O coração de Giovana errou uma batida ao presenciar aquela cena. Algumas horas atrás, Antony estava deitado ao seu lado agindo de modo incomum, sendo amoroso e compreensível. No segundo seguinte estava agarrado com a mulher que, provavelmente, ele ainda amava, quase nu.O rosto de Giovana se contorceu em uma careta sinistra e as veias do seu pescoço se dilataram. Como ela pôde ser tão ingênua ao ponto de acreditar que Antony mudaria algum dia? Sentia-se uma tola. Ela nunca havia visto Antony agir de uma forma tão insolente antes.Sua vontade era sair dali e voltar para o seu quarto fingindo que nada estava acontecendo, mas ela caminhou até eles e com uma voz alta disse:— O que essa mulher está fazendo aqui?Antony se virou rapidamente e olhou nos olhos dela, assustado.Mas Roberta se resumiu a responder, cheia de indiferença.— Senti saudades do Antony e resolvi vim visitá-lo.Após ouvir essas palavras, só restou a Giovana revirar os olhos e bufar para a mulher.— Veio fazer o que fa
Giovana lutou para se manter consciente. Enquanto estava meio acordada, sentiu as mãos quentes de Antony agarrá-la e levá-la para algum lugar que ela não conseguiu ver.No fim acabou desmaiando e quando acordou já estava no hospital. O cheiro de desinfetante a deixou enjoada. Imediatamente colocou a mão sobre a barriga e assim que abriu os olhos, o primeiro rosto que viu foi o de Antony.Ele estava conversando com o médico e não percebeu quando ela acordou. Logo ela não o viu mais. Quando conseguiu se erguer para se sentar sobre a cama, viu uma figura masculina correr na direção dela para ajudá-la. Era Andreas. Giovana se lembrava de te-lo visto antes de tudo acontecer, ela só não se lembrava o motivo de ter ido parar naquele hospital.Andreas segurou na mão dela antes de dizer:— Você está bem?A dor em sua cabeça era tão intensa que ela mal conseguia pensar.— O que aconteceu? — As mãos dela tremiam, — como está o meu bebê?Quando se lembrou do bebê, a dor em seu peito se intensific
Quando os seus olhos abriram, Giovana sentiu a visão ficar embaçada. Ela amassou o cobertor branco do hospital em suas mãos e mordeu o lábio inferior com tanta força e irritação que poderia machucá-los.Estava tudo escuro e silencioso. Ela não sabia por quanto tempo havia dormido. Sua cabeça já não doía tanto, mas ela precisava se levantar e ir ao banheiro imediatamente. Ergueu o corpo com dificuldade e sentiu sua coluna estalar. Quando se colocou de pé, quase caiu para trás. Sua cabeça girou e suas pernas perderam completamente as forças.Não havia ninguém ali para socorrê-la. De repente ela viu vagamente alguém do lado de fora. A sombra parecia ser de uma mulher. Seu coração se aliviou quando ela pensou poder ser a enfermeira que veio para ajudá-la, mas quando a porta do quarto se abriu, Giovana empalideceu e segurou o lençol da cama com tanta força que suas mãos ficaram sem cor, enquanto encarava a mulher a sua frente com raiva.Irma vestia uma roupa de enfermeira e tinha uma bande
Passando um longo tempo, Giovana abriu finalmente os olhos lentamente e se viu em um quarto totalmente diferente. Ela arregalou os olhos em pânico, quando se lembrou de Irma cortando os seus pulsos. Uma dor latejante tomou seus braços. Era quase insuportável. Quando levantou a cabeça para observar, percebeu que já não havia sangue. Seus braços estavam com ataduras e uma agulha intravenosa penetrava sua pele.Enquanto ela se mexia na cama, escutou uma voz abafada e quando se virou deparou-se com Matteo ao seu lado.Giovana se encolheu assustada. Quem seria o próximo a lhe fazer mal?—Não precisa ficar com medo — a voz dele era doce, como quando ela o conheceu pela primeira vez.Matteo ergueu o braço e acariciou os cabelos de Giovana com afeto.—O que você está fazendo aqui? — Dessa vez, ela se ergueu sentando-se na cama, —onde está o Antony?A pergunta dela fez o comportamento dele mudar. Matteo recolheu a mão e o seu semblante ficou sombrio de repente.—Você se lembra do que aconteceu
