Eu acordei entre Joanna e Tauane, as duas estavam me abraçando e aquilo me deixou feliz, vê o quanto sou importante para elas.
Me levantei da cama devagar e fui tomar um banho antes de ir para a clínica. Eu já estava exausta antes mesmo de chegar a tomar café, então resolvo trocar minha folga.Eu estou deixando muito a desejar no emprego, tenho medo deles me suspenderem e isso vai para o meu currículo.Depois do banho eu coloquei uma roupa confortável para ficar em casa. Mamãe já havia passado o café quando eu cheguei na cozinha.ー Bom dia! - falei ao sentar na cadeira.— Bom dia, minha filha... Você está melhor? - ela perguntou passando requeijão no pão.ー Só exausta, troquei minha folga para hoje. - falo colocando o café na xicara. Troquei a folga mas hoje eu tenho que ir para a boate dançar, tenho que terminar de pagar por esse apartamento, tenho que colocar comida dentro de casa. Joanna está ajudando quando fica aqui, minha mãe também, mas a maior parte quem coloca sou eu. Então, em uma semana eu consigo o que vou precisar para um mês de gastos, eu sempre coloco o restante na poupança.Hoje eu também tenho o treino com o Théo, e com certeza vai ser depois da minha apresentação. Eu vou chegar morta em casa, minha alma vai está lutando para ficar no corpo.— O que houve com o Jonathan? - minha mãe me tirou dos pensamentos.Eu realmente não estava afim de falar sobre o Jonathan, ele já fez a decisão dele. Eu não vou sofrer por homem, tenho mais o que fazer ao invés de ficar perdendo tempo com isso.— Ele está com ciúmes do Vicente, o irmão dele. - falo tomando o meu café. — Mas por que se ele está em outro país? - ela perguntou confusa.Minha mãe não sabia que eu me relacionava com os dois irmãos. O que ela sabia que eu já tive alguma coisa com o Vicente e agora que estou ficando com o Jonathan.— Ele mandou eu escolher entre os dois. - dei uma pausa e depois continuei — E eu não posso fazer essa escolha porque o Vicente sempre vai está no meu coração. - ela me olhou e suspirou — Você não percebe que já fez a sua escolha? - ela perguntou. E de fato eu já tinha escolhido o Vicente.Eu murmurei um "eu sei" e troquei de assunto.— Vou chegar tarde hoje, não precisa me esperar pra jantar.ー Tudo bem, só me manda notícias se não for vim pra casa. - ela terminou o café e se levantou.Joanna e Tauane entraram na cozinha e já estava sorrindo uma pra outra com cara de apaixonada.Levantei e me despedi delas resolvi ir em um salão fazer um corte no meu cabelo e aproveitar e fazer as unhas.— Vai sair? - Joanna pergunta.— Não é óbvio? - perguntei sarcástica, ela revirou os olhos. — Vai pra onde? - perguntou.— Vou no salão de beleza. - falei sem muita motivação.— Estava mesmo querendo fazer as unhas. - ela disse olhando para as mãos. — Tau vai pro curso hoje mesmo, e eu vou ficar sozinha. - ela falou fazendo biquinho.— Você consegue ser insuportável. - falei saindo da cozinha, mas antes eu ouvi o gritinho de felicidade dela.Me arrumei em pouquíssimo tempo, coloquei um vestido preto simples e uma sandália baixa.Quando passei pela sala a Joanna estava sentada mexendo no celular e quando ela me viu seguiu-me.Fomos no carro dela, falei o endereço e ela colocou no GPS.— O que está acontecendo? - ela disse seria.— Sobre o que? - eu sabia que ela já desconfiava de alguma coisa, mas não imaginei que ela viria perguntar.— Você sabe do que estou falando. - ela parou num acostamento. — Não minta para mim.— Não estou te entendendo. - falei com cara de paisagem.Ela respirou fundo e falou — Você sabe que o Vicente é o vilão da história né? digo, a família dele.— Na sua história eles são os vilões, mas e na outra perspectiva quem é o vilão? - perguntei séria.