Eu não podia acreditar no que os meus olhos estavam vendo, uma versão minha mais velha, porém tão abatido e sem alegria.
Alejandro tinha os cabelos grisalhos e a barba por fazer, as marcas da idade já apareciam e ele tinha algumas cicatrizes pelo rosto e pescoço.Foi difícil acreditar nos que os meus olhos estavam vendo, no que eu estava presenciando naquele momento.Eramos um retrato em idades diferentes, o teste de DNA só vai confirmar tudo que os olhos vêem.Um nó estava se formando em minha garganta e foi difícil engolir. Precisei respirar fundo para não chorar, eu estava ouvindo meu coração de tão acelerado que estava.Minha vida foi uma grande mentira, tudo que eu vivi até o momento foi uma grande e cruel mentira.Esteban estava ao lado de Alejandro e ajudou ele a se levantar.Naquele momento eu vi o carinho de Esteban pelo meu pai.Até Antonella estava na sala conosco, eu vim junto com ela para o México.ーComo eu procurei por você. - o homem diz com lágrimas nos olhos ー Sua mãe ficaria tão feliz em te ver. - as lágrimas caíram.Aquilo teve um certo impacto em mim, o jeito que as palavras saíram envolvidas com a dor e ao ouvir elas foi como se eu estivesse a anos esperando por esse encontro. Ele diminuiu o espaço entre nós dois e me deu um abraço.No primeiro momento eu me senti estranho e não reagi, porque querendo ou não ele é um estranho.Mas eu abracei ele e senti uma sensação gostosa, sabe? aquela sensação de paz e tranquilidade, era como se eu conhecesse ele a anos, foi uma conexão estranha. Eu estranhei.Quando nos separamos o rosto do homem estava avermelhado por conta do choro, ele limpou os olhos e sorriu para mim. Aquilo me contagiou e eu retribui o sorriso.ー Temos muito o que conversar. - falei com a voz embargada. ー preciso saber de tudo. - completei.ー E eu vou te contar. - sua voz grossa falou firme. ー E eu vou fazer cada um pagar pelo o que fizeram com você e sua mãe. - aquilo era uma promessa, um frio percorreu em minha coluna. Eu não vou deixa-lo fazer mal a minha família, eu quero explicações, quero saber o porquê fizeram isso.ー Mas primeiro temos que tentar acabar com o tráfico humano que a máfia do seu irmão está envolvido. - quando ele disse aquilo meu coração acelerou quase não cabia no peito, eu estava surpreso e não podia acreditar nisso. Será que o Vicente sabia disso?Os meses se passaram e eu já estava acabando mais um período da faculdade. Depois que Vicente saiu do país Jonathan e eu estamos mais próximos, ele vive aqui em casa. Depois que ele descobriu a verdadeira história dele, ele mudou, está diferente. Até que eu compreendo essa mudança, tudo que ele me contou é inacreditável. Como pode isso? um bebê ser tirado de sua mãe e a mãe ser morta logo em seguida. Tiraram a família dele, a verdadeira família. Será que Ester e Jasmim sabem disso tudo? Será que elas compactuaram com esse crime? E Dina, será que ela sabe? Como se não bastasse tudo isso acontecer descubro que minha melhor amiga é envolvida com a máfia e Tauane sabia desde o começo do seu envolvimento com ela. Joanna e Tauane estão realmente juntas, foi difícil acreditar que elas iriam ser um casal. Minha mãe não falou nada, até porque não tem o que falar. Nunca vi minha prima tão feliz quanto está agora. Estamos todos reunidos na sala, Jonathan estar ao meu lado. Ele está sorri
Eu não pude acreditar no que tinha acontecido ontem, eu não processei na hora porque eu já estava no efeito da bebida. Eu entendo ele mas não faz sentido já que o nosso relacionamento sempre foi nós três. Eu fiquei surpresa com a atitude dele, foi a bebida ou foi o caráter que ele me escondeu? A gente só conhece a pessoa depois da primeira briga. Depois da primeira crise de ciúmes é aí que realmente vemos quem ela é.Eu estava ajudando minha mãe colocar a mesa do café quando entrou Joanna, Tauane e Tiffany e sentaram a mesa.ー Bom dia... - falaram em uníssono. O cheiro de café recém passado estava preenchendo o ambiente.ー Pensei que não iriam acordar. - falei me sentando. ー Infelizmente eu tenho que dar uma aula daqui a pouco. - Tiffany falou cortando uma fatia de bolo. ー Falando em acordar, e o Jonathan? vai dormir até tarde? - Foi Joanna quem perguntou.ー Ele foi pra casa ontem. - falei sem dar brechas para perguntas.ー Mas ele já tinha entrado para o quarto. - Joanna estava te
Eu mal dormi na noite anterior, não fui a faculdade e disse que eu tive um imprevisto e que se desse pra mim ir hoje na clínica seria na parte da tarde.Eu estou roendo as unhas de tão nervosa que fiquei. Não tinha praticamente ninguém, só o pessoal da limpeza. Eu olhei para o bar e avistei um homem moreno e de cabelos pretos que estavam levemente bagunçados. Respirei fundo e tomei coragem para me aproximar. ー Boa tarde! - falei chamando a atenção do desconhecido para mim. Seus olhos são uma coisa perfeita um olho era verdinho e o outro âmbar puxando pro verde. De todos os seus traços o que mais chama atenção são os olhos. ーVocê se atrasou. - sua voz rouca preenche o ambiente. ー Eu tive que resolver algumas coisas antes de vim. - não queria demonstrar que eu estava com medo e fiquei ponderando se vinha ou não até o último segundo. ー Vou deixar passar dessa vez. - ele arqueou uma sobrancelha me fazendo um desafio. ー Vicente me mandou. - ele levantou do banquinho. ー Vamos para ou
