Depois que o Théo acabou com o treinamento ele me levou novamente a boate, ficou combinado da gente se encontrar todos os dias a noite.
Eu não sei o que pensar, queria que o Vicente tivesse aqui e ele iria me explicar tudo.Eu não sei em quem confiar, Jonathan me diz uma coisa, Vicente me pede para não confiar em ninguém, sinceramente estou perdida.Minha cabeça está confusa, e ainda tem mais a ansiedade de vê o Vicente novamente.O que eu mais quero agora é abraça-lo, ficar deitadinha em seus braços.Admirar aquele olhar, aquele sorriso que faz meu estômago revirar de excitação.O jeito dele falar, o modo que ele me explica algo com empolgação, e quando ele está chateado com algo sou seu refúgio. Eu sinto tanto sua falta, eu queria mascarar sua ausência com a presença do Jonathan, mas esse foi o meu erro. Entrei em casa e não vi ninguém na sala logo chamo ー Mãe...Tauane? - não tive resposta, então fui direto tomar um banho.Eu estava exausta, acho que nunca fiquei tão cansada como estou agora.Depois que eu tomei banho fiz um lanche pra comer. Logo em seguida a campainha tocou e eu fui vê quem era.ー Posso entrar?- Jonathan pergunta olhando em meus olhos.Eu abri caminho pra ele passar, ela estava com um cara arrependida. Seus cabelos estavam molhados e um pouco bagunçado, parecia que ele tinha acabado de sair do banho. ー Me perdoa por ter falado aquelas coisas pra você. - ele deu uma pausa e depois continuou ー Eu estou confuso e com medo. - ele mordeu o lábio inferior, ele sempre faz isso quando está aflito.ー Eu te entendo mas você não tem que descontar nas pessoas ao redor, você sabe que nosso relacionamento só dar certo se for desse jeito. - falei transparecendo minha raiva. ー Eu nunca fui sua, temos apenas uma parceria, nós três temos... Eu sempre soube que vocês tinham outras mulheres e eu concordei com isso, sendo que eu nunca havia tido um relacionamento assim. - eu estava olhando em seus olhos quando falei ー Então não acho justo ter que escolher entre os dois, eu amo os dois. E eu não falo isso pra você desistir dessa ideia, é o que sinto. Se for pra fazer uma escolha eu vou me escolher. - digo séria.ー Eu sei que não é justo eu pedir isso, mas a máfia quer saber onde está sua lealdade, e está me pressionando. - ele explica.Suspiro e depois falo ー Eu não devo lealdade a ninguém, a nenhuma máfia. Vocês estão me envolvendo nisso e eu não quero isso pra mim. - cruzo os braços ー E em minha opinião você deveria buscar a verdade sozinho, não saindo acreditando no que eles falam de primeira. - eu digo no impulso. É horrível esconder o que sei dele, ainda mais que ele está acreditando numa história horrível. Não sei o que o pai dele estava pensando em dizer aquilo pra ele, pode ser verdade mas e se a versão do Vicente estiver certo?ー Você sabe de alguma coisa? - ele perguntou chegando mais perto. ー Não. - hesitei antes de falar. ー você está mentindo. - ele passa a mão nos cabelos.ー Desculpa... a única coisa que posso falar é pra você não acreditar de primeira e tome cuidado. - falei aflita. ー Não quero te perder. - completei diminuindo o espaço que estava entre nós dois.ー Você já me perdeu no momento em que escolheu ele. - ele diz se afastando. ーOu você acha que esse papinho vai me convencer de alguma coisa? - eu vi o nojo estampado na sua cara.Eu não acredito que ele está tão dominado por eles.ー Você está deixando eles fazerem sua cabeça, você não é o Jonathan que eu conheço. - digo.ー O Jonathan que você conheceu morreu a meses. - ele falou sério ー A meses que ele morreu e você não percebeu porque estava focada a esquecer o Vicente... Porque por mais que você fale que ama nós dois, sabemos qual é a sua escolha se ele pedir o que eu pedi. - seu tom era de dor e ódio. Ficamos em silêncio por um bom tempo, até que a porta se abriu e minha mãe entrou. Jonathan nem esperou eu falar nada e logo tratou de sair sem cumprimentar minha mãe e as meninas que logo entraram em seguida.ー O que aconteceu minha filha? - mamãe perguntou chegando perto de mim.Eu estava tremendo e as lágrimas começaram a cair. ー Alguém pegue um pouco de água pra ela. - ela não falou com alguém específico.Ela me sentou no sofá, eu estava em choque. Toda nossa discussão estava passando em minha mente, tudo que o Théo me disse hoje também.