Capítulo 2
Vozes murmuravam do outro lado da parede fina, as molas da cama rangendo sob o peso dos corpos. Kate preparou seu travesseiro para ser seu protetor de ouvido em mais uma noite. Depois da briga do dia anterior, a última coisa que Kate queria fazer era dar a Colton outra razão para visitá-la. Uma risadinha feminina irrompeu, rapidamente se transformando em gemidos e mais gemidos. Kate contorceu o rosto em repulsa quando a mulher insistiu em dizer a Colton repetidas vezes o quão grande ele era.

Enquanto os gritos lentamente se transformavam em gemidos baixinhos, Kate sentiu sua paciência se esgotar. Virando-se para checar o relógio, ela cerrou os dentes. Eles já estavam naquilo há vinte minutos. Decerto ele estava fazendo de propósito para irritá-la. Colton devia ter encontrado a mulher mais escandalosa da balada e a levado para casa. Kate se repreendeu por seus pensamentos antes que pudesse barrá-los. Isso era exatamente o tipo de coisa que Colton faria. Ele era um babaca.

Bem quando Kate se questionava sobre o quanto seria capaz de aguentar os comentários a respeito do tamanho do membro de Colton, uma batida forte ressoou contra a parede de seu quarto. Ela rosnou, saltando da cama e cruzando o apartamento. Escancarou a porta da frente, foi até a porta do apartamento de Colton e começou a bater na velha madeira com tanta força quanto pôde.

Seus punhos batiam na madeira, e sua frustração se transformava em raiva. Como diabos ela acabou indo morar ao lado do pior vizinho do mundo? Ele não tinha um pingo de consideração.

A porta se abriu, e um homem ligeiramente desgrenhado se encontrava postado do outro lado. O cabelo loiro estava todo bagunçado, e seus olhos azuis, pesados ​​de sono. Grandes bíceps se salientavam sob uma camisa branca amassada, e suas pernas estavam escondidas por um par de moletom preto. Mesmo sonolento, ele era excepcionalmente bonito. Por uma fração de segundo, Kate até esqueceu o que tinha ido fazer ali.

O olhar do rapaz percorreu o corpo esguio dela antes de fitar seu rosto. “Colt já tem alguém pra esta noite. Talvez amanhã, querida.”

Ele fez menção de fechar a porta, mas foi impedido pelo punho insistente de Kate outra vez. "Perdão? O meu interesse em Colton é nulo.”

Deixando escapar uma risadinha, o belo estranho esfregou a mão no rosto. "Eu acho que nunca ouvi essas palavras antes", ele fez uma pausa por um momento, observando a testa franzida de Kate. "Se você não quer o Colton, então por que estava batendo na porta?"

"Eu moro...", Kate interrompeu-se, notando o semblante sonolento do rapaz: "Você estava mesmo dormindo?"

"Bom, até que uma louca começou a esmurrar a porta, sim."

"Como você consegue dormir com isso?", ela perguntou, erguendo as sobrancelhas em sinal de descrença.

“Com isso o quê?” Enquanto ele falava, um gemido alto ecoou pelo apartamento, seguido pela descrição familiar do comprimento do membro de Colton. "Ah, aquilo?", ele riu, erguendo uma sobrancelha: "Você aprende a ignorar depois de um tempo.”

Kate riu e balançou a cabeça, confusa: “Moro aqui do lado há três meses, e não tem como alguém ignorar isso.”

“Você mora aqui do lado? Eu nunca te vi antes.”

“E eu também nunca te vi.” Ela deu um sorrisinho, olhando por cima do ombro dele, na direção do quarto, onde os gemidos só aumentavam. “Você acha que ele acaba logo? Dormir seria uma boa em algum momento esta noite.”

"Provavelmente não, e se ele te ouviu batendo na porta como uma louca, é capaz que tenha um segundo round, só para te irritar."

Kate resmungou, revirando os olhos e esfregando o rosto cansado com a mão. "Excelente."

"Olha, eu não acho que eu consiga voltar a dormir depois de ser acordado de um jeito tão rude assim”, ele riu. "E você está acordada, então que tal eu ir até a sua casa e fazermos alguma coisa juntos?"

“Eu nem te conheço. Como vou saber se você não vai me roubar, ou tentar tirar vantagem do meu estado de sono?”

O homem soltou uma gargalhada e balançou a cabeça, divertindo-se. “Isso acontece muito com você?”

Ela fez um gesto negativo com a cabeça, incapaz de conter o sorriso que se espalhou por seu rosto. Quase conseguiu ignorar os gemidos persistentes. "Não, você sabe por quê?” Ela se inclinou, rindo baixinho, enquanto ele seguia o exemplo. “Porque eu não deixo estranhos entrarem no meu apartamento.”

“Touché. Bom, que tal ficarmos aqui?” Ele apontou para o corredor. “Assim, se eu começar a parecer suspeito, você pode correr para o seu apartamento. Parece bom?"

