Nicole
Na cozinha, ajudo de todas as formas, lavo as panelas e talheres, organizo os pratos, limpo as bancadas, e vagarosamente tudo começa a voltar ao normal, já se passau algum tempo, e a movimentação no restaurante começa a diminuir, foi um dia muito corrido, não vejo a hora de voltar logo para casa, só de imaginar que tenho que ir para a faculdade amanhã, fico meio desanimada…Mas não posso pensar assim! Preciso focar bem.Terminando de ajudar na cozinha, volto para o salão, não sei porque, mas Edgar não sai da minha cabeça.Só de lembrar me sobe uma mistura de nervoso com tristeza, uma parte minha se atrai por ele, mas outra o quer distante.Não sei como reagir com esses sentimentos.Respiro profundamente e tento não olhar muito para a direção da mesa de Edgar.No salão, reparo que muitas pessoas já foram embora e os únicos que permanecem são as pessoas mais velhas, eles bebem e fumam, o cheiro saboroso que antNicoleAndo até a mesa, percebo apenas o homem lá, ele está bem arrumado, usa uma roupa social e mesmo com todo aquele cheiro de cigarros, consigo sentir o cheiro de seu perfume.Edgar estando próximo se vira toda hora para ouvir e ver o que acontece na mesa em que eu atendo.— Boa noite senhor! Posso anotar seu pedido?Falo sorrindo, naquele momento, como já se haviam passado algumas horas da abertura do restaurante, já me sinto bem cansada, mas tento manter a pose de simpática para que o atendimento ser bom.— Pode me chamar de Sebastian, não sabia que nesse restaurante havia uma garçonete tão linda.Ele fala olhando de cima para baixo, não sei bem o que ele pensa, mas sinto que não é nada bom.Fico desconfortável e não consigo pensar em nada para respondê-lo, então apenas não falo nada, apenas continuo com o sorriso, torcendo para que ele fizesse o pedido logo.— Entendo… Você é tímida! Eu adoro as quietinhas.Ele continua, agora mordendo seus lábios, ao ouvir isso, meu sangue ferv
Nicole.Dia seguinte.Depois de um dia cheio e cansativo na faculdade, chego na kitnet e me arrumo para mais um dia de trabalho. Mesmo estando exausta, me mantenho firme e me arrumo rapidamente, tomo um banho apressada e arrumo meus cabelos e passo um leve perfume. Ao terminar, pego minha bolsa, um casaco, pois está frio na hora de voltar. Saio da kitnet e caminho pelo canto da rua, até o restaurante.*****Depois de um tempo... Já estou no restaurante e já comecei o meu trabalho.Estou ansiosa aguardando os clientes lerem o menu e fazerem seus pedidos, diferente da noite anterior, hoje está mais quieto, a menos pessoas e o clima está menos tenso.Percebo que as pessoas da noite anterior não estão presentes, Edgar também… ele não veio hoje.Não sei porque fico pensando nele. Reviro os olhos e foco no trabalho. Aquele sem vergonha... não quero ficar pensando nele. Edgar não está nem ai pra mim. Sinto o estresse esquentar meu corpo e sou tirada de meus pensamentos por um dos clien
Nicole.Ele fala com um sorriso no rosto.Eu instantaneamente abro a sacola olhando o que havia dentro, é um vestido lindíssimo, tem cores dos uniformes dos outros funcionários, mas é repleto de detalhes, parece ter sido caro... na altura dos joelhos, é um pouco rodado e tem detalhes em volta da saia do vestido, algo como pedras brancas, é muito lindo, parece até vestido de filmes.— Obrigada senhor Hugo, mas não posso aceitar ... nunca conseguiria pagar por algo assim.Falo enquanto olho delicadamente o vestido, mas ele parece decidido em me dar.— Apenas aceite Nicole… são as coisas boas da vida que devemos aceitar, nada menos que isso.Ele fala se virando, não sei porque mais o clima da sala começa a ficar meio triste, ele fica calado e não fala nada, ficando de costas para mim.— Senhor Hugo? Está tudo bem?Me preocupo ao ver essa mudança repentina vinda dele, ele parecia tão animado ao me entregar o vestido.Ele permanece em silêncio, tento dar alguns passos para me aproximar, ma
NicoleAndo rapidamente o deixando para trás, sem nem mesmo olhar .Torço para que ele não me acompanhe, me virando rapidamente na entrada após chegar no portão.Passo meus olhos de relance para trás e não o vi, ele parece ter me perdido de vista.Aquilo foi realmente estranho, ele não era assim, pelo menos não demonstrava antes, ele é muito falante e curioso, disso eu sei, mas agora já está passando dos limites.Suspiro profundamente e diminuo meu passo tentando relaxar um pouco, está quase na hora da aula começar, mas eu não posso entrar desse jeito na sala, parece que eu corri uma maratona.Vou até o refeitório onde há alguns bebedouros, e tomo um pouco de água, vejo que todos andam em direção às salas, restando apenas alguns alunos sentados nos bancos do pátio.Sinto que me acalmei um pouco e ando em direção a sala de aula.Sendo surpreendida novamente por Fernando, me lembrei o nome desse sujeito, ele dá um pulo a minha frente, me assustando.Salto para trás, segurando o coração
