Sofia sentiu-se afundar em um poço escuro de desolação. Ela não tinha mais forças para lutar ou seguir em frente. Ela havia perdido tudo. Só queria desaparecer para sempre desse mundo cruel que a maltratava desde o dia em que nasceu. O toque insistente do telefone a fez reagir e atender. Ela não sabia quem estava ligando, mas atendeu com medo.
—Olá?
—Olá— respondeu uma voz de mulher. —Você é a nova assistente do Sr. César López?
—Acho que sim— respondeu ela, segurando a vontade de soluçar,
—Você sabe onde ele está? —perguntou a voz urgente, ignorando sua resposta hesitante. Você sabe onde ele está? — perguntou a voz urgente, ignorando a resposta hesitante dela. —Isso é uma emergência, localize-o diga a ele para vir com urgência, o pai dele está morrendo.
—Morrer? Para onde ele deve ir? —Ela perguntou ansiosa, esquecendo por um momento o que havia acontecido com ela e procurando desesperadamente o número de seu chefe, que atendeu com uma voz muito rouca e sonolenta.
—Olá Sofia, o que você quer a essa hora? Estou cansado, você sabe que não deve me ligar a menos que seja urgente.
—Senhor, senhor..., acabei de receber uma ligação de uma mulher dizendo que tinha que ir com urgência porque seu pai estava morrendo— ele falou o mais rápido que pôde, como se dessa forma fosse evitar qualquer coisa que seu chefe fosse reclamar.
—O quê? Morrendo? —Sofia podia ouvir claramente seu chefe levantando da cama e andando de um lado para o outro no quarto enquanto continuava a questioná-la. — Você disse que meu mãe ligou para dizer que o pai está morrendo?
—Sim, sim, mas ela desligou, não disse mais nada. E, e..., eu não sei se era a sua mãe, senhor, ela não disse e eu nunca falei com ela antes, não sei. Ela também não me deu tempo para perguntar, porque, como eu disse, ela desligou.
—Tudo bem, tinha que ser ela, vou deixar você encarregado de tudo. Estou indo embora no avião e não sei quando volto. Vou trabalhar a partir daí, está bem? Conto com você, Sofia? Fazer exatamente o que eu mandar depende de você fazer tudo o que eu mandar para que a empresa não vá à falência, entendeu?
Sofia ficou em silêncio, sem entender direito o que estava acontecendo. Seu chefe estava falando como se não fosse nada, e um grande terror começou a tomar conta dela. Pela forma como o Sr. César López estava reagindo, parecia que ele não estava chateado com ela. Sem que ela respondesse, ele continuou a lhe dar ordens sobre o que ela deveria e não deveria fazer. Só desligou depois de lhe dizer que confiava nela. Então, se não era seu chefe, com quem ela estava naquele lugar infernal?
Sofia desligou o telefone com as mãos trêmulas. Um arrepio percorreu sua espinha. Se seu chefe não estava chateado com ela e agia como se nada tivesse acontecido, isso só podia significar uma coisa: ele não estava naquele lugar horrível!
Então, com quem ele esteve? Com quem ele estava? Quem era esse homem que havia abusado dela? Um terror paralisante tomou conta de Sofia. Alguém a havia enganado e atraído para aquele bordel sórdido. Poderia ser o motorista do táxi? Ela não conseguia se lembrar do rosto dele para ir denunciá-lo. Já lhe parecia estranho que seu chefe frequentasse um lugar tão sórdido. Ele tinha que investigar tudo primeiro.
Ela tentou acalmar e pensar. Ela pegou sua bolsa e encontrou o cartão que a mulher havia lhe dado. Ele dizia “Club Atlantis” e tinha um endereço. Sofia sentiu náuseas quando o viu. Ela rasgou o cartão em pedaços e, com raiva, jogou-os no chão.
Ela precisava de respostas: quem havia feito isso com ela e por quê? Ela não era ninguém importante, não entendia o que eles poderiam ganhar ao feri-la de forma tão cruel. Sofia havia dedicado sua vida a trabalhar duro e em silêncio, sem se meter com ninguém.
Enquanto caminhava de volta para seu apartamento, sua mente formulava possíveis teorias, cada uma mais rebuscada que a anterior. E se alguém poderoso a tivesse escolhido como vítima aleatória? Ou talvez fosse uma vingança contra seu chefe, usando-a para lhe dar uma lição? Cada suspeita que surgia a enchia de mais perguntas sem respostas.
Ao chegar ao seu prédio, Sofia parou em seu caminho. Ela olhou para as janelas escuras, imaginando se alguém a estava observando. Será que ela poderia confiar nos próprios vizinhos? O terror de não saber a dominou. Ela precisava descobrir quem estava por trás de tudo isso, antes que eles voltassem para buscá-la.