— O que você sabe, Ana? Não faça Jogos. - ela disse já ficando irritada. E o meu celular começou a tocar, peguei e era um número desconhecido, desliguei.— Você é uma cobra criada, como acha que o meu tio ficou quando tiraram o Jonathan dele? quando mataram a mulher dele depois do parto? - sua voz estava com ódio, puro ódio transferido a mim.— Vocês são primos e mesmo assim você transou com ele? - falei com nojo.— Não somos primo de sangue, meu pai é irmão adotivo do pai dele. - ela revirou os olhos. — Isso não vem ao caso... - o celular começou a tocar novamente. — Da pra você atender essa porra? - seu tom de voz subiu e o meu coração disparou. Essa não era a Joanna que eu conhecia.— Alô. - minha voz saiu trêmula.— Já estamos a caminho. - Ouço a voz dele e meu coração erra uma batida. — Eu sabia que isso iria acabar acontecendo, o Théo colocou um rastreador com escuta no seu celular. - ele falou.— Sim, doutora eu não vou comparecer hoje na clínica, eu troquei a folga. - disfarcei...Joanna estava com a mão embaixo do banco e ela tirou uma pistola de lá.— Se demorar o processo vai acabar muito rápido. - falei tentando avisar ele. — Já estou chegando. - ele desligou, guardei o celular.— Eu vou acabar com você, Ana... — Você não só escolheu o Vicente como escolheu a máfia dele também. - Ela apontou a arma pra minha perna. — Eu sempre quis te matar, você com seu jeitinho ridículo tendo a liberdade de escolher os dois irmãos e sempre ter eles aos seus pés. — Você não pode sair desse carro viva. - ela falou colocando o silenciador na arma. — Eu odiava todos os minutos que eu tinha que aguentar você com o seu drama todo, uma mulher fraca sem personalidade nenhuma. - ela falava com todo ódio.Quatro carros preto pararam em volta do nosso carro. Meu coração acelerou com o tanto de homem armado saindo do carro.A pista estava vazia, parecia que fizeram isso de propósito.— Como? - ela olhou pra mim com ódio.—Joga a sua arma pela janela. - A voz que eu reconheceria em qualquer lugar grita. — E você vai dar um recado para o seu chefe. - Vicente estava de cabelo cortado, seus longos cabelos desapareceram, mas ele continuou o homem mais lindo que eu já vi.— Você tem 5 segundos para jogar a arma ou você não vai sair viva. - Théo gritou.— Você me paga. - ela disse para mim. - ela abriu a janela e jogou a arma e eu abri a porta e sai correndo.Eu não vi o que aconteceu depois, eu só parei quando eu estava nos braços do Vicente.A essa altura eu estava chorando e ele me apertou tão forte que eu não conseguia respirar direito.— Xiiiii... Estou aqui agora, meu amor. Eu vou cuidar de você. - falou somente para mim escutar.Eu não conseguia forma uma palavra se quer. Eu poderia está morta se não fosse esse rastreador com escuta do Théo.Eles escutaram tudo que o Jonathan falou para mim, tudo.— Vicente, temos que ir. - foi a voz de uma mulher que chamou ele. — não podemos segurar o trânsito por mais tempo. — Vamos. - ele disse e todos começaram a retornar pro carro. Eu fui sentada do lado dele e da menina mulata com tranças platinadas, ela estava com um macacão como os dos outros e estava armada.Fomos direto para uma fazenda bem distante do RJ.A primeira coisa que eu fiz foi dar meu celular pro Théo tirar o rastreador dele. Em que momento ele fez isso eu não sei, mas que graças aos deuses ele fez. Eu estaria morta agora. Como eu vou falar para a Tauane que a namorada dela fez isso? Mais uma decepção pra ela. Vicente me deixou por um instante com o Théo e a Reyna, a menina de trança platinada. — Théo, você sabe que isso não vai dar certo né? – ela cochicha com um português carregado de sotaque italiano. — Você não sabe o que fala. – ele a repreende. — Não era pro Alejandro está sabendo da nossa vinda para o Brasil, agora ele vai está preparado.- ela deu uma pausa e depois continuou — Uma vida em troca de um território, não é nada. – ela ainda cochichava. — Cala a boca, Reyna. – Théo fala alto. — Vicente vai se arrepender de ter salvado ela. – Reyna falou antes de sair da sala. Théo se jogou no sofá que eu estava sentada e acendeu um cigarro de maconha. — Você quer? – ele perguntou guardando o isqueiro no bolso. Eu
