasceu. O toque insistente do telefone a fez reagir e atender. Ela não sabia quem estava ligando, mas atendeu com medo.

—Olá?

—Olá— respondeu uma voz de mulher. —Você é a nova assistente do Sr.   César López?

—Acho que sim— respondeu ela, segurando a vontade de soluçar,

—Você sabe onde ele está? —perguntou a voz urgente, ignorando sua resposta hesitante. Você sabe onde ele está? — perguntou a voz urgente, ignorando a resposta hesitante dela. —Isso é uma emergência, localize-o diga a ele para vir com urgência, o pai dele está morrendo.

—Morrer? Para onde ele deve ir? —Ela perguntou ansiosa, esquecendo por um momento o que havia acontecido com ela e procurando desesperadamente o número de seu chefe, que atendeu com uma voz muito rouca e sonolenta.

—Olá Sofia, o que você quer a essa hora? Estou cansado, você sabe que não deve me ligar a menos que seja urgente.

—Senhor, senhor..., acabei de receber uma ligação de uma mulher dizendo que tinha que ir com urgência porque seu pai estava morrendo— ele falou o mais rápido que pôde, como se dessa forma fosse evitar qualquer coisa que seu chefe fosse reclamar.

—O quê? Morrendo?  —Sofia podia ouvir claramente seu chefe levantando da cama e andando de um lado para o outro no quarto enquanto continuava a questioná-la. — Você disse que meu mãe ligou para dizer que o pai está morrendo?

—Sim, sim, mas ela desligou, não disse mais nada. E, e..., eu não sei se era a sua mãe, senhor, ela não disse e eu nunca falei com ela antes, não sei. Ela também não me deu tempo para perguntar, porque, como eu disse, ela desligou.

—Tudo bem, tinha que ser ela, vou deixar você encarregado de tudo. Estou indo embora no avião e não sei quando volto.  Vou trabalhar a partir daí, está bem? Conto com você, Sofia? Fazer exatamente o que eu mandar depende de você fazer tudo o que eu mandar para que a empresa não vá à falência, entendeu? 

 Sofia ficou em silêncio, sem entender direito o que estava acontecendo. Seu chefe estava falando como se não fosse nada, e um grande terror começou a tomar conta dela. Pela forma como o Sr. César López estava reagindo, parecia que ele não estava chateado com ela. Sem que ela respondesse, ele continuou a lhe dar ordens sobre o que ela deveria e não deveria fazer. Só desligou depois de lhe dizer que confiava nela. Então, se não era seu chefe, com quem ela estava naquele lugar infernal?

Sofia desligou o telefone com as mãos trêmulas. Um arrepio percorreu sua espinha. Se seu chefe não estava chateado com ela e agia como se nada tivesse acontecido, isso só podia significar uma coisa: ele não estava naquele lugar horrível!

 Então, com quem ele esteve? Com quem ele estava? Quem era esse homem que havia abusado dela? Um terror paralisante tomou conta de Sofia. Alguém a havia enganado e atraído para aquele bordel sórdido. Poderia ser o motorista do táxi? Ela não conseguia se lembrar do rosto dele para ir denunciá-lo. Já lhe parecia estranho que seu chefe frequentasse um lugar tão sórdido. Ele tinha que investigar tudo primeiro.

Ela tentou acalmar e pensar. Ela pegou sua bolsa e encontrou o cartão que a mulher havia lhe dado. Ele dizia “Club Atlantis” e tinha um endereço. Sofia sentiu náuseas quando o viu. Ela rasgou o cartão em pedaços e, com raiva, jogou-os no chão.

Ela precisava de respostas: quem havia feito isso com ela e por quê? Ela não era ninguém importante, não entendia o que eles poderiam ganhar ao feri-la de forma tão cruel. Sofia havia dedicado sua vida a trabalhar duro e em silêncio, sem se meter com ninguém.

 Enquanto caminhava de volta para seu apartamento, sua mente formulava possíveis teorias, cada uma mais rebuscada que a anterior. E se alguém poderoso a tivesse escolhido como vítima aleatória? Ou talvez fosse uma vingança contra seu chefe, usando-a para lhe dar uma lição? Cada suspeita que surgia a enchia de mais perguntas sem respostas.

 Ao chegar ao seu prédio, Sofia parou em seu caminho. Ela olhou para as janelas escuras, imaginando se alguém a estava observando. Será que ela poderia confiar nos próprios vizinhos? O terror de não saber a dominou. Ela precisava descobrir quem estava por trás de tudo isso, antes que eles voltassem para buscá-la.

Enquanto isso, o Sr.   César López, que tinha acabado de se deitar após a ligação de Sofia dizendo que seu pai estava no leito de morte, saiu correndo e gritando para seu segurança.

—Rápido, rápido, temos que ir para o aeroporto agora!

 O guarda-costas, assustado com os gritos, entrou rapidamente no carro e eles saíram em disparada para o aeroporto. No caminho, o Sr. César López não conseguia parar de pensar em seu pai e em chegar a tempo de se despedir. Ele estava ansioso; fazia meses que não o visitava por causa de suas constantes viagens de negócios. Ele se censurava por não ter sido mais cuidadoso com sua saúde.

 Chegando ao aeroporto, ele correu para os controles e depois para a pista onde o avião estava pronto para decolar. Enquanto embarcava no avião, que partiria em meia hora, ele ligou para sua mãe para obter mais detalhes, mas não conseguiu falar com ela.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo