A cama rangeu quando Kate se mexeu, erguendo um braço sonolento para alcançar Colton. A palma de sua mão atingiu o linho frio; o espaço vazio ao lado dela na pequena cama extra de Paloma parecia gigantesco. Não havia o cheiro persistente de cigarro, nenhum couro amadeirado ou menta da pasta de dente dele flutuando em sua direção, nenhum toque reconfortante de seus dedos calejados... Ela sempre precisava estar longe dele para perceber o quão proeminente a presença de Colton era em sua vida. As lembranças da manhã anterior vieram à tona; o envelope, a fotografia, Colton expulsando-a de novo.Ao lado dela, seu celular vibrou – quase fora do criado-mudo onde ela o havia equilibrado precariamente antes de adormecer – e ela se levantou, lutando para atender a chamada. Planejava ficar furiosa com Colton, mas a falta de sua presença a fazia perdoá-lo... já."Alô?"“Ei, desculpe, eu não vi sua ligação ontem. Eu pretendia ligar de volta ontem à noite, mas acabou ficando muito tarde...” A voz
Botas bateram na escada, um clop áspero que ressoou nos ouvidos de Colton. Mais um par de pés que não era de Kate. Ele soltou um ‘porra’ sabe-se lá quantas vezes, cada vez que o telefone tocava e a doce cadência dela ecoava pelo celular, solicitando que ele deixasse uma mensagem. Ele deixou. Mais do que podia contar, o desespero afundando enquanto ele revezava entre querer conversar casualmente para implorar para que ela retornasse suas ligações. Assim que seus pensamentos vagaram para a imagem da mão de Harry contra o antebraço dela queimando em sua mente, a maçaneta da porta torceu, e os olhos de Colton estalaram para ver quem era. A maçaneta virou para um lado e depois para o outro, antes de um punho duro colidir com a madeira em uma batida forte ecoando pelo apartamento. As sobrancelhas escuras se uniram; a percepção de que não era Kate retornando apenas abriu caminho para mais perguntas.Colton deixou o banco da cozinha e caminhou até a porta da frente, com os pés descalços arras
”Sim... tudo bem, se você acha que é a melhor ideia”, Paloma suspirou, pegando a borda lascada de sua xícara de chá, os olhos castanhos revirando enquanto olhava para Kate. “A-hã. Bem, não faz sentido para mim, mas se você insiste... tudo bem, até amanhã. Sim, eu também te amo. Tchau. Tchau. Sim, Heath, tchau”. Desligando o telefone, ela riu, esfregando os cantos dos olhos enquanto balançava a cabeça. “Eu nunca vou entender como as amizades dos homens funcionam”."Por que? O que aconteceu?" Ela mordiscou um dos biscoitos que Paloma tinha colocado diante dela, esperando que seu interesse na reação de Colton fosse indiferente e casual.Paloma não acreditou, com uma sobrancelha se erguendo presunçosamente enquanto bebia seu chá. "Colton não aceitou muito bem, mas você achava mesmo que seria diferente?" Ela esperou pelo solene aceno de cabeça de Kate antes de continuar. “Heath me disse para ir embora antes que ficasse muito sério, mas eu pude ouvir ele gritando quando eu estava entrando
"Ei, Kate querida, você sentiu minha falta?"O coração dela parou, o estômago girou lentamente para as profundezas do ralo sob seus pés; os olhos aterrorizados vidrados com um lençol de lágrimas olharam para o homem diante dela, o horror embutido em suas feições pálidas. Dedos trêmulos puxaram a barra muito curta de seu vestido, tentando desesperadamente cobrir a vasta quantidade de pele que Paloma insistiu que ela mostrasse. Hesitante, ela desviou o olhar dele, examinando rapidamente as cabines do banheiro na esperança de encontrar uma porta trancada, uma indicação de que alguém estava ali para ajudá-la... ou morrer com ela. O pensamento deslizou por suas veias como uma cobra gelando seu sangue."O... que você está fazendo aqui?", ela gaguejou, arrastando-se para trás apenas o suficiente para dar espaço para respirar. Respirou fundo, o ar rançoso do banheiro penetrado pelo cobertor insuportável do perfume dele.Dentes anormalmente retos se abriram em um largo sorriso, a suavidade d
