Sofia sentiu as lágrimas começarem a brotar em seus olhos. O peso de seu segredo, agora nas mãos de Mia, parecia mais pesado do que nunca. Mas não era apenas o seu bem-estar que estava em jogo, era o de seu filho, seu pequeno Javier.—Você não tem coração, Mia, para ameaçar um pobre bebê desse jeito, você é... você é... você é... você é... você é a pior! Uma mulher sem coração!Mia riu sarcasticamente. Ela podia ver que a inocente Sofia não sabia nem mesmo como argumentar, ela era uma presa fácil para obrigá-la a fazer o que Delia quisesse. Mesmo que a criança não fosse dela. —O coração é inútil nos negócios, Sofia. Se você quer ter sucesso, precisa estar disposta a passar por cima de quem for preciso. É assim que o mundo real funciona, mesmo que você prefira viver em sua fantasia. Você foi um tolo ao trazer o filho da sua irmã adotiva para cá. Achou que eu não o usaria? Não preciso que você se aproxime mais do Sr. López, observe e veja. A frieza e a falta de escrúpulos de Mia a dei
Embora não entendesse o motivo de tudo aquilo, pois não conseguia ouvir o que diziam de onde estava. Era muito óbvio que Mia havia feito a Sofia chorar. Por quê? O que ele havia dito a ela ou com o que poderia tê-la ameaçado para que ela ficasse naquele estado em que ele a via agora, sentada suspirando em um banco de praça? Ele não podia permitir que ela tivesse medo de um funcionário, muito menos que tivesse um motivo para ser chantageada. Ele tinha que fazê-la contar o que estava acontecendo com ela para que ele pudesse ajudá-la! Depois de alguns momentos de hesitação, ele decidiu se aproximar de Sofia. Ele se levantou do banco e caminhou em direção a ela com um passo determinado.—Sofia— ele começou, tentando soar o mais calmo possível, —não posso deixar de notar que você parece angustiada. Está tudo bem? Você sabe que pode confiar em mim, certo? Sofia olhou para cima, surpresa ao ver seu chefe ali. Ela não podia acreditar que ele a havia seguido. Talvez o medo de que ele soubes
O Sr. López chegou a toda velocidade ao local que sua mãe havia indicado, perguntando-se quando ele havia retornado de sua viagem. Ficou surpreso ao descobrir que se tratava de um hotel. O que ele estava fazendo ali? No entanto, não parou para refletir. Entrou no prédio com Fenício e correu para a recepção.—Por favor, minha mãe acabou de me ligar para dizer que sofreu um acidente aqui— disse ele com a voz tensa.—Aqui, senhor? —perguntou a recepcionista com uma expressão confusa.—Sim, o nome dela é Elvira López. Eu sou o filho dela— explicou ele rapidamente.Antes que a recepcionista pudesse responder, uma bela mulher se aproximou deles com um sorriso no rosto.—López? Você é César López? — ela perguntou, seu sorriso se alargou quando ele confirmou. —Sua mãe não me enganou, você é muito bonito.A urgência da situação foi momentaneamente eclipsada pela surpresa com a aparência desse estranho. César López piscou os olhos, surpreso com a reviravolta inesperada dos acontecimentos. A bel
Mia suspirou enquanto pegava as revistas e os pratos sujos que Delia havia deixado espalhados pelo apartamento. Apesar de serem irmãs, as duas mulheres eram como noite e dia. Mia, organizada e responsável, contrastava fortemente com Delia, que era despreocupada e deixava que os outros cuidassem de sua bagunça.Quando Delia a procurou e revelou que elas eram meias-irmãs, Mia não acreditou até ver os resultados dos testes de DNA. Apesar de suas diferenças, Mia sentiu uma conexão instantânea com Delia. O que ela nunca imaginou foi que toda a ajuda que sua irmã lhe deu fazia parte de um plano maior para enganar o Sr. López.—E como foi com Sofia? Você fez exatamente o que eu lhe disse? —Delia perguntou.—Sim, fiz exatamente— disse Mía. Você precisava ameaçá-la daquele jeito? Eu vi o CEO querendo ajudá-la. Não sei de que adiantou ele ter dito que era meu sobrinho. Isso era muito arriscado, e se ele me demitisse? —Não importa, você parece diferente aos olhos de López agora. Tem certeza de