ー Respire fundo, Ana. - Ouvi a voz da Joanna falar, mas só fiz como ela mandou depois de segundos depois e porque ela me pediu inúmeras vezes.Quando eu voltei ao normal, vi Joanna primeiro, e então eu abracei ela.ー O que eles fizeram com ele? - perguntei num sussurro. Eu sei que ela entendeu o que eu perguntei, ela também faz parte disso. Mas ela é tão diferente, não mudou seu jeito.ー Ele só está de cabeça quente. Não temos muito o que fazer quando a pessoa não quer enxergar. - ela diz e isso realmente era verdade.Podemos mostrar um caminho mas a pessoa só segue se quiser.ー Você tem que pensar em você. - ela diz enxugando minhas lágrimas. ーsomente em você. homem é só um complemento que não faz falta se sair da rotina. - ela diz e está certa. Eu me deixo levar com os dois, sempre sou o troféu deles. Mas agora vou pensar só em mim.Eu acordei entre Joanna e Tauane, as duas estavam me abraçando e aquilo me deixou feliz, vê o quanto sou importante para elas. Me levantei da cama devagar e fui tomar um banho antes de ir para a clínica. Eu já estava exausta antes mesmo de chegar a tomar café, então resolvo trocar minha folga. Eu estou deixando muito a desejar no emprego, tenho medo deles me suspenderem e isso vai para o meu currículo. Depois do banho eu coloquei uma roupa confortável para ficar em casa. Mamãe já havia passado o café quando eu cheguei na cozinha. ー Bom dia! - falei ao sentar na cadeira. — Bom dia, minha filha... Você está melhor? - ela perguntou passando requeijão no pão. ー Só exausta, troquei minha folga para hoje. - falo colocando o café na xicara. Troquei a folga mas hoje eu tenho que ir para a boate dançar, tenho que terminar de pagar por esse apartamento, tenho que colocar comida dentro de casa. Joanna está ajudando quando fica aqui, minha mãe também, mas a maior parte quem coloca sou eu.
A primeira coisa que eu fiz foi dar meu celular pro Théo tirar o rastreador dele. Em que momento ele fez isso eu não sei, mas que graças aos deuses ele fez. Eu estaria morta agora. Como eu vou falar para a Tauane que a namorada dela fez isso? Mais uma decepção pra ela. Vicente me deixou por um instante com o Théo e a Reyna, a menina de trança platinada. — Théo, você sabe que isso não vai dar certo né? – ela cochicha com um português carregado de sotaque italiano. — Você não sabe o que fala. – ele a repreende. — Não era pro Alejandro está sabendo da nossa vinda para o Brasil, agora ele vai está preparado.- ela deu uma pausa e depois continuou — Uma vida em troca de um território, não é nada. – ela ainda cochichava. — Cala a boca, Reyna. – Théo fala alto. — Vicente vai se arrepender de ter salvado ela. – Reyna falou antes de sair da sala. Théo se jogou no sofá que eu estava sentada e acendeu um cigarro de maconha. — Você quer? – ele perguntou guardando o isqueiro no bolso. Eu
Depois do jantar todos se reuniram na sala. Vicente e Théo estavam fumando seus cigarros, ambos estavam de cara fechada, parecia que estava pensando em algo além do que acontecia no momento. Me levantei da poltrona que havia me sentado a meia hora atrás e fui até um frigobar que estava do outro lado da sala. Tinha diversas bebidas geladas, escolhi uma cerveja, abri e coloquei no copo. Quando dei por mim Tauane estava se aproximando, ela está diferente. Seu olhar está longe, não tem mais o brilho que tinha antes, ela parece está decepcionada. Eu também ficaria, a verdade é que eu não esperava essa atitude de Joanna. Querer me matar foi radical de mais, foi um ato de traição. Será que ela nunca considerou ser minha amiga? E todas as vezes que ela veio me consolar só foi para ganhar minha confiança? — Como você está? - Tauane parecia escolher suas palavras. — Não foi dessa vez que eu morri. - tentei fazer uma piada mas não teve muito resultado. — Como minha mãe está? - perguntei, e
Acordei com uma mão fazendo carinho em meu rosto, eu não abri os olhos de imediato aproveitei para apreciar seu toque. Depois de um instante eu os abri, não me acostumei com o Vicente sem os cabelos grandes. Ele ainda está lindo mas o cabelo era um charme a mais. Eu não sei o que a máfia mudou nele, porque comigo ele está igual, não mudou seu comportamento comigo. — Eu senti sua falta, eu não quero me separar de você, só se você quiser. - ele falou com a sua voz rouca de quem acabou de acordar. — Parece patético mas quando eu estava nos treinamentos, naquele inferno, era seu rosto que vinha na minha cabeça para eu não desistir. Era você que me dava forças. - eu prestava atenção em todas as palavras que ele falava. — E eu não vou deixar ninguém machucar você, nem mesmo meu irmão. - ele deu uma pausa. — É complicado está no comando aqui, meu superior fez isso só para provar minha lealdade, a ordem é trazer o Jonathan para a mãe dele e matar Alejandro... - ele parecia pensar mas por f
