"O ruim das decepções é que elas vêm de quem você menos espera."
05:00 - Londres...
Abrindo os olhos encara o rosto do seu marido Kamael, dormindo como um deus grego. Sorri e senta na beira da cama.
— Mais um dia! — Declara levantando e caminhando para o banheiro. Faz sua higiene matinal.
— Adianto tudo. — Sussurra para seu reflexo no espelho embaçado, como sua mente nos últimos dias. Desanimada, caminha para a cozinha.
— Preparo o café do Kamael, deixo tudo pronto. — Fez seus afazeres rotineiros, com sua mente gritando para tomar uma atitude. Quer a todo custo ajudar seu marido e sabe que toda vez que toca nesse assunto, se transforma em um homem totalmente diferente do que está acostumada ver.
Percebendo que já passava das 06:00, suspira desanimada.
— Droga, não aguento mais essa vida de acordar, fazer tudo e ficar o resto do dia sem fazer nada. — Dizia para si mesma. — Kamael não me deixa ajudá-lo, fala que como homem se recusa a me deixar trabalhar fora e para agradar, faço tudo que me pede. Eu não vivo! Sou a dona do lar perfeita, lavo, passo e cozinho em uma casa imensa. — Sussurra para si com uma voz melancólica. — Ah! Cadê a empregada? Não tem! Preciso ocupar minha mente. — Reclama fazendo gestos para o ar conversando consigo mesma.
Sentada na mesa do café distraída em seu caos interior, se perde ao sentir o perfume do seu lindo marido que invade a cozinha. Sorrindo, o analisa em toda sua glória. Está lindo com seu terno preto. Focada em sua gravata, sabendo que faz de propósito deixando-a torta como toda manhã. Caminha até ela a puxando para um abraço.
— Bom dia meu amor! — Sussurra e a beija com carinho. Dando um jeito em sua gravata, alisa seu terno como quem quer deixá-lo perfeito. Ele a gira tomando seus lábios em um beijo quente, coisa que de uns meses para cá realiza com frequência.
— Nossa! Você está linda meu amor. — A elogia olhando em seus olhos, como resposta sorri tímida.
— Para querido. — Olhando-o com suas sobrancelhas levantadas era previsível, ele já sabe o que faria sua fisionomia muda rapidamente. — Preciso ocupar minha mente. Quero trabalhar! — Suas palavras saem rápido como quem treinou por horas.
— Não! Você não quer. — Retruca dando as costas. O homem carinhoso se foi dando lugar a um grosso e controlador. Ela não desistirá dessa conversa.
— Sim, eu quero! — Olhando-a furioso, caminha até a pia e pega sua xícara. Observando tudo com uma cara séria e sem pensar, dar continuidade ao assunto que para ele já havia se encerrado.
— Eu não aguento mais essa vida! Quero realizar algo para ocupar minha mente ou vou surtar Kamael. Gritando desabafa. Encarando sua mulher com um olhar de culpa, ele vem pensando em tudo isso e mal dorme com essa situação, cansou da mentira, mas não sabe como contornará essa situação e, como sempre, decide ser grosseiro com sua amada.
— Escuta bem o que vou te dizer. Mulher minha, não trabalha! — Afirma com um tom grosseiro, pois sabe que não falará mais sobre isso.
— Ok. — Rebate com uma voz chorosa, voltando sua atenção para seu café encerrando o assunto. Não quer mais uma briga matinal.
— Você consegue me estressar logo pela manhã. Estou ficando furioso com isso. Perdi até o apetite. — Doido para fugir da situação que odiava criar toda manhã, solta a xícara sujando tudo, o que era despercebido agora, é notável. Ela o encara com os olhos lacrimejando de tristeza.
Sai mais uma vez furioso com suas atitudes e, para não confessar seus erros, não se despede.