Enquanto isso, o Sr. César López, que tinha acabado de se deitar após a ligação de Sofia dizendo que seu pai estava no leito de morte, saiu correndo e gritando para seu segurança.
—Rápido, rápido, temos que ir para o aeroporto agora!
O guarda-costas, assustado com os gritos, entrou rapidamente no carro e eles saíram em disparada para o aeroporto. No caminho, o Sr. César López não conseguia parar de pensar em seu pai e em chegar a tempo de se despedir. Ele estava ansioso; fazia meses que não o visitava por causa de suas constantes viagens de negócios. Ele se censurava por não ter sido mais cuidadoso com sua saúde.
Chegando ao aeroporto, ele correu para os controles e depois para a pista onde o avião estava pronto para decolar. Enquanto embarcava no avião, que partiria em meia hora, ele ligou para sua mãe para obter mais detalhes, mas não conseguiu falar com ela.
A segunda-feira chegou e, com ela, a obrigação de Sofia sair de casa. Desde seu retorno no sábado de manhã cedo, ela estava dormindo, tomando banho e chorando. O Sr. César López só havia lhe enviado uma mensagem dizendo que eles conversariam por vídeo da empresa.Quando o alarme tocou, Sofia acordou quase congelada. Ela havia adormecido chorando na banheira. Tremendo, ela se levantou e preparou uma xícara de café forte. Ela precisava acordar e encarar esse dia da forma mais normal possível.Ele vestiu seu habitual terno cinza sob medida e se olhou no espelho. Seus olhos ainda estavam inchados, mas ele havia conseguido cobrir as olheiras com maquiagem. Ela penteou o cabelo em um coque apertado e colocou os óculos. Parecia a mesma pessoa eficiente e competente de sempre.Saiu para o escritório, caminhando rapidamente com os olhos fixos na frente, evitando encontrar alguém. Quando chegou, trancou-se em seu escritório e se concentrou no trabalho. Respondeu diligentemente a e-mails e li
Sofia jogou tudo na mesa e correu para a farmácia para comprar vários testes de gravidez. Ela voltou correndo para casa e se trancou no banheiro, fazendo todos os testes. Um após o outro, os testes mostraram dois traços inconfundíveis. Sofia caiu de joelhos, balançando a cabeça, pois esse pesadelo não podia estar acontecendo com ela. Ela estava grávida de um estupro cometido por um estranho. Ela bateu com os punhos no chão, chorando inconsolavelmente. Como iria lidar com a situação agora? Como iria cuidar de um bebê sozinha? Ela mal conseguia cuidar de si mesma depois do que aconteceu. E quanto ao seu emprego, o Sr. César López confiava nela, isso ia arruinar tudo. Desesperada, Sofia avaliou suas opções. Ela poderia fazer um aborto, mas não tinha dinheiro, e fazê-lo clandestinamente era muito perigoso. Dar o bebê para adoção era outra possibilidade, mas ela não sabia se teria forças para carregá-lo e depois desistir dele. Talvez a única saída fosse fugir, ir para bem longe e com
Naquele dia, o Sr. César López não queria se encontrar com ninguém. Ele suspendeu todas as reuniões e compromissos que tinha, depois de uma discussão acalorada que teve ao telefone com sua mãe, que Sofía pôde ouvir claramente, pois a porta do escritório estava aberta e seu chefe estava com o áudio ligado.—Você não pode fazer isso, mãe, por favor. Você tem um problema cardíaco. O médico disse que você deve ficar calma, em um lugar relaxado. Como você pode viajar pelo mundo em um navio de cruzeiro?—Esse médico não sabe o que está dizendo— respondeu Elvira, —ele quer que eu morra naquela casa solitária, onde tudo me faz lembrar do seu pai. Não, eu vou e você não vai me impedir. Você sabe qual é a única maneira de eu ficar ao seu lado.—Nunca mais me casarei, já disse a você. Esqueça isso.—Filho, já passou da hora, você precisa seguir em frente, quero ter netos antes de morrer.—Não, mamãe, esqueça! Esqueça!—Bem, não espere me encontrar quando você chegar em casa hoje, eu já estou no
Fenicio era o chefe de segurança do Sr. César López, tanto na empresa quanto em sua vida pessoal. Ele era um homem de meia-idade, com aparência séria e determinada. Sua constituição física era forte e atlética, o que indicava que ele se cuidava fisicamente e se mantinha em forma. Seu cabelo era curto e escuro, assim como sua barba bem aparada. Seus olhos eram castanhos, o que lhe dava um olhar penetrante e determinado. Ele entrou propositalmente no escritório do Sr. César López, com uma expressão preocupada no rosto. Sentou-se em frente a ele e suspirou antes de falar.—Sinto muito, Lopez. Ainda não encontrei nenhuma pista sólida. Mas ainda estou trabalhando nisso e espero ter notícias em breve— disse ele, com um tom de frustração. Fenicio e López se conheceram em uma reunião de negócios na qual ele trabalhava como agente de segurança. Durante a reunião, Fenicio conseguiu demonstrar sua capacidade de antecipar perigos e tomar medidas preventivas, o que impressionou o Sr. César Lópe
