Nicole O senhor da grande mesa daquele outro dia está lá também, ele senta em uma mesa próxima de Edgar. Do outro lado do salão, também há uma outra mesa , bem grande, que senta à frente dela é outro senhor já bem de idade, parece ser alguém importante, ele olha pra mim quase que o tempo todo. Fico meio desconfortável, mas como ele não chamou para repor as bebidas nem fazer pedidos, acabei ignorando os olhares. Faz alguns minutos que o restaurante abriu e a banda começa a tocar, é uma música calma de salão, comum entre a alta sociedade. Alguns dos senhores se levantam e dançam, outros apenas observam. Eu sirvo às mesas como de costume até que me surpreendo, ao olhar para a mesa do senhor que olha pra mim com frequência, ao seu lado a uma pessoa conhecida. É Fernando, ele está sentado do lado do senhor, parece que havia chegado a pouco tempo , pois não o havia visto anteriormente. Ele me olha com um sorriso estranho no rosto como fez de manhã na escola. Ele levanta a
Nicole O Que? Edgar mexe com essas coisas? e não me falou ? então era isso que ele queria dizer com “Ele é perigoso” e “ pare de trabalhar aqui”... como ele não me falou que isso era sério assim, eu devia ter desconfiado desde o início, naquele dia no beco, aqueles caras usando armas… eu fui muito ingênua, não deveria ter me envolvido tanto. Eu paro de dançar, ficando em choque. Fernando parece entender que eu não sabia de nada. Senhor Hugo anda em nossa direção com seu rosto fechado, mas antes mesmo dele chegar, Edgar aparece. Ele aponta um revólver na cabeça de Fernando, e instantaneamente todos do salão se levantam com suas armas apontadas para nós. Meu coração quase para, meus olhos se arregalaram, tomado pelo pânico. — Ela é minha! Edgar fala sério, em seu rosto não há nada além de desejo por sangue, a arma continua próxima a cabeça de Fernando, que me solta, levantando as mãos como se estivesse brincando. — Olha só… fiz um favor pra você, devia contar para sua
Nicole — Eu falei pra você que era perigoso… — Edgar fala passando a mão no cabelo, enquanto a fumaça do cigarro sai de sua boca. — Agora tenho que explicar tudo pro senhor Luciano. Ele virá novamente o copo. Ele não vai ficar bêbado assim? O telefone dele toca algumas vezes e ele olha as mensagens apreensivo, não sei quem é, mas espero que não sejam mais problemas. Ele então guarda o telefone, e se vira pra mim, começando a falar. — É o seguinte… eu não queria te falar nada, nem te meter nisso, mas eu trabalho pra máfia. Ok? Ele termina de falar e vira outro copo, parecia tentar tomar coragem para falar comigo. Que ele trabalhava para a máfia eu sabia... só não entendia a rixa dele com Fernando. Ele não vai falar, pelo menos eu acho que não... não sei o que estou fazendo aqui. Pelo menos posso beber de graça. Viro outro copo, e Edgar começa a questionar se está tudo bem em eu beber tanto. — Você não vai passar mal se beber assim? Ele está começando a me estr
Nicole Edgar parece meio indeciso se atende ou não o telefone olhando para mim com a expressão meio confusa. Estou envergonhada pelo que acabou de acontecer, não acredito no que fizemos. Fico calada apenas observando o que Edgar fará a seguir. Ele olha pra mim no segundo depois decide atender seu telefone, só pode ser algo importante. — Olá… Luciano? Edgar parece preocupado ao ouvir a pessoa do outro lado do telefone, o clima que antes fervia, passa a esfriar. — Entendo… iremos aí! Edgar desliga a ligação, e se aproxima de mim. Ele beija meu pescoço novamente, e cola seu corpo ao meu, falando sussurrando ao meu ouvido. — Temos que ir agora gata! Você não sabe o quanto eu queria continuar… você não tem nem ideia. Ao ouvir ele falar isso, posso sentir entre minhas coxas, ele está muito duro, eu não havia reparado enquanto ele me tocava. Sei que está escuro, mas meu rosto esquenta na mesma hora, nunca havia sentido tais coisas. Não sei o que falar, mas meu corpo
