17. Dezesete

Lenna nunca gostara de suspense. Fugia dos filmes do gênero, lia as duas últimas páginas de um livro antes de iniciá-lo e nunca reclamava de receber spoilers. O suspense era como uma unha encravada, incomodava e sempre machucava mais segundos antes de ser retirada, o alívio vinha depois, é claro.

Enquanto segurava o telefone esperando a voz misteriosa do outro lado da linha expor seus motivos, ela controlava a respiração, sabendo que se demonstrasse que estava interessada demais, podia ficar muito exposta e suscetível aos caprichos do criminoso.

O departamento que nunca parava estava tão silencioso quanto, apenas ela e um técnico enviado para conectar o celular em um aparelho feito para rastrear o sinal estavam no prédio.

"Quero ajudar você." Disse a voz, finalmente.

"Pode me ajudar começando pelo seu nome e o motivo de estar fazendo isso." Disse Lenna.

"Não tenho um nome."

"Como seus pais o chamam?"

"Não tive pais."

"E amigos?"

"Nenhum verdadeiro."

"Certo, do que quer ser chamado? D
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