Nicole Geovana ao ver Edgar se aproximando de mim, vem em nossa direção, agarrando o braço dele.Viro meu rosto para não os ver...Sério... essa garota é irritante, parece uma sangue suga, ela parece fazer isso de propósito, ela sorri ao ver que virei na direção dela, ela parece sorrir mais ao ver meu rosto sério. Edgar aparenta desconfortável com a garota grudada em seu braço, mas permite que ela fique abraçada com ele, e isso me estressa mais ainda, minha vontade é de sair dali e deixar eles pra trás. Ele está me irritando de propósito, é isso? Esse sem vergonha, safado de merda!! Me controlo para não o xingar aqui, estou na faculdade, preciso me acalmar um pouco. Decido então colocar um ponto final, ajeito a minha mochila e falo. — Eu sei me cuidar, para de ficar se metendo na minha vida. Eu estou atrasada para a aula. Eu falo olhando para a garota, queria dar um soco nela, acertar aquele nariz empinado ridículo dela, não estamos mais no primário para ficar com essas imp
Nicole Agora sim, estou pronta para cozinhar algo e relaxar, minha cabeça dói um pouco por conta do susto na faculdade. Decido fazer um bife, e comer com uma salada fria, como o dia está ensolarado, será bom para refrescar um pouco. Não demora muito e o som do vizinho é ligado, como sempre. Que ódio. Meu Deus. Isso me irrita muito, e dessa vez parece ser de propósito, pois está muito alto. Esse idiota, talvez eu devesse ligar para os policiais? Relatando que ele está ativo com suas bagunças? Não seria má ideia. Não sei porque os polícias ainda não vieram aqui. Depois do meu depoimento e dos outros vizinhos. Quero matar ele. Esse idiota. Pego a vassoura de costume e bato no teto, mas ele parece não se importar. Que ódio! Vou tentar não dar atenção e continuar a cozinhar, se não irei morrer de raiva e estresse! Faço a salada e frito o bife, coloco bastante temperos e muita cebola, eu amo cebola! O cheiro está incrível, não sei se é porque eu estou com fome, mas acho
Chegamos em pouco tempo, e como na porta de casa, ele desceu rapidamente abrindo a porta para mim. — Obrigada! Agradeço guardando meu telefone na bolsa e saindo do carro, ainda é cedo, mas como foi recomendado pelo senhor Hugo, cheguei antecipadamente para ajudar na preparação do salão. Logo na entrada, posso ver que todos me olham, eu sempre venho de uniforme e do nada apareço com um vestido desses… deve parecer estranho mesmo. Ouço alguns cochichos na escada, e tento ignorá-los, abrindo a porta do restaurante para entrar. De cara, já vejo senhor Hugo, seus olhos parecem brilhar ao me ver, ele então anda em minha direção, me comprimentando. — Esta belíssima senhorita Nicole! Ele fala com um enorme sorriso em seu rosto, posso sentir a ternura transbordando de sua face. – Obrigada… Respondo meio sem jeito, não sei como agradecer sobre a roupa, e me sinto mal ao usá-la para trabalhar. — Sobre o vestido… Falo sem graça, ele me interrompe na mesma hora que começo a f
Nicole O senhor da grande mesa daquele outro dia está lá também, ele senta em uma mesa próxima de Edgar. Do outro lado do salão, também há uma outra mesa , bem grande, que senta à frente dela é outro senhor já bem de idade, parece ser alguém importante, ele olha pra mim quase que o tempo todo. Fico meio desconfortável, mas como ele não chamou para repor as bebidas nem fazer pedidos, acabei ignorando os olhares. Faz alguns minutos que o restaurante abriu e a banda começa a tocar, é uma música calma de salão, comum entre a alta sociedade. Alguns dos senhores se levantam e dançam, outros apenas observam. Eu sirvo às mesas como de costume até que me surpreendo, ao olhar para a mesa do senhor que olha pra mim com frequência, ao seu lado a uma pessoa conhecida. É Fernando, ele está sentado do lado do senhor, parece que havia chegado a pouco tempo , pois não o havia visto anteriormente. Ele me olha com um sorriso estranho no rosto como fez de manhã na escola. Ele levanta a