—Você sumiu André.—Estou trabalhando muito, mas sei que estou em falta com vocês.—Quando pretende vir nos visitar?—Sexta à noite dou uma passada aí? Pode ser? Saio mais cedo do trabalho.—Não, nada disso. Quero que passe o domingo conosco.Domingo?Merda!Entorto os lábios.—Tudo bem. Domingo então.—Ótimo. Te aguardo. Manda um beijo para Lola.—Mando sim—digo disfarçando meu desgosto.Desligo o telefone e coloco a cabeça entre as mãos.Uma batida na porta interrompe meus pensamentos. Sueli surge. Sua expressão é cuidadosa.—O senhor Leon Félix está aí para a entrevista. Posso mandá-lo entrar?Deus! Como as horas correram! Hoje não fiz praticamente nada.—Deve.Quando ela some de vista passo a mão nos olhos.Não vejo a hora de só cuidar da parte empresarial e financeira. Mas até lá, preciso passar meu legado para eles e preparar o caminho para esses dois profissionais: Helen e, se tudo der certo, Leon.NatashaHoje foi um dia estranho. Lola faltou e não ligou para explicar o motivo
SábadoNatashaEstou já dentro da água quando André surge.O tempo para enquanto eu o contemplo caminhando em direção a piscina.Deus! Não há nada mais lindo que ele. Nada mais sexy que esse homem. Esse macho alfa é tudo de bom. Hoje vejo que foi ingenuidade minha achar que eu conseguiria resistir a ele.Ele é perfeito.Meus olhos bebem a imagem de seu corpo lindo, musculoso enquanto sensualmente ele se posiciona na beirada, em frente a parte mais funda, ele ergue os braços e salta, imergindo na água convidativa, brilhando pelo sol das dez horas.Segundos depois emerge à minha frente. Um sorriso sensual se espalha no rosto molhado. —A água está uma delícia — digo sem graça quando ele fica parado olhando para mim, o sorriso ainda brincando em seus lindos lábios.Vislumbro sua pupila dilatar, quase encobrindo o cinza-claro de seus olhos.—Não só a água—ele diz lentamente e me puxa para os seus braços—eu me sinto insaciável quando estou com você. —Molhada assim, você é a visão mais sexy
NatashaNão passei o domingo sozinha esperando por André. Usando o lindo vestido que ele me deu e levando comigo partes das minhas economias fui andar no Central Park. Caminhei entre as árvores, lagos e pontes sentindo o ar puro da mata.Um respiro verde no meio da selva de pedra. Entre lambidas do meu sorvete de flocos. Curti o sol vendo crianças correndo atrás da bola, outras empinando pipas, mães passeando com seus filhos em carrinhos.Às quatro horas da tarde, não voltei para casa. Resolvi passar no shopping. Caminhei sem pressa vendo as vitrines chamativas. Topei com mulheres bem vestidas e dessa vez não me senti inferior. O vestido que André me deu é lindo e cheira prosperidade.Entro numa charmosa cafeteria. Entre várias opções, resolvo tomar um café expresso acompanhado com uma torta maravilhosa de chocolate com chantili por cima.AndréSaí do churrasco mais cedo. Não aguentava mais o falatório da mulherada na minha cabeça. A única conversa que tive agradável foi com Helen.
