Nicole.Ele fala com um sorriso no rosto.Eu instantaneamente abro a sacola olhando o que havia dentro, é um vestido lindíssimo, tem cores dos uniformes dos outros funcionários, mas é repleto de detalhes, parece ter sido caro... na altura dos joelhos, é um pouco rodado e tem detalhes em volta da saia do vestido, algo como pedras brancas, é muito lindo, parece até vestido de filmes.— Obrigada senhor Hugo, mas não posso aceitar ... nunca conseguiria pagar por algo assim.Falo enquanto olho delicadamente o vestido, mas ele parece decidido em me dar.— Apenas aceite Nicole… são as coisas boas da vida que devemos aceitar, nada menos que isso.Ele fala se virando, não sei porque mais o clima da sala começa a ficar meio triste, ele fica calado e não fala nada, ficando de costas para mim.— Senhor Hugo? Está tudo bem?Me preocupo ao ver essa mudança repentina vinda dele, ele parecia tão animado ao me entregar o vestido.Ele permanece em silêncio, tento dar alguns passos para me aproximar, ma
NicoleAndo rapidamente o deixando para trás, sem nem mesmo olhar .Torço para que ele não me acompanhe, me virando rapidamente na entrada após chegar no portão.Passo meus olhos de relance para trás e não o vi, ele parece ter me perdido de vista.Aquilo foi realmente estranho, ele não era assim, pelo menos não demonstrava antes, ele é muito falante e curioso, disso eu sei, mas agora já está passando dos limites.Suspiro profundamente e diminuo meu passo tentando relaxar um pouco, está quase na hora da aula começar, mas eu não posso entrar desse jeito na sala, parece que eu corri uma maratona.Vou até o refeitório onde há alguns bebedouros, e tomo um pouco de água, vejo que todos andam em direção às salas, restando apenas alguns alunos sentados nos bancos do pátio.Sinto que me acalmei um pouco e ando em direção a sala de aula.Sendo surpreendida novamente por Fernando, me lembrei o nome desse sujeito, ele dá um pulo a minha frente, me assustando.Salto para trás, segurando o coração
Nicole Geovana ao ver Edgar se aproximando de mim, vem em nossa direção, agarrando o braço dele.Viro meu rosto para não os ver...Sério... essa garota é irritante, parece uma sangue suga, ela parece fazer isso de propósito, ela sorri ao ver que virei na direção dela, ela parece sorrir mais ao ver meu rosto sério. Edgar aparenta desconfortável com a garota grudada em seu braço, mas permite que ela fique abraçada com ele, e isso me estressa mais ainda, minha vontade é de sair dali e deixar eles pra trás. Ele está me irritando de propósito, é isso? Esse sem vergonha, safado de merda!! Me controlo para não o xingar aqui, estou na faculdade, preciso me acalmar um pouco. Decido então colocar um ponto final, ajeito a minha mochila e falo. — Eu sei me cuidar, para de ficar se metendo na minha vida. Eu estou atrasada para a aula. Eu falo olhando para a garota, queria dar um soco nela, acertar aquele nariz empinado ridículo dela, não estamos mais no primário para ficar com essas imp
Nicole Agora sim, estou pronta para cozinhar algo e relaxar, minha cabeça dói um pouco por conta do susto na faculdade. Decido fazer um bife, e comer com uma salada fria, como o dia está ensolarado, será bom para refrescar um pouco. Não demora muito e o som do vizinho é ligado, como sempre. Que ódio. Meu Deus. Isso me irrita muito, e dessa vez parece ser de propósito, pois está muito alto. Esse idiota, talvez eu devesse ligar para os policiais? Relatando que ele está ativo com suas bagunças? Não seria má ideia. Não sei porque os polícias ainda não vieram aqui. Depois do meu depoimento e dos outros vizinhos. Quero matar ele. Esse idiota. Pego a vassoura de costume e bato no teto, mas ele parece não se importar. Que ódio! Vou tentar não dar atenção e continuar a cozinhar, se não irei morrer de raiva e estresse! Faço a salada e frito o bife, coloco bastante temperos e muita cebola, eu amo cebola! O cheiro está incrível, não sei se é porque eu estou com fome, mas acho
Chegamos em pouco tempo, e como na porta de casa, ele desceu rapidamente abrindo a porta para mim. — Obrigada! Agradeço guardando meu telefone na bolsa e saindo do carro, ainda é cedo, mas como foi recomendado pelo senhor Hugo, cheguei antecipadamente para ajudar na preparação do salão. Logo na entrada, posso ver que todos me olham, eu sempre venho de uniforme e do nada apareço com um vestido desses… deve parecer estranho mesmo. Ouço alguns cochichos na escada, e tento ignorá-los, abrindo a porta do restaurante para entrar. De cara, já vejo senhor Hugo, seus olhos parecem brilhar ao me ver, ele então anda em minha direção, me comprimentando. — Esta belíssima senhorita Nicole! Ele fala com um enorme sorriso em seu rosto, posso sentir a ternura transbordando de sua face. – Obrigada… Respondo meio sem jeito, não sei como agradecer sobre a roupa, e me sinto mal ao usá-la para trabalhar. — Sobre o vestido… Falo sem graça, ele me interrompe na mesma hora que começo a f
Nicole O senhor da grande mesa daquele outro dia está lá também, ele senta em uma mesa próxima de Edgar. Do outro lado do salão, também há uma outra mesa , bem grande, que senta à frente dela é outro senhor já bem de idade, parece ser alguém importante, ele olha pra mim quase que o tempo todo. Fico meio desconfortável, mas como ele não chamou para repor as bebidas nem fazer pedidos, acabei ignorando os olhares. Faz alguns minutos que o restaurante abriu e a banda começa a tocar, é uma música calma de salão, comum entre a alta sociedade. Alguns dos senhores se levantam e dançam, outros apenas observam. Eu sirvo às mesas como de costume até que me surpreendo, ao olhar para a mesa do senhor que olha pra mim com frequência, ao seu lado a uma pessoa conhecida. É Fernando, ele está sentado do lado do senhor, parece que havia chegado a pouco tempo , pois não o havia visto anteriormente. Ele me olha com um sorriso estranho no rosto como fez de manhã na escola. Ele levanta a
Nicole O Que? Edgar mexe com essas coisas? e não me falou ? então era isso que ele queria dizer com “Ele é perigoso” e “ pare de trabalhar aqui”... como ele não me falou que isso era sério assim, eu devia ter desconfiado desde o início, naquele dia no beco, aqueles caras usando armas… eu fui muito ingênua, não deveria ter me envolvido tanto. Eu paro de dançar, ficando em choque. Fernando parece entender que eu não sabia de nada. Senhor Hugo anda em nossa direção com seu rosto fechado, mas antes mesmo dele chegar, Edgar aparece. Ele aponta um revólver na cabeça de Fernando, e instantaneamente todos do salão se levantam com suas armas apontadas para nós. Meu coração quase para, meus olhos se arregalaram, tomado pelo pânico. — Ela é minha! Edgar fala sério, em seu rosto não há nada além de desejo por sangue, a arma continua próxima a cabeça de Fernando, que me solta, levantando as mãos como se estivesse brincando. — Olha só… fiz um favor pra você, devia contar para sua
Nicole — Eu falei pra você que era perigoso… — Edgar fala passando a mão no cabelo, enquanto a fumaça do cigarro sai de sua boca. — Agora tenho que explicar tudo pro senhor Luciano. Ele virá novamente o copo. Ele não vai ficar bêbado assim? O telefone dele toca algumas vezes e ele olha as mensagens apreensivo, não sei quem é, mas espero que não sejam mais problemas. Ele então guarda o telefone, e se vira pra mim, começando a falar. — É o seguinte… eu não queria te falar nada, nem te meter nisso, mas eu trabalho pra máfia. Ok? Ele termina de falar e vira outro copo, parecia tentar tomar coragem para falar comigo. Que ele trabalhava para a máfia eu sabia... só não entendia a rixa dele com Fernando. Ele não vai falar, pelo menos eu acho que não... não sei o que estou fazendo aqui. Pelo menos posso beber de graça. Viro outro copo, e Edgar começa a questionar se está tudo bem em eu beber tanto. — Você não vai passar mal se beber assim? Ele está começando a me estr