Deve ter sido ele, disse o Sr. López para si mesmo enquanto a abraçava como se quisesse apagar essas lembranças. Pelo menos ele não a agrediu nem usou nenhum dos artifícios que costumava usar. Deve ter sido porque ele percebeu, em sua mente turva, que ela era virgem e cuidou dela à sua maneira. Ele só precisava que ela confirmasse que tinha visto ou sentido Fenício para se convencer de que era ele.
—Eu estava chorando, tentando me afastar de você, quando alguém entrou, fez você se levantar e o levou embora. Fiquei apavorada, pensando que era outra pessoa que viria fazer o mesmo comigo, mas não, ele vestiu você e foi embora com você.
—Era Fenício?
—Não sei, estava muito escuro e eu disse
A Sra. Elvira López estava segurando um lenço de renda branco, com os dedos tão apertados que a cor de sua pele ficou pálida. Seus olhos, agora cheios de rugas que denotavam sua idade e anos de experiência, estavam fixos na fotografia. Victoria, com seus cabelos loiros dourados e um sorriso que parecia iluminar até mesmo o canto mais escuro, parecia estar viva naquela moldura prateada, olhando para ela com escárnio.Victoria era a filha mais nova da família Belmonte, uma família aristocrática que havia caído em desgraça após a morte do patriarca. Ao contrário de seus irmãos mais velhos, ela não conheceu a opulência e o luxo. Quando seu pai morreu, ela era apenas uma criança e logo passou a frequentar a mesma escola que Elvira, uma garota de classe média.
A decisão a atormentava enquanto permanecia ali, com a imagem de seu antigo amigo-inimigo sorrindo para ela na moldura prateada. Os passos de um criado que se aproximava fizeram com que ela enxugasse apressadamente uma lágrima que ameaçava escorregar por sua face.—Senhora, isto foi trazido para você— disse ele, segurando um envelope marcado como confidencial. —Um mensageiro o deixou na porta, Phoenicius ordenou que ninguém entrasse e um guarda o trouxe. Dizem que você deve ler com urgência.—Muito obrigado— respondeu ele, pegando o envelope. Em um relance, ela soube do que se tratava; era idêntico ao que seu filho havia recebido, uma prova de paternidade. Embora não o tenha aberto, ela tinha certeza de seu conteúdo. Ela caminhou lentamente at&eac
Sofia experimentou uma mudança incrível em sua personalidade depois de se abrir com López e contar a ele tudo o que havia acontecido naquela noite. Era como se ela tivesse se libertado de um grande peso que a impedia de ser quem ela realmente era. De sua timidez e de sua maneira evasiva de evitar o olhar dos outros, querendo passar despercebida, como se quisesse se tornar invisível, não restou quase nada. Agora, ela olhava ao seu redor com curiosidade e mais confiança, observando cada detalhe do ambiente com admiração e gratidão. A confiança estava refletida em seu olhar, como se ela tivesse encontrado seu lugar no mundo e se sentisse realizada e amada. A Sra. Elvira havia percebido que sua nora não tinha nenhum conhecimento sobre moda e tudo o mais. Ela não encontrou nela um pingo de sua progenitora, mas era uma garota muito doce e obediente. E estava determinada a fazê-la florescer.—Sofi, querida, venha cá, seu cabelo é lindo, por que você o esconde nesse coque esquisito que a
César engoliu, lutando para encontrar as palavras certas. Seu olhar se voltou para Sofia.—Sofia, você é..., você é...— ele começou, mas as palavras pareciam estar presas em sua garganta. Sofia sorriu para ele, com uma mistura de timidez e entusiasmo no rosto. Ela girou na frente dele, fazendo com que o vestido flutuasse em torno dela como uma nuvem branca.—Você gosta dele? Você gosta? — ela perguntou, seus olhos procurando os de César.César assentiu com a cabeça, ainda sem palavras. Seu coração batia forte no peito e ele se perguntava como alguém poderia ser tão bonito.—Não pareço uma princesa de um conto de fadas para você? — acrescentou Sofia, com as bochechas rosadas de excitação.César, também impecavelmente vestido, finalmente encontrou sua voz e respondeu com um sorriso.—Não, Sofia. Você não se parece com uma princesa de um conto de fadas. —Ele fez uma pausa e a olhou diretamente nos olhos: —Você é muito mais do que isso. Você é minha rainha, meu tudo. E esta noite, você
A Sra. Elvira cuidou de Javier, levou-o para dormir com ela no andar térreo, deixando todo o segundo andar para eles. Sofia, nos braços de seu marido, sentia que não queria deixá-los. Ela ficou surpresa ao ver que eles não foram para o quarto que compartilhavam até então. López, com ela nos braços, foi até o final do corredor e abriu a porta com cuidado.O quarto era um sonho que se tornou realidade, um santuário de amor e romance perfeitamente projetado para a primeira noite de sua lua de mel. A porta se abriu para um espaço generoso e elegante, banhado por uma luz dourada quente que emanava dos lustres de cristal pendurados no teto alto.O foco principal era uma cama de casal, adornada com finos lençóis de seda branca e um cobertor de cashmere.
—Puxa, que alívio. É verdade, não somos gêmeos — e ela esvaziou o copo de uma só vez, depois sussurrou, baixando o olhar —, eu ainda tenho medo de você, César, mas quero que você me mostre que pode me amar sem me maltratar, quero que você me faça sentir o que fez comigo da primeira vez— disse Sofía, pulando e subindo nas pernas do surpreso López. E o beijou com verdadeira paixão.López apenas se acomodou, deixando que ela o beijasse como quisesse. Embora não soubesse, ele gostava da sensação de vê-la beijando seus lábios e passando a língua por todas as partes deles. Ele a guiou gentilmente para que ela compartilhasse o beijo do jeito que ele gostava.Sofia era
O primeiro raio de luz do dia entrou pela janela, banhando o quarto em tons dourados. Cesar e Sophia estavam deitados emaranhados nos lençóis, seus corpos nus ainda ecoando com o eco de seu amor compartilhado. Eles haviam atravessado a escuridão juntos, haviam enfrentado os fantasmas do passado e agora, na quietude do amanhecer, estavam em um lugar de paz e compreensão.César abriu os olhos lentamente e seu olhar encontrou Sofia, com o rosto sereno e relaxado pelo sono. Ele a observou com um misto de admiração e gratidão. Apesar de tudo o que havia acontecido, ela estava aqui, ao seu lado, pronta para enfrentar o futuro juntos.Gentilmente, ele afastou uma mecha de cabelo do rosto dela, permitindo-se um momento para admirá-la. Sofia era seu farol na tempestade, a luz que o guiava na escurid&at
A cada respiração, Sofia se sentia soltando um pouco mais do passado. Cada expiração era uma liberação, um novo começo. Ela podia sentir o amor de César envolvendo-a, sua presença firme e confiante ajudando-a a enfrentar os fantasmas de seu passado.A água perfumada parecia ter um efeito quase mágico sobre ela. Como se cada bolha que estourasse em sua pele levasse consigo uma parte da dor e do medo que ela estava guardando dentro de si. Como se cada pétala de rosa que roçava em seu corpo estivesse lhe infundindo nova força e determinação.Sofia se permitiu fechar os olhos, perdendo-se nas sensações. O suave murmúrio da água, o calor de César ao seu lado, o doce perfume das rosas.... Tudo contribuía