Sofía olhou para ele com agonia, ela não queria falar sobre sua vida particular com seu chefe. Mas ela também não queria que ele investigasse por conta própria e descobrisse seu grande segredo, então ela caminhou até parar em frente à sua mesa. Ela respirou fundo e disse:—Sim, senhor. Há algo mais, como vejo que você suspeita. Se eles descobrirem que eu trabalho aqui e ganho tanto dinheiro, eles me obrigarão a dar a eles todo o meu salário como pagamento pela minha estadia no orfanato, como antes.—Anteriormente?—Sim, eles me colocavam nos locais de trabalho e ficavam com meu salário, só me davam uma mesada. Além disso, eles me obrigarão a pedir dinheiro a você e a fazer favores para eles constantemente. Eles não vão descansar até que eu seja demitida e obrigada a voltar para lá—, explicou ela, em um tom triste. O Sr. López olhou para ela com desconfiança, sem saber se deveria acreditar nela ou não. Essa não era a imagem que ele tinha desses chamados orfanatos. Para ele, eles acolh
O Sr. López decidiu viajar para uma conferência em uma cidade distante a fim de expandir sua rede de contatos e explorar novas oportunidades de negócios. Sofía o acompanhou como sua assistente executiva, encarregada de organizar todos os detalhes da viagem. A Sra. Lucrécia ficou com seu bebê e garantiu que ele não deveria se preocupar. No entanto, ela contratou uma babá para ajudá-la durante todo o fim de semana. Eles se encontraram pela manhã em uma luxuosa sala de conferências do hotel onde haviam se hospedado na noite anterior à chegada. Elas tinham viajado para se reunir com possíveis investidores interessados em investir em suas empresas. —Senhor, eu nunca vi você tão nervoso— disse Sofia, entregando-lhe um copo de água. —Além disso, se você não quer fazer isso, por que estamos aqui?—Estamos apenas explorando as opções— respondeu López, bebendo a água, e ficou com o copo suspenso, olhando para ele. Sofia virou a cabeça e viu um casal elegante entrar. O que ela não sabia er
O Sr. López não conseguia controlar suas emoções. Ele nunca pensou que encontrar Delia e Carlos novamente causaria tanto estrago nele. À medida que as palestras nas quais eles estavam interessados avançavam, López se sentia cada vez mais sobrecarregado quando elas terminavam. Então, eles se despediram e cada um foi para seu quarto passar a noite. Seu avião partiria cedo no dia seguinte. Sofia estava conversando com a Sra. Lucrécia falou por vídeo e viu que seu filho estava dormindo alegremente em seu berço.—Já terminamos, voltaremos amanhã—, disse ela à Lucrécia.—Está tudo bem, não se preocupe, você viu que a criança está bem, saia e divirta-se.—Acho que não, foi muito cansativo. O voo é logo pela manhã, tenho certeza de que estaremos lá depois do meio-dia.—Estaremos aqui. Saia um pouco, aproveite o fato de você ser jovem.—Não insista, hoje o dia foi longo. Boa noite Lucrécia e obrigada—, ela desligou e saiu do banheiro pronta para ir para a cama quando a porta tocou. Quando e
Sofia ficou sem saber o que fazer, por inércia e porque sua cabeça ainda estava turva pelo álcool e pela dor, sem perceber o que estava fazendo, diante dos olhos selvagens do Sr. López, ela levantou o vestido para ver se eram dela.—Oh, meu Deus! Ela gritou quando percebeu o que tinha feito, não só o Sr. López estava com a calcinha dela na mão, como ela tinha acabado de levantar o vestido na frente dele, mostrando-lhe tudo! O Sr. López, na mesma situação ou pior do que ela, estava olhando para ela estupefato em meio à sua ressaca. Ele não conseguia acreditar que ela havia levantado o vestido, muito menos que ele estava com a calcinha dela na mão. Sem pensar duas vezes, Sofia arrancou a calcinha com vergonha e correu para o banheiro, sentindo-se completamente desnorteada. O que diabos aconteceu naquela cama? ela se perguntava, sem conseguir se lembrar de nada.— Fenício! —gritou o Sr. López, sem entender em sua mente entorpecida pelo álcool o que estava acontecendo. Bem, ele também