Um mês depois, terça-feira à noite.NatashaAndré me olha com firmeza.—Quero que marque ginecologista.—Ginecologista?—Sim. Inclusive fiz um convênio médico para você. Agora você é uma mulher e precisa de cuidados especiais.Ele pega uma carteirinha e a estende para mim.—Está certo eu marco —pego das mãos dele—Quero que peça algum contraceptivo. Outro dia ficamos tão loucos um pelo outro que nos esquecemos completamente da camisinha.Estudo seu rosto.—Você um dia planeja ter filhos comigo?—Claro. Que pergunta é essa agora?Fujo de seus olhos e observo minhas mãos nos colo, consciente que seus olhos estão fixos na minha figura de cabeça baixa.Foram essas íris acinzentadas, profundas e intensas que me conquistaram. Imediatamente me senti cativa delas.... Não era para menos, ele simplesmente é o homem mais lindo que eu já coloquei os olhos.Lindo, humano, apaixonado mas tudo isso entre quatro paredes. Nunca fomos a um lugar público.Cada dia que passa está sendo difícil acreditar
AndréSaio do banho, com uma toalha ao redor do meu quadril e sigo para o terraço para olhar o tempo.Sol. Poucas nuvens.Que bom. Não gosto de viajar com o tempo ruim.Recostado na grade da sacada sorrio com a bela visão de Natasha. A curva suave de seu lindo corpo está coberta pelo lençol branco. Apenas uma de suas lindas pernas está exposta.Uma parte dos cabelos castanho-escuros estão espalhados sobre o travesseiro a outra parte está encobrindo seu rosto de traços perfeitos. Ela se movimenta na cama. Abre os olhos e quando não me vê se senta assustada na cama. Seus olhos então me procuram pelo quarto e encontram os meus.Solto um longo suspiro e vou até ela. —Buongiorno (Bom dia) —digo e me sento na beirada da cama sentindo um grande aperto no coração por deixa-la esses dias sozinha.Ela me dá um sorriso triste e se senta segurando o lençol para cobrir seus seios.—Buongiorno.Ficamos um tempo calados nos olhando.—Vou sentir sua falta—confesso.—Eu também —diz e me olha silenci
AndréEstamos participando de mais um jantar entre tantos outros que já participamos. Fora as festinhas fora de ora.Arthur Romano é como meu pai. Um festeiro. Com a diferença que ele gasta o que tem. Não o que não tem.Hoje sustento as festas de meu pai, mas antes de assumir a construtora ele quase nos faliu com esse seu jeito de querer passar uma imagem diferente para a sociedade de sua realidade.Terminamos o jantar. Agora estamos falando sobre assuntos bobos e sem importância. Na verdade Helen. Eu apenas me abstenho em dar minha opinião sobre alguma coisa.O intuito é esse mesmo. Ela brilhar. Ela conquistar o cliente.Observo a equipe que trouxemos conosco. Eles conversam entre si. Sabem que não estou para conversas.Como sempre um jornalista se aproxima de nós para tirar uma foto. Quando ele se afasta fecho os olhos cansado de tudo isso.—Tudo bem?Sinto minha mão direita sendo tocada. Abro os olhos e encaro Helen com sua mão ainda em cima da minha. Nessa hora somos iluminados p
Sábado à noite...AndréEstou agora no suntuoso salão da casa de Arthur Romano. Trajando um smoking observo Helen dançar com o anfitrião da festa.Estou acostumado a esse tipo de evento. Conheci essa vida cedo e não preciso dizer que foi por causa de meu pai.Festas desse nível fizeram parte do meu mundo desde pequeno, mas hoje eu me sinto deslocado, sentindo-me forçado a desempenhar minha parte nesse espetáculo.Os minutos se arrastam lentamente enquanto observo o salão irradiando beleza e ostentação.Não vejo a hora de dar adeus a tudo isso. Estar num lugar paradisíaco ao lado da minha princesa.Quando a música chega ao seu final, Helen e Romano imediatamente me procuram com os olhos. Sem alternativa avanço na direção deles, mas no meio do caminho sou brecado por uma mulher que segura o meu braço.—André Sorrentino Nicolo. Sempre quis conhecê-lo pessoalmente. Você é bem mais alto do que eu imaginava. As fotos não fazem jus a você.—Obrigado. Com sua licença —eu a corto e avanço na d
Segunda, bem cedo.NatashaA imagem de Helen Narjan dançando coladinho com André e depois sentada no colo dele lhe dando um beijo na boca ainda pisca no meu cérebro.Até a lua brilhava atrás deles!Deus! Essa cena foi a gota d’agua.Sinto uma vontade enorme de chorar para ver se alivia está dor que domina meu peito.À despeito do que Lola dizia acreditei que André me realmente me achasse especial! Que ele gostasse de mim de verdade.E eu confiava nele!Mesmo sem entender fiz seu jogo. Permiti que ele levasse sua vida porque ele parecia precisar disso. Ele parecia realmente precisar desse tempo.No fundo, eu também achava que era muito cedo para exigir alguma coisa dele.Fui tão idiota!Deus! A confiança traída é um sentimento tão amargo. Como está sendo doloroso encarar a realidade que os sentimentos de André eram tão superficiais por mim. Com lágrimas nos olhos afasto os pensamentos que só me levam à beira do descontrole e começo a arrumar minha mala. Não vou levar nada do que ele m