"O sangue não é meu, não preciso de atendimento." Disse Lenna, assim que ouviu os passos e depois viu os sapatos brancos do médico entrarem em seu campo de visão. Ela falara a mesma coisa para o socorrista da ambulância e para a enfermeira que a levou até a sala do pronto socorro.Ela tentou levantar para ir embora assim que chegou, mas decidiu ficar sentar na maca quando sentiu que o mundo ainda dava voltas ao seu redor. Havia sido encaminhada para o hospital mais próximo, o restaurante fechado para a apuração do ocorrido.Não houvera nenhum sinal de Max, Lenna insistiu que a equipe de socorristas buscasse por ele nas proximidades do restaurante. Ela vira o ferimento em seu peito e o sangue caindo dele.Vergonhosamente ficou alguns segundos em choque quando Max lançara-se sobre ela, demorando para perceber o que havia acontecido.Ela respirou fundo tentando manter a mente calma."Você sempre tem que parecer durona?" Falou uma voz conhecida, Lenna levantou o rosto e viu a última pesso
Raphael pensou por um momento que era um desperdício matar uma mulher tão bonita, mas eram os ossos do ofício e ele apertou o gatilho da sniper sem hesitações, quando a ordem do capitão Carter soou no comunicador em seu ouvido.Aguardou o trajeto da bala acertar o alvo, de onde estava posicionado demoraria menos de dez segundos.Ele contou, costumava fazer isso para ter a satisfação de provar que estava certo. Quando a bala rompeu o vidro do restaurante, sua contagem estava em sete, três miseros segundos para a bala acertar o alvo e Raphael viu através da mira amplificada a mesa ser virada e o seu alvo ser derrubado no chão, mas não pelo seu tiro.Ele xingou, perdera seu recorde ao errar a bala. A rapidez do movimento que o homem sentado em frente ao alvo fez lembrou a Raphael de quando atirou em número dezenove, o espécime fugitivo que deveriam capturar, ele precisou prever o movimento para acerta-lo. Era rápido como um leopardo."Capitão Carter, o alvo não foi atingido. Irei me repo
Lenna tirou a blusa ensanguentada e a jogou na lavadora, continuara tentando ligar para Max quando pegou um táxi de volta ao restaurante. Falara com os polícias, discutira com Travis que foi pessoalmente até o local, depois pegou seu carro e dirigiu, dispensando os policiais que tinha a escoltado até em casa.O relógio na cozinha marcava uma da manhã, ela estava cansada e confusa. Pegou o celular uma última vez e viu que estava descarregado. Ela o conectou no carregador em seu quarto e foi em direção ao banheiro, tomar uma ducha quente para clarear a cabeça."Será que estou fazendo a coisa certa?" Perguntou-se vendo seu reflexo abatido no espelho do banheiro. Ela recolocou o medalhão que sempre levava no pescoço e segurou a medalha de Santa Barbara entre os dedos.Era o último presente da sua mãe, que possuía uma igual, mas que não fora capaz de protegê-la da morte. Lenna não acreditava em santas ou anjos, mas acreditava no todo-poderoso impiedoso. E que se ele apenas podia aplicar a
Max havia experimentado um verdadeiro bombardeio de emoções em uma única noite. A preocupação de Lenna ao vê-lo fez com que a verdade brotasse de seus lábios, ele não mentiria para ela, não ocultaria suas intenções com medo da rejeição.Ao vê-la semi nua com os cabelos escuros umedecidos e o rosto deliciosamente corado, Max vencera facilmente a batalha interna que vinha travado contra a fera.Ainda assim, o homem amaldiçoado com mais vidas do que qualquer outro, antigo e bárbaro despertou em seu interior. Uma mulher esplendorosa estava diante dele, seu corpo respondeu imaginando como seria fácil tirá-la daquela maldita toalha.Com uma vontade de ferro Max se controlou, ainda que puxando-a para perto, apenas um beijo, desejou, ele não iria além."Quero a sua permissão."Sua voz soou crua, faminta, Lenna era sua companheira e o seu corpo implorava por ela. Max a observou engolir em seco, a respiração presa na garganta dela."Sim." Ela respondeu, molhando os lábios. Oferecendo um convite
Andando na ponta dos pés como um ladão de desenho animado, Lenna foi até a porta, pegou a arma no aparador e a escondeu no cós da calça do pijama."Quem é?" Perguntou, encostada a parede, caso um atirador estivesse pensando em pega-la através da madeira."Bernard." Respondeu seu único amigo dentro do departamento policial, haviam frequentado a mesma escola preparatória e por coincidência designados ao mesmo departamento. Bernard também esteve presente no caso que ela havia trocado com Walt, o do posto de gasolina com o banheiro vandalizado.