Eu fiquei mais alguns minutos na cama depois que Vicente saiu. Eu não tinha a mínima pressa de encontrar o Theo. Fiquei por um bom tempo no banho e depois coloquei uma roupa leve para treinar. Eu não sabia o que viria hoje mas tenho certeza que depois de ontem o Theo iria me arrebentar no treinamento corporal. Quando eu estava passando pelo corredor avistei minha mãe e Esther conversando. Eu não queria ter que falar com elas agora, mas Esther abre o sorriso quando eu chego perto.—Eu senti sua falta. - Ela falou quando me abraçou. — Eu também senti a sua. - ela me soltou logo em seguida. —Sua mãe é um amor. - ela disse intercalando o olhar entre nós duas, eu forço um sorriso. Mamãe ainda não está falando comigo. Vejo Theo vindo em minha direção então eu suplico com os olhos para ele me tirar daqui e parece que ele entendeu porque quando chegou perto disse — Vamos? —Tenho que ir. - me despeço delas e sigo ele. Ele estava com o típico macacão preto, o mesmo de quando eles me
Acordei com dores pelo corpo todo, percebi ao olhar para a janela que já havia escurecido. Como deixaram eu dormir o dia todo? Levantei com uma disposição inexistente e fui lavar o rosto, coloquei qualquer peça de roupa que estava no armário e sai do quarto. Eu estava faminta e com dores musculares, é uma péssima combinação. A primeira coisa que eu reparei foi Reyna sentada do lado de Vicente, rindo de algo que ele estava falando com os de mais. A primeira vez que eu senti ciúmes dele, eu estava fervendo de ódio por dentro mas não disse absolutamente nada. Cumprimentei todos da sala, eu já havia reparado que eles tem o hábito de se reunirem antes do jantar para conversar, beber e fumar. O Cheiro do ambiente era de tabaco de alguns charutos e cigarros que estavam acesos e maconha. Não sei como a mãe do Vicente não veio reclamar.Vicente veio ao meu encontro quando me viu parada ao lado da poltrona em que Tauane estava sentada. As únicas que não estavam presentes eram nossas mães
Narrado por Théo Depois que a Ana e a Tauane saíram da mesa de jantar, eu as segui sem que elas vejam. As duas foram direto para a piscina, eu não estou espionando já que minha função está sendo ficar de babá das duas, principalmente da Tauane. Vicente não confia nela totalmente, ele não acredita que ela não sabia que a Joanna iria matar a Ana. Mas na minha opinião, observando seu jeito e personalidade. Ela é uma pessoa confiável, ela só máscara muito bem o que sente. Depois de um tempo que ela conversaram, Tauane começou a falar do passado e aquilo me deixou surpreso. Nunca pensei que ela passou por tantas coisas bárbaras. Ela deve ter o que? 20 anos? Eu já passei por muitas coisas mais foram treinamentos da máfia e não fui vítima de um psicopata. Aquilo me deixou tão fora de mim e com vontade de torturar esse filho de uma puta até a morte que eu nem sabia o que estava fazendo quando eu disse que iria dar a vingança pra ela. Que ela iria se vingar e descontar todo ódio no corp
Vicente estava muito aflito na noite anterior, ele não quis me falar quase nada mas o que eu entendi foi que pegaram a informante deles. Hoje a casa está uma correria, eu nem dormi só cochilei, quando fui procurar por Vicente ele estava trancado naquele escritório com o Theo e os outros. Estou tentando tomar um pouco de café pra vê se ameniza meu estresse quando vejo Tauane entrar na cozinha. — O que está acontecendo? Parece que a casa foi sacudida e todos estão agitados. – ela foi específica com um tom zombeteiro. — A informante foi pega. – a expressão dela mudou. — É irmã da Reyna.- completou. —Ela disse que veio com eles por causa dela. – Agora faz sentido o ódio que ela sente por terem me salvado naquele dia. — Vem… - Tauane me chamou e eu fui. Fomos diretos para o quarto dela, eu não estava entendendo nada quando ela estava apalpando a lateral de uma estante. Quando ela achou algo ela puxou e destravou algo no chão — estava doida pra contar. – eu fiquei impressionada. — E