Delia sorriu triunfante, como se tivesse vencido um jogo. Mas, para Mia, isso não era um jogo. Era sua vida e a vida de sua mãe que estavam em jogo. E ela não pararia por nada para proteger as duas.—Pare de se fazer de casta e pura— disse ela com indiferença. —Somos todos adultos aqui. Se você não consegue lidar com um pouco de drama, o problema é seu.Mia sentiu uma onda de frustração. Delia claramente não entendia a gravidade do que estava fazendo. Ela estava brincando com as emoções das pessoas como se fossem peças em um tabuleiro de xadrez, sem perceber o dano que estava causando. Ele se afastou por medo de dizer ou fazer algo contra ela.—E não se atreva a me trair, porque você sabe o que aconteceria com a sua mãe! — gritou ele, enquanto via Mia se afastar em direção ao quarto.Mia parou em seu caminho. O grito de Delia ecoou no silêncio do apartamento. A ameaça era clara e o medo tomou conta de Mia. Ela sabia que Delia faria qualquer coisa para conseguir o que queria, mas nunca
O Sr. López estava em um dilema em seu escritório depois de receber um convite para uma festa de alto nível que ele não podia recusar. Ele não estava disposto a comparecer com uma companhia desconhecida, temendo reviver a infeliz experiência que tivera na última viagem. Portanto, ele optou por convidar Sofia, que era confiável, atenciosa e determinada a não levar nada.Ao observar a reação de surpresa dela e a maneira como contemplava o cartão em suas mãos, uma onda de preocupação tomou conta dele. Será que Sofia estaria preparada para participar de um evento como esse? No entanto, agora não havia mais volta, ela havia saído e recusado a oferta dele de buscá-la em sua casa.Sofia insistiu em chegar por seus próprios meios, optando por um táxi. Embora ele não gostasse da ideia, decidiu não insistir. Ele respeitaria a decisão dela e esperava que tudo corresse bem naquela noite.Enquanto conversava com sua vizinha e amiga Lucrécia. Sofia olhou para ela incrédula com suas palavras, será q
Sofia ficou lisonjeada com suas palavras. Ela o agradeceu pelo elogio e pela gentileza de trazê-la até ali. Com um sorriso tímido, ela se despediu dele e se dirigiu à entrada do clube, onde seu chefe já estava esperando por ela.Quando ela estava prestes a passar pela porta da frente, um aperto firme, mas suave, interrompeu seu progresso. O contato inesperado a assustou, seu coração disparou enquanto um arrepio de surpresa percorria sua espinha. Ela girou sobre os calcanhares, com os olhos arregalados, e encontrou Matthias.Ele estava parado ali, com sua figura alta e elegante destacando—se na luz fraca da rua. Seus olhos refletiam uma mistura de sinceridade e um tipo de preocupação que Sofia não conseguia decifrar. O gesto de pegar sua mão não foi agressivo, muito pelo contrário. Havia algo em sua expressão, naquele olhar intenso, mas gentil, que a tranquilizou.Apesar de sua surpresa inicial, Sofia não retirou a mão. Por que Matias, um homem que ela acabara de conhecer, se dera ao t
Você já ouviu a história do patinho feio que se transformou em um cisne majestoso? Essa foi a impressão que tomou conta do Sr. López quando ele viu uma beleza familiar se aproximando. Era como se uma criatura mítica, um cisne, tivesse surgido do nada, movendo-se com graça e dignidade em meio à multidão.Não foi apenas a beleza que o deixou sem fôlego. Havia uma delicadeza e simplicidade nela que fluía de seu ser de uma forma quase etérea. Seu vestido, preto profundo e elegante, caía sobre sua figura com uma sofisticação que não precisava de nenhum adorno ostensivo para se destacar. Ela se movia com uma graça que parecia inata, cada passo que dava parecia ter sido coreografado para uma dança só dela. Mas o que mais chamou sua atenção enquanto ele tentava se convencer de que a mulher que deslizava em sua direção era sua assistente, sem os óculos enormes que sempre escondiam seus olhos incrivelmente bonitos, que estavam fixos nos dele e que ele estava vendo pela primeira vez. Era o br