ChiaraA escuridão me envolvia de maneira apavorante enquanto eu me encontrava em um local desconhecido e frio. A preocupação pela segurança de Laura intensificava a sensação de impotência, pesando em meu coração. Ela tinha se arriscado por minha causa, e isso aumentava ainda mais a carga emocional que eu carregava.— Laura, você não deveria estar aqui. — Sussurrei, nossos olhares se entrelaçando na penumbra do lugar onde estávamos detidas.Ela sorriu, tentando transmitir confiança, mas seus olhos denunciavam a mesma inquietude que eu sentia.— Eu não poderia deixar você sozinha. Estamos nisso juntas.A porta se abriu abruptamente, revelando a figura de um homem alto e loiro, seu olhar frio percorrendo a sala. Era evidente que estávamos diante de indivíduos perigosos, o que apenas aumentava minha ansiedade.— O que querem de nós? — perguntei com irritação.O homem, cujo rosto permanecia oculto nas sombras, respondeu com uma voz grave.— Informaremos quando for o momento certo.De repe
VittórioEu me sentia extremamente angustiado enquanto aguardava a chegada de Genevieve. O dia havia sido extremamente desafiador, repleto de tentativas de traçar um plano para resgatar Chiara sem causar grandes danos à minha família. Embora relutante, percebi que a opção mais eficiente e menos problemática seria a estratégia de usar Genevieve como escudo para entrar em sua casa, então concordei em esperar pelo encontro com a traidora.Como era de se esperar, Andrei Petrov entrou em contato. Porém, ao rastrear a ligação, constatamos que ele não estava em Palermo, o que era completamente incompreensível para mim e para os demais. Não fazia sentido. A ligação indicava que ele estava no Brasil. Theodoro agiu imediatamente, acionando todos os homens em São Paulo com a missão de encontrar Petrov.Genevieve recusou a sugestão de encontrar-me na Villa Castellani, alegando desejar maior privacidade. No entanto, não aceitei sua proposta de realizar o encontro em sua casa, pois compreendi que s
TheodoroA operação de resgate das nossas garotas estava em andamento, e a ansiedade tomava conta de mim enquanto esperava pelo momento em que poderia ver Laura novamente. Foi somente quando descobri que ela estava em perigo, especialmente considerando que era vista como "descartável" pelos nossos inimigos, que percebi a intensidade dos meus sentimentos por ela. Agora, mais do que nunca, sentia a necessidade de tê-la protegida ao meu lado, e estava determinado a levá-la de volta comigo para São Paulo. Apenas precisava que ela aceitasse e desejasse essa mudança.No momento, todos os nossos esforços estavam concentrados no resgate de Laura e Chiara, na captura de Petrov e em sair da mansão de Genevieve com o mínimo de baixas possível. Já tínhamos conseguido entrar na casa e surpreender os russos, usando Genevieve como escudo. Agora, o foco era encontrar Petrov, sabendo que ele não estava no Brasil, como tentou nos fazer acreditar, mais uma vez usando Rafael como bode expiatório. Mas ele
ChiaraEu estava à beira do desespero. Perdi totalmente a noção do tempo no horrível lugar em que Laura e eu estávamos, mas tinha certeza de que se passaram muitas e muitas horas desde que fomos trancadas e presas ali. Sentia-me profundamente responsável por Laura, e a ideia de algo acontecer com ela por minha causa era avassaladora. Não me perdoaria se algo de ruim acontecesse a ela por ter sido arrastada para essa situação toda.— Você não tem culpa de nada, Chiara — Laura disse, como se lesse meus pensamentos — Você não escolheu ser filha de um mafioso e não quis estar envolvida nessa terrível disputa.— Mas eu aceitei ficar em Palermo! Aceitei! E você não teria sido sequestrada por Theodoro se não fosse por minha causa!Naquele momento, a porta se abriu e meu coração acelerou em uma mistura de esperança e apreensão. O medo pela vida de Laura me consumia, especialmente após as palavras cruéis de Genevieve, reforçando que Laura não passava de uma peça descartável nos planos sádicos