— Já estou acostumada. — Sussurra entre as lágrimas. — Não temos filho porque ele não quer, minha vida se resume a isso. Casa e marido. Mal transamos. — Reclama dando lugar para uma mulher frustrada.
— Só chega cansado e para ser sincera, não sinto falta do sexo. — Sussurra sabendo muito bem que é mentira, já que ultimamente é um pouco mais atencioso.
Como de costume, para aliviar sua ira, inicia uma faxina na cozinha pela milésima vez só esse mês. Após o desgaste da arrumação da sua casa imensa, se deita e o sono a pega de jeito.
☬ - 02 | Quero você dentro de mim "Você pode até querer provocar um redemoinho, mas não espere receber uma brisa como resposta. Provoca quem sabe, resiste quem consegue." — Autor desconhecido ...ᘛ... Horas antes - Seattle... A música estava alta, Bronck olhava para Ana dançando na sua frente, era uma das muitas que saíam com ele desse ponto de encontro, o sorriso era nítido, sabia que sairia acompanhado do PÚBIS. Ana caminha em sua direção com seus drinks na mão, com uma cara que já conhecia, o convidaria para sair dali. — Bronck, quero um banho de banheira, com essas mãos macias em meus pés, vamos sair dessa zona. — Gritava em seu ouvido alisando seu corpo, indo ao encontro do seu membro. — Ana, Ana o que faço com você mulher!? Sabe que não gosto dessa demonstração toda em público. — Murmura ao seu ouvido, segurando seus cabelos na base da sua nuca. Sua respiração fazia cócegas em seu ouvido. — Desculpa. — Res
☬ - 03 | Eu não acredito nisso "A pior de todas as perdas é a perda do tempo." — Autor desconhecido ...ᘛ... Seattle - 10:00... Despertando com um sorriso no rosto, Bronck percebe que ainda está acompanhado. Lembrando da noite maravilhosa e torturante que teve com a Ana. Resolve acordá-la. — Ana! — Acorda no susto olhando tudo à sua volta. — Bom dia! — Responde todo animado. Ela o olha com aquela cara: onde estou?! O que eu fiz?! Segurando um sorriso a encara. Levanta-se procurando suas roupas. — Que horas são Bronck? — Responde que são 10:04. Arregala os olhos. Sabendo bem o que vai acontecer, sai da frente. — Merda! — Coloca o vestido com uma rapidez surpreendente, cata suas coisas e sai correndo. — Tchau! — Diz sabendo que nem o ouviu. — Me senti usado, nem um tchau querido. É! Tenho que arrumar uma namorada que aceite me dividir com outras mulheres. — Impossível! — Ele mesmo responde sorridente. — Vou me arru
☬ - 04 | Meu amor se foi"Não tenha medo de não ter ninguém. Tenha medo de ter alguém e, ainda assim, se sentir sozinha." — Autor desconhecido...ᘛ...Horas antes...Já passava das 18:00 quando alguém bate insistentemente na porta da casa do Kamael. Berriere estava dormindo quando escutou os murros na porta da frente. Se levantando assustada, corre para ver quem é.— Meu Deus! Quem será uma hora dessa? — Reclamou abrindo a porta. Na sua frente havia um policial alto com uma aparência de cansado. O encarando sem entender observa o jeito cauteloso que a abordava, pedindo para que respire devagar e que tenha calma. Naquele momento sua vida viraria do avesso.— Sinto muito pelo incômodo Sra. Mondova, não trago boas notícias. Infelizmente seu marido Kamael Mondova sofreu um terrível acidente e veio a óbito. — Cautelosament