Kate assentiu, deslizando pela parede e acomodando os joelhos contra o peito, enquanto seu novo amigo fazia o mesmo. Ele colocou um cigarro entre os lábios finos, acendendo-o e dando uma longa tragada. Ela torceu o nariz ao som de outro gemido escandaloso. “Sério, como ela ainda não está assada? Eles estão nisso há séculos.”

Fumaça saiu do nariz do rapaz enquanto ele ria. “Isso não pode ser agradável.”

“E, ainda assim, cá estamos, exilados no corredor para escapar dos gemidos. Quantas vezes ela tem que dizer para ele que o negócio dele é grande?” Ela revirou os olhos quando a mulher disse de novo, bem na hora. “Talvez seja minúsculo, e ela só esteja tentando fazer ele se sentir melhor.”

“Deus, você tem sorte de Colton não estar aqui. Ele faria um escândalo só por você estar questionando o comprimento do pau dele.”

"Que encantador. Parece um verdadeiro cavalheiro.” Pressionando as costas contra a parede, ela se virou para o rapaz ao seu lado. Ele deu uma tragada no cigarro, a sobrancelha erguida enquanto esperava a pergunta dela. “Eu não sabia que mais alguém morava com Colton.”

"Eu costumo passar minhas noites em outro lugar", ele sorriu, apontando com a cabeça para o apartamento, como se quisesse enfatizar seu ponto. “Você consegue imaginar como é trazer uma garota para casa e forçá-la a ouvir essa merda? Que broxante.” Ele soltou um longo suspiro, ondas de fumaça saindo de sua boca enquanto falava. “Eu sou Austin.”

“Kate.”

A porta da frente do apartamento de Austin se abriu, forçando os dois a olharem para a esquerda. Colton surgiu, com o peitoral descoberto e um moletom cinza cobrindo as pernas. Seu cabelo estava bagunçado e repleto de suor. A pele, normalmente bronzeada, estava suada e vermelha. Ele acendeu um cigarro e olhou para o casal sentado no chão de ladrilhos.

"Você não vai conseguir nada dela, cara", ele bufou, passando os dedos pelo cabelo, espalhando gotas de suor pelo ar. “Eu acho que ela não tem desejo sexual. Ela mora aí ao lado tem o quê? Três meses agora?”

"Ah, por favor", Kate ridicularizou: "Eu não acho que conseguiria satisfazer sua necessidade constante de ouvir como seu pau é grande."

“Ei, se elas querem me dizer, quem sou eu para impedir? Mas acredite em mim, não é algo de que eu precise.” Ele deu outra tragada profunda em seu cigarro, lançando seu olhar para Austin. “Ela está achando que vai passar a noite aqui. Acho que temos um caso de carentona grudenta.”

“Ela massageou seu ego nas últimas horas, e você vai só chutar ela para fora? Você é nojento”, Kate explodiu, levantando-se e dando a Austin um breve sorriso. "Eu te vejo por aí."

Austin retribuiu o sorriso. "Se as amigas do Colton te acordarem de novo, estou sempre pronto para uma conversa tarde da noite."

Kate não pôde evitar rir. "Todas as noites então?"

“Sempre que precisar de mim.”

"E aquela história de passar as noites em outro lugar?"

Austin sorriu, levantando-se do chão, com os olhos azuis atentos enquanto ela se mantinha postada em frente à porta. “Acho que encontrei um motivo para ficar em casa.”

Sentindo suas bochechas corarem, Kate entrou em seu apartamento, incapaz de conter o sorriso que dançava em seu rosto. "Boa noite."

E assim, a sensação dos dedos de Colton brincando com a barra de sua calcinha não lhe causou mais frio no estômago. Era como se ele tivesse sido apagado de sua memória.

*

Quando o corpo esguio de Kate desapareceu atrás da porta de madeira, o olhar de Colton pousou firmemente no loiro desgrenhado, que agora estava sorrindo um pouco demais para seu gosto. Austin passou a mão pelo cabelo, balançando a cabeça em um gesto que aparentava descrença, enquanto ele mesmo deixava o corredor. Colton apagou o cigarro parcialmente consumido, seguindo Austin e tentando aplacar a raiva que revirava seu estômago.

Austin acomodou-se na sala; os olhos azuis fitando Colton, incrédulo. “Como eu não conheci ela antes?”

Colton deu de ombros, indo para o quarto. “Não crie expectativas, cara. Isso nunca vai rolar.”

"Por que? Só porque você não conseguiu ficar com ela, você acha que eu não consigo?”

Colton cerrou os punhos ao lado do corpo e não pôde deixar de se perguntar por que se sentia tão incomodado com aquela situação, antes de mais nada. Balançando a cabeça, ele passou a língua ao longo do lábio inferior e disse: "Ela está fora de alcance".

Austin ergueu uma sobrancelha em um semblante desafiador, cruzando os braços sobre o peito: "Quem disse?"

"Eu disse", Colton estalou, voltando para seu quarto antes que uma briga pudesse acontecer. Pouco antes de bater a porta, ele encarou o amigo mais uma vez: “Então não venha dar uma de esperto.”
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