Depois do jantar todos se reuniram na sala. Vicente e Théo estavam fumando seus cigarros, ambos estavam de cara fechada, parecia que estava pensando em algo além do que acontecia no momento. Me levantei da poltrona que havia me sentado a meia hora atrás e fui até um frigobar que estava do outro lado da sala. Tinha diversas bebidas geladas, escolhi uma cerveja, abri e coloquei no copo. Quando dei por mim Tauane estava se aproximando, ela está diferente. Seu olhar está longe, não tem mais o brilho que tinha antes, ela parece está decepcionada. Eu também ficaria, a verdade é que eu não esperava essa atitude de Joanna. Querer me matar foi radical de mais, foi um ato de traição. Será que ela nunca considerou ser minha amiga? E todas as vezes que ela veio me consolar só foi para ganhar minha confiança? — Como você está? - Tauane parecia escolher suas palavras. — Não foi dessa vez que eu morri. - tentei fazer uma piada mas não teve muito resultado. — Como minha mãe está? - perguntei, e
Acordei com uma mão fazendo carinho em meu rosto, eu não abri os olhos de imediato aproveitei para apreciar seu toque. Depois de um instante eu os abri, não me acostumei com o Vicente sem os cabelos grandes. Ele ainda está lindo mas o cabelo era um charme a mais. Eu não sei o que a máfia mudou nele, porque comigo ele está igual, não mudou seu comportamento comigo. — Eu senti sua falta, eu não quero me separar de você, só se você quiser. - ele falou com a sua voz rouca de quem acabou de acordar. — Parece patético mas quando eu estava nos treinamentos, naquele inferno, era seu rosto que vinha na minha cabeça para eu não desistir. Era você que me dava forças. - eu prestava atenção em todas as palavras que ele falava. — E eu não vou deixar ninguém machucar você, nem mesmo meu irmão. - ele deu uma pausa. — É complicado está no comando aqui, meu superior fez isso só para provar minha lealdade, a ordem é trazer o Jonathan para a mãe dele e matar Alejandro... - ele parecia pensar mas por f
Eu fiquei mais alguns minutos na cama depois que Vicente saiu. Eu não tinha a mínima pressa de encontrar o Theo. Fiquei por um bom tempo no banho e depois coloquei uma roupa leve para treinar. Eu não sabia o que viria hoje mas tenho certeza que depois de ontem o Theo iria me arrebentar no treinamento corporal. Quando eu estava passando pelo corredor avistei minha mãe e Esther conversando. Eu não queria ter que falar com elas agora, mas Esther abre o sorriso quando eu chego perto.—Eu senti sua falta. - Ela falou quando me abraçou. — Eu também senti a sua. - ela me soltou logo em seguida. —Sua mãe é um amor. - ela disse intercalando o olhar entre nós duas, eu forço um sorriso. Mamãe ainda não está falando comigo. Vejo Theo vindo em minha direção então eu suplico com os olhos para ele me tirar daqui e parece que ele entendeu porque quando chegou perto disse — Vamos? —Tenho que ir. - me despeço delas e sigo ele. Ele estava com o típico macacão preto, o mesmo de quando eles me