"Você...", as palavras dele foram sumindo, sua voz suave de descrença lembrando-a por um milissegundo de Colton; da maneira como ele lutava tantas vezes para acreditar que ela o amava, para acreditar que ela não fugiria. Colton era confuso, mas ela sabia disso quando o conheceu, quando se apaixonou por ele. Seu coração afundou com o pensamento dele sentado em seu apartamento, imaginando como diabos poderia fazer isso funcionar... imaginando se era possível para ele estar em um relacionamento saudável e funcional. Afundou mais ao pensar que talvez não fosse."Você me ama?" A voz de Preston bateu em seus ouvidos, puxando-a de volta para o banheiro rançoso, para o homem bem vestido diante dela com seus olhos azuis bebê arregalados em descrença. “Eu... eu não achei que você fosse admitir”.Kate se perguntou se ele sabia o que ela estava fazendo, que sua declaração não era nada mais do que uma farsa para ajudá-la a escapar com vida daquela situação, mas a onda genuína de felicidade que in
O terno elegante de Preston, firmemente ajustado em seu corpo musculoso, se destacou na multidão com uma bebida em cada mão enquanto ele manobrava sem esforço pela multidão que dançava, ignorando todas e quaisquer tentativas das mulheres seminuas que pretendiam distraí-lo de sua tarefa. Sem conhecer sua personalidade psicótica, ele poderia ser facilmente confundido com um bom-partido: charmoso, rico, exalando um ar de superioridade. E, considerando as escassas opções que abriam caminho pela pista de dança, Kate pôde entender por que ele havia chamado a atenção de tantas mulheres.Os olhos azuis estavam afiados nela, seu olhar de desdém se transformando em um sorriso caloroso enquanto ele deslizava entre as últimas pessoas nos arredores e empurrando as bebidas sobre a mesa.“Obrigada por pegar pra gente”, Kate forçou um sorriso, a pulsação nauseante de seu estômago acelerando quando ela percebeu que ele estava esperando por alguma forma de carinho. Ela ficou estagnada, no entanto, inc
O estalo dos dedos em sua mandíbula perfurou o véu espesso de música ensurdecedora, e o rosto de Preston balançou para o lado em câmera lenta, um respingo horrível de sangue espirrando de seus lábios trêmulos. Através de seu nevoeiro, Kate viu os olhos dele se arregalarem, soltando-a sem querer de suas mãos enquanto ele cambaleava para trás. Pequenos suspiros ecoaram das pessoas reunidas ao redor, seus movimentos distorcidos quando a batida da música parou. O choque que se implantara nas fendas profundas da testa dele se dissipou, a raiva o inundou, tornando as bochechas cor de oliva escarlates. A tensão no ar era palpável, a antecipação e o medo arranharam a boca de seu estômago quando o olhar de Kate vacilou para o oficial, para a voz que ela ouviu, certificando-se de que eles estavam bem preparados, bem equipados para a ira de Preston Abbot.O puxão de seu estômago juntou-se à dor em seu peito, roubando a respiração de seus pulmões quando ela viu a fúria absoluta contorcendo o rost
Mais uma vez, Kate se viu imprimindo um rastro no tapete gasto na recepção da carceragem da polícia, roendo as pontas de suas unhas enquanto olhava para a porta, o coração batendo forte enquanto esperava sua abertura; era a última coisa que mantinha ela e Colton separados. Uma música inquietantemente feliz veio de algum lugar atrás da parede, e a recepcionista batia irritantemente com a caneta na mesa enquanto seu pé batia em cima da base de metal da cadeira.“Sinto muito”, sussurrou Paloma da área de estar, com os joelhos balançando enquanto ela enfiava as mãos entre eles, a culpa distorcendo a maquiagem borrada.“Por que você ligou para ele? Por que não pra polícia como eu pedi?”, Kate sibilou, incapaz de desviar o olhar da porta, com a antecipação arranhando seu estômago.“Tinha um homem parado atrás de mim e eu… eu pensei que ele estava com Preston e entrei em pânico. Eu mandei uma mensagem pro Heath”, ela murmurou. “Eu disse a ele para chamar a polícia. Eu... eu não sabia o que