☬ - 05 | Não vou dormir no sofá"Não há nenhuma dor que se compare à perda de um ente querido. Não há nada que repare o sofrimento de ver alguém que amamos partir. Para quem fica, resta a saudade, a tristeza e a inconformidade..." — Autor desconhecido...ᘛ...Bronck volta para a sala e admira a casa do seu filho. Não esperava menos dele já que desde muito novo gostou da vida de luxo.Pega sua mala e vai para um dos quartos.— Merda! Está vazio. — Murmura assustado. Entrando nos outros dois quartos que tinha no segundo andar, estão da mesma forma. — Que porra essa? Onde irei dormir? — Não acredito não vou dormir no sofá. Ah! Não vou mesmo!Entrando no quarto do seu filho a encontra já adormecida. Tenta acordá-la.— Menina. — Sussurro. — Droga! — Espragueja pe
☬ - 06 | Velório"O silêncio... nem sempre é sinal de falta de palavras e sim o excesso delas." — Lara Kastro...ᘛ...10:00 - Londres...— Meu Deus! O que esse homem faz abraçado comigo? — Balbuciou.Deitada de conchinha com seu sogro não morto, Berriere puxa pela memória, há quanto tempo não acordava abraçada com Kamael.— Não me recordo de um dia específico. — Em sua cabeça, os questionamentos não paravam. Meu casamento acabou, estou sozinha.— Será que devo me arriscar em ir para Seattle com meu sogro e iniciar um novo ciclo em outro país? — Tudo isso a estava consumindo, como quem quer mudar o rumo do conflito em sua mente pensa: Irei a empresa amanhã. Tentarei organizar algumas coisas.Bronck desperta com Berriere falando alto e percebe que está agarrado a ela. Aind
"A dor é tão necessária quanto a morte!" — Autor desconhecido...ᘛ...Chegando em casa, Bronck não aguenta mais segurar o choro. Retira seu paletó e caminha para o sofá. Percebendo seu desespero tenta acalmá-lo, mas é afastada.— Por favor, eu preciso de privacidade. — Virando de costas para ela que fica sem jeito e se afasta.— Eu quero ficar perto de você. — Caminhando em sua direção tenta colocar a mão em seu rosto, ele se afasta novamente.Preciso sentir meu luto. Por favor, me deixe sozinho menina. Conversamos depois.Sobe as escadas para lhe dar um pouco de privacidade.— Precisa desse momento a sós. — Já em seu quarto, escuta os gritos em seguida as coisas se quebrando.Entra em pânico com a situação e contra sua vontade, desce correndo e a cena que v
"Descubra-se. Há tantas coisas que não sabe sobre você." — Autor desconhecido...ᘛ...04:00 - Londres...A noite foi um apagão, ambos dormiram a noite toda. Bronck começa a despertar. Ainda sem entender o que está acontecendo se pressiona ainda mais contra o corpo em seus braços, quando sente o cheiro do cabelo de Berriere.— Merda! — Balbucia.Mais uma vez acordou agarrado a sua nora. Envergonhado se solta com pressa a acordando.— Oi! — Berriere acorda assustada.— Hã! — Sem graça se afasta. — Desculpa eu... estava te abraçando menina. Eu sinto muito! — Pede já levantando e indo em direção ao banheiro.— Ok. Bom dia! — Se espreguiçando encara o teto. — Oficialmente viúva. — Suspira fechando os olhos.— Precisamos ir para
"O sucesso não acontece por acaso. É trabalho duro, perseverança, aprendizado, estudo, sacrifício e, acima de tudo amor pelo que você está fazendo ou aprendendo a fazer." — Autor desconhecido...ᘛ...As portas se abrem na recepção da cobertura olham a sua volta, Berriere observa seu sogro que parece procurar por algo.Segurando sua mão caminha olhando para todos os lados, quando um dos irmãos vai de encontro a eles.— Não sabia que viriam. — Nervoso, Bruno caminha apressado até os dois. Bronck parece encontrar o que tanto procura.O encarando respira devagar, Berriere o olha curiosa com o que iria dizer, tinha certeza que sairia alguma coisa de sua boca. Sendo pai de quem é, não era difícil imaginar alguma arrogância saindo de seus lábios— Caso você não saiba, somos os donos,