Acordei com dores pelo corpo todo, percebi ao olhar para a janela que já havia escurecido. Como deixaram eu dormir o dia todo? Levantei com uma disposição inexistente e fui lavar o rosto, coloquei qualquer peça de roupa que estava no armário e sai do quarto. Eu estava faminta e com dores musculares, é uma péssima combinação. A primeira coisa que eu reparei foi Reyna sentada do lado de Vicente, rindo de algo que ele estava falando com os de mais. A primeira vez que eu senti ciúmes dele, eu estava fervendo de ódio por dentro mas não disse absolutamente nada. Cumprimentei todos da sala, eu já havia reparado que eles tem o hábito de se reunirem antes do jantar para conversar, beber e fumar. O Cheiro do ambiente era de tabaco de alguns charutos e cigarros que estavam acesos e maconha. Não sei como a mãe do Vicente não veio reclamar.Vicente veio ao meu encontro quando me viu parada ao lado da poltrona em que Tauane estava sentada. As únicas que não estavam presentes eram nossas mães
Narrado por Théo Depois que a Ana e a Tauane saíram da mesa de jantar, eu as segui sem que elas vejam. As duas foram direto para a piscina, eu não estou espionando já que minha função está sendo ficar de babá das duas, principalmente da Tauane. Vicente não confia nela totalmente, ele não acredita que ela não sabia que a Joanna iria matar a Ana. Mas na minha opinião, observando seu jeito e personalidade. Ela é uma pessoa confiável, ela só máscara muito bem o que sente. Depois de um tempo que ela conversaram, Tauane começou a falar do passado e aquilo me deixou surpreso. Nunca pensei que ela passou por tantas coisas bárbaras. Ela deve ter o que? 20 anos? Eu já passei por muitas coisas mais foram treinamentos da máfia e não fui vítima de um psicopata. Aquilo me deixou tão fora de mim e com vontade de torturar esse filho de uma puta até a morte que eu nem sabia o que estava fazendo quando eu disse que iria dar a vingança pra ela. Que ela iria se vingar e descontar todo ódio no corp
Vicente estava muito aflito na noite anterior, ele não quis me falar quase nada mas o que eu entendi foi que pegaram a informante deles. Hoje a casa está uma correria, eu nem dormi só cochilei, quando fui procurar por Vicente ele estava trancado naquele escritório com o Theo e os outros. Estou tentando tomar um pouco de café pra vê se ameniza meu estresse quando vejo Tauane entrar na cozinha. — O que está acontecendo? Parece que a casa foi sacudida e todos estão agitados. – ela foi específica com um tom zombeteiro. — A informante foi pega. – a expressão dela mudou. — É irmã da Reyna.- completou. —Ela disse que veio com eles por causa dela. – Agora faz sentido o ódio que ela sente por terem me salvado naquele dia. — Vem… - Tauane me chamou e eu fui. Fomos diretos para o quarto dela, eu não estava entendendo nada quando ela estava apalpando a lateral de uma estante. Quando ela achou algo ela puxou e destravou algo no chão — estava doida pra contar. – eu fiquei impressionada. — E
Eu sabia que teria vários riscos, que eu poderia simplesmente morrer mas eu tenho esperança de que o Jonathan que eu conheci a alguns meses atrás está lá ainda. Estamos no carro, eles implantaram um chip na minha nuca rente ao cabelo. Assim vão saber minha localização o tempo todo. Theo quis vim e mais dois carros cheios de homens armados, Reyna veio também. Ela as vezes fazia contato visual comigo. — E se for uma armadilha? – perguntei aflita. — Estamos prontos para lutar. – Vicente olhou para mim com o olhar sombrio, como se tivesse planejando algo. Sua mão apertou a minha e ele ficou a viagem toda em silêncio. O ponto marcado era muito estratégico, era num galpão bem no meio do nada. Entrou apenas eu, Vicente, Theo e a Reyna. De cara vi o Jonathan, ele está mudado, está diferente aquilo apertou meu peito, mas o ódio que eu sentia dele ainda reverberava no meu coração. Vi uma menina perto dele cabelo longos e ruivos, eles estavam próximos de mais. Tinha um outro homem perto