VittorioApós estabilizar a situação de Theodoro, decidi que precisava localizar Domenico, que ainda aguardando a chegada de Domenico, senti a ansiedade corroer minha paciência. Ao ligar para ele, a voz do meu filho trouxe um alívio momentâneo.— Estamos ao lado de Don Antonio. Petrov perdeu o controle do carro, capotou várias vezes e não resistiu aos ferimentos. Algumas pessoas que se aproximaram para ajudar chamaram uma ambulância, mas ela não chegou a tempo. Um inimigo a menos.O impacto da notícia reverberou em mim, misturando-se a um turbilhão de emoções. Domenico prosseguiu:— Estamos a caminho do galpão. Perdemos o paradeiro dos outros russos.Ao repassar as informações para Laura e Chiara, percebi a delicadeza necessária, especialmente porque Theodoro estava desacordado devido à anestesia.— Eu detesto isso — Laura murmurou, horrorizada, seus olhos refletindo a carga emocional que ela carregava — Quero apenas voltar para casa e esquecer tudo o que aconteceu.A frieza em meu ol
ChiaraO último ano foi um verdadeiro teste para nós, mas, contra todas as probabilidades, emergimos mais fortes. A decisão de enfrentar tudo um pelo outro revelou-se algo especial e sólido para o nosso amor. Consigo ver com clareza que nunca amei realmente o Rafael e o fato dele ter sido usado por Petrov para se aproximar de mim não foi o motivo para o nosso afastamento. Rafael era apenas um bode expiatório, que não tinha a menor noção de onde estava se metendo. Um mulherengo irresponsável, que desejava se dar bem ao lado de alguma herdeira. Theodoro descobriu isso através das escutas instaladas no apartamento e no celular de Rafael. E eu realmente não senti nada ao tomar conhecimento dos fatos. Eu nunca o amei.Felizmente, Vittorio mergulhou mais fundo nos negócios legítimos dos Castellani, afastando-se gradualmente da máfia. A busca por um equilíbrio entre a responsabilidade mafiosa e a segurança para nós dois tornou-se sua prioridade. Enquanto isso, eu me entregava a causas socia
Vittorio CastellaniA montanha de responsabilidades e tarefas a serem resolvidas parecia interminável sobre a mesa do meu elegante escritório, localizado na bela Sicília. Os dias eram tensos e exigentes, e o tempo fluía rapidamente, como grãos de areia em um relógio implacável.Estava atento na leitura de documentos importantes, fui surpreendido pelo som suave de batidas na porta, indicando a chegada de minha secretária, Julieta. Ela entrou com cautela, ciente do peso das obrigações que eu carregava. Senti que ela observou-me por um instante, e eu estava certo de que refletia se deveria ou não interromper-me naquele momento delicado.Pareceu-me que ela estava pensando se deveria mesmo me interromper. Ela suspirou e finalmente tomou coragem para falar:— Desculpe incomodá-lo, Sr. Castellani — murmurou ela, transmitindo que sua intenção não era banal —, mas há um assunto urgente que precisa de sua atenção.Meu olhar ergueu-se dos papéis e encontrou o dela, carregado de impaciência e des
Vittorio— Sente-se— A minha voz soou firme e séria e Chiara logo atendeu ao comando — Eu vim até aqui para falar sobre o seu casamento, Chiara. Chiara pareceu vacilar por um momento, mas logo seu olhar se tornou desafiador.— Não entendo o que há para discutir, Senhor Castellani. É a minha vida, e eu decido o que fazer.Não me deixei abalar pelas palavras, sabia que precisava manter-me calmo para conduzir a conversa da melhor forma possível, mesmo que estivesse me sentindo estranhamente desconcertado naquele momento.— Você é minha tutelada, Chiara, e ainda tem muito a aprender sobre a vida e sobre as consequências de suas escolhas. Esse casamento pode ter implicações que você nem imagina — disse com firmeza.Chiara revirou os olhos, parecendo irritada com a insistência.— Eu não preciso do seu consentimento para me casar, Vittorio. Eu tenho idade suficiente para tomar minhas próprias decisões.Olhei nos olhos de Chiara e respondi com determinação:— Eu não posso impedi-la de se ca