Um clima sombrio empestava o ar do quinto departamento de polícia.Lenna que havia acordado horas depois do seu despertador tocar, estava vinte minutos atrasada. Era a primeira vez que isso acontecia, bem como a primeira vez desde que se tornaram investigadora de que ela dormira bem sem as preocupações dos seus casos corroendo a mente. Ao acordar, ela procurou Max no sofá da sala, onde ele deveria ter dormido, já que Lenna desistira de expulsá-lo. O sofá estava vazio, mas ela achou um bilhete nele: A encontrarei mais tarde. Uma única frase que a deixara com uma estranha sensação de ansiedade.Lenna passou pela recepção cumprimentando os atendentes e entrou no escritorio geral, notando assim que passou pelas portas de vidro uma comoção envolta da sua mesa. Travis, Walt e outros investigadores estavam discutindo sobre o que deveriam fazer."O que está acontecendo?" Perguntou Lenna, atraindo a atenção dos homens que não haviam a visto até então."Milton, está atrasada." Disse Travis, a
Lenna nunca gostara de suspense. Fugia dos filmes do gênero, lia as duas últimas páginas de um livro antes de iniciá-lo e nunca reclamava de receber spoilers. O suspense era como uma unha encravada, incomodava e sempre machucava mais segundos antes de ser retirada, o alívio vinha depois, é claro. Enquanto segurava o telefone esperando a voz misteriosa do outro lado da linha expor seus motivos, ela controlava a respiração, sabendo que se demonstrasse que estava interessada demais, podia ficar muito exposta e suscetível aos caprichos do criminoso.O departamento que nunca parava estava tão silencioso quanto, apenas ela e um técnico enviado para conectar o celular em um aparelho feito para rastrear o sinal estavam no prédio."Quero ajudar você." Disse a voz, finalmente."Pode me ajudar começando pelo seu nome e o motivo de estar fazendo isso." Disse Lenna."Não tenho um nome.""Como seus pais o chamam?""Não tive pais.""E amigos?""Nenhum verdadeiro.""Certo, do que quer ser chamado? D
"Você tá escondendo alguma coisa." Falou Oliver, jogando uma garrafa de água para Max. Ele a pegou no ar com uma das mãos, enquanto colocava a barra no descanso com a outra mão.Max se sentou, rompeu o lacre da garrafa e bebeu. Tinha feito mais séries de exercício com a barra do que costumava fazer, perdeu a contagem várias vezes pensando em Lenna, então reiniciou.Oliver continuou esperando por uma resposta. Como Max, ele havia sido amaldiçoado na antiguidade, transformando-se em lobo durante dez horas seguidas do dia, paciência era uma virtude que havia sido obrigado a exercitar, mas que por sua escolha continuava sem praticar."Desembucha." Exigiu Oliver, tirando a bandana da cabeça para amarrá-la novamente no lugar. - Me contou sobre os caçadores militares secretos que voltaram a dar as caras, mas tem alguma coisa além disso."Sabe porque chamei você e não o seu irmão?" Questionou Max, amassando a garrafa para acerta-la no cesto do lixo."Por que sou mais charmoso que Louis?" Brin