NicoleFico meio em dúvida se subo ou não no banco da moto, até que sou surpreendida por Edgar, que me pega pela cintura me sentando na moto.Fico sem reação, ele pareceu nem mesmo fazer força para me levantar.Permaneço da mesma forma que ele me colocou, e ele sobe logo em seguida, ligando a moto.Edgar acelera e seguro de leve em sua cintura, no primeiro momento ele dirigi calmamente, mas após alguns minutos, acelera passando entre os carros, a cada movimento acho que vamos bater.Meus dedos agarram forte sua cintura, meu vestido levanta um pouco mostrando minhas pernas por conta do vento, e Edgar parece se divertir.Ao pararmos na porta do prédio, vejo que o cabelo de Edgar está todo bagunçado, ele desce e me pega novamente, como se fosse uma boneca, me colocando no chão.— Não precisa disso… eu consigo descer sozinha.Falo ja quase me estressando, não sei o porque dele me tratar dessa forma tão derrepente.Ele dá um sorriso, e tira meu capacete.. Acabo perdendo a paciência e saind
Nicole— Bom, fico feliz que tenha gostado, Nicole, eu tenho que ir trabalhar, mais tarde posso passar aqui para terminarmos a conversa, ok? Sugiro que não vá trabalhar hoje, eu falo com o Senhor Hugo, e peço para alguém trazer sua bolsa, não se preocupe, por favor, fique em casa só por hoje, está bem? Agora tudo pode mudar Nicole, se não tivermos cuidado, e eu não quero te por medo, ok? Vamos resolver tudo.Assim que ele volta para a mesa, eu me levanto e respondo entendendo a situação…— Ok, vou ficar por aqui hoje, vou só no mercado comprar umas coisas, mas vou aqui mesmo no bairro, e temos mesmo que conversar mais tarde, quero entender tudo… Vou ficar aguardando minhas chaves chegarem para ir ao mercado, obrigada de novo.Falo olhando gentilmente pra ele.Edgar apenas assente e sorri para mim e acena.— Vou indo, até mais tarde então.Ele logo vai até a porta e sai, me deixando ali, sozinha e fico pensando sobre tudo que aconteceu, a confusão de ontem e sobre o momento que ele e e
PrólogoEu costumava viver com meu avô paterno, Timóteo. Nossa casa ficava no interior do estado de Madrid, um lugar super tranquilo, só nós dois na maior parte do tempo. Meus pais se foram quando eu era bem pequena, então o vovô cuidou de mim. Nunca mantive muito contato com o resto da família, assim como ele, que escolheu se afastar após perder sua amada, a vovó Felicia.Mas, sabe, meu avô estava lutando contra uma doença pulmonar terrível, fazendo tratamento médico e tomando montes de remédios, mas a situação só piorava a cada dia. Até que no final do ano passado, quando fiz 18 anos, ele nos deixou. Foi triste para todos, mas para mim, foi como perder tudo. Ele era meu mundo, e aquilo foi devastador.Depois do funeral, voltei para nossa casa no interior, mas aquilo já não era o mesmo. Estava sozinha, e isso me deixou arrasada. Então, tomei uma decisão: mudar para um lugar novo, começar uma vida diferente, tentar fazer amigos e viver de outra maneira. Como a casa estava no meu nome
Pego a chave e, para minha surpresa, a fechadura estava realmente difícil de abrir. Quase fiquei estressada tentando forçá-la, mas depois de algumas sacudidas na porta, finalmente consegui abri-la. Devagar, abri a porta, e mal podia acreditar que aquele lugar seria minha nova casa.Da entrada, consegui ver a pequena varanda que estava conectada à cozinha. Na sala, havia dois sofás e uma pequena mesa de centro. Uma prateleira de madeira aparentemente antiga ficava ao lado da porta. Entrei e fechei a porta atrás de mim, colocando minhas mochilas no chão antes de correr para a varanda e contemplar a vista.Não era a vista mais espetacular, mas era incrível poder observar tudo dali. Havia uma praça próxima ao prédio, o que tornava ótimo para observar a movimentação. Porém, ao olhar para baixo, pude ver a varanda do Sr. Lúcio e da Dona Elizabeth. Eles não estavam em casa, mas me senti meio exposta. Já que eu podia ver a varanda deles, o morador do andar superior também poderia ver a minha