Depois que o Théo acabou com o treinamento ele me levou novamente a boate, ficou combinado da gente se encontrar todos os dias a noite. Eu não sei o que pensar, queria que o Vicente tivesse aqui e ele iria me explicar tudo. Eu não sei em quem confiar, Jonathan me diz uma coisa, Vicente me pede para não confiar em ninguém, sinceramente estou perdida. Minha cabeça está confusa, e ainda tem mais a ansiedade de vê o Vicente novamente. O que eu mais quero agora é abraça-lo, ficar deitadinha em seus braços. Admirar aquele olhar, aquele sorriso que faz meu estômago revirar de excitação. O jeito dele falar, o modo que ele me explica algo com empolgação, e quando ele está chateado com algo sou seu refúgio. Eu sinto tanto sua falta, eu queria mascarar sua ausência com a presença do Jonathan, mas esse foi o meu erro. Entrei em casa e não vi ninguém na sala logo chamo ー Mãe...Tauane? - não tive resposta, então fui direto tomar um banho. Eu estava exausta, acho que nunca fiquei tã
Eu acordei entre Joanna e Tauane, as duas estavam me abraçando e aquilo me deixou feliz, vê o quanto sou importante para elas. Me levantei da cama devagar e fui tomar um banho antes de ir para a clínica. Eu já estava exausta antes mesmo de chegar a tomar café, então resolvo trocar minha folga. Eu estou deixando muito a desejar no emprego, tenho medo deles me suspenderem e isso vai para o meu currículo. Depois do banho eu coloquei uma roupa confortável para ficar em casa. Mamãe já havia passado o café quando eu cheguei na cozinha. ー Bom dia! - falei ao sentar na cadeira. — Bom dia, minha filha... Você está melhor? - ela perguntou passando requeijão no pão. ー Só exausta, troquei minha folga para hoje. - falo colocando o café na xicara. Troquei a folga mas hoje eu tenho que ir para a boate dançar, tenho que terminar de pagar por esse apartamento, tenho que colocar comida dentro de casa. Joanna está ajudando quando fica aqui, minha mãe também, mas a maior parte quem coloca sou eu.
A primeira coisa que eu fiz foi dar meu celular pro Théo tirar o rastreador dele. Em que momento ele fez isso eu não sei, mas que graças aos deuses ele fez. Eu estaria morta agora. Como eu vou falar para a Tauane que a namorada dela fez isso? Mais uma decepção pra ela. Vicente me deixou por um instante com o Théo e a Reyna, a menina de trança platinada. — Théo, você sabe que isso não vai dar certo né? – ela cochicha com um português carregado de sotaque italiano. — Você não sabe o que fala. – ele a repreende. — Não era pro Alejandro está sabendo da nossa vinda para o Brasil, agora ele vai está preparado.- ela deu uma pausa e depois continuou — Uma vida em troca de um território, não é nada. – ela ainda cochichava. — Cala a boca, Reyna. – Théo fala alto. — Vicente vai se arrepender de ter salvado ela. – Reyna falou antes de sair da sala. Théo se jogou no sofá que eu estava sentada e acendeu um cigarro de maconha. — Você quer? – ele perguntou guardando o isqueiro no bolso. Eu
Depois do jantar todos se reuniram na sala. Vicente e Théo estavam fumando seus cigarros, ambos estavam de cara fechada, parecia que estava pensando em algo além do que acontecia no momento. Me levantei da poltrona que havia me sentado a meia hora atrás e fui até um frigobar que estava do outro lado da sala. Tinha diversas bebidas geladas, escolhi uma cerveja, abri e coloquei no copo. Quando dei por mim Tauane estava se aproximando, ela está diferente. Seu olhar está longe, não tem mais o brilho que tinha antes, ela parece está decepcionada. Eu também ficaria, a verdade é que eu não esperava essa atitude de Joanna. Querer me matar foi radical de mais, foi um ato de traição. Será que ela nunca considerou ser minha amiga? E todas as vezes que ela veio me consolar só foi para ganhar minha confiança? — Como você está? - Tauane parecia escolher suas palavras. — Não foi dessa vez que eu morri. - tentei fazer uma piada mas não teve muito resultado. — Como minha mãe está? - perguntei, e
Acordei com uma mão fazendo carinho em meu rosto, eu não abri os olhos de imediato aproveitei para apreciar seu toque. Depois de um instante eu os abri, não me acostumei com o Vicente sem os cabelos grandes. Ele ainda está lindo mas o cabelo era um charme a mais. Eu não sei o que a máfia mudou nele, porque comigo ele está igual, não mudou seu comportamento comigo. — Eu senti sua falta, eu não quero me separar de você, só se você quiser. - ele falou com a sua voz rouca de quem acabou de acordar. — Parece patético mas quando eu estava nos treinamentos, naquele inferno, era seu rosto que vinha na minha cabeça para eu não desistir. Era você que me dava forças. - eu prestava atenção em todas as palavras que ele falava. — E eu não vou deixar ninguém machucar você, nem mesmo meu irmão. - ele deu uma pausa. — É complicado está no comando aqui, meu superior fez isso só para provar minha lealdade, a ordem é trazer o Jonathan para a mãe dele e matar Alejandro... - ele parecia pensar mas por f