Vendo a expressão inquieta no rosto de Antony, Giovana só conseguiu pensar no pior. Tomada pelo medo, ela se enrolou na pequena cama e com um gesto agarrou as mãos dele.— Eu sei que ela tentou me matar, Antony – as palavras quase perdiam na sua ofegância, como se Giovana estivesse com dificuldade para respirar – não denuncie a Irma. Ela ainda não superou a morte da Gina.— E por isso quer matar a única filha que sobrou? – era claro que Antony não se conformava com aquilo – mas eu já deveria estar preparado para isso.— Do que está falando? Uma ruga se formou na testa dela.Antony pensou que talvez fosse melhor não contar toda a verdade para Giovana. Ela parecia tão cansada e fraca e certamente precisava descansar para se recuperar o mais rápido possível. As emoções daquele dia já haviam sido suficientes para ela.— Vamos conversar sobre isso depois – ele desviou o olhar para longe do dela e se afastou, quebrando qualquer contato – você precisa descansar, pelo bem do nosso filho.— Fa
Aquela foi a noite mais perturbadora dos últimos dias para Antony. Deitou-se na cama vazia e observou o lado que Giovana sempre dormiu. A sensação da solidão consumiu o seu sono. Ele odiava sentir-se vulnerável como se dependesse de alguém para viver.No dia seguinte levantou-se decidido a voltar a trabalhar. Reuniu seus seguranças e ordenou que alguns deles fossem para o hospital garantir a segurança de Giovana. Ele não permitiria nem que Matteo e Irma se aproximassem dela novamente.Embora sentisse vontade de ir até o hospital certificar de como Giovana estava naquela manhã, Antony seguiu direto para a empresa. Ele queria ocupar a mente para não pensar tanto nos últimos acontecimentos. Ele apenas garantiria a segurança da mulher sem precisar vê-la.Ligou para a Tania ainda no caminho, avisando a ela para que permanecesse no hospital, que ele não voltaria naquele dia para visitá-la. Chegou ao trabalho debaixo de um céu límpido, sem nenhum vestígio da tempestade da noite anterior.Enq
Andreas olhava para Antony, que tinha o rosto contorcido pelo ódio. O que havia em Matteo que fazia o meio-irmão o odiar tanto? Observou a secretaria entrar com uma bandeja nas mãos trêmulas. Ela certamente derrubaria aquilo a qualquer momento, fazendo o humor de Antony piorar.— Pode deixar que eu faço isso – ele agarrou as mãos de Valeria, amparando a bandeja, enquanto sorria para ele.Antony lançou um olhar questionador até Andreas, perguntando quais eram as verdadeiras intenções dele. O observou encher um copo e o servir, enquanto Ricardo se retirava do escritório em completo silêncio.Melhor assim, Antony não estava com humor para lidar com outro traidor. Quando se deu conta, Andreas já tinha colocado o copo sobre sua mesa e estava sentado de frente para ele, como se esperasse ansiosamente para ter uma longa conversa com o meio-irmão.Aliás, meio-irmão era um termo que Andreas simplesmente odiava. Ele não via Antony assim, por mais que fossem irmãos apenas por parte de pai, para
Giovana não deveria ficar perplexa com o comportamento de Antony. Quando observou ele passar por ela em silêncio, ela congelou. Antony também se sentia nervosa, embora jamais admitisse, ele queria saber como Giovana estava, mas se silenciou.Ouviu a porta do quarto bater e quando saiu do banheiro se viu sozinho com ela novamente.Giovana não parecia disposta a iniciar uma conversa. Ela continuava evitando olhar para Antony e fingindo que a indiferença dele não a atingia.— Deveria ter me avisado que recebeu alta – disse pigarreando, com a voz fria.— Eu deveria ter avisado? – Giovana observou o homem com perplexidade, – você realmente iria querer saber Antony?No instante em que ela disse isso, uma expressão estupefata surgiu no rosto de Antony.— Se eu não me importasse com a sua segurança, não teria enviado os meus funcionários para protegê-la.Dizendo isso, Antony virou as costas para ela, disposto a sair dali o mais rápido possível. Ele havia tido um dia ruim. Discutir com Giovana